quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

QUE É AFETIVIDADE?!


No que consiste a afeição?
Em nossa essência, existe instalada a necessidade de afeto?
A troca de afetos é fator estimulante do progresso?
Por que a repressão de nossa afetividade gera desequilíbrios?
Somos plenamente afetivos, afetuosos?
Por que a aspiração pelo amor causa medo em inúmeras pessoas?
Defluente da lei natural da Vida, a afetividade é sentimento inato ao ser humano em todos os estádios do seu processo evolutivo.
Esse conjunto de fenômenos psicológicos se expressa de maneira variada como alegria ou dor, bem-estar ou aflição, expectativa ou paz, ternura ou compaixão, gratidão ou sofrimento...
Embora no bruto se manifeste com a predominância da posse do instinto, aprimora-se à medida que a criatura alcança os patamares mais elevados da razão, do discernimento e do amor.
Mesmo entre os animais denominados inferiores; vige a afetividade em formas primárias que se ampliarão através do tempo, traduzindo-se em apego, fidelidade, entendimento, como automatismos que se fixaram por meio da educação e da disciplina.
Não obstante os limites impostos pelos equipamentos cerebrais, em alguns é tão aguçada a percepção, que o instinto revela pródromos de inteligência, que são também expressões de afeto.
No ser hominal, em face dos valores da mente, o sentimento desata a emoção, e a afetividade exterioriza-se com mais facilidade.
Imprescindível à existência feliz, por intermédio do tropismo do amor, desenvolve-se e enternece-se, respondendo pelas glórias da sociedade, pelo progresso das massas, pelo crescimento da consciência e pela amplitude do conhecimento.
Na raiz de todo o empreendimento libertador ou de todo empenho solidário, encontra-se a afetividade ao ideal, à pessoa, à Humanidade, estimulando, e, quando os desafios fazem-se mais graves, ei-la amparando o sentimento nobre que não pode fenecer e a coragem que não deve enfraquecer-se.
No começo, é perturbadora, por falta de discernimento do indivíduo a respeito do seu significado especial. No entanto, quando se vai fixando nos refolhos da alma, torna-se abençoado refrigério para os momentos difíceis e estímulo para a continuação da luta.
Sem ela a vida perderia o seu significado, tão eloquente se apresenta na formação da personalidade e da estrutura psicológica do homem e da mulher.
A afetividade proporciona forças que se transformam em alavancas para o progresso, alterando as faces desafiadoras da existência e tornando a jornada menos áspera, porque se faz dulcificada e esperançosa.
Ninguém consegue fugir-lhe à presença, porque, ínsita no Espírito, emerge do interior ampliando-lhe na área externa e necessitando de campo para propagar-se.
A afetividade é o laço de união que liga os indivíduos por meio do sentimento elevado e os impulsiona na direção do Divino Amor. [1]
A afeição, segundo definição, é um “sentimento de carinho, de ternura por algo ou alguém”. [2] Corroborando as palavras de Joanna de Ângelis, quando diz que “a afetividade é sentimento inato ao ser humano em todos os estádios do seu processo evolutivo”, em O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, temos que o amor é de essência divina e todos nós, indistintamente, carregamos “no fundo do coração a chama desse fogo sagrado.” E tal fato pode ser constatado, muitas vezes, naquele indivíduo, que, por mais abjeto, vil e criminoso que seja tem por um ser, ou por um objeto qualquer, uma afeição viva e ardente, à prova de tudo que tendesse a diminuí-la, e atingindo, frequentemente, proporções sublimes.  
(...) Mas, qualquer coisa que façam, não saberão sufocar o germe vivaz que Deus lhes depositou nos corações, na sua criação; esse germe se desenvolve e engrandece com a moralidade e a inteligência, e, ainda que comprimido pelo egoísmo, é a fonte de santa e doces virtudes que fazem as afeições sinceras e duráveis, e vos ajudam a transpor a rota escarpada e árida da existência humana. [3] 
Em nossa essência existe a necessidade de afeto, ou seja, das experiências de carinho e de ternura que possamos ter para com o mundo à nossa volta. Amar, bem como sentir-se amado e respeitado, representa, desse modo, a convergência de todos os objetivos humanos. No entanto, muitos são os indivíduos que enganam a si mesmos, acreditando que estão buscando, em primeiro lugar, a sabedoria, o dinheiro ou o poder.
A troca de afetos é também fator estimulante de progresso. Sem esse compartilhar “a vida perderia o seu significado, tão eloquente se apresenta na formação da personalidade e da estrutura psicológica do homem e da mulher.” [1]
Por isso, proibir, reprimir ou mesmo restringir as mais variadas manifestações da afetividade somente tem o poder de desviá-la para alternativas que, na maioria vezes, acabam em desequilíbrios. Porque é o conjunto de nossos afetos – ou seja, a nossa afetividade – que caracteriza a conduta de cada um de nós, expressando-se nos sonhos e desejos, nas expectativas, nas palavras, nos gestos...
