ONDA HERTZIANA – Examinando
sumariamente as forças corpusculares de que se constituem todas as correntes
atômicas do Plano Físico, podemos compreender, sem dificuldade, no pensamento ou
radiação mental, a substância de todos os fenômenos do espírito, a expressar-se
por ondas de múltiplas frequências.
Valendo-nos
de idéia imperfeita, podemos compará-lo, de início, à onda hertziana, tomando o
cérebro como sendo um aparelho emissor e receptor ao mesmo tempo.
PENSAMENTO E TELEVISÃO – Recorrendo ainda a
recursos igualmente incompletos, recordemos a televisão, cujos serviços se
verificam à base de poderosos feixes eletrônicos devidamente controlados.
Nos
transmissores dessa espécie, é imperioso conjugar a aparelhagem necessária à
captação, transformação, irradiação e recepção dos sons e das imagens de modo
simultâneo.
De igual
maneira, até certo ponto, o pensamento, a formular-se em ondas, age de cérebro
a cérebro, quanto a corrente de elétrons, de transmissor a receptor, em
televisão.
Não
desconhecemos que todo Espírito é fulcro gerador de vida onde se encontre.
E toda espécie de vida começa no
impulso mental.
Sempre
que pensamos, expressando o campo íntimo na ideação e na palavra, na atitude e no exemplo, criamos formas pensamentos
ou imagens-moldes que arrojamos para fora de nós, pela atmosfera
psíquica que nos caracteriza a presença.
Sobre todos os que nos aceitem o modo
de sentir e de ser, consciente ou inconscientemente, atuamos à maneira do
hipnotizador sobre o hipnotizado, verificando-se o inverso, toda vez que aderimos
ao modo de ser e de sentir dos outros.
O campo
espiritual de quem sugestiona gera no âmbito da própria imaginação os esboços
ou planos que se propõe exteriorizar, assemelhando-se, então, à câmara de
imagens do transmissor vulgar, em que o iconoscópio, com o jogo de lentes
adequadas, focaliza a cena sobre a face sensível do mosaico que existe numa das
extremidades dele mesmo, iconoscópio, ao passo que um dispositivo explorador,
situado na outra extremidade, fornece um feixe tênue de elétrons ou raio
explorador que percorre toda a superfície do mosaico.
Quando
o raio explorador alcança a superfície do mosaico, desprende-se deste uma
corrente elétrica de potência proporcional à luminosidade da região que está
atravessando e, compreendendo-se que a maior ou menor luminosidade dos pontos
diversos do mosaico equivale à imagem sobre ele mesmo refletida, perceberemos com
facilidade que as variações de intensidade da corrente fornecida pelo mosaico
equivalem à metamorfose das cenas em eletricidade, variações que respondem
pelas modificações das cores e respectivos semitons.
As
imagens arremessadas através do dispositivo de focalização da câmara, atingindo
o mosaico, se fazem invisíveis ao olhar comum.
Nessa
fase da transmissão, os vários pontos do mosaico acumulam; maior ou menor
corrente elétrica, segundo a porção de luz a incidir sobre eles.
Somente
depois dessa operação, que prossegue em variadas minudências técnicas, é que a
cena passa ao transmissor da imagem, a reconstituir-se, através do cinescópio
ou válvula da imagem, no aparelho receptor, válvula essa cujo funcionamento é quase
análogo ao do iconoscópio, na transmissão, embora fisicamente não se pareçam.
CÉLULAS E PEÇAS – Com muito mais
primor de organização, o cérebro ou cabine de manifestação do Espírito, tanto
quanto possamos conhecer-nos, do ponto de vista da estrutura mental, na nossa presente condição evolutiva,
possui nas células e implementos que o servem aparelhagens correspondentes às
peças empregadas em televisão para a emissão e recepção das correntes
eletrônicas, exteriorizando
as ondas que lhe são características, a transportarem consigo estímulos,
imagens, vozes, cores, palavras e sinais múltiplos, através de vias aferentes e
eferentes, nas faixas de sintonia natural.
