SIMBIOSES ESPIRITUAIS – Compreendendo-se
que toda criatura se movimenta no seio das emanações que lhe são peculiares, intuitivamente
perceberemos os processos simbióticos, dentro dos quais se efetua a
influenciação das Inteligências desencarnadas que toma alguém para instrumento
de suas manifestações Muitas vezes, essa ou aquela individualidade ao
reencarnar traz; nos próprios passos, a companhia invisível dessa ou daquela entidade
com a qual se mostre mais intensamente associada em tarefas e dívidas
diferentes.
Harmonizadas na mesma onda mental, é
possível sentir-lhes a integração, qual se fosse hipnotizador e hipnotizado, em
processo de ajustamento.
Se a
personalidade encarnada acusa possibilidades de larga desarticulação das
Próprias forças anímicas, encontramos aí a mediunidade de efeitos físicos,
suscetível de exteriorizar-se em graus diversos.
Eis porque comumente somos defrontados na Terra por jovens mal
saídos da primeira infância, servindo de medianeiros a desencarnados menos
esclarecidos que com eles se afinam, na produção dos fenômenos físicos de
espécie inferior, como sejam batidas, sinais, deslocamentos e vozes de feição
espetacular.
É
certo que semelhantes evidências do plano extrafísico se devam, de modo geral,
a entidades de pouca evolução, porquanto, imanizadas aos médiuns naturais a que
se condicionam, entremostram-se entre os homens, à maneira de caprichosas
crianças, em afetos e desafetos desgovernados, bastando, às vezes, simples intervenção
de alguma autoridade moral, através da exortação ou da prece, para que as perturbações em andamento
cessem de imediato.
Tal
eclosão de recursos medianímicos, capaz de ocorrer em qualquer idade da
constituição fisiológica, independe de quaisquer fatores de cultura da
inteligência ou de aprimoramento da alma, por filiar-se a fatores positivamente
mecânicos, tal qual ocorre nas demonstrações públicas de agilidade ou de força
em que um ginasta qualquer, com treinamento adequado, apresentam variadas exibições.
MÉDIUM TELEGUIADO – Imagine que
persista na individualidade encarnada a fácil desassociação das forças
anímicas.
Nesse caso,
temo-la habilitada ao fornecimento do ectoplasma ou plasma exteriorizado de que
se valem; as Inteligências desencarnadas, para a produção dos fenômenos físicos
que lhes denota a sobrevivência.
Chegada a
esse ponto, se a criatura deseja cooperar na obra do esclarecimento humano,
recebe do Plano Espiritual um guarda vigilante – mais comumente chamado “o guia”,
segundo a apreciação terrestre –, guarda esse, porém, que, diante da esfera
extrafísica tem as funções de um zelador ou de um mordomo responsável pelas
energias do medianeiro, sempre de posição evolutiva semelhante.
Ambos passam a formar um circuito de
forças, sob as vistas de Instrutores da Vida Maior, que os mobilizam a serviço
da beneficência e da educação, em muitas circunstâncias com pleno desdobramento
do corpo espiritual do médium, que passa a agir à feição de uma Inteligência
teleguiada.
Daí nasce
a Possibilidade da constituição dos círculos de estudo das ocorrências de
materialização, com os fenômenos de telecinesia, a começarem nos “raps” e a
culminarem na ectoplasmia visível.
DIFICULDADES DO INTERCÂMBIO – Não podemos
esquecer que; o campo de oscilações mentais do médium – envoltório natural e
irremovível que lhe pulsa do espírito – é o filtro de todas as operações nos
fenômenos físicos.
Incorporam-se-lhe
ao dinamismo psíquico os contingentes ectoplásmicos dos assistentes, aliados a
recursos outros da Natureza; mas, ainda aí, os elementos essenciais pertencem ao
médium que, consciente ou inconscientemente, pode interferir nas manifestações.
A exteriorização dos princípios
anímicos nada tem a ver, em absoluto, com o aperfeiçoamento moral.
Cumpre
destacar, assim, as dificuldades para a manutenção de largo intercâmbio
dilatado e seguro, nesse terreno.
Basta leve modificação de propósito na
personalidade medianímica seja em matéria de interesse econômico ou de conduta afetiva,
para que se lhe alterem os raios mentais. Verificada semelhante metamorfose,
esboçam-se-lhe, na aura ou fulcro energético, formas-pensamentos, por vezes em
completo desacordo com o programa traçado no Plano Superior, ao mesmo tempo em
que perigos consideráveis assomam na esfera do serviço a fazer, de vez que a
transformação das ondas mediúnicas imprime novo rumo à força exteriorizada,
que, desse modo, em certas ocasiões, pode ser manuseada por entidades
desencarnadas, positivamente inferiores, famintas de sensações do campo físico.