Em razão do atual estágio evolutivo da humanidade, a vida afetiva ainda é caracterizada por dois sentimentos bastante antagônicos, o amor e o ódio, e estão sempre presentes na vida psíquica de cada um de nós, de modo mais ou menos integrado. É nesse sentido que de Ângelis afirma que esse conjunto de fenômenos psicológicos – a afetividade – manifesta-se através das polaridades positiva e negativa, ou seja, na alegria e na dor, no bem-estar e na aflição, na ternura e na compaixão, na gratidão e no sofrimento. Em outro momento de suas considerações, ela ensina:
Quando se pode entender e se tem olhos de ver, é possível distinguir a afetividade nos mais variados sentimentos humanos, a saber:
O egoísmo é a afetividade a si mesmo;
O ressentimento é a afetividade egoísta que não foi comprazida;
A bondade é a afetividade que se expande;
O ciúme é a afetividade insegura e possessiva;
O trabalho é a afetividade ao dever;
O ódio é a afetividade que enlouqueceu;
O auxílio fraterno é a afetividade em ação;
A vingança é a afetividade que enfermou;
A preguiça é a afetividade adormecida;
O amor é a afetividade que se sublima;
A caridade é o momento máximo de afetividade... [1]
Tais palavras nos levam a refletir sobre a nossa capacidade de sermos afetivos, afetuosos.
Será que já podemos sair de nós mesmos, dos nossos conflitos e bloqueios, de modo a oferecer à outra pessoa, seja ela quem for uma atenção, uma consideração, um carinho a mais, sem que ela nos peça ou mesmo esteja esperando por isso?
Jason de Camargo enfatiza:
 Dar e receber afeto estão entre as necessidades fundamentais do ser humano. O afeto representa aquele tipo de energia que chega a nós como uma mensagem silenciosa de carinho. No geral, as pessoas que têm dificuldades em receber ou dar carinho é porque possuem bloqueios psíquicos na área da afetividade. Muitas vezes as rejeições afetivas, o desgosto sofrido no passado por pessoas a quem se estimava, as desconfianças demasiadas e outros problemas psicológicos têm levado as pessoas a sofrerem a perda desse contato de capital importância na vida de relações. [4]
A realidade é que a maioria dos indivíduos sofre por questões afetivas, muitas vezes, transformando sua vida numa sucessão de experiências dolorosas pela falta de habilidade para viver em harmonia com os demais. Desse modo, a busca pelo autoconhecimento e a percepção de si mesmo favorecerá a conscientização de que essa inabilidade é a principal responsável pela sensação de vazio interior. Ademais, a solidão somente existe para quem se sente só, mesmo estando rodeado de circunstâncias diversas, capazes, portanto, de propiciarem variadas realizações e satisfações.
O espírito Hammed atesta:
Por não admitirmos nossa incapacidade de amar verdadeiramente, é que permanecemos desestimulados e conformados a viver uma existência com fronteiras bem limitadas na área da afetividade[5]
Amar não significa esperar que alguém nos satisfaça todos os anseios e necessidades que cabe só a nós satisfazer. [6]
 A busca pelo amor é legítimo e saudável, bem como estimula, em cada um de nós, o despertar da inteligência e dos potenciais inatos, a fim de crescermos tanto nos campos da religião, do conhecimento, da ciência, como em outros tantos setores do desenvolvimento humano. A afetividade responde “pelas glórias da sociedade, pelo progresso das massas, pelo crescimento da consciência e pela amplitude do conhecimento.” [1]
No entanto, a aspiração pelo amor causa em inúmeras criaturas uma sensação de inadequação, de medo. E, por esse motivo, elas reprimem sua afetividade, voluntária ou inconscientemente, acreditando que o desejo de amar possa representar motivo de fraqueza, de vergonha ou mesmo de submissão. Tais criaturas, por apresentarem um íntimo inseguro e imaturo para a doação – isso porque a afetividade implica em doação e entrega –, são arredias e apresentam, de maneira geral, dificuldades para estabelecer contatos afetivos. Não apenas são de difícil sociabilidade, como também não sabem expressar seus sentimentos, desejos e necessidades.
Existem aquelas também que somente se unem a outras por medo de ficarem sozinhas. Dessa forma, a busca do amor é mascarada pela necessidade de se sentirem amparadas e cuidadas.
Outras, para compensarem sua insatisfação no campo da afetividade, trabalham incessante e exaustivamente, aspirando à aprovação alheia de tudo o que fazem ou acreditam. Querem ser compreendidas, parecerem perfeitas e importantes, impressionarem as pessoas. Em suma, é o anseio de ser plenamente aceita pelos demais, custe o que custar.
Em outros casos, a afetividade é dirigida apenas à determinada pessoa ou grupo de pessoas (filhos, pais, amigos etc), mas de forma excessiva e compensatória. Com isso, sobrecarrega-se a relação, exigindo do outro mais do que ele pode oferecer em termos de manifestações afetivas, carinho, atenção ou – até mesmo! – obediência.
Não rara, então, é a confusão entre amor e poder. Vários comportamentos são justificados como manifestações de amor, quando, na verdade, o que os motiva é o desejo de controle e de poder. É óbvio que todos esperamos ser correspondidos quanto ao afeto que oferecemos, mas isso nem sempre é possível. Quando as expectativas não se encontram bem ajustadas, doar em excesso, quase sempre, significa cobrar em demasia. Dessa forma, as desilusões afetivas, de modo geral, são ocasionadas pelas ilusórias expectativas que se cria em torno dos relacionamentos.
