MEDIUNIDADE ESTUANTE – Aplicando noções
de eletricidade ao exame do circuito mediúnico, será interessante alinhar alguns
leves apontamentos.
Na
generalidade dos metais, principalmente no cobre, na prata, no ouro e no
alumínio, os elétrons livres são facilmente destacáveis do átomo, motivo pelo
qual, semelhantes elementos são chamados condutores.
Isso
acontece em razão de esses elétrons livres serem; destacáveis ante a aposição
de uma pressão elétrica, de vez que, quando um átomo acusa a deficiência de um
elétron, ele desloca, de imediato, um elétron do átomo adjacente,
estabelecendo-se, desse modo, a corrente elétrica em certa direção, a expressar-se
sempre através do metal, permanecendo, assim, os átomos em posição de harmonia.
Aqui
temos a imagem das criaturas dotadas de mediunidade estuante e espontânea, nas quais a
sensibilidade psíquica se deixa traspassar, naturalmente, pelas irradiações
mentais afins, reclamando educação adequada para o justo aproveitamento dos
recursos de que são portadoras.
CORRENTE ELÉTRICA – Para que se faça
mais clareza em nosso tema, é imperioso incluir o magnetismo, de modo mais profundo,
em nossas observações de limiar.
Sempre
que nos reportamos ao estudo de campos magnéticos, o ímã é recordado para marco
inicial de qualquer anotação.
Nele
encontramos um elemento com a propriedade de atrair limalhas de ferro ou de aço
e que, com liberdade de girar ao redor de um’ eixo, assume posição definida,
relativamente ao meridiano geográfico, voltando invariavelmente a mesma
extremidade para o pólo norte do Planeta.
Estabelecendo
algumas idéias, com respeito ao assunto, consignaremos que a corrente elétrica
é a fonte de magnetismo até agora para nós conhecida na Terra e no Plano
Espiritual.
Nessa
mesma condição entendemos a corrente mental, também corrente de natureza
elétrica, embora menos ponderável na esfera física.
Em torno,
pois, da corrente elétrica, através desse ou daquele condutor, surgem efeitos
magnéticos de intensidade correspondente, e sempre que nos proponhamos à
produção de tais efeitos é necessário recorrer ao apoio da corrente referida.
Sabemos,
no entanto, que a eletricidade vibra em todos os escaninhos do infinitamente
pequeno.
Em
cálculo aproximado, não ignoramos que um elétron transporta consigo uma carga
elétrica de 1,6 10º 10-19 coulomb.
Além do
movimento de translação ou de saltos, em derredor do núcleo, os elétrons
caracterizam-se igualmente por determinado movimento de rotação sobre o seu
próprio eixo, se podemos referir-nos desse modo às partículas que os exprimem,
produzindo os efeitos conhecidos por “spins”.
“SPINS” E “DOMÍNIOS” – Geralmente, nas
camadas do sistema atômico, os chamados “spins” ou diminutos vórtices magnéticos, revelando natureza positiva ou
negativa, se compensam uns aos outros, mas não em determinados elementos, como
seja o átomo de ferro, no qual existem quatro “spins” ou efeitos magnéticos desajustados
nas camadas periféricas, provocando as avançadas peculiaridades magnéticas que
se exteriorizam dele, porquanto, reunido a outros átomos da mesma substância,
faz que se conjuguem, ocasionando a formação espontânea de ímãs microscópicos ou,
mais propriamente, “domínios”.
Esses “domínios”
se expressam de maneira irregular ou desordenada, guardando, contudo, a
tendência de se alinharem, como, por exemplo, no mesmo átomo de ferro a que nos
reportamos.
Inclina-se
a espontâneo ajustamento, de conformidade com um dos três eixos do cristal
desse elemento, mas sofrem obstrução oferecida pelas energias interatômicas, a
funcionarem como recursos de atrito contra a mudança provável da condição
magnética que lhes é característica.
Todavia,
se a intensidade magnética do campo for aumentada, alcançando determinado teor,
com capacidade de garantir a orientação de cada “domínio”, cada “domínio” atingido
entra imediatamente no alinhamento magnético e, à medida que se dilate o campo,
todos os “domínios” se padronizam pela mesma orientação, tornando-se, dessa
forma, o fluxo magnético gradativamente maior.
Tão logo
a totalidade dos “domínios” assume direção idêntica, afirma-se que o corpo ou
material está saturado ou, mais exatamente, que já se encontram ocupadas todas
as valências dos sistemas atômicos de que esse corpo ou material se compõe.
