domingo, 19 de abril de 2020

Garimpo de Amor - Amor e felicidade


AMOR E FELICIDADE[1]

O amor é um privilégio que deve ser conseguido com esforço e dedicação.
Para onde se dirija o olhar percuciente e a atenção se fixe, perceberão a presença do amor, mesmo que sem denominação convencional.
O amor esplende em a Natureza, convidando à reflexão e ao trabalho como recursos preciosos de elevação e de felicidade.
Os percalços existenciais, os desafios e sofrimentos são conseqüências do não-amor, que geraram, no passado da criatura em processo de evolução, esses efeitos perturbadores, por meio dos quais se podem recuperar, volvendo ao equilíbrio e dando prosseguimento aos compromissos dignificadores.
Quem ama estua de felicidade, porque se encontra pleno de ternura e de compaixão, de fraternidade e de perdão.
Não espera fruir de imediato quaisquer resultados, apenas se coloca em posição de oferecer e de ajudar os outros no seu desempenho moral.
Enquanto se espera receber, trabalhando o programa evolutivo na base do auxílio que deve proceder de outrem, permanece-se em infância psicológica, em dependência lamentável.
Um coração rico de alegria de viver e uma estação mental que irradia beleza e paz, são as mais elevadas expressões do amor embutido no ser que se auto conquistou e expande-se na direção das demais criaturas.
O amor é um privilégio que deve ser conseguido com esforço e dedicação, porquanto a sua é uma resposta de incomparável bem-estar e de satisfação íntima incomum.
Somente pode entender-lhe todo o poder e sentir-lhe toda a grandeza aquele que se permitiu impregnar pela sua essência.
As pessoas lutam pela aquisição de coisas, pelas projeções sociais, pelo poder temporal, pela beleza física, pelas situações invejáveis, pensando que encontrarão a felicidade nesse ufanismo hedonista, para logo despertarem vazias de sentimentos, tediosas e amarguradas, solitárias e sofridas.
Os valores realmente positivos são aqueles que não pesam nem ocupam espaços materiais, mas que se restringem às dimensões emocionais livres de posse e de paixão.
São eles que trabalham em favor da felicidade real do indivíduo, porque nunca se perdem, jamais são roubados ou sofrem envelhecimento. Sempre atuais, são grandiosos, porque iluminam a vida.
Indague-se às pessoas que usam os favores existenciais, os que desfrutam dos bens terrenos, da alucinação do sexo, que têm atendidos os desejos de todo tipo, se estão felizes, e responderão que se encontram cansadas, entediadas, ansiosas por novas formas de prazeres.
O jogo dos interesses imediatistas que trabalham em favor do egoísmo e da vaidade, somente oferece desencanto, porque conduz a novas formulações de ansiedade e de desespero.
Quem nada tem atormenta-se pela falta, encarcerando-se na ambição da posse.
Quem muito tem inquieta-se pela abundância, aprisionando-se no medo da perda dos haveres. Outrossim; aflige-se para atingir o topo entre aqueles que lhe compartem as posições da fortuna, destacados nas revistas especializadas e invejados pela sociedade sofredora.
São os felizes na aparência e infelizes na realidade.
Se alguns tivessem coragem trocariam a situação de quase-miséria pela conquista da paz, amando. No entanto, preferem a amargura da situação desditosa, ambicionando o que talvez nunca venham a possuir.
Os outros, aqueles que possuem muito, se tivessem valor moral e força espiritual, permutariam, conforme às vezes pensam a abundância vazia pela lealdade do amor de alguém, da confiança irrestrita em outrem, do apoio emocional em algum coração desinteressado dos seus tesouros.
Só o amor consegue milagres desta natureza: enriquecer o pobre de dinheiro com alegria de viver e empobrecer o rico de moedas, tornando-o feliz com a paz de ser livre da prisão tormentosa.
Certamente essa é uma tarefa muito difícil de ser realizada, especialmente tendo-se em vista a cultura do poder terreno, da apresentação bem-cuidada de fora, das possibilidades de mando e de destaque que tanto deslumbram e desequilibram. Mas não é impossível, porque não são; poucos também aqueles que renunciaram a tudo ter, a fim de cada qual tornar-se uma pessoa integral.
Quando Francisco de Assis saiu a pregar a humildade, a renúncia, o amor; foram muitos os nobres, os ricos, os poderosos que abandonaram tudo e se lhe renderam emocionados, seguindo-lhe as pegadas por dedicação a Jesus e ao Seu Evangelho.
Clara, fascinada pelo verbo cândido do Pobrezinho de Assis, deixou o mundo de mentiras onde vivia e partiu na sua direção, pouco antes do matrimônio com um rico negociante, para vincular-se à Dama pobreza.
Outros há como Léon Tolstoi, que abdicou da fortuna para dar oportunidade aos seus irmãos camponeses que estorcegavam na miséria.
Luísa de Marillac, igualmente comovida com os exemplos de São Vicente de Paulo, libertou-se da abundância, para poder melhor servir a miséria, tocada profundamente pela palavra do apóstolo que apresentava Jesus nos seus atos.
Ainda hoje há muitos indivíduos que compreendem ser a felicidade algo conquistável por meio do amor e empenham-se pelo entregar-se-lhe totalmente.
Conveniente não confundir prazer e felicidade, gozo e plenitude.
Há prazeres saudáveis e singelos que abrem espaços para os gozos espirituais, pórtico de entrada da futura plenitude que se experimentará.
Os pequenos prazeres que não afadigam; que não perturba que somente propiciam bem-estar a quem os busca, como também aos outros, são os sinais da posterior felicidade que tomará conta do ser em caráter de totalidade.
Tudo, porém, sob a égide do amor.