Em razão de a troca de afetos aprimorar-se à medida que a criatura alcança “patamares mais elevados da razão, do discernimento e do amor” [1], a autêntica afetividade também se encontra associada a um consistente amadurecimento espiritual. Assim, aquela que a possui caracteriza-se pela amorosidade, caridade, generosidade e benevolência, porque seus contatos acontecem em todos os níveis, com todas as pessoas, independente de sexo, idade ou qualquer outra discriminação, propiciando crescimento, sobretudo, àqueles que com ela convive.
Segurança, alegria e sucesso na vida estão diretamente relacionados à capacidade de se estabelecer conexões afetivas caracterizadas pelo comprometimento e desapego. Nessa direção, as palavras finais de Joana de Ângelis são as seguintes:
Em qualquer circunstância libera a tua afetividade desencarcerando-a,  a fim de que se expanda e beneficie os demais.
A afetividade é portadora de especial conteúdo: quanto mais se doa, mais possui para oferecer.
É rica, infinitamente possuidora de recursos para expender.
Jamais te arrependas por haveres sido afetuoso.
Não te facultes, porém, uma afetividade exigente, que cobra resposta, que se impõe, que aguarda retribuição.
Atinge o elevado patamar emocional da afetividade que se esquece de si mesma para favorecer a outrem, conforme Jesus a viveu, sem apego nem decepção, por não haver recebido compensação.
A afetividade se completa no próprio ato de expandir-se. [1]
Amor Sempre
 “Amarás o teu próximo como a ti mesmo.” Mt 22:39
O amor é a emoção máxima que o ser humano consegue sentir no atual estágio de evolução em que se encontra. Ao reafirmar a regra áurea bíblica, o Cristo nos trouxe a certeza de que, por enquanto, nenhum outro sentimento se sobrepõe ao amor.
O próximo mais próximo de nós é a personalidade interna e oculta em nosso íntimo, que nos exige atenção e equilíbrio. Isso não se constitui em justificativa para nos isolarmos das pessoas com as quais estejamos em relação direta. O próximo com quem nos relacionamos externamente terá sempre primazia em relação ao “próximo” interno.
O como a ti mesmo significa a necessidade de nos amarmos como somos a fim de podermos entender o amor ao próximo. Só verdadeiramente ama o próximo quem se conhece o suficiente para não realizar projeções enganosas.
(...) Podemos tomar a afirmação acima num sentido psicológico estabelecendo que o amor a si mesmo predisponha a mente a permanecer num estado de consciência que permite a compreensão da totalidade à sua volta. Amar a si mesmo é entrar em contato com sua essência íntima, assumindo-se como ser no universo, responsável total e de forma consciente pelos próprios atos, sem transferir sua responsabilidade para terceiros. É a consciência de ser deus e ter Deus em si mesmo.
Psicologicamente, é mais sensato entregar-se à busca do amor universal do que do amor particular. Enquanto este traz predisposições momentâneas e se presta facilmente às projeções, aquele capacita à vida eterna e elimina projeções inconscientes.
(...) O amor ao próximo não se resume ao sentimento de afeição e ternura que temos para com um companheiro ou companheira, para com um parente ou alguém especial em nossa vida. Ele extrapola os limites da consanguinidade e da sexualidade. O amor ao próximo é o amor indiferenciado, sem face nem rótulo, sem restrições, sem bandeira e sem países. É o amor à Vida em toda sua plenitude. É aquele que se tem ao ser humano na sua humanidade e que possibilita a percepção da obra de Deus através dele mesmo.
(...) Esse sentimento de amor para consigo mesmo serve, ao mesmo tempo, para permitir à mente um estado de paz e felicidade, como também para uma espécie de autoterapia preventiva dos estados psíquicos que impedem o bom desenvolvimento da personalidade. Amar alguém como a si mesmo garante, do ponto de vista psíquico, clareza nas percepções dos próprios processos conscientes e, principalmente, inconscientes.
Quando realizamos projeções, isto é, quando notamos, de forma inconsciente, nos outros, características de personalidade que são nossas, não nos damos conta de que a simpatia ou antipatia que nutrimos por aquela pessoa se refere a nós mesmos. Por este ângulo, quem ama ou detesta alguém, o faz a si mesmo. Amar o próximo como a si mesmo pressupõe que as duas atitudes estão intrinsecamente relacionadas. Quanto mais amo o próximo, indistintamente, mais a mim mesmo amo. Quanto mais amo a mim mesmo, sem exagero narcisista, mais sou capaz de amar meu semelhante.
Do ponto de vista psicológico, amar o próximo como a si mesmo é predispor-se ao equilíbrio psíquico e à possibilidade de trabalhar seus conteúdos emocionais, desta ou de outras encarnações, com a certeza de que será bem sucedido no intento.
(...) Amar o próximo como a si mesmo é permitir a manifestação de Deus em nós. [7]
  
