IMPORTÂNCIA DA REFLEXÃO – Entendendo-se que toda mente vibra na onda de
estímulos e pensamentos em que se identifica, facilmente
perceberemos que cada Espírito gera em si mesmo inimaginável potencial de
forças mento-eletromagnéticas, exteriorizando nessa
corrente psíquica os recursos e valores que acumula em si próprio.
Daí nasce à importância da reflexão em
todos os setores da vida.
É que,
gerando força criativa incessante em nós, assimilamos, por impulso espontâneo,
as correntes mentais que se harmonizem com o nosso tipo de onda, impondo às
mentes simpáticas o fruto de nossas elucubrações e delas recolhendo o que lhes
seja característico, em ação que independe da distância espacial, sempre que a simpatia
esteja estabelecida e, com mais objetividade e eficiência, quando o serviço de
troca mental se evidencie assegurado conscientemente.
TIPOS DE REFLEXOS – Vale à pena
recordar o conhecimento dos reflexos condicionados, em evolução na escola
instituída por Pavlov.
Esse
campo de experiências traz a estudo os reflexos congênitos ou incondicionados, quais os chamados protetores, alimentares, posturais e
sexuais, detentores de vias nervosas próprias, como que hauridos da espécie,
seguros e estáveis, sem necessidade do córtex,
e os reflexos adquiridos ou condicionados, que não surgem espontaneamente, mas
sim conquistados pelo indivíduo, no curso da existência.
Os reflexos adquiridos ou
condicionados, que se utilizam da intervenção necessária do córtex cerebral,
desenvolvem-se sobre os reflexos preexistentes, à maneira de construções
emocionais, por vezes instáveis, e sobre os alicerces das vias nervosas, que
pertencem aos seguros reflexos congênitos ou absolutos.
EXPERIÊNCIA DE PAVLOV – Lembremo-nos de
que Pavlov, em uma de suas experiências, separou alguns cães do convívio materno,
desde o nascimento, sujeitando-os ao aleitamento artificial. Como é lógico,
revelaram naturalmente os reflexos congênitos, qual o patelar e o córneo-palpebral,
mas, quando lhes foi mostrada a carne, tanto aos olhos quanto ao olfato, não
segregaram saliva, não obstante à frente do alimento tradicional da espécie,
demonstrando a esperada secreção apenas quando a carne lhes foi colocada na
boca.
Desde
então, os animais se habituaram a formar a mencionada secreção, sempre que o
referido alimento lhes fosse apresentado à vista ou ao olfato.
Observemos
que o estímulo provocou um reflexo condicionado, como que em regime de enxertia
sobre o reflexo congênito desencadeado pelo alimento introduzido na boca.
REFLEXOS PSIQUICOS – Os princípios de
reflexão podem ser aplicados aos reflexos psíquicos.
Compreenderemos
desse modo, que o ato de alimentar-se é um hábito estratificado na
personalidade do cão, em processo evolucionista, através de reencarnações
múltiplas, e que o ato de preferir carne, mesmo em se tratando de alimento
ancestral da espécie a que se entrosa, é um hábito que ele adquire, formando impressões
novas sobre um campo de sensações já consolidadas.
Recorremos
à imagem simplesmente para salientar que os nossos reflexos psíquicos
condicionados se revestem de suma importância em nossas ligações mentais
diversas.
E esses
reflexos são – todos eles – presididos e orientados pela
indução.
Nos cães
de Pavlov a que nos reportamos, a faculdade de comer representa atitude
espontânea, como aquisição mental automática, mas o interesse pela carne a que
foram habituados define uma atitude excitante, compelindo-lhes a mente a
exteriorizar uma onda característica que age como pensamento fragmentário, em
torno deles, a reagir neles próprios, notadamente sobre as células gustativas.
Do mesmo modo, variados estímulos aparece nos animais aludidos, segundo o
desdobramento das impressões que lhes atingem o acanhado mundo sensório,
acentuando-lhes a experiência.
Podemos,
assim, apreciar a riqueza dos reflexos condicionados, pelos quais se expande a
vida mental do Espírito humano, em que a razão, por luz do discernimento, lhe
faculta o privilégio da escolha.
É nesses
reflexos condicionados da atividade psíquica que principiam para o homem de
pensamentos elementares os processos
inconscientes da conjugação mediúnica, porquanto, emitindo a onda das
idéias que lhe são próprias, ao redor dos temas que lhe sejam afins, exterioriza
na direção dos outros as imagens e estímulos que acalenta consigo, recebendo,
depois, sobre si mesmo os princípios mentais que exteriorizou, enriquecidos de
outros agentes que se lhe sintonizem com as criações mentais.
AGENTES DE INDUÇÃO – Temos plenamente
evidenciada a auto-sugestão, encorajando essa ou aquela ligação, esse ou aquele
hábito, demonstrando a necessidade de auto policiamento em todos os interesses
de nossa vida mental, porquanto, conquistada a razão, com a prerrogativa da
escolha de nossos objetivos, todo o alvo de nossa atenção se converte em fator
indutivo, compelindo-nos a emitir os valores do pensamento contínuo na direção em
que se nos fixe a idéia, direção essa na qual encontramos os princípios
combináveis com os nossos, razão por que, automaticamente,
estamos ligados em espírito com todos os encarnados ou desencarnados que pensa
como pensamos, tão mais estreitamente quão mais estreita a distância entre nós
e eles, isto é, quanto mais intimamente estejamos comungando a atmosfera mental
uns dos outros, independentemente de fatores espaciais.
Uma conversação, essa ou aquela
leitura, a contemplação de um quadro, a idéia voltada
para certo assunto, um espetáculo artístico, uma visita efetuada ou recebida,
um conselho
ou uma opinião representam agentes de indução,
que variam segundo a natureza que lhes é característica, com resultados tanto
mais amplos quanto maior se nos faça a fixação mental ao redor deles.
USO DO DISCERNIMENTO – A liberdade de
escolha, na pauta das Leis Divinas, é clara e incontestável nos processos da consciência.
Ainda
mesmo em regime de prisão absoluta, do ponto de vista físico, o homem, no pensamento, é livre para eleger o bem ou o mal para as rotas do
Espírito.
O
discernimento deve ser assim, usado por nós outros à feição de leme que a razão
não pode esquecer à matroca[2],
de vez que se a vida física
está cercada de correntes eletrônicas por todos os lados, a vida
espiritual, da mesma sorte, jaz imersa em largo oceano de correntes mentais
e, dentro delas, é imprescindível saibamos procurar a
companhia dos espíritos nobres, capazes de auxiliar a nossa sustentação no bem,
para que o bem, como aplicação das Leis de Deus, nos eleve à vida superior.
[1] Fonte: Mecanismos da Mediunidade, Ditado pelo Espírito André Luiz, psicografia
de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira, Editora FEB, Capitulo XII
[2] À toa, sem ordem nem cuidado.
https://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/matroca