terça-feira, 29 de maio de 2018

PENSAMENTO ESPÍRITA


PENSAMENTO ESPÍRITA[1]

“... A seara é realmente grande, mas poucos os ceifeiros.”
Jesus
Mateus, 9:37
“A justiça de Deus é como o sol! Existe para todos, para o pobre, como para o rico”
    Evangelho Segundo o Espiritismo
     Cap. 26, Item 4
Se te propões colaborar no apostolado libertador do Espiritismo, auxilia o pensamento espírita a transitar, dando-lhe passagem, através de ti mesmo.
Prevalece-te dos títulos honrosos que o mundo te reservou, agindo conforme as sugestões que o pensamento, espírita te oferece, demonstrando que a ilustração acadêmica ou o mandato de autoridade são instrumentos para benefício de todos e não recurso ao levantamento de qualquer aristocracia da opressão pela inteligência.
Despende as possibilidades materiais, centralizadas em tuas mãos, criando trabalho respeitável e estendendo a beneficência confortadora e reconstrutiva, na pauta da abnegação com que o pensamento espírita te norteia às atividades, provando que o dinheiro existe para ser disciplinado e conduzido no bem geral e não para escravizar o espírito à loucura da ambição desregrada.
Usa a independência digna que o pensamento espírita te dá, por intermédio do dever retamente cumprido, patenteando à frente dos outros, que é possível pensarem livremente, com o jugo dos preconceitos, embora respeitando a condição dos semelhantes que ainda precisam desses mesmos preconceitos para viver.
Mobiliza a influência de que dispõem, na sociedade ou na família, para edificar o conhecimento e garantir a consolação, segundo a tolerância que o pensamento espírita te inspira, denotando que, diante da Providência Divina, todos somos irmãos, com esperanças e dores, lutas e aspirações, imperfeições e faltas, igualmente irmãs uma das outras, e que, por isso mesmo, a confissão de fé representa instituto de aperfeiçoamento com serviço permanente ao próximo, sem que tenhamos qualquer direito a privilégios que recordem essa ou aquela expressão de profissionalismo religioso.
Fala e escreve, age e trabalha, quanto possível, pela expansão do pensamento espírita, no entanto, para que o pensamento espírita produza frutos de alegria e concórdia, renovação e esclarecimento, é necessário vivas de acordo com as verdades que ele te ensina.
A cada minuto, surge alguém que te pede socorro para o frio da própria alma, contudo, para que transmitas o calor do pensamento espírita é imperioso estejas vibrando dentro dele. Diante da sombra, não adianta ligar o fio na tomada sem força, nem pedir luz em candeia morta.


[1] Livro da Esperança, cap. 86, ditada pelo Espírito Emmanuel, psicografada por Francisco Cândido Xavier.

segunda-feira, 28 de maio de 2018

NA OBRA REGENERATIVA


NA OBRA REGENERATIVA[1]

“Irmãos, se algum homem chegar a ser surpreendido nalguma ofensa vós, que sois espirituais, orientai-o com espírito de mansidão, velando por vós mesmos para que não sejais igualmente tentados.”
Paulo
Gálatas, 6:1

Se tentamos orientar o irmão perdido nos cipoais do erro, com aguilhões de cólera, nada mais fazemos que lhe despertar a ira contra nós mesmos.
Se lhe impusermos golpes, revidará com outros tantos.
Se lhe destacamos as falhas, poderá salientar os nossos gestos menos felizes.
Se opinarmos para que sofra o mesmo mal com que feriu a outrem, apenas aumentamos a percentagem do mal, em derredor de nós.
Se lhe aplaudimos a conduta errônea, aprovamos o crime.
Se permanecermos indiferentes, sustentamos a perturbação.
Mas se tratarmos o erro do semelhante, como quem cogita de afastar a enfermidade de um amigo doente, estamos, na realidade, concretizando a obra regenerativa.
Nas horas difíceis, em que vemos um companheiro despenhar-se nas sombras interiores, não olvidemos que, para auxiliá-lo, é tão desaconselhável a condenação, quanto o elogio.
Se não é justo atirar petróleo às chamas, com o propósito de apagar a fogueira, ninguém cura chagas com a projeção de perfume.
Sejamos humanos, antes de tudo.
Abeiremo-nos do companheiro infeliz, com os valores da compreensão e da fraternidade.
Ninguém perderá, exercendo o respeito que devemos a todas as criaturas e a todas as coisas.
Situemo-nos na posição do acusado e reflitamos se, nas condições dele, teríamos resistido às sugestões do mal. Relacionemos as nossas vantagens e os prejuízos do próximo, com imparcialidade e boa intenção.
Toda vez que assim procedermos, o quadro se modifica nos mínimos aspectos.
De outro modo será sempre fácil zurzir e condenar, para cairmos, com certeza, nos mesmos delitos, quando formos, por nossa vez, visitados pela tentação.


