sábado, 30 de junho de 2018

O ASSASSÍNIO


O ASSASSÍNIO[1]
Em pleno século 20[2] homens existem que ainda defendem com ardor a pena capital para certos criminosos e, em vários casos, o direito de matar.
Pela regra argumentam que o sexto mandamento não pode ser interpretado em sentido absoluto, que o próprio Deus teria estatuído uma série de circunstâncias e de motivos em que o assassínio seria não apenas lícito, mas até aconselhável ou necessário.
Surgem, então, citações do V. T. quais as seguintes: “Se algum boi escornear homem ou mulher, que morra, será apedrejado, e não se comerão as suas carnes; o dono do boi, contudo, será inocente. Mas se o boi era escorneador[3] e o seu dono foi conhecedor disso e não o encurralou, matando homem ou mulher, o boi será apedrejado e também o seu dono morrerá.”
“A feiticeira não deixarás viver.”
“Todo aquele que se deitar com animal, morrerá.”
“O que sacrificar aos deuses, e não só ao Senhor, será morto.” (Êxodo)
“Se um homem tiver um filho contumaz e insolente, que não está pelo que seu pai e sua mãe lhe ordenam, e, castigado, recusar com desprezo obedecer-lhes, pegarão nele e o levarão aos anciães daquela cidade e, à porta onde se fazem os juízos, lhes dirão: Este nosso filho é rebelde e contumaz, despreza as nossas admoestações, passa a vida em comezainas, dissoluções e banquetes.
O povo da cidade o apedrejará e ele morrerá, para que assim tireis o mal do meio de vós. (Deuteronômio)
Ainda segundo o Velho Testamento, Moisés teria recebido, diretamente de Deus, ordens taxativas e peremptórias para eliminar os transgressores da fé judaica e os adversários do povo judeu, como se vê nos seguintes excertos:
“Estando os filhos de Israel no deserto, acharam um homem apanhando lenha no dia de sábado, o qual foi metido em prisão, porque ainda não se sabia o que deviam fazer com ele. Disse então o Senhor a Moisés: Este homem morra de morte, todo o povo o apedreje fora do arraial. Toda a congregação o lapidou, e o tal homem morreu, como o Senhor ordenara a Moisés.” (Números, 15: 32-36)
“Das cidades destas nações que o Senhor teu Deus te dá em herança, nenhuma coisa que tem fôlego deixarás com vida, antes de destruí-las, para que não vos ensinem as abominações que fizeram a seus deuses, e peque contra o Senhor vosso Deus.” (Deuteronômio)
Não é de se admirar, portanto, que, seguindo à risca tais prescrições, os reis de Israel tenham praticado os crimes mais horripilantes.
Uma pequena amostra: Ajuntou David todo o povo e marchou contra Rabbath: e depois de combatida, a tomou... E trazendo os seus moradores, os mandou serrar, e que passassem por cima deles carroças ferradas, e que os fizessem em pedaços com cutelos, e os botassem em fornos de cozer tijolo.
“Assim o fez com todas as cidades dos amonitas[4], etc.” (II Reis, 12:29-31.)
Se tais sentenças procedessem realmente de Deus — agora somos nós que o dizemos  — não haveria porque hesitarmos na prática de qualquer assassínio, visto que o (mau) exemplo viria de cima.
Já é tempo, entretanto, de sabermos que tudo o que se contém na Bíblia, em contraposição ao Decálogo, não é e nem poderia ser de origem divina, mas tão somente preceitos humanos, quase sempre outorgados por Moisés para o povo judeu e para aquela época de ignorância e barbarismo.
Tanto assim que o Cristo, várias vezes, após fazer referência a eles, acrescentava: “eu, porém, vos digo”, e se punha a ensinar coisas diametralmente[5] opostas.
Efetivamente, Aquele que ditou o NÃO MATARÁ e “em quem não há mudança nem sombra de variação”, segundo o apóstolo Tiago, não poderia contradizer-se, ordenando alhures: “mata, destrói, extermina!”
Não se encontra, em todo o Evangelho, uma só passagem que autorize o uso da violência, nem mesmo uma palavra ofensiva, quanto mais o assassínio!
E a Doutrina Espírita, (LE 748) em tudo conforme com a moral cristã, proclama que, mesmo quando agredido e em situação extremamente difícil, cabe ao homem apenas o direito de defender-se, de modo que possa preservar sua vida, nunca o de atentar contra a de seu agressor, pois, qualquer que seja a hipótese, é preferível morrer a ter que matar.


