VELOCIDADE ELÉTRICA – Estudemos ainda
alguns problemas primários da eletricidade para compreendermos com segurança os
problemas do intercâmbio mediúnico.
Sabemos que
a velocidade na expansão dos impulsos elétricos é semelhante à da luz, ou 300.000
quilômetros por segundo.
Fácil
entender, assim, que se estendermos um condutor, qual o fio de cobre, numa
extensão de 300.000 quilômetros, e se numa das extremidades injetarmos certa
quantidade de elétrons livres, um segundo após a mesma quantidade de elétrons
livres verterá da extremidade oposta.
Entretanto,
devemos considerar que a velocidade dos elétrons depende dos recursos imanentes
da pressão elétrica e da resistência elétrica do elemento condutor, como
acontece à velocidade de uma corrente liquida que depende da pressão aplicada e
da resistência do encanamento.
CONTINUIDADE DE CORRENTES – Compara-se
vulgarmente a circulação da corrente elétrica num circuito fechado, na base do
gerador e dos recursos que encerram a aparelhagem utilizada, ao curso da água
em determinado setor de canalização.
Se
sustentarmos uma pressão contínua sobre o montante líquido, com o auxílio de
uma bomba, a linha colateral da artéria circulatória será traspassada sempre
pela mesma quantidade d’água, no mesmo espaço de tempo, e se alimentarmos um
circuito elétrico, através de um gerador, em regime de uniformidade, o grau de
intensidade da corrente será constante, em cada setor do mesmo circuito.
Acontece
que reduzida quantidade de elétrons produz correntes de força quase
imperceptíveis, à maneira de apenas algumas gotas d’água que, arrojadas ao bojo
do encanamento, não conseguem formar senão curso fraco e imperfeito.
Assim
como se faz necessária uma corrente liquida, em circulação e massa constantes,
é imperioso se façam cargas de bilhões de elétrons, por segundo, para que se
mantenha a produção de correntes elétricas de valores contínuos.
EXPRESSÕES DE ANALOGIA – Aplicando os
conceitos expendidos atrás, aos nossos estudos da mediunidade, recordemos a
analogia existente entre os circuitos hidráulico, elétrico e mediúnico, nas
seguintes expressões:
A.
Curso
d’água – fluxo elétrico – corrente mediúnica.
B.
Pressão
hidráulica – diferença de potencial elétrico,
determinando harmonia – sintonia psíquica.
C.
Obstáculos
na intimidade do encanamento – resistência elétrica do circuito, através dos
condutores – inibições ou desatenções do médium, dificultando o equilíbrio no circuito
mediúnico.
D.
Para
que o curso d’água apresente pressão hidráulica uniforme, superando a
resistência de atrito, é necessário o concurso da bomba ou a solução do
problema de nível; – para que a corrente elétrica se mantenha com intensidade
invariável, equacionando os impositivos da resistência elétrica, é imprescindível
que o gerador assegure a diferença de potencial, nutrindo-se o movimento de
elevada carga de elétrons, conforme as aplicações da força; – e para que se
garanta a complementação do circuito mediúnico, com a possível anulação das
deficiências de intercâmbio, é preciso que o médium ou os médiuns em conjunção
para determinada tarefa se consagrem, de boamente, à manutenção do pensamento
constante de aceitação ou adesão ao plano da entidade ou das entidades da
Esfera Superior que se proponham a utilizá-los em serviço de elevação ou
socorro. Tanto quanto lhes seja possível, devem os médiuns alimentar esse
pensamento ou recurso condutor, sempre mais enriquecido dos valores de tempo e
condição, sentimento e cultura, com o alto entendimento da obra de benemerência
ou educação a realizar.
NECESSIDADES
DA SINTONIA
– Não se veja em nossas assertivas qualquer tendência à inutilização da vontade
do médium, com evidente desrespeito à personalidade humana, inviolável em seu
livre arbítrio.
Anotamos
simplesmente as necessidades da sintonia, no trabalho das inteligências associadas
para fins enobrecedores, porque, em verdade, os médiuns trazidos ao serviço de reflexão do Plano Superior,
querem nas obras de caridade e esclarecimento, quer nas de instrução e consolo,
precisarão abolir tudo o que lhes
constitua preocupações-extras, tanto no que se refira à perda de tempo quanto no que se reporte
a interesses subalternos da experiência vulgar, sustentando-se, por esforço próprio e não
por exigência dos Espíritos Benevolentes e Sábios, em clima de responsabilidade, alegremente
aceita, e de trabalho voluntário, na preservação e enriquecimento dos agentes
condutores da sua vida mental, no sentido de valorizar a própria cooperação, com fé no bem e
segura disposição ao sacrifício, no serviço a efetuar-se.
Naturalmente,
estudamos, no presente registro, a
mediunidade em ação construtiva e não o fenômeno mediúnico, suscetível de
ser identificado a cada passo, inclusive nos problemas obscuros da obsessão.
DETENÇÃO DE CIRCUITOS – Cabe considerar que as analogias de circuitos
apresentadas aqui são confrontos portadores de justas limitações, porquanto, na
realidade, nada existe na circulação da água que corresponda ao efeito
magnético da corrente elétrica, como nada existe na corrente elétrica que possa
equivaler ao efeito espiritual do circuito mediúnico.
Recorremos às comparações em foco apenas para lembrar aos nossos
companheiros de estudo a imagem de “correntes circulantes”, recordando, ainda,
que a corrente líquida,
comumente vagarosa, a
corrente elétrica muito rápida e a corrente mental ultra-rápida
podem ser adaptadas, controladas,
aproveitadas
ou conduzidas,
não podendo, entretanto, suportar
indefinida armazenagem ou detenção, sob pena de provocarem o aparecimento de charcos, explosões e rupturas, respectivamente.
CONDUÇÃO DAS CORRENTES – Na distribuição
prestante das águas, no circuito hidráulico, são necessários reservatórios e
canais, represas e comportas, em edificações adequadas.
Na
aplicação da corrente elétrica, em circuitos correspondentes, não podemos prescindir
como na administração da força eletromotriz, de alternadores inteligentemente
estruturados, para a dosagem de correntes e voltagens diversas, com a produção
de variadas utilidades.
E no aproveitamento da corrente
mental, no circuito mediúnico,
são
necessários instrumentos receptores capazes de atender às exigências da emissão,
para qualquer serviço de essência elevada, compreendendo-se, desse modo, que a
corrente líquida, a corrente elétrica e a corrente mental dependem, nos seus efeitos, da condução que
se lhes imprima.
[1] Fonte: Mecanismos da Mediunidade, Ditado pelo Espírito André Luiz, psicografia
de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira, Editora FEB, Capitulo VII
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