segunda-feira, 16 de dezembro de 2019

Conhecer a Mediunidade - Mediunidade e eletromagnetismo


MEDIUNIDADE E ELETROMAGNETISMO[1]

MEDIUNIDADE ESTUANTE – Aplicando noções de eletricidade ao exame do circuito mediúnico, será interessante alinhar alguns leves apontamentos.
Na generalidade dos metais, principalmente no cobre, na prata, no ouro e no alumínio, os elétrons livres são facilmente destacáveis do átomo, motivo pelo qual, semelhantes elementos são chamados condutores.
Isso acontece em razão de esses elétrons livres serem; destacáveis ante a aposição de uma pressão elétrica, de vez que, quando um átomo acusa a deficiência de um elétron, ele desloca, de imediato, um elétron do átomo adjacente, estabelecendo-se, desse modo, a corrente elétrica em certa direção, a expressar-se sempre através do metal, permanecendo, assim, os átomos em posição de harmonia.
Aqui temos a imagem das criaturas dotadas de mediunidade estuante e espontânea, nas quais a sensibilidade psíquica se deixa traspassar, naturalmente, pelas irradiações mentais afins, reclamando educação adequada para o justo aproveitamento dos recursos de que são portadoras.
CORRENTE ELÉTRICA – Para que se faça mais clareza em nosso tema, é imperioso incluir o magnetismo, de modo mais profundo, em nossas observações de limiar.
Sempre que nos reportamos ao estudo de campos magnéticos, o ímã é recordado para marco inicial de qualquer anotação.
Nele encontramos um elemento com a propriedade de atrair limalhas de ferro ou de aço e que, com liberdade de girar ao redor de um’ eixo, assume posição definida, relativamente ao meridiano geográfico, voltando invariavelmente a mesma extremidade para o pólo norte do Planeta.
Estabelecendo algumas idéias, com respeito ao assunto, consignaremos que a corrente elétrica é a fonte de magnetismo até agora para nós conhecida na Terra e no Plano Espiritual.
Nessa mesma condição entendemos a corrente mental, também corrente de natureza elétrica, embora menos ponderável na esfera física.
Em torno, pois, da corrente elétrica, através desse ou daquele condutor, surgem efeitos magnéticos de intensidade correspondente, e sempre que nos proponhamos à produção de tais efeitos é necessário recorrer ao apoio da corrente referida.
Sabemos, no entanto, que a eletricidade vibra em todos os escaninhos do infinitamente pequeno.
Em cálculo aproximado, não ignoramos que um elétron transporta consigo uma carga elétrica de 1,6 10º 10-19 coulomb.
Além do movimento de translação ou de saltos, em derredor do núcleo, os elétrons caracterizam-se igualmente por determinado movimento de rotação sobre o seu próprio eixo, se podemos referir-nos desse modo às partículas que os exprimem, produzindo os efeitos conhecidos por “spins”.
“SPINS” E “DOMÍNIOS” – Geralmente, nas camadas do sistema atômico, os chamados “spins” ou diminutos vórtices magnéticos, revelando natureza positiva ou negativa, se compensam uns aos outros, mas não em determinados elementos, como seja o átomo de ferro, no qual existem quatro “spins” ou efeitos magnéticos desajustados nas camadas periféricas, provocando as avançadas peculiaridades magnéticas que se exteriorizam dele, porquanto, reunido a outros átomos da mesma substância, faz que se conjuguem, ocasionando a formação espontânea de ímãs microscópicos ou, mais propriamente, “domínios”.
Esses “domínios” se expressam de maneira irregular ou desordenada, guardando, contudo, a tendência de se alinharem, como, por exemplo, no mesmo átomo de ferro a que nos reportamos.
Inclina-se a espontâneo ajustamento, de conformidade com um dos três eixos do cristal desse elemento, mas sofrem obstrução oferecida pelas energias interatômicas, a funcionarem como recursos de atrito contra a mudança provável da condição magnética que lhes é característica.
Todavia, se a intensidade magnética do campo for aumentada, alcançando determinado teor, com capacidade de garantir a orientação de cada “domínio”, cada “domínio” atingido entra imediatamente no alinhamento magnético e, à medida que se dilate o campo, todos os “domínios” se padronizam pela mesma orientação, tornando-se, dessa forma, o fluxo magnético gradativamente maior.
Tão logo a totalidade dos “domínios” assume direção idêntica, afirma-se que o corpo ou material está saturado ou, mais exatamente, que já se encontram ocupadas todas as valências dos sistemas atômicos de que esse corpo ou material se compõe.