CAMPO MAGNÉTICO ESSENCIAL – Da associação dos chamados
“domínios”, surgem às linhas de força a entretecerem o campo magnético
essencial ou, mais propriamente, o espaço em torno de um pólo magnético.
Esse
campo é suscetível de ser perfeitamente explorado por uma agulha magnética.
Sabemos
que um pólo magnético se caracteriza por intensidade análoga à unidade sempre
que estiver colocado à distância de 1 centímetro de um pólo idêntico,
estabelecendo-se que a força de repulsão ou da atração existente entre ambos
equivale a 1 dina.
É assim
que o oersted designa a intensidade do campo que funciona sobre a massa
magnética unitária com a força de 1 dina.
Se o
campo magnético terrestre é muito reduzido, formando a sua componente
horizontal 0,2 oersted e a vertical 0,5 oersted aproximadamente, os campos
magnéticos, nos fluxos habituais de aplicação elétrica, demonstram elevado grau
de intensidade, qual acontece no campo característico do entreferro anular de
um alto-falante, que medeia, aproximadamente, de 7.000 a 14.000 oersteds.
Fácil
reconhecer que, em todos os elementos atômicos nos quais os efeitos magnéticos
ou “spins” se revelam compensados, os “domínios” ou ímãs microscópicos se
equilibram na constituição inter-atômica, com índices de harmonia ou saturação
adequados, pelos quais o campo magnético se mostra regular, o que não acontece
nos elementos em que os “spins” da camada periférica se evidenciam
descompensados ou naqueles que estejam sob regime de excitação.
Possuímos,
na Terra, as chamadas substâncias magnéticas naturais e ainda aquelas que podem
adquirir semelhantes qualidades artificialmente, como sejam mais destacadamente
o ferro, o aço, o cobalto, o níquel e as ligas que lhes dizem respeito, merecendo
especial menção o ferro doce, que mantém a imanização apenas no curso de tempo
em que se acha submetido à ação magnetizante, e o aço temperado, que se demora
imanizado por mais tempo, depois de cessada a ação referida, em vista de reter
a imanização remanente.
FERROMAGNETISMO E MEDIUNIDADE – Após ligeiros apontamentos sobre
circuitos elétricos e efeitos magnéticos, surpreendemos no
ferro-magnetismo um ponto expressivo para o estudo da mediunidade.
Perceberemos
nas mentes ajustadas aos imperativos da experiência humana, mesmo
naquelas de sensibilidade mediúnica normal, criaturas em que os “spins”
ou efeitos magnéticos da atividade espiritual se evidenciam necessariamente harmonizados,
presidindo a formação dos “domínios” ou ímãs diminutos do mundo íntimo em
processo de integração, através do qual o campo magnético se mostra entrosado
às emoções comuns, ao passo que, nas organizações mentais em que os “spins” ou efeitos
magnéticos do pensamento apareçam descontrabalançados, as propriedades
magnéticas patenteiam teor avançado, tanto maior quanto mais vasta a
descompensação, plasmando condições mediúnicas variáveis por exigirem o auxílio
de correntes de força que lhes ofereçam o necessário equilíbrio, o que ocorre
tanto com as grandes almas que aceitam ministérios de abnegação e renúncia em
planos inferiores, aí permanecendo em posição de desnível, como também com as
almas menos enobrecidas, embora em outro sentido, segregadas em aflitivo
desajuste nas reencarnações reparadoras por se haverem onerado perante a Lei.
Vemos, pois, que as mentes
integralmente afinadas com a esfera física possuem campo magnético reduzido, ao passo que aquelas situadas em condições anômalas guardam consigo campo
magnético mais vasto, com possibilidades de ampliação, seja nas atividades
que se relacionam com o exercício do bem ou naquelas que se reportam à prática
do mal.
“DESCOMPENSAÇÃO
VIBRATÓRIA”
– Sem obstáculo, reconhecemos
que a mediunidade ou capacidade de sintonia está em todas as criaturas, porque
todas as criaturas são dotadas de campo magnético particular, campo esse, porém,
que é sempre mais pronunciado naquelas que estejam temporariamente em regime de
“descompensação vibratória”, seja de teor purgativo ou de elevada situação, a
transparecer no trabalho expiatório da alma que se rendeu à delinqüência ou na
ação missionária dos Espíritos de eleição que se entregam à bem-aventurança do
sacrifício por amor, em estágios curtos ou longos na reencarnação terrestre,
com o objetivo de trazerem das Esferas Superiores mais altas contribuição de
progresso ao pensamento da Humanidade.
[1] Fonte: Mecanismos da Mediunidade, Ditado pelo Espírito André Luiz, psicografia
de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira, Editora FEB, Capitulo VIII