[1] Fonte: Livro – Garimpo de Amor – ditado do Espírito Joana de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, Ed LEAL,

domingo, 5 de abril de 2020

Garimpo de Amor - Amor e produtividade


AMOR E PRODUTIVIDADE[1]

O amor é o feliz responsável pelos pensamentos humano superiores, aqueles que iluminam a criatura, dignificam a sociedade, fomentam o progresso; porque sem condenar, não limita o seu raio de ação, antes o amplia, envolvendo todos os seres sencientes em um só sentimento de fraternidade, sem olvidar as forças da Natureza.
Na cultura do desamor, da futilidade, do egoísmo, a criatura vale o que se atribui; o que possui, o que projeta despreocupada em ser melhor, mais tranquila, mais espiritual.
A sua é uma produtividade externa que afadiga; que estressa que mata. A preocupação pelo trabalho, pela produção em massa ou em qualidade, torna-se meta existencial, e a pessoa não dispõe, seja de tempo físico ou mental, para a sua realidade, Espírito que é, necessitado de nutrir-se de meditação, de momentos de solidão, de prece.
Quem se não utiliza desses incomparáveis recursos de alimentação da alma, aturde-se e mergulha no oceano dos conflitos, dos desajustes emocionais, das fugas da realidade, procurando soluções que, de maneira alguma, alcançam a finalidade a que se destinam.
Momentos de oração e de meditação diariamente, em especial pela manhã antes de iniciar-se a faina cotidiana, contribuem com segurança para os enfrentamentos que surgem durante as horas subseqüentes.
O mergulho nas atividades volumosas, desde os noticiários perturbadores em torno dos acontecimentos mundiais até o tumultuado trânsito, que conduz aos destinos escolares, de trabalho e mesmo de espairecimento, intoxica e desarmonizam as disposições internas, armando de mau humor as suas vítimas, que estorcegam em comportamentos ainda mais afligentes.
No trabalho, as lutas dos diversos grupos que disputam destaque e superação, uns com os outros, tornam o ambiente irrespirável, dando surgimento a condutas externas, hipócritas, destituídas de sentimentos de amor e de respeito.
Nas atividades educacionais, as reclamações salariais e as frustrações afetivas que descompensam, geram antipatias e animosidades que dividem as pessoas e as asfixiam nos comportamentos extravagantes ou destituídos de lealdade a que se entregam.
Raramente os triunfadores do mundo apresentam-se calmos, seguros de si mesmos, sofrendo a competição desenfreada, o medo de perderem o lugar no pódio, o culto da vaidade que se permitem. Irritadiços, desequilibram-se com facilidade, estereótipos programados, vivendo sem naturalidade e quase destituídos da própria identidade, porque se adaptaram aos padrões que facultam lucro e produtividade exterior, sem benefícios de natureza íntima.
Apresentam-se portadores de relacionamentos afetivos difíceis, e porque acostumados à bajulação, às mesuras, não experimentam a vibração da sinceridade que deflui da afeição espontânea e leal.
Quando retornam aos lares, mergulham nas leituras de periódicos que mais os deprimem ou se fixam a programas televisivos traumatizantes, ou fogem para os clubes e os bares onde encontram semelhantes inquietos que se estão escondendo no álcool, nas drogas químicas, na luxúria...
A produtividade de fora sem amor torna-se apenas cansaço e satisfação egóica.
O amor real produz empatia de alta significação em quem o conduz, assim como naquele para quem se dirige.
Conscientiza o ser a respeito das suas responsabilidades reais perante a vida, convidando ao mergulho no mundo íntimo, onde se refaz das refregas e recupera as energias gastas nas inevitáveis batalhas da evolução.
Fortalecido pelo tônico da afetividade, o indivíduo movimenta-se no trabalho, sem contaminar-se do morbo presente, com saúde e disposição de crescimento, sem pisotear outrem ou submeter-se aos seus caprichos danosos, por havê-los superado espontaneamente.
Não desejando a felicidade por meio da ruína daqueles que tombam na rampa do insucesso, vive em harmonia consigo mesmo e com o ambiente no qual se encontra.
O amor produz amor, mesmo quando não é percebido. Ninguém, no entanto, permanece imunizado contra o amor.
Partindo do centro, em ondas concêntricas, o amor faz-se cada vez mais abrangente, captando forças cósmicas que se lhe incorporam, por emanarem da Divina Providência.
Nesse ministério de crescimento e de produtividade superiores, brinda segurança interna e confiança irrestrita nos bons resultados de todos os empreendimentos, porque se assentam nas bases do dever e do respeito pelas demais criaturas que fazem parte da sua grande família.
Diluente do medo é portador do vigoroso tônico da coragem e da resistência ao mal que, no seu terreno, não encontra área para medrar.
Qual a produtividade do amor?
Vitória, sem dúvida, sobre o ego escravocrata, estímulos para repetir mil vezes qualquer experiência não exitosa com o entusiasmo da primeira tentativa, harmonia interior, alegria de viver, prazer de servir, trabalho sem enfado nem cansaço...
Aquilo que o desamor carrega na condição de fardo, que o utilitarismo ambiciona com sofreguidão, que o mau humor desenvolve com marasmo e desencanto, que a perversidade desdobra, a fim de comprazer-se na desdita alheia que produz, o amor transforma em página viva de entusiasmo, nunca permitindo a vigência desses fatores dissolventes nos seus quadros.
Graças ao amor de Deus os campos revestem-se de cor e de vida, o Sol irisa a Terra, as águas vitalizam, o ar sustenta as existências, tudo se renova se modifica sem cessar.
Através do amor das criaturas, as paisagens são transformadas em jardins, pomares, áreas alimentícias.
O agricultor, que saúda o amanhecer e dirige-se à terra que o aguarda, a fim de semear o pão, é co-criador com a Divindade que o gerou e o mantém destinado à glória e à plenitude.
Onde viceja o amor, a vida se multiplica ditosa, a produtividade do bem é imbatível, a alegria é insuperável.
Há, portanto, produtividade sem amor, como dever cansativo, que exaure, e é de superfície, e a do amor em profundidade, na infinita vertical da vida, gerando para a eternidade.
Por muito amardes – ensinou Jesus – todos os vossos pecados vos serão perdoados.
O amor produz perdão e paz inabalável, porque ajuda a recompor o que antes se encontrava destroçado, trabalhando em sublimidade a terra do coração.


