terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

Estudando Missionário da Luz - Influenciação


INFLUENCIAÇÃO[1]
Notava, agora, a diferenciação do ambiente. Para nós outros, os desencarnados, a atmosfera interior impregnava-se de elementos balsâmicos, regeneradores. Cá fora, porém, o ar pesava. Acentuara-se-me, sobremaneira, a hipersensibilidade, diante das emanações grosseiras da rua. As lâmpadas elétricas se semelhavam a globos pequeninos, de luz muito pobre, isolados em sombra espessa.
Aspirando as novas correntes de ar, observava a diferença indefinível.
O oxigênio parecia tocado de magnetismo menos agradável.
Compreendi, uma vez mais, a sublimidade da oração e do serviço da Espiritualidade superior, na intimidade das criaturas.
A prece, a meditação elevada, o pensamento edificante, refundem a atmosfera, purificando-a.
O instrutor interrompeu-me as íntimas considerações, exclamando:
- A modificação, evidentemente, é inexprimível. Entre as vibrações harmoniosas da paisagem interior, iluminada pela oração, e a via pública, repleta de emanações inferiores, há diferenças singulares. O pensamento elevado santifica a atmosfera em torno e possui propriedades elétricas que o homem comum está longe de imaginar. A rua, no entanto, é avelhantada repositório de vibrações antagônicas, em meio de som brios materiais psíquicos e perigosas bactérias de varia da procedência, em vista de a maioria dos transeuntes lançarem em circulação, incessantemente, não só as colônias imensas de micróbios diversos, mas também os maus pensamentos de toda ordem.
Enquanto ponderava o ensinamento ouvido, reparei que muitos agrupamentos de entidades infelizes e inquietas se postavam nas cercanias. Faziam-se ouvir, através das conversações mais interessantes e pitorescas; todavia, desarrazoadas e impróprias, nas menores expressões.
Alexandre indicou-me pequeno grupo de desencarnados, que me pareceram em desequilíbrio profundo, e falou:
- Aqueles amigos constituem a coorte quase permanente dos nossos companheiros encarnados, que voltam agora ao ninho doméstico.
- Quê? - indaguei involuntariamente.
- Sim - acrescentou o orientador cuidadoso, os infelizes não têm permissão para ingressar aqui, em sessões especializadas, como a desta noite. Nas reuniões dedicadas à assistência geral, podem comparecer. Hoje, entretanto, necessitávamos socorrer os amigos para que o vampirismo de que são vítimas seja atenuado em suas conseqüências prejudiciais.
Impressionou-me a excelência de orientação. Tudo, naqueles trabalhos, obedecia à ordem preestabelecida. Tudo estava calculado, programado, previsto.
- Agora - prosseguiu Alexandre, bem humorado -, repare na saída de nossos colaboradores terrestres. Observe a maneira pela qual voltam, instintivamente, aos braços das entidades ignorantes que os exploram.
Fiquei atento. Dispunham-se todos a deixar o recinto, tranqüilamente.
A porta, junto de nós; começaram as despedidas entre eles: - Graças a Deus! - exclamou uma senhora de maneiras delicadas - fizemos nossas preces em paz, com imenso proveito.
- Como me sinto melhor! - comentou uma das amigas mais idosas - a sessão foi um alívio. Trazia o espírito sobrecarregado de preocupações, mas, agora, sinto-me reconfortada, feliz. Acredito que me retiraram pesadas nuvens do coração. Ouvindo as orações e partilhando as tentativas de desenvolvimento para o serviço ao próximo, grande é o socorro que recebemos! Ah! Como Jesus é generoso.
Um cavalheiro de porte distinto adiantou-se, observando:
- O Espiritismo é o nosso conforto. Os compromissos que temos são muito grandes, diante da verdade. E não é sem razão que o Senhor nos colocou nas mãos a lâmpada sublime da fé. Em torno de nossos passos, choram os sofredores, desviam-se os ignorantes no extenso caminho do mal. Dos Céus chegam até nós ferramentas de trabalho. É necessário servir, intensamente, transformando-nos em colaboradores fiéis da Revelação Nova!
- Exatamente! - concordou uma das interlocutoras, comovida coma exortação - temos grandes obrigações, não devemos perder tempo. A doutrina confortadora dos Espíritos é o nosso tesouro de luz e consolação. Oh! Meus amigos; como necessitamos trabalhar!
Jesus chama-nos ao serviço, é imprescindível atender.
Reconhecendo os característicos de gratidão e louvor da palestra, expressei sincera admiração, exaltando a fidelidade dos cooperadores da casa. Demonstravam-se fervorosos na fé, confiantes no futuro e interessados na extensão dos benefícios divinos, considerando as dores e necessidades dos semelhantes.
Vendo-me as expressões encomiásticas, Alexandre observou, sorrindo:
- Não se impressione. O problema não é de entusiasmo e sim de esforço persistente. Não podemos dispensar as soluções vagarosas.
Raros amigos conseguem guardar uniformidade de emoção e idealismo nas edificações espirituais. Vai para nove anos, com algumas interrupções, que me encontro em concurso ativo nesta casa e, mensalmente, vejo desfilar aqui as promessas novas e os votos de serviço. Ao primeiro embate com as necessidades reais do trabalho, reduzido número de companheiros permanece fiel à própria consciência. Nas horas calmas, grandes louvores, nos momentos difíceis, disfarçadas deserções, a pretexto de incompreensão alheia. Sou forçado a dizer que, na maioria dos casos, nossos irmãos são prestativos e caridosos como próximo, em se tratando das necessidades materiais, mas quase sempre continuam sendo menos bons para si mesmos, por se esquecerem de aplicação da luz evangélica à vida prática. Prometem excessivamente com as palavras; todavia, operam pouco no campo dos sentimentos.
Com exceções, irritam-se ao primeiro contacto com a luta mais áspera, após reafirmarem os mais sadios propósitos de renovação e, comumente, voltando cada semana ao núcleo de preces, estão nas mesmas condições, requisitando conforto e auxílio exterior. Não é com facilidade que cumprem a promessa de cooperação com o Cristo, em si próprios, base fundamental da verdadeira iluminação. Porque Alexandre silenciara, observei atenciosamente os circunstantes. Ainda se achavam todos eles, os encarnados, irradiando alegria e paz, colhidas na rápida convivência com os benfeitores invisíveis. Da fronte de cada um, emanavam raios de espiritualidade surpreendente.
Num gesto significativo, o instrutor esclareceu: - Eles ainda se encontram sob as irradiações do banho de luz a que se submeteram, através do serviço espiritual com a oração. Se conseguissem manter semelhante estado mental, pondo em prática as regras de perfeição que aprendem, comentam e ensinam fácil lhes seria atingir positivamente o nível superior da vida; entretanto, André, como nós, que em outros tempos fomos inexperientes e frágeis, eles, agora, ainda o são também. Cada hábito menos digno, adquirido pela alma no curso incessante dos séculos, funciona qual entidade viva, no universo de sentimentos de cada um de nós, compelindo-nos às regiões perturbadas e oferecendo elementos de ligação com os infelizes que se encontram em nível inferior.
Examine os nossos amigos encarnados, com bastante atenção.
Contemplei-os com interesse. Trocavam gentilmente as últimas saudações da noite, demonstrando luminosa felicidade.
