segunda-feira, 31 de outubro de 2016

ESPIRITISMO E MAGNETISMO - UMA MESMA CIÊNCIA

ESPIRITISMO & MAGNETISMO
Em uma mesma ciência


Segundo a primeira dessas teorias, todas as manifestações atribuídas aos Espíritos não seriam mais do que efeitos magnéticos. Os médiuns se achariam num estado a que se poderia chamar sonambulismo desperto, fenômeno de que podem dar testemunho todos os que hão estudado o magnetismo. Nesse estado, as faculdades intelectuais adquirem um desenvolvimento anormal; o círculo das operações intuitivas se amplia, para além das raias da nossa concepção ordinária. Assim sendo, o médium tiraria de si mesmo e por efeito da sua lucidez tudo o que diz e todas as noções que transmite, mesmo sobre os assuntos que mais estranhos lhe sejam, quando no estado habitual.
Introdução: item 16

Os encontros, que costumam dar-se, de algumas pessoas e que comumente se atribuem ao acaso, não serão efeito de certa relação de simpatia?
Entre os seres pensantes há ligação que ainda não conheceis. “O magnetismo é o piloto desta ciência, que mais tarde compreendereis melhor.”
Questão 388

Por meio de cuidados dispensados a tempo, podem reatar-se laços prestes a se desfazerem e restituir-se à vida um ser que definitivamente morreria se não fosse socorrido?
Sem dúvida e todos os dias tendes a prova disso. O magnetismo, em tais casos, constitui, muitas vezes, poderoso meio de ação, porque restitui ao corpo o fluido vital que lhe falta para manter o funcionamento dos órgãos.
Questão 424

Desempenham os Espíritos algum papel nos fenômenos que se dão com os indivíduos chamados convulsionários?
Sim e muito importante, bem como o magnetismo, que é a causa originária de tais fenômenos. O charlatanismo, porém, os tem amiúde explorado e exagerado, de sorte a lançá-los ao ridículo.
 Questão 481

Como é que sucede estender-se subitamente a toda uma população o estado anormal dos convulsionários e dos que sofrem de crises nervosas?
Efeito de simpatia. As disposições morais se comunicam mui facilmente, em certos casos. Não és tão alheio aos efeitos magnéticos que não compreendas isto e a parte que alguns Espíritos naturalmente tomam no fato, por simpatia com os que os provocam.
Entre as singulares faculdades que se notam nos convulsionários, algumas facilmente se reconhecem, de que numerosos exemplos oferecem o sonambulismo e o magnetismo, tais como, além de outras, a insensibilidade física, a leitura do pensamento, a transmissão das dores, por simpatia, etc.
Não há, pois, duvidar de que aqueles em quem tais crises se manifestam estejam numa espécie de sonambulismo desperto, provocado pela influência que exercem uns sobre os outros. Eles são ao mesmo tempo magnetizadores e magnetizados, inconscientemente.
Questão 482