[1] Fonte: Livro – Garimpo de Amor – ditado do Espírito Joana de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, Ed LEAL,

Garimpo de Amor - Amor e educação


AMOR E EDUCAÇÃO[1]
Educa-se para o amor, como dever inalienável para uma vida feliz.

A tradição egoística, que ainda permanece em muitos quadros da educação familial, transformou o amor em um recurso utilitarista, isto é, somente oferecê-lo quando se puder recebê-lo de volta ampliado e compensador.
Na maioria das vezes, por meio desse comportamento, arma-se o educando com desamor, a fim de que não seja explorado; não se transforme em um ingênuo, acreditando-se que o seu sentimento não poderá modificar as demais pessoas nem o mundo. Com essa ultrapassada conceituação, propõe-se a indiferença em relação ao próximo, que deve ser explorado, considerado descartável, de maneira a não lhe ser vítima, conforme se assevera, prejudicialmente, tem sempre acontecido.
Em conseqüência, a generosidade, a pouco e pouco, desaparece-lhe do convívio social desde a infância, quando se cultivam as tendências comodistas, personalista, em detrimento da solidariedade; dos interesses recíprocos que devem constituir a saudável comunhão social.
Nesse tipo de cultura os relacionamentos são baseados no lucro, naquilo de que cada um se pode beneficiar, na exploração do outro, embora as legislações de muitos países e incontáveis partidários dos direitos humanos se digam vinculados a não exploração do homem pelo homem. Essa exploração, é claro, não se encontra adstrita apenas ao trabalho convencional, mas também a qualquer maneira de depauperamento do outro a benefício pessoal, ao uso indevido dos recursos e valores alheios, ao benefício das afeições com objetivos interesseiros...
O amor adquire, então, a conotação infeliz de intercurso sexual destituído de compromisso e de responsabilidade, no qual, o outro, o parceiro que se afeiçoa, quando abandonado, o que sempre acontece, passa a experimentar dilaceração emocional.
Utilizado, mas não estimado ou ao menos valorizado, dele alguém se livra com indiferença, seguindo adiante até tornar-se vítima dos próprios atos, quando é, por sua vez, desprezada também.
A sociedade é o que dela fazem os seus membros.
Quando se cultivam respeito e dignidade, compreensão e solidariedade; temo-la feliz; no entanto, quando se lhe aplicam o relho e a soberba, a falsa superioridade e o despotismo, ei-la desditosa e anárquica.
O que se lhe semeia, facilmente medra e produz, assinalando-a de maneira irrefragável.
Uma cultura utilitarista é profundamente infeliz, porque ninguém pode viver sem o concurso de outrem, sem a participação do companheirismo que o dinheiro ou o poder jamais podem conquistar.
Pessoas compradas não têm nenhum significado emocional, pois que são trêfegas e traiçoeiras, mudando de situação e parceria conforme o prêmio que lhes é oferecido.
Somente o sentimento de amor possui o milagre de poder planificar, porquanto, independendo de preço, de condição; possui o, vigor da generosidade que enriquece o coração e refaz a lucidez do Espírito. Isso porque o amor procede de dentro, do âmago do ser, onde tem a sua origem divina, em razão da sua causalidade.
O amor é sempre generoso, possuidor das fortunas da bondade, do carinho, da compreensão, da compaixão que nele predomina o antídoto eficaz para a crueldade, a ignorância, o egoísmo, esses adversários cruéis da criatura humana.