[1] Livro: AS LEIS MORAIS - Rodolfo Calligaris, Ed. FEB - Todos os grifos, numeração, coloridos, negritos, sublinhados e itálicos: é de autoria da redação/customização do VEEM, quanto aos nossos estudos deste artigo.
[2] Hoje século 21
[3] Tratar (alguém) com desprezo; escorraçar. [Conceitos pesquisados no Google]
[4] Os amonitas foram um povo que habitava a região da Palestina. Pouco se sabe sobre a origem e os costumes desse povo. De acordo com o relato bíblico, Gênesis 19:37-38, tanto Ben-Ami (Amom) quanto Moabe nasceram de uma relação incestuosa entre  e suas duas filhas no resultado da destruição de Sodoma e Gomorra e a Bíblia refere-se aos Amonitas e aos Moabitas como os “filhos de Ló”. Na Bíblia, os amonitas e os israelitas são descritos como antagonistas mútuos. [Conceitos pesquisados no Google]
[5] Em sentido inteiramente diferente, sem nenhum ponto de convergência. [Conceitos pesquisados no Google]

sexta-feira, 29 de junho de 2018

CURAS


CURAS[1]

“E curai os enfermos que nela houver e dizei-lhes: É chegado a vós o reino de Deus.”
Jesus
Lucas,10:9

Realmente Jesus curou muitos enfermos e recomendou-os, de modo especial, aos discípulos.
Todavia, o Médico Celestial não se esqueceu de requisitar ao Reino Divino quantos se restauram nas deficiências humanas.
Não nos interessa apenas a regeneração do veículo em que nos expressamos, mas, acima de tudo, o corretivo espiritual.
Que o homem comum se liberte da enfermidade, mas é imprescindível que entenda o valor da saúde.
Existe, porém, tanta dificuldade para compreendermos a lição oculta da moléstia no corpo, quanta se verifica em assimilarmos o apelo ao trabalho santificante que nos é endereçado pelo equilíbrio orgânico.
Permitiria o Senhor à constituição da harmonia celular apenas para que a vontade viciada viesse golpeá-la e quebrá-la em detrimento do espírito?
O enfermo pretenderá o reajustamento das energias vitais, entretanto, cabe-lhe conhecer a prudência e o valor dos elementos colocados à sua disposição na experiência edificante da Terra.
Há criaturas doentes que lastimam a retenção no leito e choram aflitas, não porque desejem renovar concepções acerca dos sagrados fundamentos da vida, mas por se sentirem impossibilitadas de prolongar os próprios desatinos.
É sempre útil curar os enfermos, quando haja permissão de ordem superior para isto, contudo, em face de semelhante concessão do Altíssimo, é razoável que o interessado na bênção reconsidere as questões que lhe dizem respeito, compreendendo que raiou para seu espírito um novo dia no caminho redentor.


[1] Livro: Pão Nosso – Ditado pelo Espírito Emmanuel; psicografia de Francisco Cândido Xavier, Cap. 44, Edit. FEB. Todos os grifos, numeração, coloridos, negritos, sublinhados e itálicos: é de autoria da redação do Jornal A FAGULHA, quanto aos nossos estudos destes artigos.