CAMPO MAGNÉTICO ESSENCIAL – Da associação dos chamados “domínios”, surgem às linhas de força a entretecerem o campo magnético essencial ou, mais propriamente, o espaço em torno de um pólo magnético.
Esse campo é suscetível de ser perfeitamente explorado por uma agulha magnética.
Sabemos que um pólo magnético se caracteriza por intensidade análoga à unidade sempre que estiver colocado à distância de 1 centímetro de um pólo idêntico, estabelecendo-se que a força de repulsão ou da atração existente entre ambos equivale a 1 dina.
É assim que o oersted designa a intensidade do campo que funciona sobre a massa magnética unitária com a força de 1 dina.
Se o campo magnético terrestre é muito reduzido, formando a sua componente horizontal 0,2 oersted e a vertical 0,5 oersted aproximadamente, os campos magnéticos, nos fluxos habituais de aplicação elétrica, demonstram elevado grau de intensidade, qual acontece no campo característico do entreferro anular de um alto-falante, que medeia, aproximadamente, de 7.000 a 14.000 oersteds.
Fácil reconhecer que, em todos os elementos atômicos nos quais os efeitos magnéticos ou “spins” se revelam compensados, os “domínios” ou ímãs microscópicos se equilibram na constituição inter-atômica, com índices de harmonia ou saturação adequados, pelos quais o campo magnético se mostra regular, o que não acontece nos elementos em que os “spins” da camada periférica se evidenciam descompensados ou naqueles que estejam sob regime de excitação.
Possuímos, na Terra, as chamadas substâncias magnéticas naturais e ainda aquelas que podem adquirir semelhantes qualidades artificialmente, como sejam mais destacadamente o ferro, o aço, o cobalto, o níquel e as ligas que lhes dizem respeito, merecendo especial menção o ferro doce, que mantém a imanização apenas no curso de tempo em que se acha submetido à ação magnetizante, e o aço temperado, que se demora imanizado por mais tempo, depois de cessada a ação referida, em vista de reter a imanização remanente.
FERROMAGNETISMO E MEDIUNIDADEApós ligeiros apontamentos sobre circuitos elétricos e efeitos magnéticos, surpreendemos no ferro-magnetismo um ponto expressivo para o estudo da mediunidade.
Perceberemos nas mentes ajustadas aos imperativos da experiência humana, mesmo naquelas de sensibilidade mediúnica normal, criaturas em que os “spins” ou efeitos magnéticos da atividade espiritual se evidenciam necessariamente harmonizados, presidindo a formação dos “domínios” ou ímãs diminutos do mundo íntimo em processo de integração, através do qual o campo magnético se mostra entrosado às emoções comuns, ao passo que, nas organizações mentais em que os “spins” ou efeitos magnéticos do pensamento apareçam descontrabalançados, as propriedades magnéticas patenteiam teor avançado, tanto maior quanto mais vasta a descompensação, plasmando condições mediúnicas variáveis por exigirem o auxílio de correntes de força que lhes ofereçam o necessário equilíbrio, o que ocorre tanto com as grandes almas que aceitam ministérios de abnegação e renúncia em planos inferiores, aí permanecendo em posição de desnível, como também com as almas menos enobrecidas, embora em outro sentido, segregadas em aflitivo desajuste nas reencarnações reparadoras por se haverem onerado perante a Lei.
Vemos, pois, que as mentes integralmente afinadas com a esfera física possuem campo magnético reduzido, ao passo que aquelas situadas em condições anômalas guardam consigo campo magnético mais vasto, com possibilidades de ampliação, seja nas atividades que se relacionam com o exercício do bem ou naquelas que se reportam à prática do mal.
“DESCOMPENSAÇÃO VIBRATÓRIA” – Sem obstáculo, reconhecemos que a mediunidade ou capacidade de sintonia está em todas as criaturas, porque todas as criaturas são dotadas de campo magnético particular, campo esse, porém, que é sempre mais pronunciado naquelas que estejam temporariamente em regime de “descompensação vibratória”, seja de teor purgativo ou de elevada situação, a transparecer no trabalho expiatório da alma que se rendeu à delinqüência ou na ação missionária dos Espíritos de eleição que se entregam à bem-aventurança do sacrifício por amor, em estágios curtos ou longos na reencarnação terrestre, com o objetivo de trazerem das Esferas Superiores mais altas contribuição de progresso ao pensamento da Humanidade.