Qual a causa da insensibilidade física que se observa em alguns convulsionários, assim como em outros indivíduos submetidos às mais atrozes torturas?
Em alguns é, exclusivamente, efeito do magnetismo que atua sobre o sistema nervoso, do mesmo modo que certas substâncias. Em outros, a exaltação do pensamento embota a sensibilidade.
Dir-se-ia que nestes a vida se retirou do corpo, para se concentrar toda no Espírito. Não sabeis que, quando o Espírito está vivamente preocupado com uma coisa, o corpo nada sente nada vê e nada ouve.
Questão 483
Que sentido se deve dar ao qualificativo de feiticeiro?
Aqueles a quem chamais feiticeiros são pessoas que, quando de boa-fé, gozam de certas faculdades, como sejam a força magnética ou a dupla vista. Então, como fazem coisas geralmente incompreensíveis, são tidas por dotadas de um poder sobrenatural. Os vossos sábios não têm passado muitas vezes por feiticeiros aos olhos dos ignorantes?
O Espiritismo e o magnetismo nos dão a chave de uma imensidade de fenômenos sobre os quais a ignorância teceu um sem-número de fábulas, em que os fatos se apresentam exagerados pela imaginação.
O conhecimento lúcido dessas duas ciências que, a bem dizer, formam uma única, mostrando a realidade das coisas e suas verdadeiras causas, constitui o melhor preservativo contra as ideias supersticiosas, porque revela o que é possível e o que é impossível, o que está nas leis da Natureza e o que não passa de ridícula crendice.
Questão 555
Têm algumas pessoas, verdadeiramente, o poder de curar pelo simples contacto?
A força magnética pode chegar até aí, quando secundada pela pureza dos sentimentos e por um ardente desejo de fazer o bem, porque então os bons Espíritos lhe vêm em auxílio. Cumpre, porém, desconfiar da maneira pela qual contam as coisas pessoas muito crédulas e muito entusiastas, sempre dispostas a considerar maravilhoso o que há de mais simples e mais natural. Importa desconfiar também das narrativas interesseiras, que costumam fazer os que exploram, em seu proveito, a credulidade alheia.
Questão 556
Quem, de magnetismo terrestre, apenas conhecesse o brinquedo dos patinhos imantados que, sob a ação do imã, se movimentam em todas as direções numa bacia com água, dificilmente poderia compreender que ali está o segredo do mecanismo do Universo e da marcha dos mundos. O mesmo se dá com quem, do Espiritismo, apenas conhece o movimento das mesas, em o qual só vê um divertimento, um passatempo, sem compreender que esse fenômeno tão simples e vulgar, que a antiguidade e até povos semi-selvagens conheceram, possa ter ligação com as mais graves questões da ordem social. Efetivamente, para o observador superficial, que relação pode ter com a moral e o futuro da Humanidade uma mesa que se move? Quem quer, porém, que reflita se lembrará de que de uma simples panela a ferver e cuja tampa se erguia continuamente, fato que também ocorre desde toda a antiguidade, saiu o possante motor com que o homem transpõe o espaço e suprime as distâncias.
Pois bem! Sabei, vós que não credes senão no que pertence ao mundo material, que dessa mesa, que gira e vos faz sorrir desdenhosamente, saiu uma ciência, assim como a solução dos problemas que nenhuma filosofia pudera ainda resolver.
Apelo para todos os adversários de boa-fé e os adjuro a que digam se deram ao trabalho de estudar o que criticam. Porque, em boa lógica, a crítica só tem valor quando o crítico é conhecedor daquilo de que fala.
Zombar de uma coisa que se não conhece, que se não sondou com o escalpelo do observador consciencioso, não é criticar, é dar prova de leviandade e triste mostra de falta de critério.
Conclusão item 1


Esclarecendo-nos com relação a essa potência, o Espiritismo nos dá a explicação de uma imensidade de coisas inexplicadas e inexplicáveis por qualquer outro meio e que, à falta de toda explicação, passaram por prodígios, nos tempos antigos.
Do mesmo modo que o magnetismo, ele nos revela uma lei, se não desconhecida, pelo menos mal compreendida; ou, mais acertadamente, de uma lei que se desconhecia, embora se lhe conhecessem os efeitos, visto que estes sempre se produziram em todos os tempos, tendo à ignorância da lei gerada a superstição. Conhecida ela, desaparece o maravilhoso e os fenômenos entram na ordem das coisas naturais.
Capitulo 2, item 15
Sistema das causas físicas. — Aqui, estamos fora do sistema da negação absoluta. Averiguada a realidade dos fenômenos, a primeira ideia que naturalmente acudiu ao espírito dos que os verificaram foi a de atribuir os movimentos ao magnetismo, à eletricidade, ou à ação de um fluido qualquer; numa palavra, a uma causa inteiramente física e material.
Capitulo 4, item 42

Todos vós espíritas compreendeis as minhas explicações e perfeitamente apreendeis o que seja essa concentração de fluidos especiais, para a locomoção e a tatilidade da matéria inerte.
Acreditais nisso, como acreditais nos fenômenos da eletricidade e do magnetismo, com os quais os fatos mediúnicos têm grande analogia e de que são, por assim dizer, a confirmação e o desenvolvimento.
Capitulo 5, item 98

