FENÔMENO MAGNÉTICO
HIPNOSE DE PALCO E HIPNOSE
NATURAL
– Analisando a ocorrência mediúnica, na base do reflexo condicionado, assinalemos
mais alguns aspectos de semelhante estudo, na esfera do cotidiano.
Assistindo
ao fenômeno hipnótico indiscriminado, nas demonstrações públicas, presenciamos
alguém senhoreando o psiquismo de diversas pessoas, por alguns minutos; mas, na
experiência diária, vemos o mesmo fenômeno em nossas relações, uns com os
outros.
Na
exibição popular, o magnetizador pratica a hipnose que se hierarquiza por
muitos graus de passividade nos hipnotizados.
Na vida
comum; todos praticam espontaneamente a sugestão, em que a obediência maquinal
se gradua, em cada um de nós, através de vários graus de rendição à influência
alheia. Tal situação começa no berço.
CENTRO INDUTOR DO LAR – O lar é o mais vigoroso centro de indução que conhecemos
na Terra.
À
maneira de alguém que recebe esse ou aquele tipo de educação em estado de
sonolência, o Espírito reencarnado, no período infantil, recolhe dos pais os mapas de inclinação e conduta que lhe nortearão
a existência, em processo análogo ao da escola primária, pelo qual a
criança é impelida a contemplar ou imaginar certos quadros, para refleti-los no
desenvolvimento natural da instrução.
As almas
valorosas, dotadas de mais alto padrão moral, segundo as aquisições já feitas
em numerosas reencarnações de trabalho e sacrifício, constituem exceções no
ambiente doméstico, por se sobreporem a ele, exteriorizando a vontade mais
enérgica de que se fazem mensageiras.
Contudo, via de regra; a
maioria esmagadora de Inteligências encarnadas retratam
psicologicamente aqueles que lhes deram o veículo físico, transformando-se, por
algum tempo, em instrumentos ou médiuns dos genitores, à face do ajustamento
das ondas mentais que lhes são próprias, em circuitos conjugados, pelos quais
permutam entre si os agentes mentais de que se nutrem.
Somente
depois que experiências mais fortes lhes renovam a feição interior, costuma os
filhos alterar de maneira mais ampla os moldes mentais recebidos.
OUTROS CENTROS INDUTORES – Em todos os planos
determina a Providência do Criador seja a criatura amparada com segurança.
Cada
consciência que renasce no campo físico traz consigo as ligações do agrupamento
espiritual a que se filia, demonstrando as afinidades profundas de que a onda
mental dá notícia no fluxo revelador com que se apresenta.
Se os
pais guardam sintonia com as forças a que se lhes jungem fluidicamente os
filhos, a vida prossegue harmoniosa, como que sobre rodas nas quais as crenas
se mostram perfeitamente engrenadas.
Entretanto, se há divergência, passada a primeira infância, começam
atritos e desencontros, à face das interferências inevitáveis, com perturbações
dos circuitos em andamento.
Surgem as incompatibilidades e
disparidades que a genética não consegue explicar.
Enredados
à influência de companheiros que permanecem fora do vaso fisiológico, os
filhos, nessas circunstâncias, evidenciam
tendências inquietantes, sem que os genitores consigam reivindicar a
autoridade de que se revestem.
Todavia,
a escola edificante espera-os, nas linhas da civilização, para restaurar-lhes,
desde cedo, as noções de ordem superior, diante da vida, exalçando os conceitos de elevação
moral, imprescindíveis ao aprimoramento da alma.
Transfiguram-se,
então, os mestres comuns em orientadores dos aprendizes que, se atentos ao
ensino, se fazem médiuns temporários das mentes que os instruem, através do
mesmo fenômeno de harmonização das
ondas mentais, porquanto o professor, ensinando, torna mais lenta as
oscilações que despede, enquanto que os alunos, aprendendo, fazem mais
curtas as oscilações que lhes são peculiares, verificando-se o necessário
ajuste de nível para que a permuta dos agentes espirituais se faça com
segurança.
Os discípulos
que fogem deliberadamente ao dever da atenção, relaxando os compromissos que
abraçam, permanecem ausentes do benefício, ligados a circuitos outros que lhes
retardam a marcha na direção da cultura, por desertarem dos exercícios que lhes
favoreceriam mais dilatada iluminação intima.
