MENTE E PSICOSSOMA – Compreendendo-se o
envoltório psicossomático por templo da alma, estruturado em bilhões de células
a se caracterizarem por atividade incessante, é natural imaginemos cada centro de força e cada órgão por
departamentos de trabalho, interdependentes entre si, não obstante o caráter autônomo
atribuível a cada um.
Semelhantes
peças, no entanto, obedecem ao comando mental, sediado no cérebro, que lhes
mantém a coesão e o equilíbrio, por intermédio das oscilações inestancáveis do
pensamento.
Temos,
assim, as variadas províncias celulares sofrendo o impacto constante das
radiações mentais, a lhes absorverem os princípios de ação e reação, desse
ou daquele teor, pelos quais os processos da saúde e da enfermidade, da
harmonia e da desarmonia são associados e desassociados, conforme a direção que lhes imprima
a vontade.
Naturalmente não podemos esquecer que o
alimento comum garante a subsistência do corpo físico, através da permuta
contínua de substâncias com a incessante transformação de energia, e isso
acontece porque a força mental conjuga substância e energia na produção dos
recursos de apoio à existência e dos elementos reguladores do metabolismo.
Além
desses fatores, cabe-nos contar com os fatores mentais para a sustentação de
todos os agentes da vida, que se fará dessa ou daquela forma, segundo a
qualidade desses mesmos ingredientes.
Conforme
a integridade desses princípios resultará a integridade do poder mecânico da
mente para a formação dos anticorpos na intimidade das forças componentes do
sistema sanguíneo.
SANGUE E FLUIDOTERAPIA – Salientando-se que
o sistema hemático
no corpo físico representa o conjunto das energias circulantes no corpo
espiritual ou psicossoma, energias essas tomadas em princípio pela
mente, através da respiração, ao reservatório incomensurável do fluido cósmico, e para ele que nos compete voltar à
atenção, no estudo de qualquer processo fluidoterápico de tratamento ou de cura.
Relacionados
com os centros psicossomáticos, os variados núcleos da vida sanguínea produzem
as grandes coletividades corpusculares das hemácias, dos leucócitos,
trombócitos, macrófagos, linfócitos, histiócitos, plasmócitos, monócitos e
outras unidades a se dividirem, inteligentemente, em famílias numerosas, movimentando-se em trabalho
constante, desde os fulcros geratrizes do baço e da medula óssea, do fígado e
dos gânglios, até o âmago dos órgãos.
Fácil entender que todo desregramento
de natureza física ou moral faz-se refletir, de imediato, por reações mentais
conseqüentes, sobre as províncias celulares, determinando situações favoráveis ou
desfavoráveis ao equilíbrio orgânico.
O pensamento é a força que, devidamente
orientada, no sentido de garantir o nível das entidades celulares no reino
fisiológico, lhes facilita a migração ou lhes acelera a mobilidade para certos efeitos
de preservação ou defensiva, seja na improvisação de elementos combativos e
imunológicos ou na impugnação aos processos patogênicos, com a intervenção da
consciência profunda.
Deduzimos,
sem dificuldade, que se é possível a hipnotização da mente humana, com vistas a
certos fins, com mais propriedade operar-se-á a magnetização das entidades corpusculares, para efeitos
determinados, no ajustamento das células.
MÉDIUM PASSISTA – Entendemos que a
mediunidade curativa se reveste da mais alta importância, desde que alicerçada nos
sentimentos mais puros da mais pura fraternidade.
É claro
que não nos reportamos aos magnetizadores que desenvolvem as forças que lhes
são peculiares, no trato da saúde humana.
Referimo-nos, sim, aos intérpretes da
Espiritualidade Superior, consagrados à assistência providencial aos enfermos,
para encorajar-lhes a ação.
Decerto, o estudo da constituição humana
lhes é naturalmente aconselhável, tanto quanto ao aluno de enfermagem,
embora não seja médico, se recomenda a aquisição de conhecimentos do corpo em
si.
