domingo, 25 de novembro de 2018

CONHECIMENTO DO FUTURO


CONHECIMENTO DO FUTURO[1]

Pode o homem conhecer o seu futuro?
E, se pode, deve procurar conhecê-lo?
Eis aí duas perguntas interessantíssimas, às quais responde a Doutrina Espírita da seguinte maneira:
Essa possibilidade, se bem que muito relativa, existe, sim, que as pessoas trazem, ao nascer, certas tendências, aptidões e qualidades inatas, cujas manifestações, mais ou menos evidentes, permitem prever, até certo ponto, o que serão ou o que farão na vida.
Afora isto, porém, tudo o mais será bem mais difícil, por duas razões.
Primeira: grande parte de nossa sorte futura ainda não está nem poderia estar delineada, semelhando-se a páginas em branco de um livro parcialmente anotado. É que se todo sucesso tem uma causa, reciprocamente, cada causa produz determinado efeito. Destarte, os acontecimentos porvindouros de nossa existência vão depender do que estivermos fazendo agora, com as modificações provocadas por aquilo que formos fazendo de instante a instante.
Segunda: as circunstâncias a que chamaríamos inevitáveis, ligadas ao nosso carma (débitos ou créditos perante a Justiça Divina, resultantes de nosso procedimento em encarnações anteriores), por outro lado também não podem ser-nos desvendadas, pois, “se o homem conhecesse o futuro, negligenciaria do presente e não agiria com a liberdade com que o faz, porque o dominaria a ideia de que, se uma coisa tem que acontecer, inútil será ocupar-se com ela, ou então procuraria obstar a que acontecesse. Não quis Deus que assim fôsse, a fim de que cada um concorra para a realização das coisas, até daquelas a que desejaria opor-se”. (Kardec.)
Algumas vezes, entretanto, o futuro pode ser revelado, e o tem sido. É quando a revelação favoreça a consumação de algo em benefício da Humanidade.
Importa esclarecer, todavia, que, embora muitos fatos possam ser previstos, por constarem dos planos das entidades espirituais que, como prepostos de Deus, dirigem os destinos do mundo ou têm sob sua tutela este ou aquele setor das atividades humanas, o livre arbítrio das pessoas diretamente ligadas a esses fatos é sempre respeitado, de modo a que, em última instância, tenham plena liberdade de cumprir ou não as tarefas que lhes estavam assinaladas, assim como de resistirem ou cederem (como no caso de Judas) a um alvitre que poderá acarretar-lhes as mais dolorosas consequências.
Isto deixa claro que ninguém é constrangido, de forma absoluta, a obrar desta ou daquela maneira, e que ninguém, jamais, há sido predestinado a praticar um crime ou qualquer outro ato delituoso que envolva responsabilidade moral.
O que sucede é que “cada um é tentado segundo suas próprias concupiscências”, conforme diz o Evangelho, e como quem se aproxima de uma forja acesa grande probabilidade tem de se queimar, também o ambicioso pode sucumbir ante uma situação que lhe exacerbe a cobiça, e assim por diante.
Sempre que, por exemplo, algo de suma importância deva necessariamente acontecer, e aquele ou aqueles que seriam os possíveis agentes não se mostrem à altura, ou se tenham desviado de moto próprio do caminho que os levaria a tal objetivo, as referidas entidades espirituais sabem como encaminhar as coisas de maneira que outrem lhes tomem o lugar, o mesmo acontecendo quando, inversamente, o desfecho é que deva ser outro.
O interesse — diríamos melhor —, a curiosidade que tantos demonstram em conhecer o seu futuro apresenta sérios inconvenientes.
Um deles, o de contribuir para que espertalhões sem escrúpulos façam da astrologia, da cartomancia, da necromancia, da quiromancia, da vidência, etc. rendosos meios de vida.
Outro, a sôfrega expectativa de um evento feliz, a falta de iniciativa e de ação, julgadas desnecessárias, face à “segurança” de um porvir próspero e venturoso, do que podem resultar terríveis decepções, ou, ainda, o desespero, senão mesmo a loucura e o suicídio ante um funesto presságio.
O Espiritismo, amiúde e injustamente confundido com as práticas adivinhadeiras, saibam-no de uma vez por todas, não as utiliza nem as recomenda; pelo contrário, desaconselha-as aberta e veementemente, pois, embora admita a possibilidade de eventuais revelações do futuro, subordina-as a estas duas condições:
1)     A espontaneidade;
2)  Um fim sério que as justifique, em conformidade com os desígnios providenciais.
Capítulo 10º, questão 868 e seguintes