[1] Livro: Fonte Viva – Ditado pelo Espírito Emmanuel; psicografia de Francisco Cândido Xavier, Cap. 37, Edit. FEB

QUE É RAIVA E ÓDIO?


QUE É RAIVA E ÓDIO?[1]
Um indivíduo constantemente raivoso, estressado, pode apresentar os mesmos sintomas de um portador de ódio ou de uma mágoa crônica.
Revista Internacional de Espiritismo – p. 132 a 134 - Abril/2016 [2]
Definir emoções e sentimentos não é uma tarefa fácil. Isto, logicamente, também acontece com a raiva e o ódio.
É tão difícil defini-los, que mesmo os indivíduos que os sentem não conseguem expressá-los adequadamente, por isso existem inúmeras definições para ambos.
Todas as emoções, tanto as negativas quanto as positivas, estão presentes no homem. A raiva é um exemplo negativo. É instintiva e tem como objetivo a auto preservação, a defesa contra um estímulo agressor. É protetora, mas deve ser muito bem extravasada e canalizada frente a esse estímulo. Não deve ser de forma alguma, armazenada além de um limite, pois pode provocar diversos sintomas no seu portador.
Muitos acham que o ódio é um sentimento mais profundo que a raiva e a mágoa, uma raiva mais branda. Conclui-se por este raciocínio que estão numa mesma linha de sentimentos e o que varia é a sua intensidade.
Mas será que é isso mesmo? Acreditamos que não. A raiva é uma emoção (relaciona-se com a ideia que se faz do estímulo, da situação) e o ódio é um sentimento (é o sentir a ideia). Portanto, são diferentes. Podem estar interligados, mas não é a mesma coisa. Alguns exemplos nos auxiliam nesse entendimento:
1.     Um grupo de pessoas se irmana contra outro considerado inimigo, deflagrando ataques movidos pelo ódio e, comumente, essa situação termina numa guerra, como assistimos atualmente em diversas partes do mundo.
2.     Alguém sofre uma ofensa e guarda uma mágoa do ofensor.
3.     No trânsito um cidadão dirigindo o seu automóvel é fechado por outro. É acometido por intensa emoção e muitas vezes ocorrem xingamentos, como vemos rotineiramente e já pode ter acontecido com qualquer um de nós.
Nos dois primeiros exemplos o sentimento ocorreu entre pessoas, enquanto no terceiro ocorreu numa situação estressante. Neste último caso não houve um direcionamento de pessoa para pessoa. Na maioria das vezes ninguém sabe quem fechou ou foi fechado no trânsito. Em minutos a situação pode ser esquecida. Nos outros dois exemplos ocorreu um sentimento de ódio interpessoal. Assim, podemos delinear o ódio e a mágoa dirigidos para um objeto-pessoa e a raiva dirigida para situações. Por isto é comum ouvirmos: está com ódio ou mágoa de quem? Por que ou do que está com raiva?
Em algum momento de nossas vidas, quase todos já estivemos com raiva intensa (como o exemplo da situação no trânsito), pode surgir à vontade de agredir o próximo, sem saber precisamente quem. Neste mesmo exemplo, se as pessoas envolvidas no acidente de trânsito se encontrar para discutir o ocorrido, além da raiva (emoção) da situação; pode ocorrer o sentimento de ódio daquele que se sentiu ofendido contra o seu ofensor. Vejam: pessoa para pessoa – ódio. Comumente é essa a seqüência: primeiro a emoção, depois o sentimento. A raiva, depois o ódio.
A energia da raiva se dissipa quando a situação estressante termina e tende a enfraquecer-se mesmo que a situação seja relembrada. Mesmo em grau extremo – o ataque de raiva – a explosão força negativa tende a diminuir gradativamente e muitas vezes, horas depois, nem se  lembra do que aconteceu. O ódio é uma força avassaladora, extremamente negativa e dirigida a alguém. A imagem internalizada desse alguém, quando relembrada, alimenta continuamente essa força. O ódio pode atenuar-se e transformar-se em mágoa crônica, mas mesmo sendo uma força de pouca intensidade é perniciosa, minando a energia vital e provocando o desequilíbrio energético da alma, o qual é repassado ao corpo físico, gerando sintomas físicos e psíquicos. Cabe aqui aquela famosa frase: “ódio é tomar um copo de veneno e querer que o outro morra”.
Lembramos ainda do sentimento extremo do ódio conhecido como ira, um dos sete pecados capitais da Igreja Católica.
Com esses conhecimentos podemos dizer que a mágoa, o ódio e a ira estão numa mesma linha de sentimento e variam conforme a intensidade. A raiva também pode adquirir uma intensidade extrema, emoção que conhecemos como ataque de raiva.
