A MULHER NA VISÃO ESPÍRITA
A Doutrina Espírita nos ensina
que nossa condição de mulher ou homem é apenas uma maneira de experienciarmos a
existência humana rumo à evolução. Somos em essência, espíritos e, portanto,
não temos sexo. Assim, estamos homens ou mulheres em determinados momentos de
nossa caminhada. As perguntas 201 e 202 de O Livro dos Espíritos esclarecem:
P. 201. “O espírito que animou um
corpo de um homem, em uma nova existência, pode animar o de uma mulher, e
vice-versa?”
–“Sim, são os mesmos Espíritos que animam os homens e as
mulheres”.
P. 202 “Quando se é Espírito,
prefere-se encarnar no corpo de um homem ou de uma mulher?”
– “Isso pouco importa ao Espírito; ele escolhe segundo as provas
que deve suportar. Os Espíritos se encarnam homens ou mulheres porque eles não têm
sexos. Como devem progredir em tudo, cada sexo, como cada posição social, lhe
oferece provas e deveres especiais, além da oportunidade de adquirir
experiência. Aquele que fosse sempre homem não saberia senão o que sabem os
homens”
As diferenças entre homens e
mulheres, assim, não assinalam nenhum tipo de inferioridade física,
psicológica, ou moral de um para o outro. Se elas possuem menor força muscular
e diferente constituição corporal, é para poder experienciar, nesta organização
somática, as belezas e agruras tão peculiares, de ser uma mulher, desenvolvendo
habilidades psíquicas, afetivas, intra e interpessoais de maneira singular e
produtiva.
Tal visão bela e igualitária da Mulher é trazida pelo advento do
Espiritismo. Reconhecendo e admirando as características delicadas e sublimes
do ser em estado feminino, Léon Denis nos brinda em seu livro, No Invisível,
com o seguinte texto:
Durante longos séculos a mulher foi relegada para segundo plano,
menosprezada, excluída do sacerdócio. Por uma educação acanhada, pueril,
supersticiosa, a manietaram; suas mais belas aptidões foram comprimidas,
conculcado e obscurecido o seu caráter. (...). O moderno Espiritualismo, graças
às suas práticas e doutrinas, todas de ideal, de amor, de equidade, encara a
questão de modo diverso e resolve-as e sem esforço e sem estardalhaço.
Restitui à mulher seu verdadeiro lugar na família e na obra social,
indicando-lhe a sublime função que lhe cabe desempenhar na educação e no
adiantamento da humanidade. Faz mais: reintegra-a em sua missão de mediadora
predestinada, verdadeiro traço de união que liga as sociedades da Terra às do
Espaço (...). O materialismo, não ponderando senão o nosso organismo físico faz
da mulher um ser inferior por sua fraqueza e a impele à sensualidade (...). Com
o Espiritualismo, porém, ergue de novo a mulher a inspirada fronte, vem
associar-se intimamente à obra de harmonia social, ao movimento geral das ideias.
O corpo não é mais que uma forma tomada por empréstimo; a essência da vida é o
espírito, e nesse ponto de vista o homem e a mulher são favorecidos por igual.
Pelo Espiritismo se subtrai a mulher do vértice dos sentidos e ascende à vida
superior. Cessa, desde então, a luta entre os dois sexos. As duas metades da
Humanidade se aliam e se equilibram no amor, para cooperarem juntas no plano
providencial, nas obras da Divina Inteligência (DENIS, 1973, p.78-80)
Neste dia 8 de março, relembramos
a história das bravas mulheres que desencarnaram no incêndio numa fábrica, ao
lutar pelos seus direitos em 1857 e refletimos sobre tantas outras, que durante
os séculos, sacrificaram-se pela incompreensão do império do homem. Lembremos
ainda, da mulher adúltera que seria apedrejada, a quem Jesus usou como o mais
nobre exemplo de misericórdia para com as faltas alheias.
Exaltamos também aquelas outras
que, na existência carnal e espiritual, brindam a humanidade com um sorriso
delicado, o colo maternal, o companheirismo abnegado, a força moral que não
cede às intempéries da vida, o trabalho incessante em quantas jornadas diárias
forem necessárias e, mais ainda, o cálice sagrado onde Deus depositou a
responsabilidade da Vida.
E, por fim, não esqueçamos nunca que o mais iluminado espírito que
já passou pelo nosso planeta, foi recepcionado no seio amantíssimo de Maria, elevada
por Ele mesmo à condição de mãe terna de toda a humanidade terrestre.
http://casadocaminho-pae.org.br/doutrinarias/a-mulher-na-visao-espirita
/ Escrito por Brena Silva
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