[1] Fonte: Mecanismos da Mediunidade, Ditado pelo Espírito André Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira, Editora FEB, Capitulo VIII

sábado, 14 de dezembro de 2019

Conhecer a Mediunidade - ANTE A MEDIUNIDADE


No dia 11 de agosto de 1959, (há 60 anos) o Espírito André Luiz, através da psicografia de Francisco Candido Xavier, informa-nos no livro MECANISMOS DA MEDIUNIDADE[1] (12º livro da série); a saber:

ANTE A MEDIUNIDADE
Depois de um século de mediunidade, à luz da Doutrina Espírita, com inequívocas provas da sobrevivência; nas quais a abnegação dos Mensageiros Divinos e a tolerância de muitos sensitivos foram colocadas à prova; temo-la, ainda hoje, incompreendida e ridicularizada.
Os Intelectuais, vinculados ao ateísmo prático, desprezam-na até agora, enquanto os cientistas que a experimentam se recolhem quase todos, aos palanques da Metapsíquica, observando-a com reserva. Junto deles, porém, os espíritas sustentam-lhe a bandeira de trabalho e revelação, conscientes de sua presença e significado perante a vida. Tachados, muitas vezes, de fanáticos, prosseguem eles, à feição de pioneiros, desbravando, sofrendo, ajudando e construindo, atentos aos princípios enfeixados por Allan Kardec em sua codificação basilar.
Alguém disse que “os espíritas pretenderam misturar, no Espiritismo, ciência e religião, o que resultou em grande prejuízo para a sua parte científica”. E acentuou que “um historiador, ao analisar as ordenações de Carlos Magno, não pensa em Além-Túmulo; que um fisiologista assinalando as contrações musculares de uma rã não fala em esfera ultra terrestres; e que um químico, ao dosar o azoto da lecitina, não se deixa impressionar por nenhuma fraseologia da sobrevivência humana”, acrescentando que, “em Meta-psíquica, é necessário proceder de igual modo, abstendo-se o pesquisador de sonhar com mundos etéreos ou emanações anímicas, de maneira a permanecer no terra-a-terra, acima de qualquer teoria, para somente indagar, muito humildemente, se tal ou tal fenômeno é verdadeiro, sem o propósito de desvendar os mistérios de nossas vidas pregressas ou vindouras”.
Os espíritas, contudo, apesar do respeito que consagram à pesquisa dos sábios, não podem abdicar do senso religioso que lhes define o trabalho. Julga lícito reverenciá-los, aproveitando-lhes estudos e equações, quais nos conduziram nestas páginas, tanto quanto eles mesmos, os sábios, lhes homenageiam o esforço, utilizando-lhes o campo de atividade para experimentos e anotações.
Consideram os espíritas, que o historiador, o fisiologista e o químico podem não pensar em Além-Túmulo, mas não conseguem avançar desprovidos de senso moral, porquanto o historiador, sem dignidade, é veículo de imprudência; o fisiologista, sem respeito para consigo próprio, quase sempre se transforma em carrasco da vida humana, e o químico, desalmado, facilmente se converte em agente da morte.
Se caminhares atentos à mensagem das Esferas Espirituais, isso não quer dizer se enquistem na visão de “mundos etéreos”, para enternecimento beatifico e esterilizante, mas para se fazerem elementos úteis na edificação do mundo melhor. Analisam-se as emanações anímicas é porque desejam cooperar no aperfeiçoamento da vida espiritual no Planeta, assim como na solução dos problemas do destino e da dor, junto da Humanidade, de modo a se esvaziarem penitenciarias e hospícios, e, se algo procura, acima do “terra-a-terra”, esse algo é a educação; de si mesmos, através do bem puro aos semelhantes, com o que aspiram, sem pretensão, a orientar o fenômeno a serviço dos homens, para que o fenômeno não se reduza a simples curiosidade da inteligência.
Quanto mais investiga a Natureza, mais se convence o homem de que vive num reino de ondas transfiguradas em luz, eletricidade, calor ou matéria, segundo o padrão vibratório em que se exprimam.
Existem, no entanto, outras manifestações da luz, da eletricidade, do calor e da matéria, desconhecidas nas faixas da evolução humana, das quais, por enquanto, somente poderemos recolher informações pelas vias do espírito.
Prevenindo qualquer observação da critica construtiva, lealmente declaramos haver recorrido a diversos trabalhos de divulgação científica do mundo contemporâneo para tornar a substância espírita deste livro mais seguramente compreendida pela generalidade dos leitores, como quem se utiliza da estrada de todos para atingir a meta em vista, sem maiores dificuldades para os companheiros de excursão.
Aliás, quanto aos apontamentos científicos humanos, é preciso reconhecer-lhes o caráter passageiro, no que se refere à definição e nomenclatura, atentos à circunstância de que a experimentação constante induz os cientistas de um século a considerar, muitas vezes, como superado o trabalho dos cientistas que os precederam.
Assim, as notas dessa natureza, neste volume, tomadas naturalmente ao acervo de Informações e deduções dos estudiosos da atualidade terrestre, valem aqui por vestimenta necessária, mas transitória, da explicação espírita da mediunidade, que é, no presente livro, o corpo de idéias a ser apresentado.
Não podemos esquecer a obrigação de cultuar a mediunidade e acrisolá-la, aparelhando-nos com os recursos precisos ao conhecimento de nós mesmos.
A Parapsicologia nas UniVersidades e o estudo dos mecanismos do cérebro e do sonho, do magnetismo e do pensamento nas instituições ligadas à Psiquiatria e às ciências mentais, embora dirigidos noutros rumos, chegarão igualmente á verdade, mas, antes que se integrem conscientemente no plano da redenção humana, burilemos, por nossa vez, a mediunidade, à luz da Doutrina Espírita, que revive a Doutrina de Jesus, no reconhecimento de que não basta a observação dos fatos em si, mas também que se fazem indispensáveis a disciplina e a iluminação dos ingredientes morais que os constituem, a fim de que se tornem ‘fatores de aprimoramento e felicidade, a benefício da criatura em trânsito para a realidade maior.
André Luiz
Espírito.