[1] Livro: As Leis MoraisRodolfo Calligaris, Cap 38. Todos os grifos, numeração, coloridos, negritos, sublinhados e itálicos: é de autoria da redação do Jornal A FAGULHA, quanto aos nossos estudos destes artigos.
Fonte da imagem:  https://sindsempmg.org.br/conteudo/2341/o-futuro-do-servico-publico

sábado, 24 de novembro de 2018

MELHOR SOFRE NO BEM


MELHOR SOFRE NO BEM[1]

“Porque melhor é que padeçais fazendo bem (se a vontade de Deus assim o quer), do que fazendo mal.”
Pedro 1, 3:17

Para amealhar recursos financeiros que será compelido a abandonar precipitadamente, o homem muitas vezes adquire deploráveis enfermidades, que lhe corroem os centros de forças, trazendo a morte indesejável.
Comprando sensações efêmeras para o corpo de carne, comumente recebe perigosos males que o acompanham até aos últimos dias do veículo em que se movimenta na Terra.
Encolerizando-se por insignificantes lições do caminho, envenena órgãos vitais, criando fatais desequilíbrios à vida física.
Recheando o estômago, em certas ocasiões, estabelece a viciação de aparelhos importantes da instrumentalidade fisiológica, renunciando à perfeição do vaso carnal pelo simples prazer da gula.
Por que temer os percalços da senda clara do amor e da sabedoria, se o trilho escuro do ódio e da ignorância permanece repleto de forças vingadoras e perturbantes?
Como recear o cansaço e o esgotamento, as complicações e incompreensões, os conflitos e os desgostos; decorrente da abençoada luta pela suprema vitória do bem, se o combate pelo triunfo provisório do mal conduz os batalhadores a tributos aflitivos de sofrimento?
Gastemos nossas melhores possibilidades a serviço do Cristo, empenhando-lhe nossas vidas.
A arma criminosa que se quebra e a medida repugnante consumada provocam sempre maldição e sombra, mas para o servo dilacerado no dever e para a lâmpada que se apaga no serviço iluminativo reserva-se destino diferente.


[1] Livro: Pão Nosso – Ditado pelo Espírito Emmanuel; psicografia de Francisco Cândido Xavier, Cap. 64 Edit. FEB. Todos os grifos, numeração, coloridos, negritos, sublinhados e itálicos: é de autoria da redação do Jornal A FAGULHA, quanto aos nossos estudos destes artigos.
   Fonte da imagem:  https://medium.com/desajeitada-mente/caso-eu-n%C3%A3o-pare-de-sofrer-preciso-sofrer-sozinha-2bbe4ea57548

sexta-feira, 23 de novembro de 2018

TAMBÉM TU


TAMBÉM TU[1]

"E os principais dos sacerdotes tomaram a deliberação de matar também a Lázaro."
João, 12:10

Interessante observar as cogitações do farisaísmo, relativamente a Lázaro, nas horas supremas de Jesus.
Não bastava a crucificação do Mestre.
Intentava-se, igualmente, a morte do amigo de Betânia.
Lázaro fora cadáver e revivera, sepultara-se nas trevas do túmulo e regressara à luz da vida. Era, por isso, uma glorificação permanente do Salvador, uma cura insofismável do Médico Divino. Constituiria em Jerusalém a carta viva do poder do Cristo, destoava dos conterrâneos, tornara-se diferente.
Considerava-se, portanto, indispensável a destruição dele.
O farisaísmo dos velhos tempos ainda é o mesmo nos dias que passam, apenas com a diferença de que Jerusalém é a civilização inteira. Para ele, o Mestre deve continuar crucificado e todos os Lázaros ressurgirão sentenciados à morte.
Qualquer homem, renovado em Cristo, incomoda-o.
Há participantes do Evangelho que se sentem verdadeiramente ressuscitados, trazidos à claridade da fé, após atravessarem o sepulcro do ódio, do crime, da indiferença...
O farisaísmo, entretanto, não lhes tolera a condição de redivivos, a demonstrarem a grandeza do Mestre. Instala perseguições, desclassifica-os na convenção puramente humana, tenta anular-lhes a ação em todos os setores da experiência.
Somente os Lázaros que se unam ao amor de Jesus conseguem vencer o terrível assédio da ignorância.
Tem, pois, cuidado contigo mesmo.
Se te sentes trazido da sombra para a luz, do mal para o bem, ao sublime influxo do Senhor, recorda que o farisaísmo, visível e invisível, obedecendo a impulsos de ordem inferior, ainda está trabalhando contra o valor de tua fé e contra a força de teu ideal.
Não bastou a crucificação do Mestre.
Também tu conhecerás o testemunho.