Nos lares onde o amor escasseia, os sentimentos são controvertidos e a família se apresenta dissociada dos vínculos de união, cada um trabalhando para vencer na sua luta e superar o outro. O grupo familiar torna-se então acidente biológico, em cujo curso os pais se desincumbem do dever, que nem sempre se lhes apresenta como agradável, que é o de atender a prole e dela libertar-se quanto antes, a fim de viverem os prazeres que se reservam, considerando o tempo perdido que aplicaram, dizem, na assistência aos filhos.
Assistência, sim, porque nem sequer houve preocupação de amá-los, de educá-los, de prepará-los para a existência, instrumentalizando-os com os incomparáveis bens do Espírito: amor, respeito ao próximo, abnegação, compaixão.
Áridos emocionalmente; tornam-se insensíveis em relação às demais criaturas, pouco se importando quando as ocorrências inevitáveis do curso existencial alcançam aqueles que os geraram, aos quais decretam solidão, oferecendo assistência remunerada a distância, quando o fazem, nunca, porém doando-lhes afeto, pois que jamais o receberam.
O resultado nefasto dessa conduta não para aí, porquanto, por sua vez, tornam-se também genitores desapiedados, mal humorados, que reclamam de tudo quanto concedem no lar, considerando não haver possibilidade de próxima ou de remota retribuição, o que os aflige no seu desenfreado egotismo.
Esse comportamento espúrio que viceja em muitos setores da atualidade é responsável pela miséria moral, geradora daquelas de natureza social, econômica, emocional, estimuladora da agressividade e da violência, do ódio urbano e das paixões desabridas.
Entre as pessoas que possuem cultura, torna-se mais perversa essa conduta, porque ninguém pode ignorar os benefícios do amor que se recusa a dar e até mesmo a receber quando lhe é direcionado, em razão da sua filosofia pessimista.
Nas classes menos afortunadas sócio economicamente, o drama é mais doloroso, porque a ignorância que as insensibiliza é transferida para os descendentes em forma de ódio contra a sociedade, na qual respiram com dificuldade, estimulando a tomada pela força de tudo quanto lhes é negado pelo direito de cidadania e de humanidade.
O amor, no entanto, quando medra e é estimulado a desenvolver-se, amplia-se em generosidade que multiplica recursos, colocando-os à disposição de todos, com o que se alegram e se compensam afetivamente, dando surgimento à justiça social e ao trabalho edificante que os unem em clima de progresso.
O amor sempre avança na direção de outrem, iluminando-o, se jaz em sombras, ou fundindo a sua na luz que defronta, aumentando-a, desse modo, sem qualquer esforço.
O amor faz parte do programa de educação no lar e da grade escolar, orientando os impulsos que se devem transformar em sentimentos, os instintos que evoluirão para emoções, a aprendizagem que se encarregará de criar atos de afabilidade e de doçura, de reto dever em relação aos demais, produzindo bênçãos para aquele que assim se comporta.
Educam-se comportamentos, costumes e necessidades, que se fazem um compêndio de boas maneiras com as quais poGarimpo de Amor - Amor e educaçãode transitar equilibradamente nos diferentes setores e períodos da existência terrena.
Da mesma forma, educa-se para o amor como dever inalienável para uma vida feliz, permanecendo-lhe receptivo à manifestação que se expande ou à sua captação quando lhe é direcionado.
O hábito de amar é adquirido no lar, ampliando-se na escola, aplicando-se na vida social que se encontra na família, na convivência entre colegas, no comportamento fora dos limites domésticos e dos estabelecimentos de ensino.
Essa educação, porém, não deve ser formal, aquela que apenas transmite conhecimentos, mas sim a que se reveste de valores morais, que são de caráter imperecível, conforme a própria vida.
Onde há amor a vida se multiplica ditosa, a produtividade do bem é imbatível, a alegria é insuperável.