[1]  A convite do Espírito André Luiz, os médiuns Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira receberam os textos deste livro em noites de terças e quintas feiras respectivamente, na cidade de Uberaba/MG. Os capítulos pares foram ditados pelo Espírito Andre Luiz e psicografados pelo médium Francisco Cândido Xavier; o capitulo Ante a Mediunidade e os capítulos ímpares foram ditados pelo Espírito Andre Luiz e psicografados pelo médium Waldo Vieira. (Nota dos médiuns.)


Conhecer a Mediunidade - MEDIUNIDADE


No dia 06 de agosto de 1959, (há 60 anos) o Espírito Emmanuel, através da psicografia de Francisco Candido Xavier, relata no livro MECANISMOS DA MEDIUNIDADE[1] (12º livro da série); sobre a faculdade mediúnica no mundo; a saber:
Mediunidade
Acena-nos a antigüidade terrestre com brilhantes manifestações mediúnicas, a repontarem da História.
Discípulos de Sócrates referem-se, com admiração e respeito, ao amigo invisível que o acompanhava constantemente.
Reporta-se Plutarco ao encontro de Bruto, certa noite, com um dos seus perseguidores desencarnados, a visitá-lo, em pleno campo.
Em Roma, no templo de Minerva, Pausânias, ali condenado a morrer de fome, passou a viver em Espírito, monoideizado na revolta em que se alucinava, aparecendo e desaparecendo aos olhos de circunstantes assombrados, durante largo tempo.
Sabe-se que Nero, nos últimos dias de seu reinado, viu-se fora do corpo carnal, junto de Agripina e de Otávia, sua genitora e sua esposa, ambas assassinadas por sua ordem, a lhe pressagiarem a queda no abismo.
Os Espíritos vingativos em torno de Calígula eram tantos que, depois de lhe enterrarem os restos nos jardins de Lâmia, eram ali vistos, freqüentemente, até que se lhe exumaram os despojos para a incineração.
Todavia, onde a mediunidade atinge culminâncias é justamente no Cristianismo nascituro.
Toda a passagem do Mestre inesquecível, entre os homens, é um cântico de luz e amor, externando-lhe a condição de Medianeiro da Sabedoria Divina.
E, continuando-lhe o ministério, os apóstolos que se lhe mantiveram leais converteram-se em médiuns notáveis, no dia de Pentecostes[2], quando, associadas as suas forças, por se acharem “todos reunidos”, os emissários espirituais do Senhor, através deles, produziram fenômenos físicos em grande cópia, como sinais luminosos e vozes diretas, incLusive fatos de psicofonia e xenoglossia, em que os ensinamentos do Evangelho foram ditados em várias línguas, simultaneamente, para os israelitas de procedências diversas.
Desde então, os eventos mediúnicos para eles se tornaram habituais.
Espíritos materializados libertavam-nos da prisão injusta[3].
O magnetismo curativo era vastamente praticado pelo olhar[4] e pela imposição das mãos[5].
Espíritos sofredores eram retirados de pobres obsessos, aos quais vampirizavam[6].
Um homem objetivo e teimoso, quanto Saulo de Tarso, desenvolve a clarividência, de um momento para outro, vê o próprio Cristo, às portas de Damasco, e lhe recolhe as instruções[7]. E porque Saulo, embora corajoso, experimente enorme abalo moral, Jesus, condoído, procura Ananias, médium clarividente na aludida cidade, e pede-lhe socorro para o companheiro que encetava a tarefa[8].