SINAIS DE PONTUAÇÃO DA GRAMÁTICA PORTUGUESA





Sinais de pontuação da gramática portuguesa[1] são recursos gráficos próprios da linguagem escrita.
Embora não consigam reproduzir toda a riqueza melódica da linguagem oral, eles estruturam os textos e procuram estabelecer as pausas e as entonações da fala.
Têm como finalidade básica:
1)     Assinalar as pausas e as inflexões de voz (entoação) na leitura;
2)     Separar palavras, expressões e orações que devem ser destacadas;
3)     Esclarecer o sentido da frase, afastando qualquer ambiguidade.
Veja a seguir os sinais de pontuação mais comuns, responsáveis por dar à escrita maior clareza e simplicidade.

Vírgula  ,
A vírgula indica uma pausa pequena, deixando a voz em suspenso à espera da continuação do período. Geralmente é usada:
- Nas datas, para separar o nome da localidade.
Por Exemplo:
São Paulo, 25 de agosto de 2017.
- Após os advérbios "sim" ou "não", usados como resposta, no início da frase.
Por Exemplo:
– Você gostou do vestido?
– Sim, eu adorei!
– Pretende usá-lo hoje?
– Não, no final de semana.
- Após a saudação em correspondência (social e comercial).
Exemplos:
Com muito amor,
Respeitosamente,
- Para separar termos de uma mesma função sintática.
Por Exemplo:
A casa tem três quartos, dois banheiros, três salas e um quintal.
Obs.: a conjunção "e" substitui a vírgula entre o último e o penúltimo termo.
- Para destacar elementos intercalados, como:
a) uma conjunção
Por Exemplo:
Estudamos bastante, logo, merecemos férias!
b) um adjunto adverbial
Por Exemplo:
Estas crianças, com certezaserão aprovadas.
Obs.: a rigor, não é necessário separar por vírgula o advérbio e a locução adverbial, principalmente quando de pequeno corpo, a não ser que a ênfase o exija.
c) um vocativo
Por Exemplo:
Apressemo-nos, Lucas, pois não quero chegar atrasado.
d) um aposto
Por Exemplo:
Juliana, a aluna destaque, passou no vestibular.
e) Uma expressão explicativa (isto é, a saber, por exemplo, ou melhor, ou antes, etc.)
Por Exemplo:
O amor, isto éo mais forte e sublime dos sentimentos humanos, tem seu princípio em Deus.
- Para separar termos deslocados de sua posição normal na frase.
Por Exemplo:
O documento de identidade, você trouxe?
- Para separar elementos paralelos de um provérbio.
Por Exemplo:
Tal pai, tal filho.
- Para destacar os pleonasmos antecipados ao verbo.
Por Exemplo:
As flores, eu as recebi hoje.
- Para indicar a elipse de um termo.
Por Exemplo:
Daniel ficou alegre; eu, triste.
- Para isolar elementos repetidos.
Exemplos:
A casa, a casa está destruída.
Estão todos cansados, cansados de dar dó!
- Para separar orações intercaladas.
Por Exemplo:
O importante, insistiam os paisera a segurança da escola.
- Para separar orações coordenadas assindéticas.
Por Exemplo:
O tempo não para no porto, não apita na curva, não espera ninguém.
- Para separar orações coordenadas adversativas, conclusivas, explicativas e algumas orações alternativas.
Exemplos:
Esforçou-se muito, porém não conseguiu o prêmio.
Vá devagar, que o caminho é perigoso.
Estude muito, pois será recompensado.
As pessoas ora dançavam, ora ouviam música.
ATENÇÃO
Embora a conjunção "e" seja aditiva, há três casos em que se usa a vírgula antes de sua ocorrência:
1) Quando as orações coordenadas tiverem sujeitos diferentes.
Por Exemplo:
O homem vendeu o carro, e a mulher protestou.
Neste caso, "O homem" é sujeito de "vendeu", e "A mulher" é sujeito de "protestou". 
2) Quando a conjunção "e" vier repetida com a finalidade de dar ênfase (polissíndeto).