Temos a consciência que o ódio, uma força negativa e avassaladora, se contrapõe ao sentimento do amor, de força positiva e indescritível. Está na mesma linha de sentimento em sentidos opostos. Durante a vida, conforme o que ela nos oferece e escolhemos, ficamos andando sobre essa linha. Necessitamos de conhecimentos e de práticas salutares para que nos aproximemos mais do amor. As dificuldades para nos situarmos nessa posição positiva se dão por conta de nossas deficiências, entendidas como imperfeições, principalmente o orgulho e o egoísmo, bloqueadoras da nossa chegada ao amor.
Muitos perguntam se a raiva e o ódio devem ser tratados. É claro que tudo que desarmoniza o homem (corpo e espírito) deve ser tratado.
Um indivíduo constantemente raivoso, estressado, pode apresentar os mesmos sintomas de um portador de ódio ou de uma mágoa crônica. Aliás, a mágoa é um dos fatores mais encontrados nos estados depressivos. Os sintomas mais freqüentemente exteriorizados pelo corpo são: irritação, dificuldade de atenção e concentração, sono perturbado, uma gama de sintomas depressivos e de ansiedade. Note-se que esses sintomas podem provocar problemas no trabalho (desatenção e desconcentração), na vida familiar e social. Muitas pessoas necessitam de ajuda de profissionais especializados e capacitados (psicólogo e/ou psiquiatra). O tratamento espiritual pode ser de grande valia, pois traz conhecimentos sempre visando ao equilíbrio do corpo e do espírito.
Como superar? 
Lidar com a raiva e o ódio não é tarefa fácil. Geralmente as pessoas lidam com essa emoção e sentimento de forma negativa, ou seja, explodem, perdem o controle de si, se precipitam e perdem a razão. Outras vezes, abaixam a cabeça, dizem amém a tudo e engolem muitos sapos. Nem tanto lá, nem tanto cá – observar o equilíbrio.
A Doutrina Espírita é incisiva e direta ao recomendar que todos, devem lidar com a raiva e o ódio de modo positivo, sem reprimir, sem explodir, sem se prejudicar. Como? Pode alguém pensar que se trata de um milagre, mas não é. São ensinamentos que, quando bem praticados, com certeza, aliviam a energia negativa presente nos afetos negativos.
Alguns passos para este objetivo:
1.     Externar os sentimentos e as emoções negativas na hora certa (para não realimentar a força negativa), do jeito certo (com muita compreensão), na medida certa (sem exaltação e agressividade) e com a pessoa certa (o estímulo). Deve saber dizer não. Muitas vezes, dizer não é cuidar de si, é enfrentar o problema.
2.     Pensar lógica e racionalmente se o estímulo (situação ou alguém) tem o valor real que a ele está sendo dado. Pergunte a si: vale à pena perturbar a minha saúde física e psíquica por esse estímulo? Qual  valor que estou dando ao meu bem-estar?
3.     Desapegar-se do passado que traz raiva, mágoa e sentimento de vingança.
4.     Mudanças dos padrões de pensamento para admitir que ninguém é vítima de ninguém e sim da própria constituição espiritual.
5.     Identificar a origem dos sentimentos negativos, isto é, os estímulos prejudiciais, para poder administrá-los melhor.
Notar que na raiva, na mágoa e no ódio, a força negativa presente gira em circuito fechado de pensamentos, emoções e sentimentos (auto-obsessão), prejudicando o equilíbrio energético do ser humano. Nesta condição o campo fica propício a influências externas: os obsessores.
A Doutrina Espírita, através de sua vasta literatura, nos presenteia com conselhos maravilhosos dos mentores espirituais para combatermos as emoções e sentimentos negativos.
Vejamos alguns;  do Espírito André Luiz1, na cristalina mediunidade de Chico Xavier:
1.     Cada pessoa vê os problemas da vida em ângulo diferente. Dê aos outros a liberdade de pensar, tanto quanto você é livre para pensar como deseja.
2.     Respeitemos a opinião do inimigo, porque é possível que seja ele portador de verdades que ainda desconhecemos, até mesmo em relação a nós.
3.     Reconheçamos o fato de que, muitas vezes, chegamos a odiar simplesmente porque a pessoa não adota os nossos pontos de vista.
4.     A crítica dos outros só poderá trazer-lhe prejuízo se você consentir.
5.     Se alguém feriu você, perdoe imediatamente, frustrando o mal no nascedouro.
6.     A melhor maneira de aprender a desculpar os erros alheios é reconhecer que também somos humanos capazes de errar, talvez mais desastradamente que os outros.
7.     O adversário em que você julga encontrar um modelo de perversidade, talvez seja um doente necessitando de compreensão.
8.     Quanto mais avança a ciência médica mais compreende que o ódio, mágoa em forma de vingança, condenação, ressentimento, inveja ou hostilidade está na raiz de numerosas doenças e que o único remédio eficaz contra semelhantes calamidades da alma é o perdão no veículo do amor.
José Luiz Condotta 2
Médico psiquiatra e participante de atividades espíritas.
http://www.adde.com.br/468/artigo/raiva-e-odio