[1] Livro: Vinha de Luz – Ditado pelo Espírito Emmanuel; psicografia de Francisco Cândido Xavier, Cap. 61, Edit. FEB. Todos os grifos, numeração, coloridos, negritos, sublinhados e itálicos: é de autoria da redação do Jornal A FAGULHA, quanto aos nossos estudos destes artigos.
Fonte de imagem: https://www.imperiodasessencias.com.br/essencia-top-flor-de-lotus-100ml-p605764

ESMOLA


ESMOLA[1]

Dai antes esmola do que tiverdes.”
Jesus
Lucas, 11:41
A palavra do Senhor está sempre estruturada em luminosa beleza que não podemos perder de vista.
No capítulo da esmola, a recomendação do Mestre, dentro da narrativa de Lucas, merece apontamentos especiais.
"Dai antes esmola do que tiverdes."
Dar o que temos é diferente de dar o que detemos, A caridade é sublime em todos os aspectos sob os quais se nos revele e em circunstância alguma devemos esquecer a abnegação admirável daqueles que distribuem pão e agasalho, remédio e socorro para o corpo, aprendendo a solidariedade e ensinando-a.
É justo, porém, salientar que a fortuna ou a autoridade são bens que detemos provisoriamente na marcha comum e que, nos fundamentos substanciais da vida, não nos pertencem.
O Dono de todo o poder e de toda a riqueza no Universo é Deus, nosso Criador e Pai, que empresta recursos aos homens, segundo os méritos ou as necessidades de cada um.
Não olvidemos, assim, as doações de nossa esfera íntima e perguntemos a nós mesmos:
Que temos de nós próprios para dar?
Que espécie de emoção estamos comunicando aos outros?
Que reações provocamos no próximo?
Que distribuímos com os nossos companheiros de luta diária?
Qual é o estoque de nossos sentimentos?
Que tipo de vibrações espalhamos?
Para difundir a bondade, ninguém precisa cultivar riso estridente ou sorrisos baratos, mas, para não darmos pedras de indiferença aos corações famintos de pão da fraternidade, é indispensável amealhar em nosso espírito as reservas da boa compreensão, emitindo o tesouro de amizade e entendimento que o Mestre nos confiou em serviço ao bem de quantos nos rodeiam, perto ou longe.
É sempre reduzida a caridade que alimenta o estômago, mas que não esquece a ofensa, que não se dispõe a servir diretamente ou que não acende luz para a ignorância.
O aviso do Instrutor Divino nas anotações de Lucas significa: — daí esmola de vossa vida íntima, ajudai por vós mesmos, espalhem alegria e bom ânimo, oportunidade de crescimento e elevação com os vossos semelhantes, sede irmãos dedicados ao próximo, porque, em verdade, o amor que se irradia em bênçãos de felicidade e trabalho, paz e confiança, é sempre a dádiva maior de todas.


[1] Livro: Fonte Viva – Ditado pelo Espírito Emmanuel; psicografia de Francisco Cândido Xavier, Cap. 60 Edit. FEB. Todos os grifos, numeração, coloridos, negritos, sublinhados e itálicos: é de autoria da redação do Jornal A FAGULHA, quanto aos nossos estudos destes artigos.. Fonte de imagem:  https://cleofas.com.br/por-que-dar-esmolas/

quinta-feira, 22 de novembro de 2018

O TESOURO MAIOR


O TESOURO MAIOR[1]