- Acompanhemos o grupo, onde se encontra o nosso irmão mais fortemente atacado pelas inquietações do sexo - Exclamou o orientador, proporcionando-me valiosa experiência.
O rapaz, em companhia de uma senhora idosa e de uma jovem, que logo percebi serem sua mãe e irmã, punha-se de regresso ao lar.
Movimentamo-nos, seguindo-os de perto. Alguns metros, além do recinto, onde se reuniam os companheiros de luta, o ambiente geral da via pública tornava-se ainda mais pesado.
Três entidades de sombrio aspecto, absolutamente cegas para coma nossa presença, em vista do baixo padrão vibratório de suas percepções acercaram-se do trio sob nossa observação.
Encostou-se uma delas à senhora idosa e, instantaneamente, reparei que a sua fronte se tornava opaca, estranhamente obscura.
Seu semblante modificou-se. Desapareceu-Lhe o júbilo irradiante, dando lugar aos sinais de preocupação forte. Transfigurara-se de maneira completa.
- Oh! Meus filhos - exclamou a genitora, que parecia paciente e bondosa -, por que motivo somos tão diferentes no decurso do trabalho espiritual? Quisera possuir, ao retirar-me de nossas orações coletivas, o mesmo bom ânimo, a mesma paz íntima. Isso, porém, não acontece. Ao retomar o caminho da luta prática, sinto que a essência das preleções evangélicas persevera dentro de mim, mas de modo vago, sem aquela nitidez dos primeiros minutos.
Esforço-me sinceramente para manter a continuação do mesmo estado d’alma; entretanto, algo me falta, que não sei definir com precisão.
Nesse momento, as duas outras entidades, que ainda se mantinham distanciadas, agarraram-se comodamente aos braços do rapaz, que ofereceu aos meus olhos o mesmo fenômeno. Embaciou-se-lhe a claridade mental e duas rugas de aflição e desalento vincaram-Lhe as faces, que perderam aquele halo de alegria luminosa e confiante. Foi então que ele respondeu, em voz pausada e triste:
- É verdade, mamãe. Enormes são as nossas imperfeições.Creia que a minha situação é pior. A senhora experimenta ansiedade, amargura, melancolia... É bem pouco para quem, como eu, me sente vítima dos maus pensamentos. Casei-me ha menos de oito meses e, não obstante o devotamento de minha esposa; tenho o coração, por vezes, repleto de tentações descabidas. Pergunto a mim mesmo a razão de tais idéias estranhas e, francamente, não posso responder. A invencível atração para os ambientes malignos confunde-me o espírito, que sinto inclinado ao bem e à retidão de proceder.
- Quem sabe, mano, está você sob a influenciação de entidades menos esclarecidas? - considerou a jovem, com boas maneiras.
- Sim - suspirou o rapaz -, por isso mesmo, venho tentando o desenvolvimento da mediunidade, a fim de localizar a causa de semelhante situação.
Nesse instante, o orientador murmurou desveladamente: - Ajudemos a este amigo através da conversação. Sem perda de tempo, colocou a destra na fronte da menina, mantendo-a sob vigoroso influxo magnético e transmitindo-lhe suas idéias generosas.
Reparei que aquela mão protetora, ao tocar os cabelos encaracolados da jovem, expedia luminosas chispas, somente perceptíveis ao meu olhar. A menina; a seu turno pareceu mais nobre e mais digna em sua expressão quase infantil e respondeu firmemente:
- Neste caso, concordo em que o desenvolvimento mediúnico deve ser a última solução, porque antes de enfrentar os inimigos, filhos da ignorância, deveríamos armar o coração com a luz do amor e da sabedoria.
Se você descobrisse perseguidores invisíveis, em torno de suas atividades, como beneficiá-los cristãmente, sem a necessária preparação espiritual?
A reação educativa contra o mal é sempre um dever nosso, mas antes de cogitar dum desenvolvimento psíquico, que seria talvez prematuro, deveremos procurar a elevação de nossas idéias e sentimentos. Não poderíamos contar com uma boa mediunidade sem a consolidação dos nossos bons propósitos; e para sermos úteis, nos reinos do Espírito, cabe-nos aprender, em primeiro lugar, a viver espiritualmente, embora estejamos ainda na carne.
A resposta, que constituíra para mim valiosa surpresa, não provocou maior interesse em ambos os interlocutores, quase neutralizados pela atuação dos vampiros habituais.
Mãe e filho deixavam perceber funda contrariedade, em face das definições ouvidas. A palavra da menina, cheia de verdadeira luz, desconcertava-os.
- Não tem você bastante idade, minha filha - exclamou, contrafeita, a velha genitora -, não pode, pois, opinar neste assunto.
E como boa cultivadora de sofrimentos antigos, acentuou:
- Quando você atravessar os caminhos que meus pés já cruzaram, quando vierem às desilusões sem esperança, então observará como é difícil manter a paz e a luz no coração!
- E se algum dia - falou o rapaz, melancólico – experimentar as lutas que já conheço, verá que tenho motivos de queixa contra a sorte e que não me sobram outros recursos senão permanecer no círculo das indecisões que me assaltam. Faço quanto posso por desvencilhar-me das idéias sombrias e vivo a combater inesperadas tentações; no entanto, sinto-me longe da libertação espiritual necessária. Não me falta vontade, mas...
Alexandre, que havia retirado a destra de sobre a fronte da jovem, informou, atendendo-me à perplexidade:
- O amigo que se uniu à nossa irmã foi seu marido terrestre, homem que não desenvolveu as possibilidades espirituais e que viveu em tremendo egoísmo doméstico. Quanto aos dois infelizes, que se apegam tão fortemente ao rapaz, são dois companheiros, ignorantes e perturbados, que ele adquiriu em contacto com o meretrício.
Diante do meu espanto, o instrutor prosseguiu, explicando:
- O ex-esposo não concebeu o matrimônio senão como união corporal para atender conveniências vulgares da experiência humana e, em vista de haver passado o tempo de aprendizado terreno sem ideais enobrecedores, interessados em fruir todas as gratificações dos sentidos, não se sente com bastante força para abandonar o círculo doméstico, onde a companheira, por sua vez, somente agora, depois da desencarnação dele, começa a preocupar-se com os problemas concernentes à vida espiritual. Quanto ao rapaz, de leviandade em leviandade, criou fortes laços com certas entidades ainda atoladas no pântano de sensações do meretrício, das quais se destacam, por mais perseverantes, as duas criaturas que ora se lhe agarram, quase que integralmente sintonizadas com o seu campo de magnetismo pessoal. O pobrezinho não se apercebeu dos perigos que o defrontavam, e tornou-se a presa inconsciente de afeiçoados que Lhe são invisíveis, tão fracos e viciados quanto ele próprio.
- E não haverá recurso para libertá-los? Indaguei, emocionado.
O orientador sorriu paternalmente e considerou: - Mas quem deverá romper as algemas, senão eles mesmos? Nunca lhes faltou o auxílio exterior de nossa amizade permanente; no entanto, eles próprios alimentam-se uns aos outros, no terreno das sensações sutis, absolutamente imponderáveis para os que lhes não possam sondar o mecanismo íntimo. É inegável que procuram, agora, os elementos de libertação. Aproximam-se da fonte de esclarecimento elevado, sentem-se cansados da situação e experimentam, efetivamente, o desejo de vida nova; contudo, esse desejo é mais dos lábios que do coração, por constituir aspiração muito vaga, quase nula. Se, de fato, cultivassem a resolução positiva, transformariam suas forças pessoais, tornando-as determinantes, no domínio da ação regeneradora. Esperam, porém, por milagres inadmissíveis e renunciam às energias próprias, únicas alavancas da realização.