Em tais
sucessos, perturbações variadas podem ocorrer, desencorajando experiências
magnificamente encetadas.
MÉDIUM E ASSISTENTES – Todavia, é
imperioso anotar que não somente o fulcro mental do médium intervém nas
atividades em grupo.
Cada
assistente aí comparece com as oscilações que lhe são peculiares, tangenciando
a esfera mediúnica em ação, e, se os pensamentos com que interfere nesse campo
diferem dos objetivos traçados, com facilidade se erige, igualmente, em fator
alternante, por insinuar-se, de modo indesejável, nos agentes de composição da
obra esperada, impondo desequilíbrio ao conjunto, qual acontece ao instrumento
desafinado numa orquestra comum.
Disso
decorrem os embaraços graves para o continuísmo eficiente dos agrupamentos que
se formam, na Terra, para as chamadas tarefas de materialização.
Se as
entidades espirituais sensatas e nobres estão dependentes da faixa de ondas
mentais do médium, para a condução correta das forças ectoplasmáticas dele
exteriorizadas, o médium depende também da influência elevada dos
circunstantes, para sustentar-se na harmonia ideal.
É por
isso que, se o medianeiro tem o espírito parcialmente desviado da meta a ser
atingida; sem dificuldade se rende, invigilante, às solicitações dos
acompanhantes encarnados, quase sempre imperfeitamente habilitados para os
cometimentos em vista, surgindo, então, as fraudes inconscientes, ao lado de
perturbações outras de que se queixam, aliás inconsideradamente, os
metapsiquistas, pois lidando com agentes mentais, longe ainda de serem classificados
e catalogados em sua natureza, não podem aguardar equações imediatas como se
lidassem com simples números.
LEI DO CAMPO MENTAL – Lamentam-se
amargamente os metapsiquistas de que a maioria dos fenômenos mediúnicos se encontra eivados de obscuridades e
extravagâncias, e de que, por isso mesmo, a doutrina da sobrevivência,
para eles, se mostra repleta de impossibilidades.
Estabelecem
exigências e, depois de atendidos, acusam a instrumentação medianímica de criar
personalidades imaginárias; exageram a função dos chamados poderes
inconscientes da vida mental, estranhando que a força psíquica, como recurso
mediador entre encarnados e desencarnados, não procede na balança da observação
humana à maneira, por exemplo, das combinações do cloro com o hidrogênio.
Com
referência ao assunto, é imperioso salientar que se desconhece ainda, no mundo,
a Lei do Campo Mental, que rege a moradia energética do Espírito, segundo a
qual a criatura consciente; seja onde for, no Universo, apenas assimilará as influências a que se
afeiçoe.
Cada
mente é como se fora um mundo de per si, respirando nas ondas criativas que
despede – ou na psicosfera em que gravita para esse ou aquele objetivo
sentimental, conforme os próprios desejos –, sem o que a lei de
responsabilidade não subsistiria.
Um
médium, ainda mesmo nas mais altas situações de amnésia cerebral, do ponto de
vista fisiológico, não está inconsciente de todo, na faixa da realidade
espiritual, e agirá sempre, nunca à feição de um autômato perfeito, mas na
posição de uma consciência limitada às possibilidades próprias e às disposições
da própria vontade.
FUTURO DOS FENÔMENOS FÍSICOS – No entanto,
devemos declarar que conhecemos, em vários países, alguns círculos de ação
espiritual nos quais a sinergia das oscilações mentais entre médiuns,
assistentes e entidades desencarnadas se ergue a níveis convenientes,
facultando acontecimentos de profunda significação, nas províncias do espírito,
não obstante, até certo ponto, servirem apenas como índice de poder mental ou
de simples informações sem maior proveito para a Humanidade, tal o mecanismo compreensivelmente
fechado em que se encerram.
A ciência
humana, porém, caminha na direção do porvir.
A nós, os Espíritos desencarnados; interessa, no plano extrafísico,
mais ampla sublimação, para que façamos ajustamento de determinados
princípios mentais, com respeito à execução de tarefas específicas.
E aos encarnados interessa a existência em
plano moral mais alto para que definam, com exatidão e propriedade, a substância
ectoplasmática, analisando-lhe os componentes e protegendo-lhe as
manifestações, de modo a oferecerem às inteligências Superiores mais seguros
cabedais de trabalho, equacionando-se, com os homens e para os homens, a prova
inconteste da imortalidade.
[1] Fonte: Mecanismos da Mediunidade, Ditado pelo Espírito André Luiz, psicografia
de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira, Editora FEB, Capitulo XVII