[1] Livro: Sinal Verde. Espírito André Luiz / XAVIER, Francisco Cândido;  Ed. Uberaba/MG: CEC, 1999, p. 36, 37 e 56. 
[2] José Luiz Condotta – médico psiquiatra e participante de atividades espíritas.

domingo, 27 de maio de 2018

SE EU MORRER ANTES DE VOCÊ...


SE EU MORRER ANTES DE VOCÊ...[1]
Se eu morrer antes de você, faça-me um favor: 
Chore o quanto quiser, mas não brigue com Deus por Ele haver me levado. 
Se não quiser chorar, não chore. 
Se não conseguir chorar, não se preocupe. 
Se tiver vontade de rir, ria. 
Se alguns amigos contarem algum fato a meu respeito, ouça e acrescente sua versão. 
Se me elogiarem demais, corrija o exagero. 
Se me criticarem demais, defenda-me. 
Se me quiserem fazer um santo, só porque morri, mostre que eu tinha um pouco de santo, mas estava longe de ser o santo que me pintam. 
Se me quiserem fazer um demônio, mostre que eu talvez tivesse um pouco de demônio, mas que a vida inteira eu tentei ser bom e amigo. 
Espero estar com Ele o suficiente para continuar sendo útil a você, lá onde estiver. 
E se tiver vontade de escrever alguma coisa sobre mim, diga apenas uma frase: 
"Foi meu amigo, acreditou em mim e me quis mais perto de Deus!" 
Aí, então derrame uma lágrima. 
Eu não estarei presente para enxugá-la, mas não faz mal.
Outros amigos farão isso no meu lugar. 
E, vendo-me bem substituído, irei cuidar de minha nova tarefa no céu. 
Mas, de vez em quando, dê uma espiadinha na direção de Deus. 
Você não me verá, mas eu ficaria muito feliz  vendo você olhar para Ele. 
E, quando chegar a sua vez de ir para o Pai, aí,  sem nenhum véu a separar a gente, vamos viver, em Deus, a amizade que aqui nos preparou para Ele.
Você acredita nessas coisas? 
Então ore para que nós vivamos como quem sabe que vai morrer um dia, e que morramos 
como quem soube viver direito. 
Amizade só faz sentido se traz o céu para mais perto da gente, e se inaugura aqui mesmo o seu começo. Mas, se eu morrer antes de você acho que não vou estranhar o céu. 
Ser seu amigo... Já é um pedaço dele...
Autor desconhecido


[1] https://www.mensagemespirita.com.br/mensagem-em-video/1715/se-eu-morrer-antes-de-voce-faca-me-um-favor?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+MensagemEsprita+%28Mensagem+Esp%C3%ADrita%29

APRENDER A AMAR


APRENDER A AMAR[1]