- Mas não poderíamos provocar a retirada dos vampiros inconscientes? - perguntei.
- Os interessados - explicou Alexandre, a sorrir - forçariam, por sua vez, à volta deles. Já se fez a tentativa que você lembrou, no propósito de beneficiá-los. De modo indireto, mas a nossa irmã se declarou demasiadamente saudosa do companheiro e o nosso amigo afirmou, intimamente, sentir-se menos homem, levando humildade à conta de covardia e tomando o desapego aos impulsos inferiores por tédio destruidor. Tanto expediram reclamações mentais que as suas atividades interiores constituíram verdadeiras invocações, e, em vista do vigoroso magnetismo do desejo constantemente alimentado, agregaram-se-lhes, de novo, os companheiros infelizes.
- Mas vivem assim imantados uns aos outros, em todos os lugares? - indaguei.
- Quase sempre. Satisfaz-se, mutuamente, na permuta contínua das emoções e impressões mais íntimas.
Preocupado em fazer algum bem, ponderei:
- Quem sabe poderíamos conduzir estas entidades ao devido fortalecimento? Não será razoável doutriná-las, incentivando-as ao equilíbrio e ao respeito próprio?
- Semelhante recurso - falou Alexandre, complacente – não foi esquecido. Essa providência vem sendo efetuada com a perseverança e o método precisos. Todavia, tratando-se de um caso em que os encarnados se converteram em poderosos ímãs de atração, a medida exige tempo e tolerância fraternal. Temos grande número de trabalhadores, consagrados a esse mister, em nosso plano, e aguardamos que a semeadura de ensinamentos dê seus frutos. De qual quer modo, esteja convicto de que toda a assistência tem sido prestada aos amigos sob nossa observação. Se ainda não avançaram, todos eles, no terreno da espiritualidade elevada, isto só se verifica em razão da fraqueza e da ignorância a que vivem voluntariamente escravizados. Colhem o que semeiam.
Nesse instante, fixamos novamente a atenção na palestra que se desdobrava:
- Faço o que posso - repetia o rapaz, em desalento -, entretanto, não consigo obter a tranqüilidade interior.
- Ocorre comigo o mesmo fato - observava a genitora, em tom triste. - Minhas únicas melhoras se verificam por ocasião de nossas preces coletivas. Em seguida, as piores emoções me assaltam o espírito. Vivo sem paz, sem apoio. Oh! Meus filhos, é cruel rolar assim, pelo mundo, como náufrago sem orientação!
- Compreendo-a, mamãe - tornou o filho, como que satisfeito por alimentar as impressões nocivas que lhe ocupavam a mente -, compreendo-a, porque as tentações me transformam a vida num cipoal de sombras espessas. Não sei mais que fazer para resistir aos pensamentos amargos. Ai de nós, se o Espiritismo não houvesse chegado aos nossos destinos como sagrada fonte de sublimes consolações!
Nesse momento, Alexandre colocou novamente a destra sobre a fronte da jovem, que Lhe traduziu o pensamento, em tom de respeito e carinho:
- Concordo em que o Espiritismo é nosso manancial de consolo, mas não posso esquecer que temos na Doutrina a bendita escola de preparação. Se permanecermos arraigados às exigências de conforto, talvez venhamos a olvidar as obrigações do trabalho.
Creio que os instrutores da verdade espiritual desejam, antes de tudo, a nossa renovação íntima, para a vida superior. Se apenas buscarmos consolação, sem adquirir fortaleza, não passaremos de crianças espirituais.
Se procurarmos a companhia de orientadores benevolentes, tão-só para o gozo de vantagens pessoais, onde estará o aprendizado?
Acaso não permanecemos aqui na Terra, em lição?
Teríamos recebido o corpo, ao renascer, apenas para repousar?
É incrível que os nossos amigos da esfera superior nos venham suprimir a possibilidade de caminhar por nós mesmos, usando os próprios pés. Naturalmente, não nos querem os benfeitores do Além para eternos necessitados da casa de Deus e, sim, para companheiros dos gloriosos serviços do bem, tão generosos, fortes, sábios e felizes quanto eles já o são. E modificando a inflexão de voz, desejosa de demonstrar a ternura filial que lhe vibrava n’alma, acentuou:
- Mamãe sabe como lhe quero bem, mas alguma coisa, no fundo da consciência, não me permite comentar as nossas necessidades senão assim, ajustando-me aos elevados ensinamentos que a Doutrina nos gravou no coração. Não posso compreender Cristianismo sem a nossa integração prática nos exemplos do Cristo.
Em virtude de o instrutor haver interrompido a operação magnética e porque me encontrasse perplexo ante a facilidade com que a menina lhe recebia os pensamentos, quando observara tanta complexidade nos serviços de psicografia, expus ao orientador amigo as indagações que me assaltavam o espírito.
Sem titubear, Alexandre explicou:
- Aqui, André, observa você o trabalho simples da transmissão mental e não pode esquecer que o intercâmbio do pensamento é movimento livre no Universo. Desencarnados e encarnados, em todos os setores de atividade terrestre, vivem na mais ampla permuta de idéias. Cada mente é um verdadeiro mundo de emissão e recepção e cada qual atrai os que se lhe assemelham. Os tristes agradam aos tristes, os ignorantes se reúnem, os criminosos comungam a mesma esfera, os bons estabelecem laços recíprocos de trabalho e realização. Aqui temos o fenômeno intuitivo, que, com maior ou menor intensidade, é comum a todas as criaturas, não só no plano construtivo, mas também no círculo de expressões menos elevadas. Temos, sob nossos olhos, uma velha irmã e seu filho maior; completamente ambientados na exploração inferior de amigos desencarnados, presas de ignorância e enfermidade, estabelecendo perfeito comércio de vibrações inferiores.
Falam sob a determinação direta dos vampiros infelizes, transformados em hóspedes efetivos do continente de suas possibilidades fisicopsíquicas.
Permanece também sob nossa análise uma jovem que, presentemente, atingiu dezesseis anos de nova existência terrestre.
Suas disposições, contudo, são bastante diversas. Ela consegue receber nossos pensamentos e traduzi-los em linguagem edificante.
Não está propriamente em serviço técnico da mediunidade, mas no abençoado trabalho de espiritualização.
E indicando a mocinha, cercada de maravilhoso halo de luz, acrescentou:
- Conserva, ainda, o seu vaso orgânico na mesma pureza com que o recebeu dos benfeitores que lhe prepararam a presente reencarnação. Ainda não foi conduzida ao plano de emoções mais fortes, e as suas possibilidades de recepção, no domínio intuitivo, conservam-se claras e maleáveis. Suas células ainda se encontram absolutamente livres de influências tóxicas; seus órgãos vocais, por enquanto, não foram viciados pela maledicência, pela revolta, pela hipocrisia; seus centros de sensibilidade não sofreram desvios, até agora; seu sistema nervoso goza de harmonia invejável, e o seu coração, envolvido em bons sentimentos, comunga com a beleza das verdades eternas, através da crença sincera e consoladora.