[1] Fonte: Livro – Garimpo de Amor – ditado do Espírito Joana de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, Ed LEAL,

sexta-feira, 3 de abril de 2020

Estudando Missionário da Luz - Socorro espiritual


SOCORRO ESPIRITUAL[1]
- Precisa voltar mais cedo aos serviços? - Indagou Alexandre, assim que tomávamos à via pública.
- Posso dispor de mais tempo - respondi. Meu interesse era enorme na continuidade das instruções. Alexandre possuía vastíssimas experiências médicas. Minhas aquisições nesse terreno, em comparação com as dele, representavam conhecimentos pálidos.
- Tenho ainda hoje uma assembléia de esclarecimentos a irmãos encarnados - continuou o orientador - e se você puder comparecer, teremos satisfação.
- Como não? Estou aprendendo e não devo perder a oportunidade.
Saímos.
As entidades perturbadas mantinham-se à porta, dando a ideia de alguém à espera de brecha para entrar.
Porque Alexandre prosseguia na palestra edificante, seguíamos, quase passo a passo, como quando na Crosta.
Estávamos nos primeiros minutos da madrugada. Os transeuntes desencarnados eram numerosíssimos. A maioria, de natureza inferior, trajava roupa escura, mas, de espaço a espaço, éramos defrontados por grupos luminosos que passavam céleres, em serviços cuja importância se adivinhava.
- Há sempre quefazeres urgentes, no auxílio oportuno aos nossos irmãos da Crosta - comentou o instrutor, com afabilidade e doçura - e, na maior parte das vezes, é mais eficiente o nosso concurso à noite, quando os raios solares diretos não desintegram certos recursos de nossa cooperação...
Não havia terminado, quando se acercou de nós, inesperadamente, uma velhinha simpática.
- Justina, minha irmã, que o Senhor a abençoe! - saudou-a o orientador, gentil.
A entidade amiga, que demonstrava muita inquietude no olhar, respondeu com afetuoso respeito e explicou-se:
- Alexandre; tenho necessidade de seu auxílio urgente e vim ao seu encontro. Desculpe-me.
E, antes que o instrutor pudesse sondar-lhe verbalmente a aflição, a interlocutora prosseguiu:
- Meu filho Antônio encontra-se em estado gravíssimo...
Agora era Alexandre que a interrompia:
- Adivinho o que se passa. Quando o visitei, no mês findo, notei-lhe as perturbações circulatórias.
- Sim, sim - continuou a mãe aflita. - Antônio vive no círculo de pensamentos muito desregrados, apesar do bom coração. E hoje trouxe para o leito de repouso tantas preocupações descabidas, tanta angústia desnecessária, que as suas criações mentais se transformaram em verdadeiras torturas. Embalde, auxiliei-o com os meus humildes recursos; infelizmente, é tão grande o seu desequilíbrio interior, que toda a minha colaboração resultou inútil, permanecendo-lhe o cérebro sob a ameaça dum derramamento mortífero.
E sentindo a gravidade do minuto, acrescentou triste:
- Ó Alexandre, bem sei que devemos subordinar nossos desejos aos desígnios de Deus. Entretanto, meu filho necessita de mais alguns dias na Terra. Creio que, em dois meses, conseguirei dele, indiretamente, a solução de todos os problemas que lhe afetam a paz da família. Sua autoridade pode auxiliar-nos! Seu coração edificado em Cristo permanece em condições de fazer-nos semelhante bem!...
Reconhecendo a urgência do assunto, exclamou o orientador:
- A caminho! Não temos um segundo a perder!
Daí a poucos instantes, penetramos na residência confortável.
A velhinha, aflita, conduziu-nos a uma alcova espaçosa, onde o filho, chefe da casa, repousava metido em alvos lençóis, dando-me a impressão característica dum moribundo.
Antônio parecia próximo dos setenta anos e exibia todos os sinais do arterioesclerótico[2] adiantado.
O quadro era agora profundamente educativo para mim, que entrara num círculo valioso de observações novas.
Identificava perfeitamente o estado pré-agônico, em todas as suas expressões físico-espirituais. A alma confusa, inconsciente, movimentava-se com dificuldade, quase que totalmente exteriorizada, junto do corpo imóvel, a respirar dificilmente.
Enquanto Alexandre se inclinava paternalmente sobre ele, observei que estávamos diante de uma trombose perigosíssima, por localizar-se numa das artérias que irrigam o córtex motor do cérebro. A apoplexia[3] não se fizera esperar. Mais alguns instantes; e a vítima estaria desencarnada.
Alexandre, que centralizara todas as atenções no enfermo, tocou-lhe o cérebro perispiritual e falou com autoridade serena:
- Antônio, mantenha-se vigilante! Nosso auxílio pede a sua cooperação!