Escutamos freqüentemente frases que constituem atestados de incompatibilidade ou admiração instantânea em relacionamentos, emitidas rotineiramente nas diversas rodas de convivência, definindo alguns sentimentos que temos pelo outro como se fossem predestinados e definitivos.
Convivemos, comumente, “ao sabor” daquilo que sentimos espontaneamente por alguém.
Consideremos nesse tema que o Amor não é um automatismo do sentir no aprendizado das relações humanas, como se houvessem fatores predisponentes e inderrogáveis para gostar ou não gostar dessa ou daquela criatura.
Amar é uma aprendizagem.
Conviver é uma construção.
Não existe Amor ou desamor à primeira vista, e sim simpatia ou antipatia. Amor não pode ser confundido com um sentimento ocasional e especialmente dirigido a alguém. Devemos entendê-lo como O Sentimento Divino que alcançamos a partir da conscientização de nossa condição de operários na obra universal, um “estado afetivo de plenitude”, incondicional, imparcial e crescente.
Ninguém ama só de sentir. Amor verdadeiro é vivido. O atestado de Amor verdadeiro é lavrado nas atitudes de cada dia. Sentir é o passo primeiro, mas se a seguir não vêm às ações transformadoras, então nosso Amor pode estar sendo confundido com fugazes momentos de felicidade interior, ou com os tenros embriões dos novos desejos no bem que começamos a acalentar recentemente.
O Amor é crescente no tempo e uniforme no íntimo, não tem hiatos.
Mesmo entre aqueles que a simpatia brota instantaneamente, Amor e convivência sadia serão obras do tempo no esforço diário do entendimento e do compartilhamento mútuo do desejo de manter essa simpatia do primeiro contato, amadurecendo-a com o progresso dos elos entre ambos.
Sabendo disso, evitemos frases definitivas que declarem desânimo ou precipitação em razão do que sentimos por alguém. Relações exigem cuidados para serem edificadas no Amor, e esse aprendizado exige os testes de aferição no transcorrer dos tempos.
Se nos guardamos na retaguarda moral e afetiva, esperando que os outros melhorem e se adaptem às nossas expectativas para com eles, a fim de permitirmo-nos amá-los, então, certamente, a noção de gostar que acalentamos é aquela na qual ainda acreditamos que Deus faculta isso como Dom Divino e natural em nossos corações conforme a sua Vontade.
Encontrando-nos nesse patamar de evolução, nada mais fazemos que, transferir para o Pai a responsabilidade pessoal do testemunho sacrificial, na criação de elos de libertação junto a, quantos esposam nossos caminhos nas refregas da vida.
Amor não é empréstimo Divino para o homem e sim aquisição de cada dia na aprendizagem intensiva de construir relacionamentos propiciadores de felicidade e paz.
Espíritas que somos temos bons motivos para crer na força do Amor, enquanto a falta de razões convincentes tem induzido multidões de distraídos aos precipícios da dor, porque palmilham em decidida queda para as furnas do desrespeito, da lascividade, da infidelidade, da vingança e da injustiça, em decrépitas formas de desamor.
A terapêutica do Amor é, sem dúvida, a melhor e mais profilática medicação do Pai para seus filhos na criação.
Compete-nos, aos que nos encontramos à míngua de paz, experimentá-la em nossos dias, gerando fatos abundantes de Amor, vibrando em uníssono com as sábias determinações cósmicas estatuídas para a felicidade do ser na aquisição do glorioso e definitivo título de Filhos de Deus.
E se esse sentimento sublime carece aprendizagem, somente um recurso poderá promover semelhante conquista: a educação.


[1] Livro: LAÇOS DE AFETO, Cap. 03 – WANDERLEY S. DE OLIVEIRA - ESPIRITO ERMANCE DUFAUX

HONRAS VÃS


HONRAS VÃS[1]

“Em vão, porém, me honram, ensinando doutrinas que são mandamentos de homens.”
Jesus
Marcos 7.7

A atualidade do Cristianismo oferece-nos lições profundas, relativamente à declaração acima mencionada.
Ninguém duvida do sopro cristão que anima a civilização do Ocidente. Cumpre notar, contudo, que a essência cristã, em seus institutos, não passou de sopro, sem renovações substanciais, porque, logo após o ministério divino do Mestre, vieram os homens e lavraram ordenações e decretos na presunção de honrar o Cristo, semeando, em verdade, separatismo e destruição.
Os últimos séculos estão cheios de figuras notáveis de reis, de religiosos e políticos que se afirmaram defensores do Cristianismo e apóstolos de suas luzes.
Todos eles escreveram ou ensinaram em nome de Jesus.
Os príncipes expediram mandamentos famosos, os clérigos publicaram bulas e compêndios, os administradores organizaram leis célebres.
No entanto, em vão procuraram honrar o Salvador, ensinando doutrinas que são caprichos humanos, porquanto o mundo de agora ainda é campo de batalha das idéias, qual no tempo em que o Cristo veio pessoalmente a nós, apenas com a diferença de que o Farisaísmo, o Templo, o Sinédrio, o Pretório e a Corte de César possuem hoje outros nomes.
Importa reconhecer, desse modo, que, sobre o esforço de tantos anos, é necessário renovar a compreensão geral e servir ao Senhor, não segundo os homens, mas de acordo com os seus próprios ensinamentos