E, além disso, não tendo débitos muito graves do pretérito, condição que a isenta do contacto com as entidades perversas que se movimentam na sombra, pode refletir com exatidão os nossos pensamentos mais íntimos. Vivendo muito mais pelo espírito, nas atuais condições em que se encontra, basta a permuta magnética para que nos traduza as idéias essenciais.
- Isto significa - perguntei - que esta jovem é bastante pura e que continuará com semelhantes facilidades, em toda a existência?
Alexandre sorriu e observou:
- Não tanto. Ela ainda conserva os benefícios que trouxe do plano espiritual e as cartas da felicidade ainda permanecem em suas mãos para extrair as melhores vantagens no jogo da vida, mas dependerá dela o ganhar ou perder, futuramente. A consciência é livre.
- Então - continuei perguntando - não seria difícil prepararem-se todas as criaturas para receberem a influenciação superior?
- De modo algum - esclareceu ele - todas as almas retas, dentro do espírito de serviço e de equilíbrio, podem comungar perfeitamente com os mensageiros divinos e receber-lhes os programas de trabalho e iluminação, independentemente da técnica do mediunismo que, presentemente, se desenvolve no mundo.
Não há privilegiado na Criação. Existem, sim, os trabalhadores fiéis, compensados com justiça, seja onde for.
Fortemente emocionado com as observações ouvidas, senti que o meu pensamento se perdia num mar de novas e abençoadas ilações.


[1] Fonte: Missionário da Luz, Ditado pelo Espírito André Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier, Editora FEB, Capitulo 5

sábado, 22 de fevereiro de 2020

Estudando Missionário da Luz - Vampirismo


VAMPIRISMO[1]
A sessão de desenvolvimento mediúnico, segundo deduzi da palestra entre os amigos encarnados; fora muito escassa em realizações para eles. Todavia, não se verificava o mesmo em nosso ambiente, onde se podia ver enorme satisfação em todas as fisionomias, a começar de Alexandre, que se mostrava jubiloso.
Os trabalhos haviam tomado mais de duas horas e, com efeito, embora me conservasse retraído, ponderando os ensinamentos da noite, minúcia a minúcia, observei o esforço intenso despendido pelos servidores de nossa esfera. Muitos deles, em grande número, não somente assistiam os companheiros terrestres, senão também atendiam a longas filas de entidades sofredoras de nosso plano.
Alexandre, o instrutor devotado, movimentara-se de mil modos.
E tocando a tecla que mais me impressionara, no círculo de observações do nobre concerto de serviços, acentuou satisfeito, em se reaproximando de mim:
- Graças ao Senhor, tivemos uma noite feliz. Muito trabalho contra o vampirismo.
Oh! Era o vampirismo a tese que me preocupava. Vira os mais estranhos bacilos de natureza psíquica, completamente desconhecidos na microbiologia mais avançada. Não guardavam a forma esférica das cocáceas[2], nem o tipo de bastonete das bacteriáceas diversas. Entretanto, formavam também colônias densas e terríveis. Reconhecera-lhes o ataque aos elementos vitais do corpo físico, atuando com maior potencial destrutivo sobre as células mais delicadas.
Que significava aquele mundo novo?
Que agentes seriam aqueles, caracterizados por indefinível e pernicioso poder?
Estariam todos os homens sujeitos à sua influenciação?
Não me contive. Expus ao orientador, francamente, minhas dúvidas e temores.
Alexandre sorriu e considerou:
- Muito bem! Muito bem! Você veio observar trabalhos de mediunidade e está procurando seu lugar de médico. É natural. Se estivesse especializado noutra profissão, teria identificado outros aspectos do assunto em análise.
E a encorajar-me, fraternalmente, acrescentou: - Você demonstra boa preparação, diante da medicina espiritual que lhe aguarda os estudos. Depois de longa pausa, prosseguiu explicando:
- Sem nos referirmos aos morcegos sugadores, o vampiro, entre os homens, é o fantasma dos mortos, que se retira do sepulcro, alta noite, para alimentar-se do sangue dos vivos. Não sei quem é o autor de semelhante definição, mas, no fundo, não está errada.
Apenas cumpre considerar que, entre nós, vampiro é toda entidade ociosa que se vale, indebitamente, das possibilidades alheias e, em se tratando de vampiros que visitam os encarnados, é necessário reconhecer que eles atendem aos sinistros propósitos a qualquer hora, desde que encontrem guarida no estojo de carne dos homens.
Alexandre fez ligeiro intervalo na conversação, dando a entender que expusera a preliminar de mais sérios esclarecimentos, e continuou:
- Você não ignora que, no círculo das enfermidades terrestres, cada espécie de micróbio tem o seu ambiente preferido. O pneumococo aloja-se habitualmente nos pulmões; o bacilo de Eberth 1ocaliza-se nos intestinos onde produz a febre tifóide; o bacilo de Klebs-Löffler situa-se nas mucosas onde provoca a difteria. Em condições especiais do organismo, proliferam os bacilos de Hansen ou de Koch.
Acredita você que semelhantes formações microscópicas se circunscrevem à carne transitória?
Não sabe que o macrocosmo está repleto de surpresas em suas formas variadas?
No campo infinitesimal, as revelações obedecem à mesma ordem surpreendente. André, meu amigo, as doenças psíquicas são muito mais deploráveis. A patogênese da alma está dividida em quadros dolorosos. A cólera, a intemperança, os desvarios do sexo, as viciações de vários matizes, formam criações inferiores que afetam profundamente a vida íntima. Quase sempre o corpo doente assinala a mente enfermiça. A organização fisiológica, segundo conhecemos no campo de cogitações terrestres, não vai além do vaso de barro, dentro do mol de preexistente do corpo espiritual. Atingido o molde em sua estrutura pelos golpes das vibrações inferiores, o vaso refletira imediatamente.
Compreendi onde o instrutor desejava chegar. Entretanto, as suas considerações relativas às novas expressões microbianas davam ensejo a certas indagações.
Como encarar o problema das formações iniciais?
Enquadrava-se a afecção psíquica no mesmo quadro sintomatológico que conhecera, até então, para as enfermidades orgânicas em geral?
Haveria contágio de moléstias da alma?
E seria razoável que assim fosse; na esfera onde os fenômenos patológicos da carne não mais deveriam existir?
Afirmara Virchow que o corpo humano “é um país celular, onde cada célula é um cidadão, constituindo a doença um atrito dos cidadãos, provocado pela invasão de elementos externos”. De fato, a criatura humana desde o berço deve lutar contra diversas flagelações climáticas, entre venenos e bactérias de variadas origens.
Como explicar, agora, o quadro novo que me defrontava os escassos conhecimentos?
Não sopitei a curiosidade. Recorrendo à admirável experiência de Alexandre, perguntei:
- Ouça, meu amigo.
Como se verificam os processos mórbidos de ascendência psíquica?
Não resulta a afecção do assédio de forças exteriores?
Em nosso domínio, como explicar a questão?
É a viciação da personalidade espiritual que produz as criações vampirísticas ou estas que avassalam a alma, impondo-lhe certas enfermidades?
Nesta última hipótese, poderíamos considerar a possibilidade do contágio?