Silvia Helena Visnadi Pessenda

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] ÂNGELIS, Joanna de (espírito); FRANCO, Divaldo Pereira (psicografado por). Diretrizes para o êxito. 2. ed. Salvador, BA: Livr. Espírita Alvorada, 2004. Cap. 26.
[2] iDicionário Aulete. Disponível em: <http://aulete.uol.com.br/afeicao>. Acesso em: 31.10.2012.
[3] KARDEC, Allan. O evangelho segundo o espiritismo. Tradução de Salvador Gentile, revisão de Elias Barbosa. 195. ed. Araras, SP: IDE, 1996. Cap. 11. Item 9. p. 147.
 [4] CAMARGO, Jason de. Educação dos sentimentos. 5. ed. Porto Alegre: Letras de Luz, 2003. Cap. 4. p. 78.
 [5] HAMMED (espírito); SANTO NETO, Francisco do Espírito (psicografado por). Espelho d’água. 1. ed. Catanduva, SP: Boa Nova Editora, 2001. p. 88.
 [6] ______. Os prazeres da alma. 1. ed. Catanduva, SP: Boa Nova Editora, 2003. Cap. “Afetividade”. p. 51.
 [7] NOVAES, Adenáuer. Psicologia do evangelho. 2. ed. Salvador, BA: Fundação Lar Harmonia, 2001. Cap. 11. NOVAES, Adenáuer. Evangelho e família. 1. ed. Salvador: Fundação Lar Harmonia, 2002.


segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

ANO NOVO; NOVA JORNADA...


ANO NOVO! NOVA JORNADA... 

Reconhece-se o verdadeiro Espírita pela sua transformação moral, e pelos esforços que faz para domar suas más inclinações.
Allan Kardec.
O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XVII, item 4.

Ao refletirmos sobre nossa caminhada através da Doutrina Espírita, nos perguntamos:
O que é ser espírita?
Kardec nos ensina, com seu bom senso, que necessário se faz cuidar da nossa transformação moral.
Diz ele: Aquele que pode ser, com razão, qualificado de espírita verdadeiro e sincero, se acha em grau superior de adiantamento moral. O Espírito, que nele domina de modo mais completo a matéria, dá-lhe uma percepção mais clara do futuro; os princípios da Doutrina lhe fazem vibrar fibras que nos outros se conservam inertes. Em suma: é tocado no coração, pelo que inabalável se lhe torna a fé.[1]
A proposta filosófica e moral do Espiritismo é a transformação pessoal de seus adeptos para melhor. A beleza e a sabedoria da filosofia espírita nos trazem respostas às mais perturbadoras questões, baseada na razão e na lógica.
Há mais de cento e sessenta anos, o Espírito de Verdade, à frente de uma legião de obreiros do bem trouxe a mensagem da Terceira Revelação, conforme a promessa de Jesus.
Aprendizes que somos da Doutrina do Cristo, restaurada em seus fundamentos simples e puros, sigamos difundindo as verdades eternas e imutáveis do Evangelho.
Não basta, no entanto, entusiasmo para a divulgação da Doutrina. É imprescindível a prática cristã.
Aquele que ensina sem dar o exemplo ensina apenas a teoria e não toca os corações. Ensina-nos o Espírito Emmanuel:
Espírita deve ser o teu caráter; ainda mesmo te sintas em reajuste, depois da queda.
Espírita deve ser a tua conduta, ainda mesmo que estejas em duras experiências.
Espírita deve ser o nome de teu nome, ainda que respires em aflitivos combates contigo mesmo.[2]
Apesar das respostas legitimas que a Doutrina nos traz, preenchendo os vazios filosóficos e culturais, trazendo as respostas para nossas dores e interrogações, muitos seguimos acomodados, sem abandonar velhos hábitos, vaidades e egoísmo. Seguimos a vida esperando soluções milagrosas para nossos problemas, julgando e exigindo perfeição dos companheiros sem nos preocuparmos com a própria reforma íntima.
Cremos na vida após a morte, no entanto não nos preparamos para esse futuro inadiável…
O espírita de coração, aquele no qual o Espiritismo encontra ressonância produzindo uma revolução para melhor, abre-se ao seu conteúdo e aprende a ser feliz, elegendo a caridade como estrada moral a palmilhar sem cansaço.
O verdadeiro espírita compreende todas essas ocorrências negativas e infelizes do Movimento no qual labora, sem desanimar nem rebelar-se.
Sabe que as defecções de muitos companheiros resultam da sua imaturidade espiritual e, em vez de exprobrá-los, permanece fraterno, mesmo quando hostilizado ou perseguido.
É manso sem emaranhar-se no cipoal da hipocrisia ou do servilismo perturbador.
A sua energia manifesta-se através da perseverança nas atividades doutrinárias que abraça.
Não tem a veleidade de impor-se, de converter os demais. São os seus atos que despertam a atenção, a crença que vivenciam.
O espírita verdadeiro não se sente completado, mas em construção evolutiva. Estuda sempre, observando as ocorrências e buscando retirar o melhor proveito, a fim de crescer emocionalmente sempre mais.[3]
Simplicidade. Eis a tônica da vida bem vivida.
Simplicidade. Eis o que se espera do espírita, dos trabalhadores espíritas, dos líderes espíritas, do Movimento Espírita no seu todo.
Simplicidade. Valor intrínseco na humildade. Virtude das maiores.[4]
Com certeza não deixaremos diminuir o entusiasmo pela Doutrina e sua divulgação apenas por estarmos longe da vivência integral dos ensinamentos do Cristo, mas, necessário se faz vigiar e orar sempre.
Nada se conquista sem trabalho e a jornada é lenta e laboriosa para quem busca os bens superiores. Busquemos na perseverança a coroação de nossos esforços.
A alma humana aprenderá a conhecer-se em sua natureza imortal, em seu futuro eterno. Espíritos, de passagem por esta Terra, compreenderemos que o nosso destino é viver e progredir incessantemente, através do infinito dos espaços e do tempo, a fim de nos iniciarmos sempre e cada vez mais nas maravilhas do Universo, para cooperarmos sempre mais intimamente na obra divina.
Compenetrados destas verdades, saberemos desprender-nos das coisas materiais e elevar bem alto as nossas aspirações. Sentir-nos-emos ligados aos nossos companheiros de jornada, na grande romaria eterna, ligados a todas as almas pela cadeia de atração e de amor que a Deus se prende e a todos nos mantém na unidade da vida universal.
Então as mesquinhas rivalidades, os odiosos preconceitos terão cessado para sempre. Todas as reformas, todas as obras de solidariedade receberão vigoroso impulso. Acima das pequenas pátrias terrestres veremos desdobrar-se a grande pátria comum: o céu iluminado.
De lá nos estendem os braços os Espíritos superiores. E todos, através das provas e das lágrimas, subimos das obscuras regiões às culminâncias da divina luz. O carreiro da misericórdia e do perdão está sempre franqueado aos culpados. Os mais decaídos podem se reabilitar, pelo trabalho e pelo arrependimento, porque Deus é justiça, Deus é amor.[5]