Não somente na casa dos apóstolos em Jerusalém mensageiros espirituais prestam contínua assistência aos semeadores do Evangelho; igualmente no lar dos cristãos, em Antioquia, a mediunidade opera serviços valiosos e incessantes. Dentre os médiuns aí reunidos, um deles, de nome Agabo[9], incorpora um Espírito benfeitor que realiza importante premonição. E nessa mesma igreja, vários instrumentos medianímicos aglutinados favorecem a produção da voz direta, consignando expressiva incumbência a Paulo e Barnabé[10].
Em Tróade, o apóstolo da gentilidade recebe a visita de um varão, em Espírito, a pedir-lhe concurso fraterno[11].
E, tanto quanto, acontece hoje; os médiuns de ontem, apesar de guardarem consigo a Bênção Divina, experimentavam injustiça e perseguição. Quase por toda a parte, padeciam inquéritos e sarcasmos, vilipêndios e tentações.
Logo no início das atividades mediúnicas que lhes dizem respeito, vêem-se Pedro e João segregados no cárcere. Estêvão é lapidado. Tiago, o filho de Zebedeu, é morto a golpes de espada. Paulo de Tarso é preso e açoitado várias vezes.
Á mediunidade, que prossegue fulgindo entre os mártires cristãos, sacrificados nas festas circenses, não se eclipsa, ainda mesmo quando o ensinamento de Jesus passa a sofrer estagnação por impositivos de ordem política. Apenas há alguns séculos, vimos Francisco de Assis exalçando-a em luminosos acontecimentos; Lutero transitando entre visões; Teresa d’A vila em admiráveis desdobramentos; José de Copertino levitando ante a espantada observação do papa Urbano-8º, e Swedenborg recolhendo, afastado do corpo físico, anotações de vários planos espirituais que ele próprio filtra para o conhecimento humano, segundo as concepções de sua época.
Compreendemos, assim, a validade permanente do esforço de André Luiz, que, servindo-se de estudos e conclusões de conceituados cientistas terrenos; tenta, também aqui[12], colaborar na elucidação dos problemas da mediunidade, cada vez mais inquietantes na vida conturbada do mundo moderno. Sem recomendar, de modo algum, a prática do hipnotismo em nossos templos espíritas, a ele recorre de escantilhão, para fazer mais amplamente compreendidos os múltiplos fenômenos da conjugação de ondas mentais, além de com isso demonstrar que a força magnética é simples agente, sem ser a causa das ocorrências medianímicas, nascidas, invariavelmente, de espírito para espírito.
Em nosso campo de ação, temos livros que consolam e restauram, medicam e alimentam, tanto quanto aqueles que pro põem e concluem, argumentam e esclarecem.
Nesse critério, surpreendemos aqui um livro que estuda.
Meditemos, pois, sobre suas páginas.
Espírito Emmanuel




[1] A convite do Espírito André Luiz, os médiuns Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira receberam os textos deste livro em noites de terças e quintas feiras respectivamente, na cidade de Uberaba/MG. Os capítulos pares foram ditados pelo Espírito Andre Luiz e psicografados pelo médium Francisco Cândido Xavier; o capitulo Ante a Mediunidade e os capítulos ímpares foram ditados pelo Espírito Andre Luiz e psicografados pelo médium Waldo Vieira. (Nota dos médiuns.)
[2] Atos, 2:1 - 13
[3] Atos, 5:18-20
[4] Atos, 3:4_6
[5] Atos, 9:17
[6] Atos, 8:7
[7] Atos, 9:3-7
[8] Atos, 9:10-11
[9] Atos, 11:28
[10] Atos, 13:1-4
[11] Atos, 16:9-10
[12] Sobre o tema desta obra, André Luiz é o autor de outro livro, intitulado “Nos Domínios da Mediunidade”. (Nota da Editora.)