O moribundo, desligado parcialmente do corpo, abriu os olhos fora do invólucro de carne, dando a entender vagas noções de consciência, e o instrutor prosseguiu:
- Você foi acidentado pelos próprios pensamentos em conflito injustificável. Suas preocupações excessivas criaram-lhe elementos de desorganização cerebral.
Intensifique o desejo de retomar as células físicas, enquanto nos preparamos a fim de ajudá-lo.
Este momento é decisivo para as suas necessidades.
O interpelado não respondeu, mas observei que Antônio compreendera a advertência, no imo das forças da consciência, colocando-se em boa posição para colaborar em favor de si mesmo.
Em seguida, o orientador iniciou complicadas operações magnéticas, no corpo inanimado, ministrando energias novas à espinha dorsal. Decorridos alguns instantes, colocou a destra ao longo do fígado e, mais tarde, demorando-a no cérebro físico, bem à altura da zona motora, chamou-me e disse:
- André mantenha-se em prece, cooperando conosco. Convocarei alguns irmãos em serviço, nesta noite, para auxiliar-nos.
E acentuou, após meditar por alguns segundos: - o grupo do Irmão Francisco não pode estar longe.
Dito isto, Alexandre assumiu atitude de profunda concentração de pensamento.
Não passou mais dum minuto e pequena expedição de oito entidades, quatro companheiros e quatro irmãs, penetrou o recinto doméstico, em religioso silêncio.
Saudamo-nos todos, ligeiramente, e o instrutor dirigiu-se, atencioso, à entidade que guardava atribuições de chefia.
- Francisco; precisamos aqui das emanações de algum dos nossos amigos encarnados, cujo veículo material esteja agora em repouso equilibrado. E ao passo que o novo irmão observava cuidadoso, o agonizante, Alexandre acrescentava:
- Conforme observa; estamos diante dum caso gravíssimo. É preciso muito critério na escolha do doador de fluidos.
O dirigente dos socorristas pensou um momento e obtemperou:
- Temos um companheiro que nos atenderá razoavelmente. Trata-se de Afonso. Enquanto vou buscá-lo, nosso grupo auxiliará sua ação curativa, emitindo forças de colaboração magnética, através da prece.
Francisco ausentou-se imediatamente.
Nesse instante, a velhinha aproximou-se do instrutor e falou respeitosa:
- Se há necessidade de fluidos de irmãos encarnados, quem sabe poderíamos empregar o concurso de minhas netas que repousam nos aposentos próximos?
- Não - respondeu Alexandre, delicadamente -, não atenderiam as exigências em curso. Precisamos de alguém suficientemente equilibrado no campo mental.
A mãe inquieta afastou-se, enxugando os olhos. Atendendo a sinal afetuoso do orientador, aproximei-me, observando o doente de mais perto, mantendo-me embora na íntima atitude de oração.
- Antônio é viúvo faz vinte anos - explicou Alexandre - e está nas vésperas de vir ter conosco, no plano espiritual. Nosso amigo, porém, necessita de mais alguns dias na esfera da Crosta para deixar alguns problemas sérios devidamente solucionados. O Senhor nos concederá a satisfação de colaborar no reerguimento provisório de suas forças. E fosse porque me detinha a observar o grupo de entidades que oravam silenciosas, ou em razão de pretender beneficiar-me com novos ensinamentos, o instrutor esclareceu:
- Temos aqui o grupo do Irmão Francisco. Trata-se de uma das inumeráveis turmas de serviço que nos prestam cooperação.
Muitos companheiros consagram-se aos trabalhos dessa natureza, mormente à noite, quando as nossas atividades de auxílio podem ser mais intensas.
Verdadeiro mundo de interrogações assomava-me ao cérebro, a fim de solucionar as questões do momento; contudo, compreendendo a gravidade dos minutos, em face da tarefa para a qual fôramos chamados, resolvi silenciar.
Não decorreu muito tempo e Francisco voltava seguido de alguém.
Tratava-se do companheiro encarnado a que Alexandre se referira.
Não houve oportunidade para saudações. O orientador, tomando-lhe a destra, conduziu-o imediatamente à cabeceira do moribundo, dizendo-lhe com autoridade afetuosa:
- Afonso; não temos um segundo a perder. Coloque ambas as mãos na fronte do enfermo e conserve-se em oração.
O interpelado não pestanejou. Dando-me a impressão dum veterano em semelhantes serviços de assistência, parecia sumamente despreocupado de todos nós, fixando-se tão somente na obrigação a cumprir.
Foi então que vi Alexandre funcionar como verdadeiro magnetizador.
Recordando meus antigos trabalhos médicos nos casos extremos de transfusão de sangue, via-lhe perfeitamente o esforço de transferir vigorosos fluidos de Afonso para o organismo de Antônio, já moribundo.