O orientador ouviu-me, atencioso, e esclareceu:
- Primeiramente a semeadura, depois a colheita; e, tanto as sem entes de trigo como de escalracho[3], encontrando terra propícia, produzirão a seu modo e na mesma pauta de multiplicação. Nessa resposta da Natureza ao esforço do lavrador, temos simplesmente a lei. Você está observando o setor das larvas com justificável admiração.
Não tenha dúvida. Nas moléstias da alma, como nas enfermidades do corpo físico, antes da afecção existe o ambiente.
As ações produzem efeitos, os sentimentos geram criações, os pensamentos dão origem a formas e conseqüências de infinitas expressões. E, em virtude de cada Espírito representar um universo por si, cada um de nós é responsável pela emissão das forças que lançamos em circulação nas correntes da vida. A cólera, a desesperação, o ódio e o vício oferecem campo a perigosos germens psíquicos na esfera da alma.
E, qual acontece no terreno das enfermidades do corpo, o contágio aqui é fato consumado, desde que a imprevidência ou a necessidade de luta estabeleça ambiente propício, entre companheiros do mesmo nível. Naturalmente, no campo da matéria mais grosseira, essa lei funciona com violência, enquanto, entre nós, se desenvolve com as modificações naturais.
Aliás, não pode ser de outro modo, mesmo porque você não ignora que muita gente cultiva a vocação para o abismo. Cada viciação particular da personalidade produz as formas sombrias que lhe são conseqüentes, e estas, como as plantas inferiores que se alastram no solo, por relaxamento do responsável, são extensivas às regiões próximas, onde não prevalece o espírito de vigilância e defesa.
Evidenciando extrema prudência no exame dos fatos e prevenindo-me contra qualquer concepção menos digna, no círculo de apreciações da Obra Divina, acrescentou:
- Sei que a sua perplexidade é enorme; no entanto, você não pode esquecer a nossa condição de velhos reincidentes no abuso da lei.
Desde o primeiro dia de razão na mente humana, a idéia de Deus criou princípios religiosos, sugerindo-nos as regras de bem viver.
Contudo, à medida que se refinam conhecimentos intelectuais, parece que há menor respeito no homem para com as dádivas sagradas. Os pais terrestres, com raríssimas exceções, são as primeiras sentinelas viciadas, agindo em prejuízo dos filhinhos.
Comumente, aos vinte anos, em virtude da inércia dos vigias do lar, a mulher é uma boneca e o homem um manequim de futilidades doentias, muito mais interessados no serviço dos alfaiates que no esclarecimento dos professores; alcançando o monte do casamento, muitas vezes são pessoas excessivamente ignorantes ou demasiadamente desviadas. Cumpre, ainda, reconhecer que nós mesmos, em todo o curso das experiências terrestres, na maioria das ocasiões fomos campeões do endurecimento e da perversidade contra as nossas próprias forças vitais.
Entre abusos do sexo e da alimentação, desde os anos mais tenros, nada mais fazíamos que; desenvolver as tendências inferiores, cristalizando hábitos malignos.
Seria, pois, de admirar tantas moléstias do corpo e degenerescências psíquicas?
O Plano Superior jamais nega recursos aos necessitados de toda ordem e, valendo-se dos mínimos ensejos, auxilia os irmãos de humanidade na restauração de seus patrimônios, seja cooperando com a Natureza ou inspirando a descoberta de novas fontes medicamentosas e reparadoras. Por nossa vez, em nos despojando dos fluidos mais grosseiros, através da morte física, à proporção que nos elevamos em compreensão e competência, transformamo-nos em auxiliares diretos das criaturas.
Apesar disso, porém, o cipoal da ignorância é ainda muito espesso.
E o vampirismo mantém considerável expressão, porque, se o Pai é sumamente misericordioso, é também infinitamente justo.
Ninguém lhe confundirá os desígnios, e a morte do corpo quase sempre surpreende a alma em terrível condição parasitária. Desse modo, a promiscuidade entre os encarnados indiferentes à Lei Divina e os desencarnados que a ela têm sido indiferentes, é muito grande na crosta da Terra.
Absolutamente sem preparo e tendo vivido muito mais de sensações animalizadas que de sentimentos e pensamentos puros, as criaturas humanas, além do túmulo, em muitíssimos casos prosseguem imantadas aos ambientes domésticos que lhes alimentavam o campo emocional. Dolorosa ignorância prende-lhes os corações, repletos de particularismos, encarceradas no magnetismo terrestre; enganando a si próprias e fortificando suas antigas ilusões.
Aos infelizes que caíram em semelhante condição de parasitismo, as larvas que você observou servem de alimento habitual.
- Deus meu! - exclamei sob forte espanto.
Alexandre, porém, acrescentou:
- Semelhantes larvas são portadoras de vigoroso magnetismo animal. Observando talvez que muitas e torturantes indagações se me entrechocavam no cérebro, o instrutor considerou:
- Naturalmente que a fauna microbiana, em análise, não será servida em pratos; bastará ao desencarnado agarrar-se aos companheiros de ignorância, ainda encarnados, qual erva daninha aos galhos das árvores, e sugar-lhes a substância vital.
Não conseguia dissimular o assombro que me dominava.
- Porque tamanha estranheza? - perguntou o cuidadoso orientador - e nós outros, quando nas esferas da carne?
Nossas mesas não se mantinham a custa das vísceras dos touros e das aves?
O pretexto de buscar recursos, protéicos exterminava frangos e carneiros, leitões e cabritos incontáveis. Sugávamos os tecidos musculares, roíamos os ossos. Não contentes em matar os pobres seres que nos pediam roteiros de progresso e valores educativos, para melhor atenderem a Obra do Pai, dilatávamos os requintes da exploração milenária e infligíamos a muitos deles determinadas moléstias para que nos servissem ao paladar, com a máxima eficiência.
O suíno comum era localizado por nós, em regime de ceva, e o pobre animal, muita vez à custa de resíduos, devia criar para nosso uso, certas reservas de gordura, até que se prostrasse, de todo, ao peso de banhas doentias e abundantes. Colocávamos gansos nas engordadeiras para que hipertrofiassem o fígado, de modo a obtermos pastas substanciosas destinadas a quitutes que ficaram famosos, despreocupados das faltas cometidas com a suposta vantagem de enriquecer os valores culinários. Em nada nos doía o quadro comovente das vacas-mães, em direção ao matadouro, para que nossas panelas transpirassem agradavelmente.
Encarecíamos, com toda a responsabilidade da Ciência, a necessidade de proteínas e gorduras diversas, mas esquecíamos de que a nossa inteligência, tão fértil na descoberta de comodidade e conforto, teria recursos de encontrar novos elementos e meios de incentivar os suprimentos protéicos ao organismo, sem recorrer às indústrias da morte. Esquecíamo-nos de que ° aumento dos laticínios, para enriquecimento da alimentação, constitui elevada tarefa, porque tempos virão, para a Humanidade terrestre, em que o estábulo, como o lar, será também sagrado.
- Contudo, meu amigo - propus-me a considerar -, a idéia de que muita gente na Terra vive à mercê de vampiros invisíveis é francamente desagradável e inquietante. E a proteção das esferas mais altas? E o amparo das entidades angélicas, a amorosa defesa de nossos superiores?
- André, meu caro - falou Alexandre, benevolente -, devemos afirmar a verdade, embora contra nós mesmos. Em todos os setores da Criação, Deus, nosso Pai, colocou os superiores e os inferiores para o trabalho de evolução, através da colaboração e do amor, da administração e da obediência.