Por Exemplo:
E chora, e rie grita, pula de alegria.
3) Quando a conjunção "e" assumir valores distintos que não seja da adição (adversidade, conseqüência, por exemplo)
Por Exemplo:
Coitada! Estudou muitoe ainda assim não foi aprovada.
- Para separar orações subordinadas substantivas e adverbiais (quando estiverem antes da oração principal).
Por Exemplo:
Quem inventou a fofoca, todos queriam descobrir.
Quando voltei, lembrei que precisava estudar para a prova.
- Para isolar as orações subordinadas adjetivas explicativas.
Por Exemplo:
A incrível professora, que ainda estava na faculdadedominava todo o conteúdo.
Ponto e vírgula  ;
O ponto e vírgula indica uma pausa maior que a vírgula e menor que o ponto. Quanto à melodia da frase, indica um tom ligeiramente descendente, mas capaz de assinalar que o período não terminou. Emprega-se nos seguintes casos:
- Para separar orações coordenadas não unidas por conjunção, que guardem relação entre si.
Por Exemplo:
O rio está poluído; os peixes estão mortos.
- Para separar orações coordenadas, quando pelo menos uma delas já possui elementos separados por vírgula.
Por Exemplo:
O resultado final foi o seguinte: dez professores votaram a favor do acordo;nove, contra.
- Para separar itens de uma enumeração.
Por Exemplo:
No parque de diversões, as crianças encontram:
brinquedos;
balões;
pipoca.
- Para alongar a pausa de conjunções adversativas (mas, porém, contudo, todavia, entretanto, etc.), substituindo, assim, a vírgula.
Por Exemplo:
Gostaria de vê-lo hojetodavia, só o verei amanhã.
- Para separar orações coordenadas adversativas quando a conjunção aparecer no meio da oração.
Por Exemplo:
Esperava encontrar todos os produtos no supermercado; obtive, porém, apenas alguns.
Dois-pontos  :
O uso de dois-pontos marca uma sensível suspensão da voz numa frase não concluída. Emprega-se, geralmente:
- Para anunciar a fala de personagens nas histórias de ficção.
Por Exemplo:
"Ouvindo passos no corredor, abaixei a voz:
– Podemos avisar sua tia, não?" (Graciliano Ramos)
- Para anunciar uma citação.
Por Exemplo:
Bem diz o ditado: Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura.
Lembrando um poema de Vinícius de Moraes"Tristeza não tem fim, Felicidade sim."
- Para anunciar uma enumeração.
Por Exemplo:
Os convidados da festa que já chegaram são: Júlia, Renata, Paulo e Marcos.
- Antes de orações apositivas.
Por Exemplo:
Só aceito com uma condiçãoirás ao cinema comigo.
- Para indicar um esclarecimento, resultado ou resumo do que se disse.
Exemplos:
Marcelo era assim mesmo: não tolerava ofensas.
Resultadocorri muito, mas não alcancei o ladrão.
Em resumo: montei um negócio e hoje estou rico.
Obs.: os dois-pontos costumam ser usados na introdução de exemplos, notas ou observações.
Veja:
Parônimos são vocábulos diferentes na significação e parecidos na forma. 
Exemplos:
Ratificar/retificar, censo/senso, etc.
Nota: a preposição "per", considerada arcaica, somente é usada na frase "de per si" (= cada um por sua vez, isoladamente).
Observação: na linguagem coloquial pode-se aplicar o grau diminutivo a alguns advérbios:
Cedinho, melhorzinho, etc.
- Na invocação das correspondências.
Por Exemplo:
Prezados Senhores:
Convidamos todos para a reunião deste mês, que será realizada dia 30 de julho, no auditório da empresa.
Atenciosamente,
A Direção
Ponto Final  .
O ponto final representa a pausa máxima da voz. A melodia da frase indica que o tom é descendente. Emprega-se, principalmente:
- Para fechar o período de frases declarativas e imperativas.
Exemplos:
Contei ao meu namorado o que eu estava sentindo
Façam o favor de prestar atenção naquilo que irei falar.
- Nas abreviaturas.
Exemplos:
Sr. (Senhor)
Cia. (Companhia)
Ponto de Interrogação  ?
O ponto de interrogação é usado ao final de qualquer interrogação direta, ainda que a pergunta não exija resposta. A entoação ocorre de forma ascendente.
Exemplos:
Onde você comprou este computador?
Quais seriam as causas de tantas discussões?
Por que não me avisaram?
Obs.: não se usa ponto interrogativo nas perguntas indiretas.
Por Exemplo:
Perguntei quem era aquela criança.
Note que:
1) O ponto de interrogação pode aparecer ao final de uma pergunta intercalada, entre parênteses.
Por Exemplo:
Trabalhar em equipe (quem o contesta?) é a melhor forma para atingir os resultados esperados.
2) O ponto de interrogação pode realizar combinação com o ponto admirativo.
Por Exemplo:
Eu?! Que idéia!
Ponto de Exclamação  !
O ponto de exclamação é utilizado após as interjeições, frases exclamativas e imperativas. Pode exprimir surpresa, espanto, susto, indignação, piedade, ordem, súplica, etc. Possui entoação descendente.
Exemplos:
Como as mulheres são lindas!
Pare, por favor!
AhQue pena que ele não veio...
Obs.: o ponto de exclamação substitui o uso da vírgula de um vocativo enfático.
Por Exemplo:
Ana! Venha até aqui!
Reticências  ...
As reticências marcam uma suspensão da frase, devido, muitas vezes a elementos de natureza emocional. Empregam-se:
- Para indicar continuidade de uma ação ou fato Por Exemplo:
O tempo passa...
- Para indicar suspensão ou interrupção do pensamento. Por Exemplo:
Vim até aqui achando que...
- Para representar, na escrita, hesitações comuns na língua falada.
Exemplos:
"Vamos jantar amanhã?
– Vamos...Não...Pois vamos."
Não quero sobremesa...porque...porque não estou com vontade.
- Para realçar uma palavra ou expressão. Por Exemplo:
Não há motivo para tanto... Mistério.
- Para realizar citações incompletas.
Por Exemplo:
O professor pediu que considerássemos esta passagem do hino brasileiro:
"Deitado eternamente em berço esplêndido...
- Para deixar o sentido da frase em aberto, permitindo uma interpretação pessoal do leitor.
Por Exemplo:
"Estou certo, disse ele, piscando o olho, que dentro de um ano a vocação eclesiástica do nosso Bentinho se manifesta clara e decisiva. Há de dar um padre de mão-cheia. Também, se não vier em um ano..." (Machado de Assis)
Saiba que
As reticências e o ponto de exclamação, sinais gráficos subjetivos de grande poder de sugestão e ricos em matizes melódicos, são ótimos auxiliares da linguagem afetiva e poética. Seu uso, porém, é antes arbitrário, pois depende do estado emotivo do escritor.
Parênteses  ( )
Os parênteses têm a função de intercalar no texto qualquer indicação que, embora não pertença propriamente ao discurso, possa esclarecer o assunto. Empregam-se:
- Para separar qualquer indicação de ordem explicativa, comentário ou reflexão.
Por Exemplo:
Zeugma é uma figura de linguagem que consiste na omissão de um termo (geralmente um verboque já apareceu anteriormente na frase.
- Para incluir dados informativos sobre bibliografia (autor, ano de publicação, página etc.)
Por Exemplo:
" O homem nasceu livre, e em toda parte se encontra sob ferros" (Jean- Jacques Rousseau, Do Contrato Social e outros escritos. São Paulo, Cultrix, 1968.)