As
válvulas, câmaras, antenas e tubos destinados à emissão dos elétrons, ao
controle dos elétrons emitidos, à formação dos feixes corpusculares e respectiva
deflexão vertical e horizontal e a operações outras para que o mosaico ou
espelho elétrico forneça os sinais de vídeo, equivalentes à metamorfose da cena
em corrente elétrica, e para que a tela fluorescente converta de novo os sinais
de vídeo na própria cena óptica, a exprimir-se nos quadros televisionados, –
configuram-se, admiravelmente, nos recursos sensíveis do cérebro, sistema
nervoso, plexos e glândulas endócrinas, enriquecidos de outros elementos
sensoriais no veículo físico e psicossomático, cabendo-nos, ainda, acentuar que
a nossa comparação peca demasiado pela pobreza conceptual, porquanto, em
televisão, na atualidade, há conjuntos distintos para emissão e recepção,
quando o Espírito, na engrenagem individual do cérebro, conta com recursos
avançados para serviços de emissão e recepção simultâneos.
ALAVANCA
DA VONTADE – Reconhecemos que toda criatura dispõe de oscilações mentais
próprias, pelas quais entra em combinação espontânea com a onda de outras
criaturas desencarnadas ou encarnadas que se lhe afinem com as inclinações e
desejos, atitudes e obras, no quimismo inelutável do pensamento.
Compreendendo-se
que toda partícula de matéria em movimentação se caracteriza por impulso
inconfundível, fácil ser-nos-á observar que cada
Espírito, pelo poder vibratório de que seja dotado, imprimirá aos seus recursos
mentais o tipo de onda ou fluxo energético que lhe define a personalidade,
a evidenciar-se nas faixas superiores da vida, na proporção das grandezas
morais, do ponto de vista de amor e sabedoria, que já tenha acumulado em si
mesmo.
E para
manejar as correntes mentais, em serviço de projeção das próprias energias e de
assimilação das energias alheias, dispõe a alma, em si, da
alavanca da vontade, por ela vagarosamente construída em
milênios e milênios de trabalho automatizante.
A
principio, adstrita aos círculos angustos do primitivismo, a vontade, agarrada
ao instinto de preservação, faz do Espírito um inveterado monomaníaco do prazer
inferior.
Avançando
pelo terreno inicial da experiência, aparece o homem qual molusco inteligente,
sempre disposto a fechar o circuito das próprias oscilações mentais sobre si
mesmo, em monoideísmo intermitente.
VONTADE E APERFEIÇOAMENTO – A memória e a
imaginação, ainda curtas, limitam a volição do homem a simples tendência que,
no fundo, é aspecto primário da faculdade de decidir.
Ele mesmo
opera a retração da onda mental que o personaliza, repelindo as vibrações que o
inclinem ao burilamento sempre difícil e à expansão sempre laboriosa, para
deter-se no reino afetivo das vibrações que o atraem, onde encontra os mesmos
tipos de onda dos que se lhe assemelham, capazes de entreter-lhe a egolatria, no
gregarismo das longas simbioses em repetidas reencarnações de aprendizagem.
A civilização, porém, chega
sempre.
O progresso impõe novos métodos e a dor estilhaça
envoltórios.
As modificações da escolha
acompanham a ascensão do conhecimento.
A vontade de prazer e a vontade de domínio, no
curso de largos séculos, convertem-se em prazer de aperfeiçoar e servir, acompanhados
de autodomínio.
CÍCLOTRON[2] DA VONTADE – Arremessa a criatura,
naturalmente, a própria onda mental na direção dos Espíritos que penetraram
mais amplos horizontes da evolução.
Alcançando
semelhante estágio de consciência, a vontade, no campo do Espírito, desempenha
o papel do cíclotron no mundo da Química, bombardeando automaticamente os
princípios mentais que se lhe contraponham aos impulsos. E é, ainda, com essa
faculdade determinante que ela preside as junções de onda, junto àquelas que se
proponha assimilar, no plano das sintonias, de vez que, quanto mais elevado o
discernimento, mais livre se lhe fará a criação mental originária para libertar
e aprisionar, enriquecer e sublimar, agravar os males ou acrescentar os
próprios bens na esfera do destino.
[1] Fonte: Mecanismos da Mediunidade, Ditado pelo Espírito André Luiz, psicografia
de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira, Editora FEB, Capitulo XI
[2] Na física de partículas, cíclotron (português brasileiro) ou ciclotrão (português europeu) é um equipamento no qual um feixe de partículas sofre a ação de um campo
elétrico com uma freqüência alta e constante e
um campo magnético perpendicular
estático. Foi inventado em 1929 por Ernest
Lawrence que o usou em experimentos com
partículas com 1 MeV (Um
Mega elétron-Volt).- https://pt.wikipedia.org/wiki/Ciclotron
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