[1] KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XVII, item 4.
[2] XAVIER, Francisco C. Religião dos Espíritos.
[3] FRANCO, Divaldo P./Vianna de Carvalho. Espiritismo e Vida, cap. 6.
[4] Jornal Mundo Espírita. Editorial de setembro 2006.
[5] DENIS, Léon. No Invisível, cap. XI.
* http://www.mundoespirita.com.br/?materia=ano-novo-nova-jornada 2/2

domingo, 31 de dezembro de 2017

Cuidado com os Espíritos Hipócritas


Cuidado com os Espíritos Hipócritas

Os maus espíritos são aqueles que o arrependimento ainda não tocou; que se comprazem no mal, e nele não concebem nenhum remorso; que são insensíveis às censuras, repelem a prece e, frequentemente, blasfemam contra o nome de Deus. São essas almas endurecidas que, depois da morte, se vingam, nos homens, dos sofrimentos que experimentam, e perseguem com o seu ódio aqueles a quem odiaram durante a vida, seja pela obsessão, seja por uma falsa influência qualquer.
Entre os espíritos perversos, há duas categorias bem distintas: aqueles que são francamente maus e os que são hipócritas.
Os espíritos francamente maus.
São infinitamente mais fáceis de conduzir ao bem do que os espíritos hipócritas; são, o mais frequentemente, de natureza bruta e grosseira, como são vistos entre os homens, que fazem o mal mais por instinto do que por cálculo, e não procuram se fazer passar por melhores do que são; mas há neles um germe latente que é preciso fazer eclodir, o que é conseguido, quase sempre, com a perseverança, a firmeza unida à benevolência, pelos conselhos, pelo raciocínio e pela prece. Na mediunidade, a dificuldade que eles tem em escrever o nome de Deus é indicio de um temor instintivo, de uma voz íntima da consciência que lhes diz que são indignos; aquele com quem ocorre isso, está no limiar da conversão, e pode-se esperar tudo dele: basta encontrar o ponto vulnerável do coração.
Os espíritos hipócritas.
São quase sempre muito inteligentes, mas não tem no coração nenhuma fibra sensível; nada os toca; simulam todos os bons sentimentos para captar confiança, e ficam felizes quando encontram tolos que os aceitam como santos espíritos, e que eles podem governar à sua vontade. O nome de Deus, longe de lhes inspirar o menor temor, lhes serve de máscara para cobrir as suas torpezas. No mundo invisível, como no mundo visível, os hipócritas são os seres mais perigosos porque agem na sombra, e deles não se desconfia. Eles tem as aparências da fé, mas não a fé sincera.

NINGUÉM CRUZA NOSSO CAMINHO POR ACASO...


Ninguém cruza nosso caminho por acaso...

Todos que estamos aqui hoje, no mesmo meio, nos encontramos em outras vidas; nossa relação de hoje, nosso encontro, é produto de outras existências. Como estamos novamente juntos, agora podemos acertar os erros do passado, para que na próxima vida que nos encontrarmos as coisas possam ser mais fáceis para todos, e os laços estarem mais fortalecidos.
As pessoas entram na nossa vida por uma “Razão”, ou por uma “Estação”, ou por uma “Vida Inteira”. Quando se percebe por qual motivo é, saberemos saber o que fazer por cada pessoa.
Quando alguém está na nossa vida por uma “Razão” é, geralmente, para suprir uma necessidade que demonstramos. Elas vem para auxiliar numa dificuldade, fornecer orientação e apoio, ajuda física, emocional ou espiritual. Elas poderão parecer como uma dádiva de Deus, e são! Elas estão lá pela razão que nós precisa que estejam. Então, sem nenhuma atitude errada da nossa parte, ou em uma hora inconveniente, esta pessoa vai dizer ou fazer alguma coisa para levar essa relação ao fim. Às vezes, eles simplesmente se vão, ou agem de uma forma para tomarmos uma posição. O que devemos entender é que nossas necessidades foram atendidas, nossos desejos preenchidos e o trabalho delas, feito. As suas orações foram atendidas. E agora é tempo de ir.
Quando as pessoas entram em nossas vidas por uma “Estação”, é porque chegou nossa vez de dividir, crescer e aprender. Elas trazem a experiência da paz, nos fazem rir, nos fazem bem. Elas poderão ensinar algo que nunca tínhamos feito antes. Elas, geralmente, dão uma quantidade enorme de prazer. É tudo real. Mas apenas por uma “Estação”.
Relacionamentos de uma “Vida Inteira” ensinam lições para toda a vida: coisas que se deve construir para ter uma formação emocional sólida. A nossa tarefa é aceitar as lições, amar a pessoa, e colocar o que aprendemos em uso em todos os outros relacionamentos e áreas da nossa vida. 

sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

Momento Histórico de Transição para a Luz


Momento Histórico de Transição para a Luz

Filhas e filhos do coração abençoe-nos o Senhor proporcionando-nos a sua paz!
Lentamente as sombras da ignorância planetária cedem lugar às claridades luminíferas que descem da Erraticidade Superior para apontar o rumo da plenitude.
O incomparável Mestre Galileu apresentou o futuro da Humanidade assinalado pelo desequilíbrio da criatura que perderia a diretriz de segurança e, para diminuir-lhe a dor, acenou-lhe com a chegada do Consolador.
Nem todos hão entendido o significado do Consolador que foi prometido e confundem-no com o solucionador dos problemas humanos por eles próprios conquistados.
A função do Espiritismo é libertar a consciência da sua sombra, o coração das amarras emocionais negativas.
Não é pretensão dos Espíritos Nobres solucionar os problemas que dizem respeito às criaturas da indumentária carnal. Iluminá-las interiormente para compreender a causalidade de toda e qualquer ocorrência eis a finalidade precípua da Revelação Kardequiana.
Vive-se o momento histórico da transição para a luz e, abandonar-se a sombra acolhedora e perturbadora ao mesmo tempo para a conquista da claridade do dia de paz, é tarefa difícil e surgem as Parcas profetizando tragédias, abominações e desgraças como se esse estágio se devesse caracterizar pelo desconforto e pela aflição.
O objetivo essencial é de espancar as trevas íntimas que predominam em a natureza humana e vós tendes compreendido o papel que deveis exercer em nome da fulgurante Mensagem de Jesus, esclarecida pelos pensamentos espíritas.
Sabeis que vos encontrais entre atormentados e sofredores, sofredores e atormentados que, de alguma forma, somos quase todos nós.
É nosso dever precípuo apoiar-nos na paciência e na misericórdia, filhas diletas da compaixão, para melhor atendermos o desespero que grassa e alentarmos com esperança aqueles que ainda não conseguiram sair do desespero.
Amanhece novo dia de paz.
Já trabalha em favor dos postulados maiores deixando de lado os interesses egóicos da Casa, da pessoa, para vos preocupardes com a Causa, a comunidade. Esse é o desejo de Jesus Cristo que não tergiversou em imolar-se por amor a todos.
Permaneceis fiéis servidores do Bem porque nunca vos faltarão o indispensável concurso do Mundo Maior.
Buscai conectar-vos com as esferas da vida e recebereis as diretrizes traçadas para o bom combate que deve iniciar-se no ádito do coração.
É certo que nessa batalha do homem velho, abrindo espaço para o ser novo, provareis solidão, dificuldade, incompreensão e amargura. Mas, entre os dois caminhos para o Reino de Deus, definidos na estrada larga da ilusão e na estrada estreita da luta sacrificial, este último pode ser encontrado na Via Crucis que Ele cruzou a sós e, na etapa final sob a ajuda daquele que foi posto a socorrê-lO. E o outro é o caminho da Umbria, em que, aquele ícone que perseverava no amor compreendeu que era dando e dando-se que poderia abrir espaço no coração para Jesus.
Meditemos juntos nessas duas estradas, a do Gólgota e a do Monte Subásio, e procuremos viver como se fossem aqueles os dias de hoje, porquanto, de alguma forma, são muito parecidos.
Na primeira etapa, Jesus veio quando Roma dominava a Terra conhecida e Israel, que esperava no ginete feroz das batalhas o grande conquistador Messias, não poderia aceitar o homem de Nazaré que cavalgava a Verdade para espalhá-la pela Terra e, por isso, não O recebeu até hoje, esperando a glória terrestre fictícia e de rápida, ligeira manifestação de prazer.
Tampouco aqueles primeiros servidores, que a tudo renunciaram para viverem Jesus, experimentaram, ainda durante a vida do seráfico, a desunião, a presunção humana, a ousadia de tentar modificar as regras da renúncia e do abandono do prazer em favor da glória celestial.
Jesus, na cruz, adquiriu as asas para o Infinito e Francisco, também crucificado com os estigmas, pode colocar as asas da ternura e da compaixão para seguir o seu Mestre.
Tende bom ânimo!
Não penseis que o Espiritismo veio solucionar aquilo que cada um de nós deve cuidar de fazer, mas nos ajudou a solucionar sim, pelo conforto moral, pelas palavras iluminativas, pelos conteúdos libertadores, tudo o que significa dor e angústia, libertando-nos do magnetismo terrestre para fruir as infinitas glórias da Imortalidade.
Já conheceis a Doutrina, já sentis o breve e agradável hálito do amanhecer da Imortalidade.
Vivei de tal forma que estejais assinalados pelas cicatrizes dos testemunhos que são as condecorações únicas pelas quais o cristão deve lutar por consegui-las.
Neste Encontro em que vos reunistes, cheios de dúvidas, dificuldades e incertezas, concluis a etapa final com júbilos e claridades diamantinas, porque o amor é a virtude sublime que, quanto mais se divide, mais se multiplica e consegue cicatrizar todas as feridas do coração e acalmar todas as ansiedades da alma.
Ide agora e vivei a Mensagem!
A vossa vida deve ser o espelho que reflita a glória do Sermão da Montanha, passando rapidamente da cruz para atingir a madrugada primaveril da Imortalidade, da ressurreição.
Deus vos abençoe, filhas e filhos do coração!
Que possamos estar juntos na lide a que nos comprometemos, abraçando-nos fraternalmente como fazem aqueles que vos anteciparam na viagem de volta ao grande Além e aqui chamamos Espíritos espíritas, fiéis à Codificação que ilumina o Evangelho de Jesus.
Recebei o nosso carinho e sede felizes porque todo aquele que encontra Jesus descobre o mais valioso tesouro para a vida.
Muita paz, minhas filhas, meus filhos! Que o Senhor permaneça conosco hoje e sempre!
São os votos do amigo e servidor humílimo de sempre, 
Bezerra.