Conhecer a Mediunidade - ANALOGIAS DE CIRCUITOS


ANALOGIAS DE CIRCUITOS[1]
VELOCIDADE ELÉTRICA – Estudemos ainda alguns problemas primários da eletricidade para compreendermos com segurança os problemas do intercâmbio mediúnico.
Sabemos que a velocidade na expansão dos impulsos elétricos é semelhante à da luz, ou 300.000 quilômetros por segundo.
Fácil entender, assim, que se estendermos um condutor, qual o fio de cobre, numa extensão de 300.000 quilômetros, e se numa das extremidades injetarmos certa quantidade de elétrons livres, um segundo após a mesma quantidade de elétrons livres verterá da extremidade oposta.
Entretanto, devemos considerar que a velocidade dos elétrons depende dos recursos imanentes da pressão elétrica e da resistência elétrica do elemento condutor, como acontece à velocidade de uma corrente liquida que depende da pressão aplicada e da resistência do encanamento.
CONTINUIDADE DE CORRENTES – Compara-se vulgarmente a circulação da corrente elétrica num circuito fechado, na base do gerador e dos recursos que encerram a aparelhagem utilizada, ao curso da água em determinado setor de canalização.
Se sustentarmos uma pressão contínua sobre o montante líquido, com o auxílio de uma bomba, a linha colateral da artéria circulatória será traspassada sempre pela mesma quantidade d’água, no mesmo espaço de tempo, e se alimentarmos um circuito elétrico, através de um gerador, em regime de uniformidade, o grau de intensidade da corrente será constante, em cada setor do mesmo circuito.
Acontece que reduzida quantidade de elétrons produz correntes de força quase imperceptíveis, à maneira de apenas algumas gotas d’água que, arrojadas ao bojo do encanamento, não conseguem formar senão curso fraco e imperfeito.
Assim como se faz necessária uma corrente liquida, em circulação e massa constantes, é imperioso se façam cargas de bilhões de elétrons, por segundo, para que se mantenha a produção de correntes elétricas de valores contínuos.
EXPRESSÕES DE ANALOGIA – Aplicando os conceitos expendidos atrás, aos nossos estudos da mediunidade, recordemos a analogia existente entre os circuitos hidráulico, elétrico e mediúnico, nas seguintes expressões:
A.    Curso d’água – fluxo elétrico – corrente mediúnica.
B.    Pressão hidráulica – diferença de potencial elétrico, determinando harmonia – sintonia psíquica.
C.    Obstáculos na intimidade do encanamento – resistência elétrica do circuito, através dos condutores – inibições ou desatenções do médium, dificultando o equilíbrio no circuito mediúnico.
D.    Para que o curso d’água apresente pressão hidráulica uniforme, superando a resistência de atrito, é necessário o concurso da bomba ou a solução do problema de nível; – para que a corrente elétrica se mantenha com intensidade invariável, equacionando os impositivos da resistência elétrica, é imprescindível que o gerador assegure a diferença de potencial, nutrindo-se o movimento de elevada carga de elétrons, conforme as aplicações da força; – e para que se garanta a complementação do circuito mediúnico, com a possível anulação das deficiências de intercâmbio, é preciso que o médium ou os médiuns em conjunção para determinada tarefa se consagrem, de boamente, à manutenção do pensamento constante de aceitação ou adesão ao plano da entidade ou das entidades da Esfera Superior que se proponham a utilizá-los em serviço de elevação ou socorro. Tanto quanto lhes seja possível, devem os médiuns alimentar esse pensamento ou recurso condutor, sempre mais enriquecido dos valores de tempo e condição, sentimento e cultura, com o alto entendimento da obra de benemerência ou educação a realizar.
NECESSIDADES DA SINTONIA – Não se veja em nossas assertivas qualquer tendência à inutilização da vontade do médium, com evidente desrespeito à personalidade humana, inviolável em seu livre arbítrio.
Anotamos simplesmente as necessidades da sintonia, no trabalho das inteligências associadas para fins enobrecedores, porque, em verdade, os médiuns trazidos ao serviço de reflexão do Plano Superior, querem nas obras de caridade e esclarecimento, quer nas de instrução e consolo, precisarão abolir tudo o que lhes constitua preocupações-extras, tanto no que se refira à perda de tempo quanto no que se reporte a interesses subalternos da experiência vulgar, sustentando-se, por esforço próprio e não por exigência dos Espíritos Benevolentes e Sábios, em clima de responsabilidade, alegremente aceita, e de trabalho voluntário, na preservação e enriquecimento dos agentes condutores da sua vida mental, no sentido de valorizar a própria cooperação, com fé no bem e segura disposição ao sacrifício, no serviço a efetuar-se.
Naturalmente, estudamos, no presente registro, a mediunidade em ação construtiva e não o fenômeno mediúnico, suscetível de ser identificado a cada passo, inclusive nos problemas obscuros da obsessão.
DETENÇÃO DE CIRCUITOS – Cabe considerar que as analogias de circuitos apresentadas aqui são confrontos portadores de justas limitações, porquanto, na realidade, nada existe na circulação da água que corresponda ao efeito magnético da corrente elétrica, como nada existe na corrente elétrica que possa equivaler ao efeito espiritual do circuito mediúnico.
Recorremos às comparações em foco apenas para lembrar aos nossos companheiros de estudo a imagem de “correntes circulantes”, recordando, ainda, que a corrente líquida, comumente vagarosa, a corrente elétrica muito rápida e a corrente mental ultra-rápida podem ser adaptadas, controladas, aproveitadas ou conduzidas, não podendo, entretanto, suportar indefinida armazenagem ou detenção, sob pena de provocarem o aparecimento de charcos, explosões e rupturas, respectivamente.
CONDUÇÃO DAS CORRENTES – Na distribuição prestante das águas, no circuito hidráulico, são necessários reservatórios e canais, represas e comportas, em edificações adequadas.
Na aplicação da corrente elétrica, em circuitos correspondentes, não podemos prescindir como na administração da força eletromotriz, de alternadores inteligentemente estruturados, para a dosagem de correntes e voltagens diversas, com a produção de variadas utilidades.
E no aproveitamento da corrente mental, no circuito mediúnico, são necessários instrumentos receptores capazes de atender às exigências da emissão, para qualquer serviço de essência elevada, compreendendo-se, desse modo, que a corrente líquida, a corrente elétrica e a corrente mental dependem, nos seus efeitos, da condução que se lhes imprima.