Na qualidade de discípulo, acentuando minhas faculdades de análise, junto de preciosa lição, observei que o semblante do enfermo transformava-se gradualmente. À medida que o instrutor movimentava as mãos sobre o cérebro de Antônio, este revelava sinais crescentes de melhoras. Verificava, sob forte assombro, que a sua forma perispiritual reunia-se devagarzinho à forma física, integrando-se, harmoniosamente, uma com a outra, como se estivessem, de novo, em processo de reajustamento, célula por célula.
Depois de um quarto de hora, segundo meu cálculo de tempo, estava finda a laboriosa intervenção magnética e Alexandre, chamando a velhinha, acentuou:
- Justina, o coágulo acaba de ser reabsorvido e conseguimos socorrer a artéria com os nossos recursos, mas Antônio terá, no máximo, cinco meses a mais, de permanência na Terra. Se você pleiteou o auxílio de agora para ajudá-lo a resolver negócios urgentes, não perca as oportunidades, porque os reparos deste instante não perdurarão por mais de cento e cinqüenta dias. E não se esqueça de preveni-lo, pelos processos intuitivos ao nosso alcance, quanto ao cuidado que deverá manter consigo mesmo no terreno das preocupações excessivas, mormente à noite, quando ocorrem os fenômenos desastrosos mais sérios de circulação, em vista da invigilância de muitas pessoas que se valem das horas sagradas do repouso físico para a criação de fantasmas cruéis, no campo vivo do pensamento. Se o nosso amigo despreocupar-se da auto corrigenda, talvez desencarne antes dos cinco meses. Toda a cautela é indispensável.
A genitora agradeceu, comovida, em lágrimas de contentamento.
Alexandre recomendou ao “socorrista” encarnado que retirasse as mãos de sobre a fronte do enfermo e vi, então, o inesperado.
O doente grave, reintegrado nas funções orgânicas, com a harmonia possível, abriu os olhos físicos, como se estivesse profundamente embriagado, e começou a gritar estentoricamente:
- Socorro! Socorro!... Acudam-me por amor de Deus! Eu morro, eu morro!...
Algumas jovens acorreram, espantadas e trêmulas, em roupas brancas, percebendo-se que as filhas carinhosas e sensíveis vinham atender ao pai ansioso.
- Papai! Papai! - exclamavam lacrimosas-que foi isto?
- Estou morrendo! - clamava o enfermo, em voz pungente - chamem o médico... Depressa!
- Mas que sente papai? - perguntou uma delas, em pranto convulso.
- Sinto-me morrer, tenho a cabeça tonta, incapaz de raciocinar...
Grande era a azáfama dos encarnados que passavam por nós em bulha indescritível, atropelando-se uns aos outros, sem o mais leve traço de consciência a respeito da nossa presença ali.
Alexandre solicitou ao Irmão Francisco fornecesse instruções a Afonso para que este regressasse ao lar e, depois da providência, dispôs-se a retirar e disse-me sorrindo, diante da estranheza que a atitude alarmante das moças me causava:
- Geralmente, quando os nossos amigos encarnados gritam, chorosos, por socorro, nosso serviço de assistência já se encontra completo. Partamos
O doente, semilúcido, prosseguia inquieto, enquanto o telefone tilintava, cooperando para a imediata visita do médico.
A velhinha despediu-se de nós, comovedoramente, permanecendo junto do enfermo, velando, devotada e humilde.
Na via pública, pedi ao instrutor me pusesse em contacto mais íntimo com o Irmão Francisco, que nos acompanhava, solícito.
Alexandre, afável como sempre, atendeu-me aos desejos.
- Nossa pequena expedição - esclareceu o chefe do agrupamento, depois de trocar comigo palavras muito cordiais - é uma das inumeráveis turmas de socorro que colaboram nos círculos da Crosta. Somos milhares de servidores, nessas condições, ligados a diversas regiões espirituais mais elevadas.
- Seu núcleo - perguntei - procede de nossa colônia?
- Sim. E temos nossas atividades entrelaçadas com as tarefas de vários instrutores de Nosso Lar.
- E há tarefas especializadas para cada grupo dessa natureza?
- Perfeitamente. O nosso, por exemplo - acentuou Francisco, gentil -, destina-se ao reconforto de doentes graves e agonizantes.
De modo geral, as condições de luta para os enfermos são mais difíceis à noite. Os raios solares, nas horas diurnas, destroem grande parte das criações mentais inferiores dos doentes em estado melindroso, não acontecendo o mesmo à noite; quando o magnetismo lunar favorece as criações de qual quer espécie, boas ou más.