A mensagem de Bezerra de Menezes, recebida psicofonicamente pelo médium Divaldo Pereira Franco, no encerramento da Reunião Ordinária do Conselho Federativo Nacional, em 13 de novembro de 2016, em Brasília,

TEMAS POLÊMICOS QUE ASSOMBRAM OS ESPIRITAS


TEMAS POLÊMICOS QUE ASSOMBRAM OS ESPIRITAS

Temos hoje vários temas que ainda são evitados em casas e reuniões espíritas com o propósito de não assustar ou dispersar novos companheiros de doutrina que possa ainda se sentir inseguros para tal abordagem.
Mais do que temas e filosofias, evitam-se também atitudes e comportamentos com os quais os ditos “conservadores” podem não se sentir a vontade, como tocar em determinados assuntos nas reuniões públicas.
É claro para todos que nossa doutrina nada proíbe, sendo que cada um sabe que consequências sempre virão para cada atitude tomada, seja ela boa ou ruim, determinando assim o perfil de seu retorno.
É sempre muito edificante ouvir sobre a vida e os ensinamentos de Jesus, mas em determinado momento se faz necessário abrir o leque e instigar em cada frequentador a vontade de se envolver e estudar mais e mais a doutrina, partindo dos assuntos básicos e entrando cada vez mais em discussões sobre temas mais sérios e que com certeza, hoje em dia, captam mais o interesse das massas, sendo espíritas ou não.
O “medo” da abordagem polêmica se torna desnecessário. Sempre foi da vontade de Kardec que os ideais espíritas se desenvolvessem junto à Ciência e progresso da Humanidade, atendendo as necessidades intelectuais de cada época.
É obrigação do bom-espírita entender e estudar as mudanças morais e éticas da sociedade, e dessa forma, compreender que determinados assuntos precisam ser abordados para que o espiritismo continue sendo uma doutrina consoladora e esclarecedora, pois, o que se poderia dizer de uma crença que evita a abordagem de determinados assuntos?
Regrediríamos assim para os tempos do cristianismo obscuro e arcaico, onde falar e expressar-se sobre determinados assuntos causava pasmo e indignação.  
Quais são os problemas da sociedade brasileira?
Sim, são muitos, e todos devem ser estudados à Luz dos ensinamentos espíritas, sem exceção.
Porque não falar dos políticos corruptos que fragilizam nossa confiança?
Porque não falar em crimes hediondos que chocam famílias nos sofás durante os telejornais?
Devemos transformar em ensinamento e esclarecimento as situações pelas quais ficamos estarrecidos, para que dessa forma, o espírita na sociedade esteja sempre atualizado, consciente daquilo que acontece à sua volta, e sempre, sempre em vigília de suas atitudes.
Os chamados “Espíritas Conservadores” na verdade são ainda dotados de preconceitos sociais e filosóficos, são irmãos que necessitam de atualização, de estudo de obras mais atuais, e de terem consciência de que a omissão desses assuntos poderá acarretar novos compromissos em vidas futuras, atrasando um pouco mais nossa escalada evolutiva.
Vamos deixar de lados preconceitos e não nos esquecemos de que Jesus foi um revolucionário e não evitou em momento algum os assuntos da sua sociedade, lutando contra aquilo que achava injusto e perverso.
E assim como na época de Jesus, temos hoje as perversidades de nosso mundo, onde crianças se sexualizam cada vez mais novas, abortando seus filhos sempre que engravidam, onde a educação moral de jovens é precária e decadente, onde reina a miséria e o preconceito, onde homossexuais são mortos diariamente, onde pais matam seus filhos por motivos desconhecidos, onde drogas reinam nas ruas das periferias... E infelizmente: Onde a morte se torna destino certo das crianças que antes mesmo de aprender a ler, se envolvem no mundo do tráfico e roubos, vendendo ali sua liberdade em troca de momentos de consciência alterada!
E ainda existem pessoas que não concordam em falar destes temas?