Porque, onde estiver o vosso tesouro, ali estará também o vosso coração."
Jesus
LUCAS, 12:34
No mundo, os templos da fé religiosa, desde que consagrados à Divindade do Pai, são departamentos da casa infinita de Deus, onde Jesus ministra os seus bens aos corações da Terra, independentemente da escola de crença a que se filiam.
A essas subdivisões do eterno santuário comparecem os tutelados do Cristo, em seus diferentes graus de compreensão. Cada qual, instintivamente, revela ao Senhor onde coloca seu tesouro.
Muitas vezes, por isso mesmo, nos recintos diversos de sua casa, Jesus recebe, sem resposta, as súplicas de inúmeros crentes de mentalidade infantil, contraditórias ou contraproducentes.
O egoísta fala de seu tesouro, exaltando as posses precárias; o avarento refere-se a mesquinhas preocupações; o gozador demonstra apetites insaciáveis; o fanático repete pedidos loucos.
Cada qual apresenta seu capricho ferido como sendo a dor maior.
Cristo ouve-lhes as solicitações e espera a oportunidade de dar-lhes a conhecer o tesouro imperecível. Ouve em silêncio, porque a erva tenra, pede tempo destinado ao processo evolutivo, e espera confiante, por quanto não prescinde da colaboração dos discípulos resolutos e sinceros para a extensão do divino apostolado. No momento adequado, surgem esses, ao seu influxo sublime, e a paisagem dos templos se modifica. Não são apenas crentes que comparecem para a rogativa, são trabalhadores decididos que chegam para o trabalho.
Cheios de coragem, dispostos a morrer para que outros alcancem a vida, exemplificam a renúncia e o desinteresse, revelam a Vontade do Pai, em si próprios; e, com isso, ampliam no mundo a compreensão do tesouro maior, sintetizado na conquista da luz eterna e do amor universal, que já lhes enriquece o espírito engrandecido.



[1]  Livro: Caminho Verdade e Vida – Ditado pelo Espírito Emmanuel; psicografia de Francisco Cândido Xavier, Cap. 64, Edit. FEB. Todos os grifos, numeração, coloridos, negritos, sublinhados e itálicos: é de autoria da redação do Jornal A FAGULHA, quanto aos nossos estudos destes artigos.
 Fonte de imagem: http://homem-de-fe.blogspot.com/2014/02/video-da-salvacao-qual-e-o-maior.html

