Educa-se para o amor, como dever inalienável para uma vida
feliz.
A tradição egoística, que ainda permanece em muitos quadros da
educação familial, transformou
o amor em um recurso utilitarista, isto é, somente oferecê-lo quando se
puder recebê-lo de volta ampliado e compensador.
Na maioria das vezes, por meio desse comportamento, arma-se o
educando com desamor, a fim de que não seja explorado; não se transforme em um
ingênuo, acreditando-se que o seu sentimento não poderá modificar as demais
pessoas nem o mundo. Com essa ultrapassada conceituação, propõe-se a indiferença
em relação ao próximo, que deve ser explorado, considerado descartável, de
maneira a não lhe ser vítima, conforme se assevera, prejudicialmente, tem
sempre acontecido.
Em conseqüência, a generosidade, a pouco e pouco, desaparece-lhe do convívio social
desde a infância, quando se cultivam as tendências comodistas,
personalista, em detrimento da solidariedade; dos interesses recíprocos que
devem constituir a saudável comunhão social.
Nesse tipo de cultura os
relacionamentos são baseados no lucro, naquilo de que cada um se pode
beneficiar, na exploração do outro, embora as legislações de muitos
países e incontáveis partidários dos direitos humanos se digam vinculados a não
exploração do homem pelo homem. Essa exploração, é claro, não se encontra
adstrita apenas ao trabalho convencional, mas também a qualquer maneira de
depauperamento do outro a benefício pessoal, ao uso indevido dos recursos e
valores alheios, ao benefício das afeições com objetivos interesseiros...
O amor adquire, então, a
conotação infeliz de intercurso sexual destituído de compromisso e de responsabilidade,
no qual, o outro, o parceiro que se afeiçoa, quando abandonado, o que sempre acontece, passa a
experimentar dilaceração emocional.
Utilizado, mas não estimado ou ao menos valorizado, dele alguém se
livra com indiferença, seguindo adiante até tornar-se vítima dos próprios
atos, quando é, por sua vez, desprezada também.
A sociedade é o que dela fazem os seus membros.
Quando se cultivam respeito e
dignidade, compreensão e solidariedade; temo-la feliz; no entanto, quando se
lhe aplicam o relho e a soberba, a falsa superioridade e o despotismo, ei-la
desditosa e anárquica.
O que se
lhe semeia, facilmente medra e produz, assinalando-a de maneira irrefragável.
Uma
cultura utilitarista é profundamente infeliz, porque ninguém pode viver sem o
concurso de outrem, sem a participação do companheirismo que o dinheiro ou o
poder jamais podem conquistar.
Pessoas compradas não têm nenhum significado emocional,
pois que são trêfegas e traiçoeiras, mudando de situação e parceria conforme o
prêmio que lhes é oferecido.
Somente o
sentimento de amor possui o milagre de poder planificar, porquanto,
independendo de preço, de condição; possui o, vigor da generosidade que
enriquece o coração e refaz a lucidez do Espírito. Isso porque o amor procede de dentro, do âmago do ser, onde tem a
sua origem divina, em razão da sua causalidade.
O amor é sempre generoso, possuidor das
fortunas da bondade, do carinho, da compreensão, da compaixão que nele predomina o antídoto
eficaz para a crueldade, a ignorância, o egoísmo, esses adversários cruéis da
criatura humana.
Nos lares onde o amor escasseia, os sentimentos são controvertidos e a
família se apresenta dissociada dos vínculos de união, cada um trabalhando para
vencer na sua luta e superar o outro. O grupo familiar torna-se então acidente
biológico, em cujo curso os pais se desincumbem do dever, que nem sempre se
lhes apresenta como agradável, que é o de atender a prole e dela libertar-se
quanto antes, a fim de viverem os prazeres que se reservam, considerando o
tempo perdido que aplicaram, dizem, na assistência aos filhos.
Assistência,
sim, porque nem sequer houve preocupação de amá-los, de educá-los, de
prepará-los para a existência, instrumentalizando-os com os incomparáveis bens
do Espírito: amor, respeito ao próximo, abnegação, compaixão.
Áridos
emocionalmente; tornam-se insensíveis em relação às demais criaturas, pouco se importando
quando as ocorrências inevitáveis do curso existencial alcançam aqueles que os
geraram, aos quais decretam solidão, oferecendo assistência remunerada a
distância, quando o fazem, nunca, porém doando-lhes
afeto, pois que jamais o receberam.
O resultado nefasto dessa conduta não
para aí, porquanto, por sua vez, tornam-se também genitores desapiedados, mal humorados,
que reclamam de tudo quanto concedem no lar, considerando não haver
possibilidade de próxima ou de remota retribuição, o que os aflige no seu
desenfreado egotismo.
Esse
comportamento espúrio que viceja em muitos setores da atualidade é responsável
pela miséria moral, geradora daquelas de natureza social, econômica, emocional,
estimuladora da agressividade e da violência, do ódio urbano e das paixões
desabridas.
Entre as pessoas que possuem cultura,
torna-se mais perversa essa conduta, porque ninguém pode ignorar os benefícios
do amor que se recusa a dar e até mesmo a receber quando lhe é direcionado, em
razão da sua filosofia pessimista.
Nas classes
menos afortunadas sócio economicamente, o drama é mais doloroso,
porque a ignorância que as insensibiliza é transferida para os descendentes em
forma de ódio contra a sociedade, na qual respiram com dificuldade, estimulando
a tomada pela força de tudo quanto lhes é negado pelo direito de cidadania e de
humanidade.
O amor, no entanto, quando medra e é estimulado a
desenvolver-se, amplia-se em generosidade que multiplica recursos, colocando-os
à disposição de todos, com o que se alegram e se compensam afetivamente, dando
surgimento à justiça social e ao trabalho edificante que os unem em clima de
progresso.
O amor sempre avança na direção de outrem, iluminando-o, se jaz
em sombras, ou fundindo a sua na luz que defronta, aumentando-a, desse modo,
sem qualquer esforço.
O amor faz parte do programa de educação no lar e da grade
escolar, orientando os impulsos que se devem transformar em sentimentos, os
instintos que evoluirão para emoções, a aprendizagem que se encarregará de
criar atos de afabilidade e de doçura, de reto dever em relação aos demais, produzindo
bênçãos para aquele que assim se comporta.
Educam-se comportamentos, costumes e necessidades, que se fazem um
compêndio de boas maneiras com as quais poGarimpo de Amor - Amor e educaçãode transitar equilibradamente nos
diferentes setores e períodos da existência terrena.
Da mesma
forma, educa-se para o amor como dever inalienável para uma vida
feliz, permanecendo-lhe receptivo à manifestação que se expande ou à
sua captação quando lhe é direcionado.
O hábito de amar é adquirido no
lar,
ampliando-se
na escola, aplicando-se na vida social que se encontra na família,
na convivência entre colegas, no comportamento fora dos limites
domésticos e dos estabelecimentos de ensino.
Essa
educação, porém, não deve ser formal, aquela que apenas transmite
conhecimentos, mas sim a
que se reveste de valores morais, que são de caráter imperecível, conforme a
própria vida.
Onde há amor a vida se multiplica
ditosa, a produtividade do bem é imbatível, a alegria é insuperável.
[1] Fonte: Livro – Garimpo de Amor – ditado do
Espírito Joana de Ângelis, psicografia
de Divaldo Pereira Franco, Ed LEAL,
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