No dia 06
de agosto de 1959,
(há 60 anos)
o Espírito Emmanuel, através da psicografia de Francisco Candido Xavier, relata
no livro MECANISMOS DA MEDIUNIDADE[1]
(12º livro da
série); sobre
a faculdade mediúnica no mundo; a saber:
Mediunidade
Acena-nos a
antigüidade terrestre com brilhantes manifestações mediúnicas, a repontarem da
História.
Discípulos
de Sócrates referem-se, com admiração e respeito, ao amigo invisível que o
acompanhava constantemente.
Reporta-se
Plutarco ao encontro de Bruto, certa noite, com um dos seus perseguidores
desencarnados, a visitá-lo, em pleno campo.
Em Roma, no
templo de Minerva, Pausânias, ali condenado a morrer de fome, passou a viver em
Espírito, monoideizado na revolta em que se alucinava, aparecendo e
desaparecendo aos olhos de circunstantes assombrados, durante largo tempo.
Sabe-se que
Nero, nos últimos dias de seu reinado, viu-se fora do corpo carnal, junto de
Agripina e de Otávia, sua genitora e sua esposa, ambas assassinadas por sua
ordem, a lhe pressagiarem a queda no abismo.
Os
Espíritos vingativos em torno de Calígula eram tantos que, depois de lhe
enterrarem os restos nos jardins de Lâmia, eram ali vistos, freqüentemente, até
que se lhe exumaram os despojos para a incineração.
Todavia,
onde a mediunidade atinge culminâncias é justamente no Cristianismo nascituro.
Toda a
passagem do Mestre inesquecível, entre os homens, é um cântico de luz e amor,
externando-lhe a condição de Medianeiro da Sabedoria Divina.
E,
continuando-lhe o ministério, os apóstolos que se lhe mantiveram leais
converteram-se em médiuns notáveis, no dia de Pentecostes[2],
quando, associadas as suas forças, por se acharem “todos reunidos”, os
emissários espirituais do Senhor, através deles, produziram fenômenos físicos
em grande cópia, como sinais luminosos e vozes diretas, incLusive fatos de
psicofonia e xenoglossia, em que os ensinamentos do Evangelho foram ditados em
várias línguas, simultaneamente, para os israelitas de procedências diversas.
Desde
então, os eventos mediúnicos para eles se tornaram habituais.
Espíritos
materializados libertavam-nos da prisão injusta[3].
Espíritos
sofredores eram retirados de pobres obsessos, aos quais vampirizavam[6].
Um homem
objetivo e teimoso, quanto Saulo de Tarso, desenvolve a clarividência, de um
momento para outro, vê o próprio Cristo, às portas de Damasco, e lhe recolhe as
instruções[7].
E porque Saulo, embora corajoso, experimente enorme abalo moral, Jesus,
condoído, procura Ananias, médium clarividente na aludida cidade, e pede-lhe
socorro para o companheiro que encetava a tarefa[8].
Não somente
na casa dos apóstolos em Jerusalém mensageiros espirituais prestam contínua
assistência aos semeadores do Evangelho; igualmente no lar dos cristãos, em
Antioquia, a mediunidade opera serviços valiosos e incessantes. Dentre os
médiuns aí reunidos, um deles, de nome Agabo[9],
incorpora um Espírito benfeitor que realiza importante premonição. E nessa
mesma igreja, vários instrumentos medianímicos aglutinados favorecem a produção
da voz direta, consignando expressiva incumbência a Paulo e Barnabé[10].
Em Tróade,
o apóstolo da gentilidade recebe a visita de um varão, em Espírito, a pedir-lhe
concurso fraterno[11].
E, tanto
quanto, acontece hoje; os médiuns de ontem, apesar de guardarem consigo a
Bênção Divina, experimentavam injustiça e perseguição. Quase por toda a parte,
padeciam inquéritos e sarcasmos, vilipêndios e tentações.
Logo no
início das atividades mediúnicas que lhes dizem respeito, vêem-se Pedro e João
segregados no cárcere. Estêvão é lapidado. Tiago, o filho de Zebedeu, é morto a
golpes de espada. Paulo de Tarso é preso e açoitado várias vezes.
Á
mediunidade, que prossegue fulgindo entre os mártires cristãos, sacrificados
nas festas circenses, não se eclipsa, ainda mesmo quando o ensinamento de Jesus
passa a sofrer estagnação por impositivos de ordem política. Apenas há alguns
séculos, vimos Francisco de Assis exalçando-a em luminosos acontecimentos; Lutero
transitando entre visões; Teresa d’A vila em admiráveis desdobramentos; José de
Copertino levitando ante a espantada observação do papa Urbano-8º, e Swedenborg
recolhendo, afastado do corpo físico, anotações de vários planos espirituais que
ele próprio filtra para o conhecimento humano, segundo as concepções de sua
época.
Compreendemos,
assim, a validade permanente do esforço de André Luiz, que, servindo-se de
estudos e conclusões de conceituados cientistas terrenos; tenta, também aqui[12],
colaborar na elucidação dos problemas da mediunidade, cada vez mais
inquietantes na vida conturbada do mundo moderno. Sem recomendar, de modo
algum, a prática do hipnotismo em nossos templos espíritas, a ele recorre de
escantilhão, para fazer mais amplamente compreendidos os múltiplos fenômenos da
conjugação de ondas mentais, além de com isso demonstrar que a força magnética
é simples agente, sem ser a causa das ocorrências medianímicas, nascidas,
invariavelmente, de espírito para espírito.
Em nosso
campo de ação, temos livros que consolam e restauram, medicam e alimentam,
tanto quanto aqueles que pro põem e concluem, argumentam e esclarecem.
Nesse
critério, surpreendemos aqui um livro que estuda.
Meditemos,
pois, sobre suas páginas.
Espírito
Emmanuel”
[1] A convite do Espírito
André Luiz, os médiuns Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira receberam os
textos deste livro em noites de terças e quintas feiras respectivamente, na
cidade de Uberaba/MG. Os capítulos
pares foram ditados pelo Espírito Andre Luiz e psicografados pelo médium
Francisco Cândido Xavier; o capitulo Ante a Mediunidade e os capítulos ímpares foram
ditados pelo Espírito Andre Luiz e psicografados pelo médium Waldo Vieira.
(Nota dos médiuns.)
[2] Atos, 2:1 - 13
[3] Atos, 5:18-20
[4] Atos, 3:4_6
[5] Atos, 9:17
[6] Atos, 8:7
[7] Atos, 9:3-7
[8] Atos, 9:10-11
[9] Atos, 11:28
[10] Atos, 13:1-4
[11] Atos, 16:9-10
[12] Sobre o tema desta obra, André Luiz é o autor
de outro livro, intitulado “Nos Domínios da Mediunidade”. (Nota da Editora.)