Esta teoria nos fornece a solução de um fato bem conhecido em magnetismo, mas inexplicado até hoje: o da mudança das propriedades da água, por obra da vontade.
O Espírito atuante é o do magnetizador, quase sempre assistido por outro Espírito.
Ele opera uma transmutação por meio do fluido magnético que, como atrás dissemos, é a substância que mais se aproxima da matéria cósmica, ou elemento universal. Ora, desde que ele pode operar uma modificação nas propriedades da água, pode também produzir um fenômeno análogo com os fluidos do organismo, donde o efeito curativo da ação magnética, convenientemente dirigida.
Sabe-se que papel capital desempenha a vontade em todos os fenômenos do magnetismo. Porém, como se há de explicar a ação material de tão sutil agente?
A vontade não é um ser, uma substância qualquer; não é, sequer, uma propriedade da matéria mais etérea que exista. A vontade é atributo essencial do Espírito, isto é, do ser pensante. Com o auxílio dessa alavanca, ele atua sobre a matéria elementar e, por uma ação consecutiva, reage sobre seus compostos, cujas propriedades íntimas vêm assim a ficar transformadas.
Capitulo 5, item 131

Dir-se-á, sem dúvida, que isso mais não é do que magnetismo. Evidentemente, o fluido magnético desempenha aí importante papel; porém, quem examina cuidadosamente o fenômeno sem dificuldade reconhece que há mais alguma coisa.
A magnetização ordinária é um verdadeiro tratamento seguido, regular e metódico; no caso que apreciamos, as coisas se passam de modo inteiramente diverso.
Todos os magnetizadores são mais ou menos aptos a curar, desde que saibam conduzir-se convenientemente.
Capitulo 14 item 175

A subjugação corporal tira muitas vezes ao obsidiado a energia necessária para dominar o mau Espírito. Daí o tornar-se precisa a intervenção de um terceiro, que atue, ou pelo magnetismo, ou pelo império da sua vontade.
Capitulo 23 item 251
Até ao presente, a fé não foi compreendida senão pelo lado religioso, porque o Cristo a exalçou como poderosa alavanca e porque o têm considerado apenas como chefe de uma religião. Entretanto, o Cristo, que operou milagres materiais, mostrou, por esses milagres mesmos, o que pode o homem, quando tem fé, isto é, a vontade de querer e a certeza de que essa vontade pode obter satisfação.
Também os apóstolos não operaram milagres, seguindo-lhe o exemplo? Ora, que eram esses milagres, senão efeitos naturais, cujas causas os homens de então desconheciam, mas que, hoje, em grande parte se explicam e que pelo estudo do Espiritismo e do Magnetismo se tornarão completamente compreensíveis?
...
O Magnetismo é uma das maiores provas do poder da fé posta em ação. É pela fé que ele cura e produz esses fenômenos singulares, qualificados outrora de milagres.
Capitulo 19, item 12

A par da medicação ordinária, elaborada pela Ciência, o magnetismo nos dá a conhecer o poder da ação fluídica e o Espiritismo nos revela outra força poderosa na mediunidade curadora e a influência da prece.
Capitulo 28, item 77


— Esclarecendo-nos sobre as propriedades dos fluidos — agentes e meios de ação do mundo invisível constituindo uma das forças e potências da Natureza — o Espiritismo nos dá a chave de inúmeros fatos e coisas inexplicadas e inexplicáveis de outro modo, fatos e coisas que passaram por prodígios, em outras eras.
Do mesmo modo que o magnetismo, ele nos revela uma lei, senão desconhecida, pelo menos incompreendida, ou então, para melhor dizer, efeitos de todos os tempos conhecidos, pois que de todos os tempos se produziram, mas cuja lei se ignorava e de cuja ignorância brotava a superstição.
Capitulo 10, item 10


Há um fluido etéreo que enche o espaço e penetra os corpos. Esse fluido é o éter ou matéria cósmica primitiva, geradora do mundo e dos seres. São-lhe inerentes às forças que presidiram às metamorfoses da matéria, as leis imutáveis e necessárias que regem o mundo. Essas múltiplas forças, indefinidamente variadas segundo as combinações da matéria, localizadas segundo as massas, diversificadas em seus modos de ação, segundo as circunstâncias e os meios, são conhecidas na Terra sob os nomes de gravidade, coesão, afinidade, atração, magnetismo, eletricidade ativa.