- Para isolar orações intercaladas com verbos declarativos, em substituição à vírgula e aos travessões.
Por Exemplo:
Afirma-se (não se prova) que é muito comum o recebimento de propina para que os carros apreendidos sejam liberados sem o recolhimento das multas.
- Para delimitar o período de vida de uma pessoa.
Por Exemplo:
Carlos Drummond de Andrade (1902 – 1987).
- Para indicar possibilidades alternativas de leitura.
Por Exemplo:
Prezado(a) usuário(a).
- Para indicar marcações cênicas numa peça de teatro.
Por Exemplo:
Abelardo I - Que fim levou o americano?
João - Decerto caiu no copo de uísque!
Abelardo I - Vou salvá-lo. Até já!
(sai pela direita)
(Oswald de Andrade)
Obs.: num texto, havendo necessidade de utilizar alíneas, estas podem ser ordenadas alfabeticamente por letras minúsculas, seguidas de parênteses (Note que neste caso as alíneas, exceto a última, terminam com ponto e vírgula).
Por Exemplo:
No Brasil existem mulheres:
a) morenas;
b) loiras;
c) ruivas.
Os Parênteses e a Pontuação
Veja estas observações:
1) As frases contidas dentro dos parênteses não costumam ser muito longas, mas devem manter pontuação própria, além da pontuação normal do texto.
2) O sinal de pontuação pode ficar interno aos parênteses ou externo, conforme o caso. Fica interno quando há uma frase completa contida nos parênteses.
Exemplos:
É importante ter atenção ao uso dos parênteses. (Eles exigem um cuidado especial!)
Vamos confiar (Por que não?) que cumpriremos a meta.
Se o enunciado contido entre parênteses não for uma frase completa, o sinal de pontuação ficará externo.
Por Exemplo:
O rali começou em Lisboa (Portugal) e terminou em Dacar (Senegal).
3) Antes do parêntese não se utilizam sinais de pontuação, exceto o ponto. Quando qualquer sinal de pontuação coincidir com o parêntese de abertura, deve-se optar por colocá-lo após o parêntese de fecho.
Travessão  –
O travessão é um traço maior que o hífen e costuma ser empregado:
- No discurso direto, para indicar a fala da personagem ou a mudança de interlocutor nos diálogos.
Por Exemplo:
 O que é isso, mãe?
 É o seu presente de aniversário, minha filha.
- Para separar expressões ou frases explicativas, intercaladas.
Por Exemplo:
"E logo me apresentou à mulher,  uma estimável senhora  e à filha." (Machado de Assis)
- Para destacar algum elemento no interior da frase, servindo muitas vezes para realçar o aposto.
Por Exemplo:
"Junto do leito meus poetas dormem
 O Dante, a Bíblia, Shakespeare e Byro
Na mesa confundidos." (Álvares de Azevedo)
- Para substituir o uso de parênteses, vírgulas e dois-pontos, em alguns casos.
Por Exemplo:
"Cruel, obscena, egoísta, imoral, indômita, eternamente selvagem, a arte é a superioridade humana  acima dos preceitos que se combatem, acima das religiões que passam, acima da ciência que se corrige; embriaga como a orgia e como o êxtase." (Raul Pompéia)
Aspas  " "
As aspas têm como função destacar uma parte do texto. São empregadas:
- Antes e depois de citações ou transcrições textuais.
Por Exemplo:
Como disse Machado de Assis: "A melhor definição do amor não vale um beijo de moça namorada."
- Para representar nomes de livros ou legendas.
Por Exemplo:
Camões escreveu "Os Lusíadasno século XVI.
Obs.: para realçar títulos de livros, revistas, jornais, filmes, etc. também podemos grifar as palavras, conforme o exemplo:
Ontem assisti ao filme Central do Brasil.
- Para assinalar estrangeirismos, neologismos, gírias, expressões populares, ironia.
Exemplos:
O "lobby" para que se mantenha a autorização de importação de pneus usados no Brasil está cada vez mais descarado. (Veja)
Com a chegada da polícia, os três suspeitos "se mandaram” rapidamente.
Que "maravilha": Felipe tirou zero na prova!
- Para realçar uma palavra ou expressão.
Exemplos:
Mariana reagiu impulsivamente e lhe deu um "não".
Quem foi o "inteligente" que fez isso?
Obs.: em trechos que já estiverem entre aspas, se necessário usá-las novamente, empregam-se aspas simples.
Por Exemplo: "Tinha-me lembrado da definição que José Dias dera deles, 'olhos de cigana oblíqua e dissimulada'. Eu não sabia o que era oblíqua, mas dissimulada sabia, e queria ver se podiam chamar assim. Capitu deixou-se fitar e examinar." (Machado de Assis)
Colchetes  [ ]
Os colchetes têm a mesma finalidade que os parênteses; todavia, seu uso se restringe aos escritos de cunho didático, filológico, científico. Pode ser empregado:
- Em definições do dicionário, para fazer referência à etimologia da palavra.
Por Exemplo:
amor- (ô). [Do lat. amore.] 1. Sentimento que predispõe alguém a desejar o bem de outrem, ou de alguma coisa: amor ao próximo; amor ao patrimônio artístico de sua terra. (Novo Dicionário Aurélio)
- Para intercalar palavras ou símbolos não pertencentes ao texto.
Por Exemplo: Em Aruba se fala o espanhol, o inglês, o holandês e o papiamento. Aqui estão algumas palavras de papiamento que você, com certeza, vai usar:
1- Bo ta bon? [Você está bem?]
2- Dios no ta di Brazil. [Deus não é brasileiro.]
- Para inserir comentários e observações em textos já publicados.
Por Exemplo:
Machado de Assis escreveu muitas cartas a Sílvio Dinarte. [pseudônimo de Visconde de Taunay, autor de "Inocência"]
- Para indicar omissões de partes na transcrição de um texto.
Por Exemplo:
"É homem de sessenta anos feitos [...corpo antes cheio que magro ameno e risonho" (Machado de Assis)
Asterisco  *
O asterisco, sinal gráfico em forma de estrela, costuma ser empregado:
- Nas remissões a notas ou explicações contidas em pé de páginas ou ao  final de capítulos.
Por Exemplo:
Ao analisarmos as palavras sorveteria, sapataria, confeitaria, leiteria e muitas outras que contêm o morfema preso-aria e seu alomorfe -eria, chegamos à conclusão de que este afixo está ligado a estabelecimento comercial. Em alguns contextos pode indicar atividades, como em: bruxaria, gritaria, patifaria, etc.
* É o morfema que não possui significação autônoma e sempre aparece ligado a outras palavras.
- Nas substituições de nomes próprios não mencionados.
Por Exemplo:
O Dr.* conversou durante toda a palestra. 
O jornal*** não quis participar da campanha.
Parágrafo  §
O símbolo para parágrafo, representado por §, equivale a dois esses (S) entrelaçados, iniciais das palavras latinas Signum sectionis, que significam sinal de secção, de corte. Num ditado, quando queremos dizer  que o período seguinte deve começar em outra linha, falamos parágrafo ou alínea. A palavra alínea (vem do latim a + lines) e significa distanciado da linha, isto é, fora da margem em que começam as linhas do texto.
O uso de parágrafos é muito comum nos códigos de leis.
Por Exemplo:
§ 7º Lei federal disporá sobre as normas gerais a serem obedecidas na efetivação do disposto no § 4º.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)




[1] https://www.soportugues.com.br/secoes/fono/fono30.php   - Todos os grifos, numeração, coloridos, negritos, sublinhados e itálicos: é de autoria da redação do Jornal A FAGULHA, quanto aos nossos estudos destes artigos.