E, além
da escola, surgem, para os rebentos do lar terrestre, as obrigações do trabalho
profissional em que a personalidade segue no encalço da vocação ou soma de
experiência que já conquistou na vida.
Cada
oficina de ação construtiva, seja qual for a linha de serviço em que se
expresse, é novo educandário para a criatura em lide no campo humano, em que a
chefia, a escalonar-se através de condutores diversos, convoca os cooperadores,
nos vários círculos da subalternidade, ao esforço de melhoria e sublimação.
Ainda
aqui, vemos, por intermédio da mesma ocorrência de harmonização mental, os que orientam erguidos à condição
de Espíritos protetores, e os que obedecem transformados em instrumentos para determinadas
realizações.
TODOS SOMOS MÉDIUNS – Nos centros de
atividade referidos em nosso estudo, encontramos o reflexo condicionado e a sugestão
como ingredientes indispensáveis na obra de educação e aprimoramento.
Urge
reconhecer que a liberdade é tanto
maior para a alma quanto maior a parcela de conhecimento que se lhe debite no
livro da existência.
Por isso
mesmo, quanto mais cresça em possibilidades, nesse ou naquele sentido, mais se
lhe desdobram caminhos à visão, constrangendo-a a vigiar sobre a própria
escolha.
Mais
extensa mordomia, responsabilidade mais extensa.
Isso
acontece porque, com a intensificação de nossa influência, nesse ou naquele
campo de interesses, mais persistentes se fazem os apelos em torno, para que
não nos esqueçamos do dever primordial a cumprir.
Quem
avança está invariavelmente entre a vanguarda e a retaguarda.
E a romagem para Deus é uma viagem de
ascensão.
Toda
subida, quanto qualquer burilamento, pede suor e disciplina.
Todo estacionamento é repouso
enquistante.
Somos todos, assim, médiuns, a cada passo
refletores das forças que assimilamos, por força de nossa vontade, na
focalização da energia mental.
PERSEVERANÇA NO BEM – É imprescindível
recordar o impositivo da perseverança no bem.
O comprazimento nessa ou naquela espécie de
atitude ou companhia, leitura ou conversação menos edificantes, estabelece em
nós o reflexo condicionado pelo qual inconscientemente nos voltamos para as correntes
invisíveis que representam.
É desse modo que formamos hábitos
indesejáveis
pelos quais nos fazemos pasto de entidades vampirizantes acabando na feição de
arcabouços vivos para moléstias fantasmas.
Pensando
ou conversando constantemente sobre agentes enfermiços, quais sejam a acusação
indébita e a critica destrutiva, o deboche, e a crueldade incorporou
de imediato, a influência das criaturas encarnadas e desencarnadas que os
alimentam,
porque o ato de voltar a semelhantes temas, contrários aos princípios que ajudam
a vida e a regeneram, se transforma em reflexo condicionado de caráter doentio;
automatizando-nos a capacidade de transmitir tais agentes mórbidos responsáveis por
largo acervo de enfermidade e desequilíbrio.
GRADAÇÃO DAS OBSESSÕES – Muitas vezes, em
nossos estados de tensão deliberada, inclinamo-nos para forças violentas que se
nos insinuam no halo psíquico, aí criando fermentações infelizes que resultam
em atitudes de cólera arrasadora, pelas quais, desprevenidamente, nos transformamos
na vida, em médiuns de ações delituosas, arrastados nos fenômenos de associação;
dos agentes mento-eletromagnéticos da mesma natureza, semelhantes aos que
caracterizam as explosões de recursos químicos, nas conhecidas reações em
cadeia.
É assim
que somos, por vezes, loucos temporários, grandes obsidiados de alguns minutos, alienados mentais em marcadas circunstâncias
de lugar ou de tempo, ou, ainda, doentes do raciocínio em crises periódicas,
médiuns
lastimáveis da desarmonia, pela nossa permanência longa em
reflexos condicionados viciosos, adquirindo compromissos de grave teor nos atos
menos felizes que praticamos, semi-inconscientemente, sugestionados uns pelos
outros, porquanto, perante a Lei, a nossa vontade é responsável em
todos os nossos problemas de sintonia.
[1] Fonte: Mecanismos da Mediunidade, Ditado pelo Espírito André Luiz, psicografia
de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira, Editora FEB, Capitulo XVI
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