GERADORES E MOTORES – Na produção de
corrente contínua em eletricidade, possuímos geradores e motores, capazes de criar
força eletro-motriz e fornecer corrente, no que respeita aos geradores, ou de
ceder potência determinada, no que tange aos motores.
Nas
máquinas destinadas a semelhantes serviços, encontramos os enrolamentos em
tambor, que podem ser imbricados ou ondulados, com particularidades técnicas
variadas.
Anotando
a multiplicidade dos aparelhos dessa espécie, lembremo-nos de que os geradores,
em sua maioria, são sempre auto excitados.
E para
consolidar imagens comparativas, preciosas no assunto, permitimo-nos repetir as
figurações já feitas, em capítulos anteriores, em torno da atenção e da
desatenção, para fixar com mais segurança o nosso estudo,
acerca da criação da energia mental e expansão respectiva
GERADOR “SHUNT” – Observemos um
gerador “shunt”, em que o fenômeno da corrente elétrica é mais acessível ao
nosso exame.
Imaginando-se-lhe
o interruptor aberto, quando o induzido começa a girar, repararemos que aí se
plasma pequena força eletromotriz, em vista da formação de magnetismo residual.
Essa
força, no entanto, não patrocina qualquer corrente circulante no campo.
Se
fecharmos, contudo, o interruptor, a força eletromotriz gerada produz uma
corrente no campo que, por sua vez, determina a formação de uma força
magnetomotriz de sentido idêntico, àquele em que se expressa o magnetismo
residual, dilatando o fluxo, até que a força eletromotriz alcance o seu máximo
valor, de conformidade com a resistência integral do campo.
A
elevação da voltagem cessa no ponto em que a linha de resistência interrompe a
curva de saturação, porquanto, acima dessa zona, a força eletro-motriz gerada é
menor do que aquela necessária para sustentar o valor da corrente excitadora.
FRUSTRAÇÃO DA CORRENTE ELÉTRICA – Sempre que a
corrente de um gerador não se alteie, a frustração é devida a causas diversas,
das quais salientamos as mais importantes:
1)
Ausência
de magnetismo residual, em se tratando de aparelhos novos ou fora de serviço
por longo tempo.
2)
Ligações
invertidas no circuito do campo, de vez que, se precisamos do magnetismo de
resíduo para que se produza ação adicional no circuito magnético, é
indispensável que o campo “shunt” esteja em ligação com a armadura, de maneira
que a corrente excitadora engendre a força eletromotriz que se adicione ao
campo residual.
3)
Resistência
excessiva do circuito do campo, que poderá advir de ligações inconvenientes ou
de influência perniciosa dos detritos acumulados na máquina.
GERADOR DO CÉREBRO – Com alguma
analogia, encontramos no cérebro um gerador auto-excitado,
acrescido em sua contextura intima de avançados implementos para a
geração, excitação,
transformação, indução, condução, exteriorização, captação, assimilação e
desassimilação da energia mental, qual se um gerador comum desempenhasse,
não apenas a função de criar força eletromotriz e conseqüente potencial
magnética; para fornecê-los em certa direção, mas também todo o acervo de
recursos dos modernos emissores e receptores de radiotelefonia e televisão, acrescidos
de valores ainda ignorados na Terra.
Erguendo-se
sobre os vários departamentos do corpo, a funcionarem por motores de
sustentação, o cérebro, com as células especiais que lhe são próprias, detém
verdadeiras usinas microscópicas, das quais as pequenas partículas de germânio,
na construção do transistor, nos conjuntos radiofônicos miniaturizados, podem
oferecer imperfeita expressão.
É aí,
nesse microcosmo prodigioso, que a matéria mental, ao impulso do Espírito, é
manipulada e expressa, em movimento constante; produzindo correntes que se
exteriorizam no espaço e no tempo, conservando mais amplo poder na aura da
personalidade em que se exprime, através de ação e reação permanentes, como
acontece no gerador comum, em que o fluxo energético atinge valor máximo,
segundo a resistência integral do campo, diminuindo de intensidade na curva de
saturação.
Nas
reentrâncias de semelhante cabine, de cuja intimidade a criatura expede as
ordens e decisões com que traça o próprio destino, temos, no córtex, os centros da visão,
da audição,
do tato, do olfato, do gosto, da palavra falada e escrita, da memória
e de múltiplos
automatismos, em conexão com os mecanismos da mente, configurando os
poderes da memória profunda, do discernimento, da análise, da reflexão, do
entendimento e dos multiformes valores morais de que o ser se enriquece no
trabalho da própria sublimação.
Nessas
províncias-fulcros da individualidade, circulam as correntes mentais
constituídas à base dos átomos de matéria da mesma grandeza, qual ocorre na
matéria física, em que as correntes elétricas resultam dos átomos físicos
excitados, formando, em sua passagem, o conseqüente resíduo magnético, pelo que
depreendemos, sem dificuldade, a existência do eletromagnetismo tanto nos
sistemas interatômicos da matéria física, como naqueles em que se evidencia a
matéria mental.
CORRENTE DO PENSAMENTO – Sendo o pensamento força sutil e inexaurível do Espírito,
podemos categorizá-lo, assim, à conta de corrente viva e exteriorizante, com
faculdades de auto-excitação e auto-plasticização inimagináveis.
À feição
do gerador “shunt”, se a mente jaz desatenciosa, como que mantendo o cérebro em
circuito aberto, forma-se, no mundo intracraniano, reduzida força mentocriativa
que não determina qualquer corrente circulante no campo individual: mas, se a mente está
concentrada, fazendo convergir sobre si mesma as próprias oscilações, a força
mentocriativa gerada produz uma corrente no campo da personalidade que, a seu
turno, provoca a formação de energia mental de sentido análogo àquele em que se
exprime o magnetismo de resíduo, dilatando o fluxo até que a força aludida
atinja o seu valor máximo, de acordo com a resistência do campo a
que nos referimos.
Surpreendemos,
nessa fase, o mesmo fenômeno de elevação da voltagem no gerador elétrico,
porquanto, no cosmo fisiopsicossomáticos, a corrente mentocriativa se alteia
até o ponto de saturação, do qual se alonga, com menor expressão de potencial,
no rumo dos objetivos a que se afeiçoe, conforme a linha do desejo.
NEGAÇÃO DA CORRENTE MENTAL – Sempre que a
corrente mental ou mentocriativa não possa expandir-se, tal negação se filia a
causas diversas, das quais, como acontece na máquina “shunt”, assinalou as mais
expressivas:
1)
Ausência de magnetismo residual, em se tratando de
cérebros primitivos, isto é, de criaturas nos primeiros estágios do pensamento continuo,
no reino hominal, ou de pessoas por largo tempo entregues a profunda e
reiterada ociosidade espiritual.
2)
Circuitos mentais invertidos, em razão de
monoideísmo vicioso, na maioria das vezes agravado por influências obsessivas.
3) Deficiência da
aparelhagem orgânica,
por motivo de enfermidade ou perturbações temporárias, oriundas do relaxamento
da criatura, no trato com o próprio corpo
[1] Fonte: Mecanismos da Mediunidade, Ditado pelo Espírito André Luiz, psicografia
de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira, Editora FEB, Capitulo IX
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