sexta-feira, 20 de maio de 2016

A VERDADEIRA PROPRIEDADE

A VERDADEIRA PROPRIEDADE
O homem não possui como seu senão aquilo que pode levar do mundo.
O que ele encontra ao chegar e o que deixa ao partir; goza durante sua permanência na Terra, mas, desde que é forçado a deixa-los, é claro que só tem o usufruto, e não a posse real.
O que é, então, que ele possui? Nada do que se destina ao uso do corpo, e tudo o que se refere ao uso da alma: a inteligência, os conhecimentos, as qualidades morais.
Eis o que ele traz, e leva consigo; o que ninguém tem o poder de tirar-lhe, e o que ainda mais lhe servirá no outro mundo do que neste. Dele depende estar mais rico ao partir do que ao chegar neste mundo, porque a sua posição futura depende do que ele houver adquirido no bem. Quando um homem parte para um país longínquo, arruma a sua bagagem com objetos de uso nesse país, e não se carrega de coisas que lhe seriam inúteis. Fazei, pois, o mesmo, em relação à vida futura, aprovisionando-vos de tudo o que nela vos poderá servir.
Ao viajante que chega a uma estalagem, se ele pode pagar, é dado um bom alojamento; ao que pode menos, é dado um pior; e ao que nada tem, é deixado ao relento. Assim acontece com o homem, quando chega ao mundo dos Espíritos: sua posição depende de suas posses, com a diferença de que não pode pagar em ouro.
Não se lhe perguntará: Quanto tinhas na Terra? Que posição ocupava? Eras príncipe ou operário?
Mas lhe será perguntado: O que trazes?
Não será computado o valor de seus bens, nem dos seus títulos, mas serão contadas as suas virtudes, e nesse cálculo o operário talvez seja considerado mais rico do que o príncipe. Em vão alegará o homem que, antes de partir, pagou em ouro a sua entrada no céu, pois terá como resposta: as posições daqui não são compradas, mas ganhas pela prática do bem; com o dinheiro podem comprar terras, casas, palácios; mas aqui só valem as qualidades do coração.
És rico dessas qualidades? Então, sejas bem-vindo, e teu é o primeiro lugar, onde todas as venturas te esperam.
És pobre? Vai para o último, onde serás tratado na razão de tuas posses.
Pascal
Genebra, 1860



Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Kardec, Ed, LAKE Cap. 16 item 9.

Um comentário:

  1. Linda mensagem, uma alerta para todos nós, que somos ainda cheios de orgulhos e vaidades e egoístas.

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