Atrever-nos-íamos a declarar, porventura, que fomos bons para os seres que nos eram inferiores?
Não lhes devastávamos a vida, personificando diabólicas figuras em seus caminhos? Claro que não desejamos criar um princípio de falsa proteção aos irracionais, obrigados, como nós outros, a cooperar com a melhor parte de suas forças e possibilidades no engrandecimento e na harmonia da vida, nem sugerimos a perigosa conservação dos elementos reconhecidamente daninhos.
Todavia, devemos esclarecer que, no capítulo da indiferença para com a sorte dos animais, da qual participamos no quadro das atividades humanas, nenhum de nós poderia, em sã consciência, atirar a primeira pedra. Os seres inferiores e necessitados do Planeta não nos encaram como superiores generosos e inteligentes, mas como verdugos cruéis. Confiam na tempestade furiosa que perturba as forças da Natureza, mas fogem desesperados, à aproximação do homem de qualquer condição, excetuando-se os animais domésticos que, por confiar em nossas palavras e atitudes, aceitam o cutelo no matadouro, quase sempre com lágrimas de aflição, incapazes de discernir com o raciocínio embrionário onde começa a nossa perversidade e onde termina a nossa compreensão.
Se não protegemos e nem educamos aqueles que o Pai nos confiou, como germens frágeis de racionalidade nos pesados vasos do instinto; se abusarmos largamente de sua incapacidade de defesa e conservação: como exigir o amparo de superiores benevolentes e sábios, cujas instruções mais simples são para nós difíceis de suportar, pela nossa lastimável condição de infratores da lei de auxílios mútuos?
Na qualidade de médico, você não pode ignorar que o embriologista, contemplando o feto humano em seus primeiros dias, a distância do veículo natural, não poderá afirmar, com certeza, se tem sob os olhos o gérmen dum homem ou de um cavalo. O médico legista encontra dificuldades para determinar se a mancha de sangue encontrada eventualmente provém de um homem, dum cão ou dum macaco. O animal possui igualmente o seu sistema endocrínico, suas reservas de hormônios, seus processos particulares de reprodução em cada espécie e, por isso mesmo, tem sido auxiliar precioso e fiel da Ciência na descoberta dos mais eficientes serviços de cura das moléstias humanas, colaborando ativamente na defesa da Civilização. Entretanto...
Interrompera-se o instrutor e, considerando a gravidade do assunto, perguntei com emoção:
- Como solucionar tão dolorosos problemas?
- Os problemas são nossos - esclareceu o generoso amigo tranqüilamente -, não nos cabe condenar a ninguém.
Abandonando as faixas de nosso primitivismo, devemos acordar a própria consciência para a responsabilidade coletiva. A missão do superior é a de amparar o inferior e educá-lo. E os nossos abusos para com a Natureza estão cristalizados em todos os países, há muitos séculos. Não podemos renovar os sistemas econômicos dos povos, dum momento para outro, nem substituir os hábitos arraigados e viciosos de alimentação imprópria, de maneira repentina. Refletem eles, igualmente, nossos erros multimilenares. Mas, na qualidade de filhos endividados para com Deus e a Natureza, devemos prosseguir no trabalho educativo, acordando os companheiros encarnados, mais experientes e esclarecidos, para a nova era em que os homens cultivarão o solo da Terra por amor e utilizar-se-ão dos animais, com espírito de respeito, educação e entendimento.
Depois de ligeiro intervalo, o instrutor observou:
- Semelhante realização é de importância essencial na vida humana, porque, sem amor para com os nossos inferiores, não podemos aguardar a proteção dos superiores; sem respeito para com os outros, não devemos esperar o respeito alheio. Se temos sido vampiros insaciáveis dos seres frágeis que nos cercam, entre as formas terrenas, abusando de nosso poder racional ante a fraqueza da inteligência deles, não é demais que, por força da animalidade que conserva desveladamente, venha a cair à maioria das criaturas em situações enfermiças pelo vampirismo das entidades que lhes são afins, na esfera invisível.
Os esclarecimentos de Alexandre, ministrados sem presunção e sem crítica, penetravam-me fundo. Algo de novo despertava-me o ser. Era o espírito de veneração por todas as coisas, o reconhecimento efetivo do Paternal Poder do Senhor do Universo. O delicado orientador interrompeu-me o transporte de íntima adoração ao Pai, acentuando:
- Segundo observa, o legítimo desenvolvimento mediúnico é problema de ascensão espiritual' dos candidatos às percepções sublimes. Entretanto. André, não importa que os nossos amigos, ansiosos pelos altos valores psíquicos, tenham vindo até aqui sem a devida preparação. Embora incipientes no assunto, lucraram muitíssimo, porque foram auxiliados contra o vampirismo venenoso e destruidor.
Surpreendeu-se você com as larvas que lhes avassalam as energias espirituais; agora ver a as entidades exploradoras que permanecem fora do recinto, esperando-lhes o regresso.
- Lá fora? - perguntei, alarmado.
- Sim - respondeu Alexandre -, se os nossos irmãos conseguissem de fato estabelecer sobre si mesmos os desejáveis golpes de disciplina, muito ganhariam em força contra a influenciação dos infelizes que os seguem; lamentavelmente, no entanto, são raros os que mantêm a necessária resolução, no terreno da aplicação viva da luz que recebem. A maioria, rompido o nosso círculo magnético, organizado no curso de cada reunião, esquece as bênçãos recebidas e volta-se, novamente, para as mesmas condições deploráveis de horas antes; subjugada pelos vampiros renitentes e cruéis.
- Oh! Que lições! - exclamei.
Notando que os nossos amigos encarnados se dispunham a sair, o instrutor convidou: - Venha comigo à via pública e observe por si mesmo.



[1] Fonte: Missionário da Luz, Ditado pelo Espírito André Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier, Editora FEB, Capitulo 4
[2] [Bacteriologia] Em algumas classificações, família (Coccaceae) de bactérias que compreende as com forma mais ou menos esférica, agora raras vezes consideradas um grupo natural. - https://www.dicio.com.br/cocaceas/
[3] [Botânica] Gramínea, vivaz, infestante . - https://www.dicio.com.br/escalracho/

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

Estudando Missionário da Luz - Desenvolvimento mediúnico


DESENVOLVIMENTO MEDIÚNICO[1]
Os serviços particulares não proporcionavam ensejo a excursões dilatadas e freqüentes, em companhia de Alexandre; entretanto, valia-me de todas as folgas nos trabalhos comuns.
Havia sempre o que aprender. E constituía enorme satisfação seguir o ativo missionário das atividades de comunicação.
- Hoje, à noite - disse-me o devotado amigo -, observará algumas demonstrações de desenvolvimento mediúnico.
Aguardei as instruções com interesse.
No instante indicado, compareci ao grupo.
Antes do ingresso dos companheiros encarnados, já era muito grande a movimentação. Número considerável de trabalhadores. Muito serviço de natureza espiritual.
Admirava as características dos socorros magnéticos, dispensados às entidades sofredoras, quando Alexandre acentuou:
- Por enquanto, nossos esforços são mais frutíferos ao círculo dos desencarnados infelizes. As atividades beneficentes da casa concentram-se deles, em maior porção, porque os encarnados, mesmo aqueles que já se interessam pela prática espiritista, muito raramente se dispõem, com sinceridade, ao aproveitamento real dos valores legítimos de nossa cooperação.