Capitulo 6, item 10

Esclarecendo-nos acerca dessa força, o Espiritismo faculta a elucidação de uma imensidade de coisas inexplicadas e inexplicáveis por qualquer outro meio e que, por isso, passaram por prodígios nos tempos idos.
Do mesmo modo que o magnetismo, ele revela uma lei, senão desconhecida, pelo menos mal compreendida; ou, melhor dizendo, conheciam-se os efeitos, porque eles em todos os tempos se produziram, porém não se conhecia a lei e foi o desconhecimento desta que gerou a superstição.
Capitulo 13, item 13

Sem falar do milagre da criação, o maior de todos sem contestação possível, já pertencente ao domínio da lei universal, não vemos reproduzirem-se hoje, sob o império do magnetismo, do sonambulismo, do Espiritismo, os êxtases, as visões, as aparições, as percepções a distância, as curas instantâneas, as suspensões, as comunicações orais e outras com os seres do mundo invisível, fenômenos esses conhecidos desde tempos imemoráveis, tidos outrora por maravilhosos e que presentemente se demonstra pertencerem à ordem das coisas naturais, de acordo com a lei constitutiva dos seres.
Capitulo 13, item 17

São extremamente variados os efeitos da ação fluídica sobre os doentes, de acordo com as circunstâncias. Algumas vezes é lenta e reclama tratamento prolongado, como no magnetismo ordinário; doutras vezes é rápida, como uma corrente elétrica.
...
Todas as curas desse gênero são variedades do magnetismo e só diferem pela intensidade e pela rapidez da ação. O princípio é sempre o mesmo: o fluido, a desempenhar o papel de agente terapêutico e cujo efeito se acha subordinado à sua qualidade e a circunstâncias especiais.

Capitulo 14, item 32

A ação magnética pode produzir-se de muitas maneiras:
1.    Pelo próprio fluido do magnetizador; é o magnetismo propriamente dito, ou magnetismo humano, cuja ação se acha adstrita à força e, sobretudo, à qualidade do fluido;
2.    Pelo fluido dos Espíritos, atuando diretamente e sem intermediário sobre um encarnado, seja para curá-lo ou acalmar um sofrimento, seja para provocar o sono sonambúlico espontâneo, seja para exercer sobre o indivíduo uma influência física ou moral qualquer. É o magnetismo espiritual, cuja qualidade está na razão direta das qualidades do Espírito;
3.    Pelos fluidos que os Espíritos derramam sobre o magnetizador, que serve de veículo para esse derramamento.
É o magnetismo misto, semi-espiritual, ou, se o preferirem, humano-espiritual. Combinado com o fluido humano, o fluido espiritual lhe imprime qualidades de que ele carece.
Em tais circunstâncias, o concurso dos Espíritos é amiúde espontâneo, porém, as mais das vezes, provocado por um apelo do magnetizador.
Capitulo 14, item 33


Depois dessa primeira obra apareceram, sucessivamente, O Livro dos Médiuns, ou Espiritismo experimental; — O que é o Espiritismo? ou resumo sob a forma de perguntas e respostas; — O Evangelho segundo o Espiritismo; — O Céu e o Inferno; — A Gênese.

A morte o surpreendeu no momento em que, com a sua infatigável atividade, trabalhava noutra obra sobre as relações entre o Magnetismo e o Espiritismo.
...
Porque, meus Senhores, o Espiritismo não é uma religião, mas uma ciência, da qual apenas conhecemos o abecê.
Passou o tempo dos dogmas. A Natureza abrange o Universo, e o próprio Deus, feito outrora à imagem do homem, a moderna Metafísica não o pode considerar senão como um espírito na Natureza. O sobrenatural não existe. As manifestações obtidas com o auxílio dos médiuns, como as do magnetismo e do sonambulismo, são de ordem natural e devem ser severamente submetidas à verificação da experiência. Não há milagres.

Discurso pronunciado junto ao túmulo de Allan Kardec

O poder fluídico aplicado à ação recíproca dos homens uns sobre os outros, isto é, ao Magnetismo, pode depender:
1.    Da quantidade de fluido que cada um possua; ,
2.    Da natureza intrínseca do fluido de cada um, abstração feita da quantidade;
3.    Do grau de energia da força impulsiva; porventura, até, dessas três causas reunidas.
Na primeira hipótese, aquele que tem mais fluido dá-lo-ia ao que tem menos, recebendo-o deste em menor quantidade. Haveria nesse caso analogia perfeita com a permuta de calórico entre dois corpos que se colocam em equilíbrio de temperatura.
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA FOTOGRAFIA

