segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

AS TRÊS ORAÇÕES


AS TRÊS ORAÇÕES
Instado pela assembleia de amigo a falar sobre a resposta do Criador às preces das criaturas, respondeu o velho Simão Abileno, instrutor cristão, considerado no Plano Espiritual por mestre do apólogo e da síntese: Repetirei para vocês, a nosso modo, antiga lenda que corre mundo nos contos populares de numerosos países...
Em grande bosque da Ásia Menor, três árvores ainda jovens pediram a Deus lhes concedesse destinos gloriosos e diferentes.
A primeira explicou que aspirava a ser empregada no trono do mais alto soberano da Terra; após ouvi-la, a segunda declarou que desejava os tesouros desse rei poderoso, e a terceira, por último disse então que almejava transformar-se numa torre, nos domínios desse potentado para indicar o caminho do Céu.
Depois das preces formuladas, um Mensageiro Angélico desceu à mata e avisou que Todo Misericordioso lhes recebera as rogativas e lhes atenderia às petições.
Decorrido muito tempo, lenhadores invadiram o horto selvagem e as árvores, com grande pesar de todas as plantas circunvizinhas, foram reduzidas a tronco, despidos por mãos cruéis. Arrastadas para fora do ambiente familiar, ainda mesmo com os braços decepados, elas confiaram nas promessas do Supremo Senhor e se deixaram conduzir com paciência e humilde.
Qual não lhes foi, porém, a aflitiva surpresa!... Depois de muitas viagens, a primeira caiu sob o poder de um criador de animais que, de imediato, mandou convertê-la num grande cocho destinado à alimentação de carneiros; a segunda foi adquirida por um velho praiano que construía barcos por encomenda; e a terceira foi comprada e recolhida para servir, em momento oportuno, numa cela de malfeitores.
As árvores amigas, conquanto separadas e sofredoras, não deixaram de acreditar na mensagem do Eterno e obedeceram sem queixas às ordens inesperadas que as leis da vida lhes impunham... No bosque, contudo, as três árvores haviam obtido as concessões gloriosas solicitadas...
A primeira, forrada de panos singelos, recebera Jesus das mãos de Maria de Nazaré, servindo de berço ao Dirigente Mais Alto do Mundo; a segunda, trabalhando com pescadores, na forma de uma barca valente e pobre, fora o veículo de que Jesus se utilizou para transmitir sobre as águas muitos dos seus mais belos ensinamentos; e a terceira, convertida apressadamente numa cruz em Jerusalém, seguira com Ele, o Senhor, para o monte e, ali; ereta e valorosa guardara-lhe o coração torturado, mas repleto de amor no extremo sacrifício, indicando o verdadeiro caminho do Reino Celestial...
Simão silenciou, comovido. E, depois de longa pausa, terminou, a entremostrar os olhos marejados de pranto:
Em verdade, meus amigos, todos nós podemos endereçar a Deus, em qualquer parte e em qualquer tempo, as mais variadas preces; no entanto, nós todos precisamos cultivar paciência e humilde, para esperar e compreender as respostas de Deus.

Extraído do livro Cartas e Crônicas de Irmão X

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