E do
mesmo modo que esse aprendiz de rudimentos da Medicina precisa atentar para a
assepsia do seu quadro de trabalho, o médium passista necessitará vigilância no seu campo de
ação, porquanto de sua higiene espiritual resultará o reflexo benfazejo
naqueles que se proponha socorrer.
Eis
porque se lhe pede a sustentação de hábitos nobres e atividades limpas, com a simplicidade
e a humildade por alicerces no serviço de socorro aos doentes, de vez que
semelhantes fatores funcionarão à maneira do tungstênio na lâmpada elétrica, suscetível de irradiar a força da usina,
produzindo a luz necessária à expulsão da sombra.
O investimento cultural ampliar-lhe-á os
recursos psicológicos, facilitando-lhe a recepção das ordens e avisos dos
instrutores que lhe propiciem amparo, e o asseio mental lhe consolidará a influência,
purificando-a, além de dotar-lhe a presença com a indispensável autoridade
moral, capaz de induzir o enfermo ao despertamento das suas próprias
forças de reação.
MECANISMO DO PASSE – Tendo mencionado o
fenômeno hipnótico em diversas passagens de nossas anotações, a ele
recorreremos, ainda uma vez, para definir o medianeiro do passe magnético por autêntico
representante do magnetizador espiritual, à frente do enfermo.
Estabelecido
o clima de confiança, qual acontece entre o doente e o médico preferido,
cria-se a ligação sutil entre o necessitado e o socorrista e, por semelhante
elo de forças, ainda imponderáveis no mundo, verte o auxílio da Esfera
Superior, na medida dos créditos de um e outro.
Ao toque
da energia emanante do passe, com a supervisão dos benfeitores desencarnados, o
próprio enfermo, na pauta da confiança e do merecimento de que dá testemunho, emitem
ondas mentais características, assimilando
os recursos vitais que recebe, retendo-os na própria constituição fisiopsicossomática,
através das várias funções do sangue.
è O socorro, quase sempre hesitante a
principio, corporifica-se à medida que o doente lhe confere atenção, porque,
centralizando as próprias radiações sobre as províncias celulares de que se servem;
regula-lhes os movimentos e lhes corrige a atividade, mantendo-lhes as
manifestações dentro de normas desejáveis, e, estabelecida a recomposição,
volve a harmonia orgânica possível, assegurando à mente o necessário governo do
veículo em que se amolda.
VONTADE
DO PACIENTE
– O processo de socorro pelo passe é tanto mais eficiente quanto mais intensa
se faça a adesão daquele que lhe recolhe os benefícios, de vez que a vontade do
paciente, erguida ao limite máximo de aceitação, determina sobre si mesmo; mais
elevados potenciais de cura.
Nesse estado de ambientação, ao influxo
dos passes recebidos, as oscilações mentais do enfermo se condensam,
mecanicamente, na direção do trabalho restaurativo, passando a sugeri-lo às entidades
celulares do veículo em que se expressam, e os milhões de corpúsculos do
organismo fisiopsicossomático tendem a obedecer, instintivamente, às ordens
recebidas, sintonizando-se com os propósitos do comando espiritual que os
agrega.
PASSE E ORAÇÃO – O passe, como
gênero de auxílio, invariavelmente aplicável sem qualquer contra-indicação, é
sempre valioso no tratamento devido aos enfermos de toda classe, desde as
criancinhas tenras aos pacientes em posição provecta na experiência física,
reconhecendo-se, no entanto, ser menos rico de resultados imediatos nos doentes
adultos que se mostrem jungidos à inconsciência temporária, por desajustes
complicados do cérebro.
Esclareçamos,
porém, que, em toda situação e em qualquer tempo, cabe ao médium passista buscar na prece o fio
de ligação com os planos mais elevados da vida, porquanto, através da oração, contará
com a presença sutil dos instrutores que atendem aos misteres da Providência
Divina, a lhe utilizarem os recursos para a extensão incessante do Eterno Bem.
[1] Fonte: Mecanismos da Mediunidade, Ditado pelo Espírito André Luiz, psicografia
de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira, Editora FEB, Capitulo XXII