quinta-feira, 23 de junho de 2016

OS ÚLTIMOS

OS ÚLTIMOS
O trabalhador da última hora tem direito ao salário. Mas, para isso é necessário que se tenha conservado com boa vontade à disposição do Senhor que o devia empregar, e que o atraso não seja fruto da sua preguiça ou da sua má vontade.
Tem direito ao salário porque, desde o alvorecer, esperava impacientemente aquele que por fim, o chamava ao labor. Era trabalhador, e apenas lhe faltava o que fazer.
Se tivesse, entretanto, recusado o trabalho a qualquer hora de dia; se tivesse dito: "Tenham paciência; gosto de descansar”. Quando soar a última hora, pensarei no salário do dia. Que me importa esse patrão que não conheço e não estimo? Quanto mais tarde, melhor! "Nesse caso, meus amigos, não receberia o salário do trabalho, mas o da preguiça”.
Quer dizer, então, daquele que, em vez de simplesmente esperar, tivesse empregado as suas horas de trabalho para cometer estripulias?
Que tivesse blasfemado contra Deus, vestido o sangue de seus semelhantes, perturbado as famílias, arruinado homens de boa fé, abusado da inocência?
Que tivesse, enfim, se lançado a todas as ignomínias da humanidade?
O que será dele?
Será suficiente dizer à última hora: "Senhor, usei mal o meu tempo; empregai-me até o fim do dia, para que eu faça um pouco, um pouquinho que seja da minha tarefa, e pagai-me o salário do trabalhador de boa vontade?"
Não, não! Porque o Senhor lhe dirá: Não tenho agora nenhum trabalha para ti. Esperdiças-te o teu tempo, esqueceste o que havias aprendido, não sabes mais trabalhar na minha vinha.
Cuida, pois, de aprender de novo, e quando te sentires bem disposto, vem procurar-me e te franquearei as minhas terras, onde poderás trabalhar a qualquer hora do dia.
Bons espíritas, meus bem-amados, todos vós sois trabalhadores da última hora. Bem orgulhoso seria o que dissesse: "Comecei o trabalho de madrugada e só o terminarei ao escurecer". Todos viestes quando chamados, uns mais cedo, outros mais tarde, para a encarnação cujos grilhões carregais.
Mas há quantos e quantos séculos o Senhor vos chamava para a sua vinha, sem que aceitásseis o convite?
Eis chegado, agora, o momento de receber o salário. Empregai bem esta hora que vos resta. Não vos esqueçais de que a vossa existência, por mais longa que vos pareça, não é mais do que um momento muito breve, na imensidade dos tempos que constituem para vós a eternidade.



Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Kardec, Editora LAKE -, Cap. 20 item 2

Um comentário:

  1. Nos espíritas somos todos trabalhadores da última hora, fomodos chamados, um pouco mais cedo um pouco mais tarde, de encarnação em encarnação todos nós somos escolhidos mas sempre estamos retardando os nossos passos, mas Deus esta sempr a espera da nossa boa vontade!

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