[1] Livro: Caminho Verdade e Vida – Ditado pelo Espírito Emmanuel; psicografia de Francisco Cândido Xavier, Cap. 37, Edit. FEB

quinta-feira, 24 de maio de 2018

SERIA INÚTIL


SERIA INÚTIL[1]

 “Respondeu-lhes: Já vo-lo disse e não ouvistes; para que o quereis tornar a ouvir?”
João – 9.27

É muito freqüente a preocupação de muitos religiosos, no sentido de transformarem os amigos compulsoriamente, conclamando-os às suas convicções particularistas. Quase sempre se empenham em longas e fastidiosas discussões, em contínuos jogos de palavras, sem uma realização sadia ou edificante.
O coração sinceramente renovado na fé, entretanto, jamais procede assim.
É indispensável diluir o prurido de superioridade que infesta o sentimento de grande parte dos aprendizes, tão logo se deixam conduzir a novos portos de conhecimento, nas revelações gradativas da sabedoria divina, porque os discutidores de más inclinações se incumbem de interceptar-lhes a marcha.
A resposta do cego de nascença aos judeus argutos e inquiridores é padrão ativo para os discípulos sinceros.
Lógico que o seguidor de Jesus não negará um esclarecimento acerca do Mestre, mas se já explicou o assunto, se já tentou beneficiar o irmão mais próximo com os valores que o felicitam, sem atingir o alheio entendimento, para que discutir?
Se um homem ouviu a verdade, e não a compreendeu; fornece evidentes sinais de paralisia espiritual.
Ser-lhe-á inútil, portanto, escutar repetições imediatas, porque ninguém enganará o tempo, e o sábio que desafiasse o ignorante rebaixar-se-ia ao título de insensato.
Não percas, pois, as tuas horas através de elucidações minuciosas e repetidas para quem não as pode entender, antes que lhe sobrevenham no caminho o sol e a chuva, o fogo e a água da experiência.
Tens mil recursos de trabalhar em favor de teu amigo, sem provocá-lo ao teu modo de ser e à tua fé.


[1] Livro: Pão Nosso – Ditado pelo Espírito Emmanuel; psicografia de Francisco Cândido Xavier, Cap. 37, Edit. FEB

NÃO BASTA VER

NÃO BASTA VER[1]

"E logo viu, e o foi seguindo, glorificando a Deus. E todo o povo, vendo isto, dava louvores a Deus."
Lucas 18:43

A atitude do cego de Jericó representa padrão elevado a todo discípulo sincero do Evangelho.
O enfermo de boa-vontade procura primeiramente o Mestre, diante da multidão. Em seguida à cura, acompanha Jesus, glorificando a Deus. E todo o povo, observando o benefício, a gratidão e a fidelidade reunidos, volta-se para a confiança no Divino Poder.
A maioria dos necessitados, porém, assume posição muito diversa. Quase todos os doentes reclamam a atuação do Cristo, exigindo que a dádiva desça aos caprichos perniciosos que lhes são peculiares, sem quaisquer esforços pela elevação de si mesmos à bênção do Mestre.
Raros procuram o Cristo à luz meridiana; e, de quantos lhe recebem os dons, raríssimos são os que lhe seguem os passos no mundo.
Daí procede à ausência da legítima glorificação a Deus e a cura incompleta da cegueira que os obscurecia, antes do primeiro contacto com a fé.
Em razão disso, a Terra está repleta dos que creem e descreem, estudam e não aprendem, esperam e desesperam, ensinam e não sabem, confiam e duvidam.
Aquele que recebe dádivas pode ser somente beneficiário.
O que, porém, recebe o favor e agradece-o, vendo a luz e seguindo-a, será redimido.
É óbvio que o mundo inteiro reclama visão com o Cristo, mas não basta ver simplesmente; os que se circunscrevem ao ato de enxergar podem ser bons narradores, excelentes estatísticos, entretanto, para ver e glorificar o Senhor é indispensável marchar nas pegadas do Cristo, escalando, com Ele, a montanha do trabalho e do testemunho.


[1] Livro: Vinha de Luz – Ditado pelo Espírito Emmanuel; psicografia de Francisco Cândido Xavier, Cap. 34, Edit. FEB