A possibilidade da maioria dos fatos que o Evangelho cita como operados por Jesus se acha hoje completamente demonstrada pelo Magnetismo e pelo Espiritismo, como fenômenos naturais.
Pois que eles se produzem às nossas vistas, quer espontaneamente, quer quando provocados, nada há de anormal em que Jesus possuísse faculdades idênticas às dos nossos magnetizadores, curadores, sonâmbulos, videntes, médiuns, etc.
ESTUDO SOBRE A NATUREZA DO CRISTO

Foi em 1854 que pela primeira vez ouvi falar das mesas girantes. Encontrei um dia o magnetizador, Senhor Fortier, a quem eu conhecia desde muito tempo e que me disse: Já sabe da singular propriedade que se acaba de descobrir no Magnetismo?
Parece que já não são somente as pessoas que se podem magnetizar, mas também as mesas, conseguindo-se que elas girem e caminhem à vontade.
— É, com efeito, muito singular, respondi; mas, a rigor, isso não me parece radicalmente impossível. O fluido magnético, que é uma espécie de eletricidade, pode perfeitamente atuar sobre os corpos inertes e fazer que eles se movam.
A minha primeira iniciação no Espiritismo


sexta-feira, 28 de outubro de 2016

AMOR, IMBATÍVEL AMOR

AMOR, IMBATÍVEL AMOR

O amor é substância criadora e mantenedora do Universo, constituído por essência divina.
É um tesouro que, quanto mais se divide, mais se multiplica, e se enriquece à medida que se reparte.
Mais se agiganta, na razão que mais se doa. Fixa-se com mais poder, quanto mais se irradia.
Nunca perece, porque não se entibia nem se enfraquece desde que sua força reside no ato mesmo de doar-se, de tornar-se vida.
Assim como o ar é indispensável para a existência orgânica, o amor é o oxigênio para a alma, sem o qual a mesma se enfraquece e perde o sentido de viver. É imbatível, porque sempre triunfa sobre todas as vicissitudes e ciladas.
Quando aparente — de caráter sensualista, que busca apenas o prazer imediato — se debilita e se envenena, ou se entorpece, dando lugar à frustração.
Quando real, estruturado e maduro — que espera, estimula, renova — não se satura, é sempre novo e ideal, harmônico, sem altibaixos emocionais.
Une as pessoas, porque reúne as almas, identifica-as no prazer geral da fraternidade, alimenta o corpo e dulcifica o eu profundo.
O prazer legítimo decorre do amor pleno, gerador da felicidade, enquanto o comum é devorador de energias e de formação angustiante.
O amor atravessa diferentes fases: o infantil, que tem caráter possessivo, o juvenil, que se expressa pela insegurança, o maduro, pacificador, que se entrega sem reservas e faz-se plenificador.
Há um período em que se expressa como compensação, na fase intermediária entre a insegurança e a plenificação, quando dá e recebe, procurando liberar-se da consciência de culpa.
O estado de prazer difere daquele de plenitude, em razão de o primeiro ser fugaz, enquanto o segundo é permanente, mesmo que sob a injunção de relativas aflições e problemas-desafios que podem e devem ser vencidos.
Somente o amor real consegue distingui-los e os pode unir quando se apresentem esporádicos.
A ambição, a posse, a inquietação geradora de insegurança — ciúme, incerteza, ansiedade afetiva, cobrança de carinhos e atenções —, a necessidade de ser amado caracterizam o estágio do amor infantil, obsessivo, dominador, que pensa exclusivamente em si antes que no ser amado.
A confiança, suave-doce e tranquila, a alegria natural e sem alarde, a exteriorização do bem que se pode e se deve executar, a compaixão dinâmica, a não posse, não dependência, não exigência, são benesses do amor pleno, pacificador, imorredouro.
Mesmo que se modifiquem os quadros existenciais, que se alterem as manifestações da afetividade do ser amado, o amor permanece libertador, confiante, indestrutível.
Nunca se impõe, porque é espontâneo como a própria vida e irradia-se mimetizando, contagiando de júbilos e de paz.
Expande-se como um perfume que impregna, agradável, suavemente, porque não é agressivo nem embriagador ou apaixonado...
O amor não se apega, não sofre a falta, mas frui sempre, porque vive no íntimo do ser e não das gratificações que o amado oferece.
O amor deve ser sempre o ponto de partida de todas as aspirações e a etapa final de todos os anelos humanos.
O clímax do amor se encontra naquele sentimento que Jesus ofereceu à Humanidade e prossegue doando, na Sua condição de Amante não amado.