[1] Fonte: Mecanismos da Mediunidade, Ditado pelo Espírito André Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira, Editora FEB, Capitulo VII

Conhecer a Mediunidade - CIRCUITO ELÉTRICO e CIRCUITO MEDIÚNICO


CIRCUITO ELÉTRICO e 
CIRCUITO MEDIÚNICO[1]
CONCEITO DE CIRCUITO ELÉTRICO – Indica o conceito de circuito elétrico a extensão do condutor em que se movimenta uma corrente elétrica, sempre que se sustente uma diferença de potencial em seus extremos.
O circuito encerra um condutor de ida e outro de volta da corrente, abrangendo o gerador e os aparelhos de utilização, a englobarem os serviços de geração, transmissão, transformação e distribuição da energia.
Para a execução de semelhantes atividades, as máquinas respectivas guardam consigo recursos especiais, em circuitos elementares, como sejam os de geração e manobra, proteção e medida.
CONCEITO DE CIRCUITO MEDIÜNICO - Aplica-se o conceito de circuito mediúnico à extensão do campo de integração magnética em que circula uma corrente mental, sempre que se mantenha a sintonia psíquica entre os seus extremos ou, mais propriamente, o emissor e o receptor.
O circuito mediúnico, dessa maneira, expressa uma “vontade-apelo” e uma “vontade-resposta”, respectivamente, no trajeto, ida e volta, definindo o comando da entidade comunicante e a concordância do médium, fenômeno esse exatamente aplicável tanto à esfera dos Espíritos desencarnados, quanto à dos Espíritos encarnados, porquanto exprime conjugação natural ou provocada nos domínios da inteligência, totalizando os serviços de associação, assimilação, transformação e transmissão da energia mental.
Para a realização dessas atividades, o emissor e o receptor guardam consigo possibilidades particulares nos recursos do cérebro, em cuja intimidade se processam circuitos elementares do campo nervoso, atendendo a trabalhos espontâneos do Espírito, como sejam, ideação, seleção, auto-crítica e expressão.
CIRCUITO ABERTO E CIRCUITO FECHADO – A corrente, em sentido convencional, no circuito elétrico, é expedida do pólo positivo do gerador, circula nos aparelhos de utilização e volta ao gerador, alcançando-lhe o pólo negativo, do qual passa, por intermédio do campo interno do gerador, ao pólo positivo, prosseguindo em seu curso.
Entretanto, para que a corrente se mantenha, é imprescindível que o interruptor de manobra se demore ligado ou, mais claramente, que o circuito esteja fechado, de vez que em regime de circuito aberto a corrente não circula.
A corrente mental no circuito mediúnico equilibra-se igualmente entre a entidade comunicante e o médium, mas, para que se lhe alimente o fluxo energético em circulação, é indispensável que o pensamento constante de aceitação ou adesão do médium se mostre em equilíbrio ou, mais exatamente, é preciso que o circuito mediúnico permaneça fechado, porque em regime de circuito aberto ou desatenção a corrente de associação mental não se articula.
RESISTÉNCIA – Todo circuito elétrico se evidencia por peculiaridades distintas, chamadas “constantes” ou “parâmetros”, a saber: resistência, indutância e capacitância.
Resistência é a propriedade que assinala o gasto de energia elétrica no circuito, como provisão de calor, correspondendo à despesa de atrito em mecânica.
Igualmente no circuito mediúnico, a resistência significa a dissipação de energia mental, destinada à sustentação de base entre o Espírito comunicante e o médium.