Em vista disso, o nosso esforço há de ser vigilante. Quase ninguém no círculo de nossos irmãos encarnados conhece a extensão de nossas tarefas de socorro. Permanecem eles num campo de vibrações muito diferentes das nossas e não podem apreender ou discriminar nosso auxílio. Isto, porém, não importa. Outros benfeitores, muito mais elevados que aqueles dos quais podemos guardar conhecimento direto, velam por nós e inspiram-nos, devotadamente, no campo das obrigações comuns, sem que vejamos a sua forma de expressão nos trabalhos referentes aos divinos desígnios. E talvez porque eu sorrisse, admirando-lhe o: ideal de renúncia serena e santificante, o interlocutor também sorriu e acrescentou:
- Sim, meu amigo, reclamar compreensão e resultado de criaturas e situações, ainda incapacitadas para no-los dar, constitui exigência mais cruel que a solicitação de recompensas imediatas.
Era bem a verdade convincente. Mantinha-se o Irmão Francisco dentro da lógica mais elevada.
Os que auxiliam alguém, interessados no reconhecimento ou na compensação, quase sempre permanecem de olhos cerrados para o concurso divino e invisível que de Mais Alto recebem.
Exigem que outros lhes identifiquem a posição de benfeitores, mas nunca se recordam de que amigos sábios e desvelados lhes oferecem a melhor cooperação de planos superiores, sem deles reclamarem a mínima nota de gratidão pessoal.
- São muitos os irmãos afins - continuou o meu interlocutor, interrompendo-me as reflexões íntimas - que se reúnem, depois da morte do corpo, em tarefas de amparo fraternal, quando já alcançaram os primeiros degraus da escada de purificação. Do que me é possível ajuizar, semelhantes trabalhos são dos mais eficientes e dignos em favor dos homens. Raramente os companheiros encarnados, quando em excelentes condições de saúde física, podem compreender as aflições dos enfermos em posição desesperadora ou dos moribundos prestes a partir. Nós outros, porém, no quadro de realidades mais fortes, sabemos que, muitas vezes, é possível efetuar realizações deveras sublimes, de natureza espiritual, em poucos dias, nessas circunstâncias, depois de largos anos de atividades inúteis.
No leito da morte, as criaturas são mais humanas e mais dóceis. Dir-se-ia que a moléstia intransigente enfraquece os instintos mais baixos, atenua; as labaredas mais vivas das paixões inferiores, desanimaliza a alma, abrindo-lhe, em torno, interstícios abençoados por onde penetra infinita luz. E a dor vai derrubando as pesadas muralhas da indiferença, do egoísmo cristalizado e do amor-próprio excessivo. Então, é possível o grande entendimento.
Lições admiráveis felicitam a criatura que, palidamente embora, percebe a grandeza da herança divina. Acentua-se-lhe o heroísmo e gravam-se-lhe no coração, para sempre, mensagens vivas de amor e sabedoria. Na noite espessa da agonia começa a brilhar a aurora da vida eterna. E aos seus clarões indistintos, nossos princípios são facilmente aceitos, a sensibilidade demonstra características sublimes e a luz imortal lança fontes de infinito poder nos recessos do espírito.
O interlocutor fez longa pausa e rematou:
- Desse modo, conseguimos efetuar um serviço de assistência eficaz, carreando novos valores no campo da fraternidade e do bem legítimo. Nunca observou a paciência inesperada de doentes graves, a calma de certos enfermos incuráveis e a suprema conformação da maioria dos moribundos?
Muitas vezes, semelhantes edificações, incompreensíveis para os encarnados que os cercam, constituem o fruto do esforço de nossos grupos itinerantes de socorro.
Francisco enunciara sublimes verdades. De fato, a serenidade dos enfermos em condição desesperadora e a resignação inexplicável dos agonizantes, absolutamente distanciados da fé religiosa, não poderiam guardar outra origem.
A bondade divina é infinita e, em todos os lugares, há sempre generosas manifestações da Providência Paternal de Deus, confortando os tristes, acalmando os desesperados, socorrendo os ignorantes e abençoando os infelizes.



[1] Fonte: Missionário da Luz, Ditado pelo Espírito André Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier, Editora FEB, Capitulo 7
[2] Arteriosclerose é um processo de endurecimento, perda de elasticidade e espessamento progressivo das paredes das artérias (endotélio), induzido pela hipertensão arterial e que acompanha o processo natural de envelhecimento. [1] Este processo é o responsável pelo aumento progressivo da pressão arterial sistólica sem aumento da pressão arterial diastólica.  https://pt.wikipedia.org/wiki/Arteriosclerose
[3] apoplexia pituitária é um enfarte ou uma hemorragia súbita da glândula pituitária, na presença dum adenoma pituitário. https://pt.wikipedia.org/wiki/Apoplexia_pituitária