E, depois de longa pausa, prosseguiu:
- É muito lenta e difícil à transição, entre a animalidade grosseira e a espiritualidade superior. Nesse sentido, há sempre, entre os homens, um oceano de palavras e algumas gotas de ação.
Nesse instante, os primeiros amigos do plano carnal deram entrada no recinto.
- Veremos hoje - exclamava um senhor de espessos bigodes -, veremos hoje se temos boa sorte.
- Não tenho vindo com assiduidade às experiências – comentou um rapaz -, porque vivo desanimado... Há quanto tempo mantenho o lápis na mão, sem resultado algum?
- É pena! - respondia outro senhor; a dificuldade desencoraja, de fato.
- Parece-me que nada merecemos, no setor do estímulo, por parte dos benfeitores invisíveis! - Acrescentava uma senhora de boa idade - há quantos meses procuro em vão desenvolver-me? Em certos momentos, sinto vibrações espirituais intensas, junto de mim, contudo, não passo das manifestações iniciais.
A palestra continuou interessante e pitoresca. Decorridos alguns minutos, com a presença de outros pequenos grupos de experimentadores que chegavam solícitos, foi iniciada a sessão de desenvolvimento.
O diretor proferiu tocante prece, no que foi acompanhado por todos os presentes.
Dezoito pessoas mantinham-se em expectativa.
- Alguns - explicou Alexandre - pretendem a psicografia, outros tentam a mediunidade de incorporação. Infelizmente, porém, quase todos confundem poderes psíquicos com funções fisiológicas.
Acreditam no mecanismo absoluto da realização e esperam o progresso eventual e problemático, esquecidos de que toda edificação da alma requer disciplina, educação, esforço e perseverança.
Mediunidade construtiva é a língua de fogo do Espírito Santo, luz divina para a qual é preciso conservar o pavio do amor cristão, o azeite da boa vontade pura.
Sem a preparação necessária, a excursão dos que provocam o ingresso no reino invisível é, quase sempre, uma viagem nos círculos de sombra.
Alcançam grandes sensações e esbarram nas perplexidades dolorosas. Fazem descobertas surpreendentes e acabam nas ansiedades e dúvidas sem fim.
Ninguém pode trair a lei Impunemente, e, para subir, Espírito algum dispensará o esforço de si mesmo, no aprimoramento íntimo...
Dirigindo-se, de maneira especial, para os circunstantes, o instrutor recomendou:
- Observemos.
Postara-se ao lado de um rapaz que esperava de lápis em punho, mergulhado em fundo silêncio. Ofereceu-me Alexandre o seu vigoroso auxílio magnético e contemplei-o, com atenção. Os núcleos glandulares emitiam pálidas irradiações. A epífise principalmente semelhava-se à reduzida semente algo luminosa.
- Repare no aparelho genital - aconselhou-me o instrutor, gravemente.
Fiquei estupefato.
As glândulas geradoras emitiam fraquíssima luminosidade, que parecia abafada por aluviões de corpúsculos negros, a se caracterizarem por espantosa mobilidade. Começavam as movimentações sob a bexiga urinária e vibravam ao longo de todo o cordão espermático, formando colônias compactas, nas vesículas seminais, na próstata, nas massas mucosas uretrais, invadiam os canais seminíferos e lutavam com as células sexuais, aniquilando-as. As mais vigorosas daquelas feras microscópicas situavam-se no epidídimo[2], onde absorviam famélicos, os embriões delicados da vida orgânica. Estava assombrado.
Que significava aquele acervo de pequeninos seres escuros?
Pareciam imantados uns aos outros, na mesma faina de destruição.
Seriam expressões mal conhecidas da sífilis?
Enunciando semelhante indagação íntima, explicou-me Alexandre, sem que eu lhe dirigisse a palavra falada:
- Não, André. Não temos sob os olhos o espiroqueta[3] de Schaudinn, nem qualquer nova forma suscetível de análise material por bacteriologistas humanos. São bacilos psíquicos das torturas sexuais, produzidos pela sede febril de prazeres inferiores. O dicionário médico do mundo não os conhece e, na ausência de terminologia adequada aos seus conhecimentos, chamemos-lhes larvas, simplesmente. Têm sido cultivados por este companheiro, não só pela incontinência no domínio das emoções próprias, através de experiências sexuais variadas, senão também pelo contacto com entidades grosseiras, que se afina com as predileções dele, entidades que o visitam com freqüência, à maneira de imperceptíveis vampiros. O pobrezinho ainda não pôde compreender que o corpo físico é apenas leve sombra do corpo perispiritual, não se capacitou de que a prudência, em matéria de sexo, é equilíbrio da vida e, recebendo as nossas advertências sobre a temperança, acredita ouvir remotas lições de aspecto dogmático, exclusivo, no exame da fé religiosa.
A pretexto de aceitar o império da razão pura na esfera da lógica admite que o sexo nada tenha que ver com a espiritualidade; como se esta não fosse a existência em si.
Esquece-se de que tudo é espírito; manifestação divina e energia eterna.
O erro de nosso amigo é o de todos os religiosos que supõem a alma absolutamente separada do corpo físico, quando todas as manifestações psicofísicas se derivam da influenciação espiritual.
Novos mundos de pensamento raiavam-me no ser. Começava a sentir definições mais francas do que havia sido terríveis incógnitas para mim, no capítulo da patogenia em geral.
Não saíra do meu intraduzível espanto, quando o instrutor me chamou a atenção para um cavalheiro maduro que tentava a psicografia.
- Observe este amigo - disse-me, com autoridade -, não sente um odor característico?
Efetivamente, em derredor daquele rosto pálido, assinalava-se à existência de atmosfera menos agradável.
Semelhava-se-lhe o corpo a um tonel de configuração caprichosa, de cujo interior escapavam certos vapores muito leves, mas incessantes.
Via-se-lhe a dificuldade para sustentar o pensamento com relativa calma. Não tive qualquer dúvida. Deveria ele usar alcoólicos em quantidade regular.
Vali-me do ensejo para notar-lhe às singularidades orgânicas.
O aparelho gastrintestinal parecia totalmente ensopado em aguardente, porquanto essa substância invadia todos os escaninhos do estômago e, começando a fazer-se sentir nas paredes do esôfago, manifestava a sua influência até no bolo fecal. Espantava-me o fígado enorme. Pequeninas figuras horripilantes postavam-se, vorazes, ao longo da veia porta, lutando desesperadamente com os elementos sanguíneos mais novos. Toda a estrutura do órgão se mantinha alterada. Terrível ingurgitamento. Os lóbulos cilíndricos, modificados, abrigavam células doentes e empobrecidas.
O baço apresentava anomalias estranhas.
- Os alcoólicos - esclareceu Alexandre, com grave entonação - aniquilavam-no vagarosamente. Você está examinando as anormalidades menores. Este companheiro permanece completamente desviado em seus centros de equilíbrio vital. Todo o sistema endocrínico foi atingido pela atuação tóxica. Inutilmente trabalha a medula para melhorar os valores da circulação. Em vão, esforçam-se os centros genitais para ordenar as funções que lhes são peculiares, porque o álcool excessivo determina modificações deprimentes sobre a própria cromatina[4]. Debalde trabalham os rins na excreção dos elementos corrosivos, porque a ação perniciosa da substância em estudo anula diariamente grande número de nefrons.