terça-feira, 20 de novembro de 2018

RIGIDEZ


RIGIDEZ[1]
O excesso de rigidez e severidade faz com que criemos um padrão mental que influenciará os outros para que nos tratem da mesma forma como os tratamos.
Teimosia é uma forma de rigidez da personalidade. É um apego obstinado às próprias ideias e gostos, nunca admitindo insuficiências e erros.
Conviver com criaturas que estão sempre com a razão, que acreditam que nasceram para ensinar ou salvar todo mundo e que jamais transgridem a nada, é viver relacionamentos desgastantes e insatisfatórios.
Quase sempre, fugimos desses indivíduos dogmáticos, incapazes de aceitar e considerar um ponto de vista diferente do seu. Nesses relacionamentos, ficamos confinados à representação de papéis instrutor-aprendiz, orientador-orientado, mentor-pupilo. Somente escutamos, nunca podemos expressar nossa opinião sobre os eventos e as experiências que compartilhamos.
As pessoas teimosas vão ao excesso do desrespeito, por não darem o devido espaço para as diferenças pessoais que existem nos amigos e familiares.
“... pelos vossos excessos, chegais à saciedade e vos punis a vós mesmos.” (39)
Os limites traçados pela natureza nos ensinam onde e quando devemos parar, bem como por onde e quando devemos seguir. A natureza respeita nossos dons próprios, ou seja, nossa individualidade. Assim, devemos também aceitar e respeitar nosso jeito exclusivo de ser, bem como a de todos aqueles com quem compartilhamos a existência terrena.
O excesso de rigidez e severidade faz com que criemos um padrão mental que influenciará os outros para que nos tratem da mesma forma como os tratamos. Poderemos ainda, no futuro, provocar em nós um sentimento de autopunição, pois estaremos usando para conosco o mesmo tratamento de austeridade e dureza. O arrependimento se associa à culpa, nascendo daí uma vontade de nos redimir pelos excessos cometidos, o que acarreta uma necessidade de expiação — o indivíduo se compraz com o próprio sofrimento.
Nossos limites se expressam de maneira específica e ninguém pode exigir igualdade de pensamento e ação de outro ser humano. Respeitando nossa singularidade, aprenderemos a respeitar a singularidade dos outros e sempre cairemos no excesso, quando não aceitarmos nosso ritmo de crescimento, bem como o do próximo.
Segundo Alfred Adler, a “compensação” é um dos métodos de defesa do ego e consiste num fenômeno psicológico que busca contrabalançar e dissimular nossas tendências inconscientes por nós consideradas reprováveis e que tentam vir à nossa consciência.
Os excessos de todo gênero funcionam, na maioria das vezes, como disfarce psicológico para compensar nossas tendências interiores. Exageramos posturas e inclinações na tentativa de simular um caráter oposto.
Atitudes exageradas de um indivíduo significam, quase sempre, o contrário do que ele declara.
Excesso de pudor – compensação de desejos sexuais normais reprimidos.
Excesso de afabilidade – compensação de agressividade mal elaborada.
Excesso de alimentação – compensação de insegurança ou necessidade de proteção.
Excesso de religião – compensação de dúvidas desmoralizadoras existentes na inconsciência.
Excesso de dominação – compensação de fragilidade e desamparo interior.
Atrás de todo excesso ou rigidez se encontra a não aceitação da naturalidade da vida, fora e dentro de nós mesmos.
.X.X.X
Os erros são quase que inevitáveis para quem quer avançar e crescer.
São acidentes de percurso, contingências do processo evolutivo que todos estamos destinados a vivenciar.
Quando agimos erroneamente é porque não sabemos como fazer melhor. Ninguém, de forma deliberada, tem o desejo de ser infeliz; portanto, ninguém escolhe o pior. Os feitos e as atitudes peculiares de cada criatura estão intimamente ligados a seu desenvolvimento físico, mental, social e moral.
Nossa maturidade espiritual é adquirida através das experiências evolutivas no decorrer de todos os tempos, seja na atualidade, seja no pretérito distante.
Tudo o que fazemos está relacionado com nossa idade astral. Inquestionavelmente, fazemos agora o que de melhor poderíamos fazer, porque estamos agindo e pensando conforme nossas convicções interiores; aliás, ela (a idade astral) é gradativa, pois está vinculada às nossas percepções evolutivas.
As criaturas que agem com austeridade em determinada circunstância acreditam que aquela é a melhor opção a tomar. Porém, quando o amadurecimento conduz-las a ter uma melhor noção a respeito dos relacionamentos humanos, elas assimilarão novas maneiras de se comportar e passarão a agir de forma coerente com seu novo entendimento. A concepção de bem se amplia de acordo com nosso desenvolvimento espiritual.
A proposta cristã “pagar o mal com o bem” sugere: castigar por castigar não transforma a criatura para o bem, mas somente o amor é capaz de sublimar e educar as almas.
A pena de morte é uma rigidez dos costumes humanos. Propõe matar o corpo físico como punição pelas faltas cometidas, com o esquecimento, porém, de que somente transfere a problemática para outras faixas da vida e cria revolta e desarmonia no ser em correção.
A dor apenas terá função dentro dos imperativos da vida, enquanto os homens não aceitarem que somente o amor muda e renova as criaturas.
O projeto da Vida Maior é conscientizar-nos, não sentenciar.
Nosso planeta está repleto de criaturas intelectualizadas e influentes, mas nem por isso sábias e habilitadas para todas as coisas. Por mais inteligente que seja o ser humano, sempre haverá um universo de coisas que ele desconhece.
Muitas pessoas matam, roubam e mentem sem vacilação alguma, mas será que sabem perfeitamente que isso não é certo?
Estar no intelecto não é a mesma coisa que estar na profundeza da alma. Ter informações e receber orientações não é a mesma coisa que integralizar o ensinamento, ou mesmo, saber por inteiro.
“... O homem julga necessária uma coisa, sempre que não descobre outra melhor. À proporção que se instrui, vai compreendendo melhormente o que é justo e o que é injusto e repudia os excessos cometidos, nos tempos de ignorância, em nome da justiça.” (40)
Os erros são quase que inevitáveis para quem quer avançar e crescer. São acidentes de percurso, contingências do processo evolutivo que todos estamos destinados a vivenciar.
Em vez de repelirmos nossos erros, deveríamos analisá-los atentamente como se fossem verdadeiros objetos de arte, evitando, assim, futuros comprometimentos.
Deus permite que o erro integre o nosso caminho. Aliás, ele faz parte das nossas condições evolutivas, para que possamos aprender e assimilar as experiências da vida. Os erros são ocorrências consideradas admissíveis pela legislação do Criador.
Deus não condena ou castiga ninguém, mas o oposto: instituiu leis harmoniosas e justas que nos conduzirão fatalmente à felicidade plena, apesar de nossas faltas e desacertos.
Por que então usar de rigidez perante os acontecimentos da vida?


Referencias:
39 LE - 713 – Traçou a Natureza limites aos gozos?
“Traçou, para vos indicar o limite do necessário. Mas, pelos vossos excessos, chegais à saciedade e vos punis a vós mesmos.”
40 LE - 762 - A pena de morte, que pode vir a ser banida das sociedades civilizadas, não terá sido de necessidade.
em épocas menos adiantadas?
Necessidade não é o termo. O homem julga necessária uma coisa, sempre que não descobre outra melhor. À proporção que se instrui, vai compreendendo melhormente o que é justo e o que é injusto e repudia os excessos cometidos, nos tempos de ignorância, em nome da justiça.


