No dia 11
de agosto de 1959,
(há 60 anos)
o Espírito André Luiz, através da psicografia de Francisco Candido Xavier, informa-nos
no livro MECANISMOS DA MEDIUNIDADE[1]
(12º livro da
série); a saber:
ANTE A MEDIUNIDADE
Depois de um século de
mediunidade, à luz da
Doutrina Espírita, com inequívocas provas da sobrevivência; nas quais a
abnegação dos Mensageiros Divinos e a tolerância de muitos sensitivos foram
colocadas à prova; temo-la, ainda hoje, incompreendida
e ridicularizada.
Os Intelectuais, vinculados ao ateísmo
prático, desprezam-na até agora, enquanto os cientistas que a experimentam se
recolhem quase todos, aos palanques da Metapsíquica, observando-a com reserva.
Junto deles, porém, os espíritas sustentam-lhe a bandeira de trabalho e
revelação, conscientes de sua presença e significado perante a vida. Tachados, muitas vezes, de
fanáticos, prosseguem eles, à feição de pioneiros, desbravando, sofrendo,
ajudando e construindo, atentos aos princípios enfeixados por Allan Kardec em
sua codificação basilar.
Alguém disse
que “os espíritas pretenderam misturar, no Espiritismo, ciência e religião, o
que resultou em grande prejuízo para a sua parte científica”. E acentuou que “um
historiador, ao analisar as ordenações de Carlos Magno, não pensa em
Além-Túmulo; que um fisiologista assinalando as contrações musculares de
uma rã não fala em esfera ultra terrestres; e que um químico, ao dosar o
azoto da lecitina, não se deixa impressionar por nenhuma fraseologia da
sobrevivência humana”, acrescentando que, “em Meta-psíquica, é necessário
proceder de igual modo, abstendo-se o pesquisador de sonhar com mundos etéreos
ou emanações anímicas, de maneira a permanecer no terra-a-terra, acima de
qualquer teoria, para somente indagar, muito humildemente, se tal ou tal
fenômeno é verdadeiro, sem o propósito de desvendar os mistérios de nossas
vidas pregressas ou vindouras”.
Os espíritas,
contudo, apesar do respeito que consagram à pesquisa dos sábios, não podem abdicar
do senso religioso que lhes define o trabalho. Julga lícito reverenciá-los,
aproveitando-lhes estudos e equações, quais nos conduziram nestas páginas,
tanto quanto eles mesmos, os sábios, lhes homenageiam o esforço, utilizando-lhes
o campo de atividade para experimentos e anotações.
Consideram os espíritas, que o
historiador, o fisiologista e o químico podem não pensar em
Além-Túmulo, mas não conseguem avançar desprovidos de senso moral, porquanto o historiador, sem
dignidade, é veículo de imprudência; o fisiologista, sem respeito para consigo
próprio, quase sempre se transforma em carrasco da vida humana, e o químico,
desalmado, facilmente se converte em agente da morte.
Se caminhares atentos à mensagem das
Esferas Espirituais, isso não quer dizer se enquistem na visão de “mundos
etéreos”, para enternecimento beatifico e esterilizante, mas para se fazerem elementos
úteis na edificação do mundo melhor. Analisam-se as emanações anímicas
é porque desejam cooperar no aperfeiçoamento da vida espiritual no Planeta,
assim como na solução dos problemas do destino e da dor, junto da Humanidade,
de modo a se esvaziarem penitenciarias e hospícios, e, se algo procura, acima
do “terra-a-terra”, esse algo é a educação; de si mesmos, através do bem puro
aos semelhantes, com o que aspiram, sem pretensão, a orientar o fenômeno a
serviço dos homens, para que o fenômeno não se reduza a simples curiosidade da
inteligência.
Quanto mais
investiga a Natureza, mais se convence o homem de que vive num reino de ondas
transfiguradas em luz, eletricidade, calor ou matéria, segundo o padrão vibratório em que se exprimam.
Existem, no entanto, outras
manifestações da luz, da eletricidade, do calor e da matéria, desconhecidas nas
faixas da evolução humana, das quais, por enquanto, somente poderemos recolher informações
pelas vias do espírito.
Prevenindo qualquer observação da
critica construtiva, lealmente declaramos haver recorrido a diversos trabalhos
de divulgação científica do mundo contemporâneo para tornar a substância espírita
deste livro mais seguramente compreendida pela generalidade dos leitores, como
quem se utiliza da estrada de todos para atingir a meta em vista, sem maiores
dificuldades para os companheiros de excursão.
Aliás, quanto aos apontamentos científicos
humanos, é preciso reconhecer-lhes o caráter passageiro, no que se refere à
definição e nomenclatura, atentos à circunstância de que a experimentação
constante induz os cientistas de um século a considerar, muitas vezes, como
superado o trabalho dos cientistas que os precederam.
Assim, as notas dessa natureza, neste
volume, tomadas naturalmente ao acervo de Informações e deduções dos estudiosos
da atualidade terrestre, valem aqui por vestimenta necessária, mas transitória,
da explicação espírita da mediunidade,
que é, no presente livro, o corpo de idéias a ser apresentado.
Não
podemos esquecer a obrigação de cultuar a mediunidade e acrisolá-la,
aparelhando-nos com os recursos precisos ao conhecimento de nós mesmos.
A Parapsicologia nas UniVersidades
e o estudo dos mecanismos do cérebro e do sonho, do magnetismo e do pensamento
nas instituições ligadas à Psiquiatria e às ciências mentais, embora dirigidos
noutros rumos, chegarão igualmente á verdade, mas, antes que se integrem
conscientemente no plano da redenção humana, burilemos, por nossa vez, a mediunidade, à luz da Doutrina Espírita,
que revive a Doutrina de Jesus, no reconhecimento de que não basta a observação dos fatos em si, mas também que se
fazem indispensáveis a disciplina e a iluminação dos ingredientes morais que os
constituem, a fim de que se tornem ‘fatores de aprimoramento e felicidade, a
benefício da criatura em trânsito para a realidade maior.
André Luiz
Espírito.
[1] A convite do Espírito André Luiz, os médiuns
Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira receberam os textos deste livro em
noites de terças e quintas feiras respectivamente, na cidade de Uberaba/MG. Os capítulos pares foram
ditados pelo Espírito Andre Luiz e psicografados pelo médium Francisco Cândido
Xavier; o capitulo Ante a Mediunidade e os capítulos ímpares foram ditados pelo Espírito
Andre Luiz e psicografados pelo médium Waldo Vieira. (Nota dos médiuns.)
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