O pâncreas, viciado, não atende com exatidão ao serviço de desintegração dos alimentos. Larvas destruidoras exterminam as células hepáticas. Profundas alterações modificam-lhe as disposições do sistema nervoso vegetativo e, não fosse às glândulas sudoríparas, tornar-se-lhe-ia talvez impossível à continuação da vida física.
Não conseguia dissimular minha admiração. Alexandre indicava os pontos enfermiços e esclarecia os assuntos com sabedoria e simplicidade tão grandes que não pude ocultar o assombro que se apoderara de mim.
O instrutor colocou-me, em seguida, ao lado de uma dama simpática e idosa. Após examiná-la, atencioso, acrescentou:
- Repare nesta nossa irmã. É candidata ao desenvolvimento da mediunidade de incorporação. Fraquíssima luz emanava de sua organização mental e, desde o primeiro instante, notara-lhe as deformações físicas.
O estômago dilatara-se-lhe horrivelmente e os intestinos pareciam sofrer estranhas alterações.
O fígado, consideravelmente aumentado, demonstrava indefinível agitação.
Desde o duodeno ao sigmóide, notavam-se anomalias de vulto.
Guardava a idéia de presenciar, não o trabalho de um aparelho digestivo usual, e, sim, de vasto alambique, cheio de pastas de carne e caldos gordurosos, cheirando a vinagre de condimentação ativa. Em grande zona do ventre superlotado de alimentação, viam-se muitos parasitos conhecidos, mas, além deles, divisava outros corpúsculos semelhantes a lesmas voracíssimas, que se agrupavam em grandes colônias, desde os músculos e as fibras do estômago até a válvula ileocecal. Semelhantes parasitos atacavam os sucos nutritivos, com assombroso potencial de destruição.
Observando-me a estranheza, o orientador falou em meu socorro:
- Temos aqui uma pobre amiga desviada nos excessos de alimentação.
Todas as suas glândulas e centros nervosos trabalham para atender as exigências do sistema digestivo. Descuidada de si mesma, caiu na glutonaria crassa, tornando-se presa de seres de baixa condição.
E porque me conservasse em silêncio, incapacitado de argumentar, ante os ensinamentos tão novos, o instrutor considerou:
- Perante estes quadros, pode você avaliar a extensão das necessidades educativas na esfera da Crosta. A mente encarnada engalanou-se com os valores intelectuais e fez o culto da razão pura, esquecendo-se de que a razão humana precisa de luz divina.
O homem comum percebe muito pouco e sente muito menos.
Ante a eclosão de conhecimentos novos, em face da onda regeneradora do Espiritualismo que banha as nações mais cultas da Terra angustiadas por longos sofrimentos coletivos, necessitamos acionar as melhores possibilidades de colaboração, para que os companheiros terrestres valorizem as suas oportunidades benditas de serviço e redenção.
Compreendi que Alexandre se referia, veladamente, ao grande movimento espiritista, em virtude de nos encontrarmos nas tarefas de uma casa doutrinária, e não me enganava, porque o bondoso mentor continuou a dizer, gravemente:
- O Espiritismo cristão é a revivescência do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, e a mediunidade constitui um de seus fundamentos vivos. A mediunidade, porém, não é exclusiva dos chamados “médiuns”. Todas as criaturas a possuem, porquanto significa percepção espiritual, que deve ser incentivada em nós mesmos. Não bastará, entretanto, perceber. É imprescindível santificar essa faculdade, convertendo-a no ministério ativo do bem. A maioria dos candidatos ao desenvolvimento dessa natureza, contudo, não se dispõe aos serviços preliminares de limpeza do vaso receptivo. Dividem, inexoravelmente, a matéria e o espírito, localizando-os em campos opostos, quando nós, estudantes da Verdade, ainda não conseguimos identificar rigorosamente as fronteiras entre uma e outro, integrados na certeza de que toda a organização universal se baseia em vibrações puras. Inegavelmente, meu amigo - e sorriu -, não desejamos transformar o mundo em cemitério de tristeza e desolação. Atender a santificada missão do sexo, no seu plano respeitável, usar um aperitivo comum, fazer a boa refeição, de modo algum significa desvios espirituais; no entanto, os excessos representam desperdícios lamentáveis de força, os quais retêm a alma nos círculos inferiores.
Ora, para os que se trancafiam nos cárceres de sombra, não é fácil desenvolver percepções avançadas. Não se pode cogitar de mediunidade construtiva, sem o equilíbrio construtivo dos aprendizes, na sublime ciência do bem-viver.
- Oh! - exclamei - e por que motivo não dizer tudo isto aos nossos irmãos congregados aqui? Porque não adverti-los austeramente?
Alexandre sorriu benévolo, e acentuou:
- Não, André. Tenhamos calma. Estamos no serviço de evolução e adestramento. Nossos amigos não são rebeldes ou maus, em sentido voluntário. Estão espiritualmente desorientados e enfermos. Não podem transformar-se, dum momento para outro.
Compete-nos, portanto, ajudá-los no caminho educativo.
O orientador deixou de sorrir e acrescentou:
- É verdade que sonham edificar maravilhosos castelos, sem base; alcançar imensas descobertas exteriores, sem estudarem a si próprios; mas, gradativamente, compreenderão que mediunidade elevada ou percepção edificante não constituem atividades mecânicas da personalidade e sim conquistas do Espírito, para cuja consecução não se pode prescindir das iniciações dolorosas, dos trabalhos necessários, com a auto-educação sistemática e perseverante.
Excetuando-se, porém, essas ilusões infantis, são boas companheiras de luta, aos quais estimamos carinhosamente, não só como nossos irmãos mais jovens, mas também por serem credores de reconhecimento pela cooperação que nos prestam, muitas vezes inconscientemente.
Os tenros embriões vegetais de hoje serão as árvores robustas de amanhã o as tribos ignorantes de ontem constituem a Humanidade de agora.
Por isso mesmo, todas as nossas reuniões são proveitosas, e, ainda que os seus passos sejam vacilantes na senda, tudo faremos por defendê-los contra as perigosas malhas do vampirismo.


[1] Fonte: Missionário da Luz, Ditado pelo Espírito André Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier, Editora FEB, Capitulo 3
[2] epidídimo é um pequeno ducto que coleta e armazena os espermatozóides produzidos pelo testículo e está presente em todos os Amniotas do sexo masculino. Localiza-se posteriormente ao testículo, no saco escrotal, e desemboca na base do ducto deferente, o canal que conduz os espermatozóides até à próstata. https://pt.wikipedia.org/wiki/Epididimo
[3] Micróbio do grupo das bactérias, em forma de longos filamentos, freqüentemente espiralados: espiroqueta ou treponema da sífilis. https://www.dicio.com.br/espiroqueta/
[4] Em citologiacromatina é o complexo de DNA (RNA) e proteínas que se encontra dentro do núcleo celular nas células eucarióticas. Os ácidos nucléicos encontram-se geralmente na forma de dupla-hélice. As principais proteínas da cromatina são as histonas. As histonas H2A, H2B, H3 e H4 unem-se, formando um octâmero denominado nucleossoma.  https://pt.wikipedia.org/wiki/Cromatina