NÃO DESANIME


Não Desanime
Quando você se observar, à beira do desânimo, acelere o passo para frente, proibindo-se parar.
Ore, pedindo a Deus mais luz para vencer as sombras.
Faça algo de bom, além do cansaço em que se veja.
Leia uma página edificante, que lhe auxilie o raciocínio na mudança construtiva de idéias.
Tente contato de pessoas, cuja conversação lhe melhore o clima espiritual.
Procure um ambiente, no qual lhe seja possível ouvir palavras e instruções que lhe enobreçam os pensamentos.
Preste um favor, especialmente aquele favor que você esteja adiando.
Visite um enfermo, buscando reconforto naqueles que atravessam dificuldades maiores que as suas.
Atenda às tarefas imediatas que esperam por você e que lhe impeçam qualquer demora nas nuvens do desalento.
Guarde a convicção de que todos estamos caminhando para adiante, através de problemas e lutas, na aquisição de experiência, e de que a vida concorda com as pausas de refazimento das nossas forças, mas não se acomoda com a inércia em momento algum.


COMO AS DORES DOS QUE FICARAM AFETAM OS ESPÍRITOS?


COMO AS DORES DOS QUE FICARAM AFETAM OS ESPÍRITOS?
Provavelmente já muitas vezes nos perguntamos: Será que ele/ela sabe que morreu?
Será que também sentem saudade como nós sentimos?
Como será que “eles” sentem?
Você que está a ler isto, já deve ter feito estas perguntas ou semelhantes inúmeras vezes mas sempre sem resposta.
Ou então encontra uma resposta que acalme a dor que está a sentir naquele momento devido à partida do seu ente querido. A resposta que normalmente encontramos é: “Ele/ela estava a sofrer muito e agora está a descansar em paz ou só agora é que está em paz.”
ESTA RESPOSTA ESTÁ ERRADA!
“Eles” não morrem e muito menos estão a descansar. O que nós enterramos ou cremamos é somente o corpo do nosso ente querido, porque nessa altura a alma separa-se do corpo e segue o seu caminho para outra vida. Portanto, a morte não existe. O corpo é apenas o envoltório da alma, do qual ela se liberta quando o corpo morre.
É como por exemplo, uma cobra quando troca de pele. A cobra se liberta da sua “velha ” pele.
Mas voltando à pergunta inicial: Como as dores dos que ficaram afetam os espíritos?
Nós cometemos sempre o erro de pensar que existe morte e que só nós é que sentimos saudade e tristeza. Nós nos esquecemos que eles continuam vivos e que também estão a sentir a mesma saudade, a mesma tristeza e a mesma dor que nós sentimos com a sua partida, porque muitos partem sem ter vontade de partir. O sentimento que nos une a esse ente querido mantém-se inalterável independentemente de onde ele/ela estiver.
Por exemplo, se estamos o tempo todo em constante conexão energética com quem amou, imagine se estivermos desencarnados, concentrados em alguém encarnado que está a transmitir emoções de tristeza, saudade, arrependimento, culpa devido à nossa ausência no desencarne?
Se não é fácil para nós lidarmos com as nossas próprias dores, imagine o que será depararmos com a dor que provocamos a alguém que amamos.
Portanto, quando estamos no plano extra físico as emanações energéticas exageradas dos nossos entes queridos encarnados chegam até nós com uma determinada intensidade, tornando-se quase audíveis.
Por isso, temos que ter cuidado com os sentimentos que alimentamos, pois alimentar é uma coisa e sentir é outra.
Para qualquer espírito que desencarna e que segundo a sua própria evolução, está razoavelmente equilibrado existe uma proteção natural que o isola dos sentimentos normais de saudade dos entes queridos que ficassem, tendo assim a oportunidade de se adaptar à sua nova etapa de vida.
No entanto pode acontecer também o contrário. O espírito pode estar em desequilíbrio na sua própria evolução devido ao fato de ver os seus entes queridos em sofrimento com a sua partida, o que pode fazer com que “ele” não consiga lidar bem com o seu regresso à vida espiritual. “
Ele” pode se sentir culpado e querer ficar na sua vida carnal para que os seus entes queridos não sofram por sua causa.
De fato, os espíritos podem sempre voltar para junto de nós quando querem, mas numa primeira fase após o seu descarne não é aconselhável que “eles” voltem para junto de nós, porque essa vontade de voltar deve-se ao fato deles ainda não se terem adaptado ao outro plano, ou seja, ainda não encontraram a luz que os guia até ao outro plano porque por vezes, também levam consigo preocupações e problemas desta vida.
Por isso, a partir de agora temos de ficar atentos ás nossas manifestações de sentimentos exagerados, seja para bem do nosso ente querido que partiu ou para nosso próprio bem ou até mesmo para bem dos entes que ainda ficam conosco.
Se não sentíssemos saudade não estaríamos a dar a devida importância àquela pessoa que passou pela nossa vida. Para o bem de todos os que ficam e os que partem, cabe somente a nós avaliar se a saudade cabe mesmo toda no nosso coração ou se haverá saudade em demasia.
Portanto vamos acreditar que os nossos entes queridos estão a viver a vida deles noutra dimensão/plano e para que sejamos todos felizes temos de continuar a viver a nossa vida até ao dia em que vamos ter com eles, para que nesse dia estejamos aptos a sermos recebidos com o louvor que merecemos e por quem nos é querido.
Sejamos felizes por “eles” e por nós próprios!