INDUTÂNCIA – No circuito elétrico, indutância é a peculiaridade através da qual a energia é acumulada no campo magnético provocado pela corrente, impedindo-lhe a alteração, seja por aumento ou por diminuição. Em vista da indutância, quando a corrente varia, aparece na intimidade do circuito determinado acréscimo de força, opondo-se à mudança, o que faz dessa propriedade uma característica semelhante ao resultado da inércia em mecânica.
Se o circuito elétrico em ação sofre abrupta solução de continuidade, o efeito em estudo produz uma descarga elétrica, cujas conseqüências variam com a intensidade da corrente, de vez que o circuito, encerrando bobinas e motores, caracteriza-se por natureza profundamente indutiva, implementos esses que não devem ser interrompidos de chofre e cujos movimentos devem ser reduzidos devagar, único modo de frustrar o aparecimento de correntes extras, suscetíveis de determinar fechamentos ou rupturas desastrosas para os aparelhos de utilização.
Também no circuito mediúnico verifica-se a mesma propriedade, ante a energia mento-eletromagnética armazenada no campo da associação mental, entre a entidade comunicante e o médium, provocada pelo equilíbrio entre ambos, obstando possíveis variações.
Em virtude de semelhante princípio, se aparece alguma alteração na corrente mental, surge nas profundezas da’ conjugação mediúnica certo aumento de força, impedindo a variação. Se a violência interfere criando mudanças bruscas, a indutância no plano mental determina uma descarga magnética, cujos efeitos se hierarquizam, conforme a intensidade da integração em andamento, porquanto o circuito mediúnico; envolvendo implementos fisiopsicossomáticos e tecidos celulares complexos no plano físico e no plano espiritual; mostra-se fortemente indutivo e não deve ser submetido a interrupções intempestivas, sendo necessário atenuar-se-lhe a intensidade, quando se lhe trace a terminação, para que se impossibilite a formação de extra-correntes magnéticas, capazes de operar desajustes e perturbações físicas, perispiríticas e emocionais, de resultados imprevisíveis para o médium, quanto para a entidade em processo de comunicação.
CAPACITÂNCIA – No circuito elétrico, capacitância é a peculiaridade mediante a qual se permite a acumulação da energia no campo elétrico, energia essa que acompanha a presença da voltagem, revelando semelhança ao efeito da elasticidade em mecânica.
Os aparatos que guardam energia no campo eletrostático do circuito são chamados capacitores ou condensadores.
Um capacitor, por exemplo, acumula energia elétrica, durante a carga, restituindo-a ao circuito, por ocasião da descarga.
Em identidade de circunstâncias, no circuito mediúnico, capacitância exprime a propriedade pela qual se verifica o armazenamento de recursos espirituais no circuito, recursos esses que correspondem à sintonia psíquica.
Os elementos suscetíveis de condensar essas possibilidades, no campo magnético da conjunção mediúnica, expressam-se na capacidade conceptual e interpretativa na região mental do médium, que acumulará os valores recebidos da entidade que o comanda, devolvendo-a com a possível fidelidade ao serviço do circuito mediúnico na ação do intercâmbio.
Essas analogias são valiosas, compreendendo-se, então, por que motivo, nas tarefas mediúnicas organizadas para fins nobres, é sempre necessário a formação de um circuito em que cada médium permanece subordinado ao tradicional “Espírito-guia” ou determinado orientador da Espiritualidade.


[1] Fonte: Mecanismos da Mediunidade, Ditado pelo Espírito André Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira, Editora FEB, Capitulo VI