[1] Livro: As Dores da Alma – Ditado pelo Espírito Hamed; psicografia de Francisco do Espírito Santo Neto, Edit. Boa Nova. Todos os grifos, numeração, coloridos, negritos, sublinhados e itálicos: é de autoria da redação do Jornal A FAGULHA, quanto aos nossos estudos destes artigos.
Fonte da imagem: http://fraterluz.blogspot.com/2015/06/rigidez-hammed.html

segunda-feira, 19 de novembro de 2018

DIANTE DA PAZ


DIANTE DA PAZ[1]

Entendendo-se a paciência, à maneira de ciência da Paz, não procures a Paz, à distância, de vez que ela reside em ti mesmo.
* * *
A Paz, no entanto, baseia-se na lei da troca que mantém o equilíbrio do Universo, através do binômio “dar e receber”.
Semeia a Paz, a fim de que a recolhas.
Quando te não seja possível providenciar a segurança do ambiente fustigado de inquietação, imagina a Paz por intermédio da palavra e do pensamento.
* * *
Ante os enfermos, cala os assuntos suscetíveis de criar agitação e oferece-lhes a tranquilidade, relacionando temas capazes de garanti-la, entretanto, se o verbo não te for facultado, envia ideia de reconforto e encorajamento aos doentes, diligenciando proteger-lhes as forças mentais, ameaçadas de desgoverno.
Surpreendendo a discórdia, permanece com a verdade e aclara o caminho, mas emite pensamentos de paz, no rumo dos irmãos em contenda; e, se podes falar, pronuncia a frase edificante que consiga ajudar a extinguir os focos de perturbação ou desequilíbrio.
* * *
Renteando com alguma criatura menos feliz, por maiores sejam os motivos que a tornem pouco simpática, rememora os vínculos de fraternidade que nos unem fundamentalmente uns aos outros e procura ampará-la mentalmente, abençoando-lhes a presença com silenciosas mensagens de amor e renovação.
* * *
Se receberes notícias acerca das aflições e provas de alguém, endereça a esse alguém pensamentos de compreensão e consolo que lhe favoreçam o reajuste.
* * *
Conversando, acalma os que te ouvem.
Escrevendo, articula imagens de otimismo e confiança, serenidade e alegria.
* * *
Lembrando amigos ou inimigos, envia-lhes votos de êxito nas tarefas e compromissos que abracem.
* * *
Seja a quem seja, auxilia como e quanto puderes afim de que todos os que se comunicam contigo permaneçam em Paz e Alegria.
* * *
Cada consciência, na Excelsa Criação de Deus, é núcleo de vida independente na Vida Imperecível.
* * *
Reflete na importância de tua própria imortalidade e recorda, onde estejas que a paz de teu ambiente começa invariavelmente de ti.


[1] Livro: Rumo Certo – Ditado pelo Espírito Emmanuel; psicografia de Francisco Cândido Xavier, Cap. 06 Edit. FEB. Todos os grifos, numeração, coloridos, negritos, sublinhados e itálicos: é de autoria da redação do Jornal A FAGULHA, quanto aos nossos estudos destes artigos.
   Fonte da imagem: http://espiritananet.blogspot.com/2008/06/diante-da-paz.html

domingo, 18 de novembro de 2018

EU NÃO SABIA


EU NÃO SABIA[1]
Maria Dolores

Vai ao recanto onde a penúria chora...
Fitarás o apogeu do desconforto:
Jovens lembrando náufragos sem porto,
Atirados à dor que os desarvora...

Criancinhas na febre que as devora,
Mães sozinhas lutando contra o aborto,
Doentes de olhar vago e semimorto,
Esperando a oração da última hora...

Estenderás a todos a parcela
Da bondade que trazes, doce e bela,
Em fatias de pão, esperança e alegria!...

No lar, porém, dirás ao Pai Celeste:
“Obrigado! meu Deus, por tudo o que me deste,
Por tudo o que me deste e eu não sabia “...


[1] Livro: Tende Bom Animo – psicografia de Francisco Cândido Xavier e Carlos Antonio Baccelli, Edit. FEB. Todos os grifos, numeração, coloridos, negritos, sublinhados e itálicos: é de autoria da redação do Jornal A FAGULHA, quanto aos nossos estudos destes artigos.
 Fonte da imagem:  https://pt.depositphotos.com/11384992/stock-photo-3d-business-man-green-question.html