Livro Amor imbatível amor, Ditado pelo Espírito Joana de Angeles, Psicografia Divaldo P. Franco, Ed. LEAL

terça-feira, 18 de outubro de 2016

QUE É UM CENTRO ESPÍRITA

QUE É UM CENTRO ESPÍRITA?
Herculano Pires[1], referindo-se ao Centro Espírita, dize-nos assim:
"Podemos figurá-lo como um espelho côncavo em que todas as atividades doutrinárias se refletem e se unem, projetando-se conjugadas no plano social geral, espírita e não espírita".
Não tem como se aceitar, nos dias atuais, um Centro Espírita estanque e com dono, fechado em suas quatro paredes, a que Leopoldo Machado1 chamava Espiritismo de "mortos", quando propugnou fizéssemos o Espiritismo de "vivos".
Na atividade de unificação espírita, o Centro Espírita é a unidade fundamental. Allan Kardec foi o primeiro a conceber a necessidade da unificação[2] quando propôs que os Centros se correspondessem, socializassem, permutassem informações e se visitassem, formando a grande família espírita.
Cabe-nos a questão:
Como aferir a concordância e a universalidade dos Espíritos e seus Ensinos sem um Centro catalisador?
A própria elaboração da Doutrina Espírita é um modelo de unificação, razão que levou Kardec a propor, em seu "Projeto 1868"[3] , a existência de um centro de coordenação do movimento espírita.
Posteriormente, em mensagem dada através de Frederico Júnior, Kardec realça três itens da ação espírita a ser desenvolvida pelos Centros Espíritas: a unificação, a escola de médiuns e a caridade.
Nesse sentido, adverte-nos o Espírito Bezerra de Menezes[4]:
·         Solidários, seremos união.
·         Separados uns dos outros, seremos pontos de vista.
·         Juntos, alcançaremos a realização de nossos propósitos.
·         Distanciados entre nós, continuaremos à procura do trabalho que já o encontramos honrados pela Divina Providência; cabe-nos, e também ao Centro Espírita, participar efetivamente do movimento de unificação.
O livro "Orientação ao Centro Espírita", da FEB, aprovado pelo Conselho Federativo Nacional, é exemplo disso, como fruto que é de uma ampla discussão feita a partir dos vários Centros Espíritas e dos organismos regionais do movimento espírita[5].
O Centro Espírita fechado em si mesmo não tem meios de evoluir, pela ausência de troca de ideias, experiências e interação; já os que, unidos; têm condições de se projetarem na sociedade. Temos varias Sociedades Espíritas que nasceram de reuniões em garagens de residências, em reuniões domesticas do Evangelho no Lar, e hoje, estabelecido, disponibilizam inúmeros serviços doutrinários, sociais, culturais e até médicos e psicológicos, aos seus trabalhadores, frequentadores e a comunidade. Grupos que surgiram há pouco menos de dez anos, estão inseridas nas suas respectivas sociedade, auxiliando-a bem como a outros que a ela chegam.
No livro O CENTRO ESPÍRITA - J. Herculano Pires1 no Projeto 1868, do Livro Obras Póstumas, Allan Kardec, FEB2, na psicografia de Chico Xavier, em "Unificação" de nov./dez. de 19803 e no Livro e/ou Seminário: O CENTRO ESPÍRITA E SUA DIMENSÃO ESPIRITUAL4 nos é salientado que; ideias nascidas de cabeças espíritas, sem local para trabalharem, foram abraçadas, e hoje estão a colaborar com espíritos encarnados ou não, aliados a Amigos e/ou Mentores que trazem os seus apoios à humanidade, fazendo da união, respeito e, sobretudo da mutação e/ou interação/integração de encarnados, uma sociedade prestadora de assistência moral, espiritual, e doutrinária, procedendo assim a grandes cirurgias em nossas almas.
Elas têm um objetivo comum: SE PROJETAREM NA SOCIEDADE, ou seja, não se fecharam em si mesmas, assim paulatinamente, vão revelando-se para que foram instituídas no plano material (Terra) e vão atingindo a suas metas.
Se a TERRA evolui; se nós evoluímos; por que as Sociedades Espíritas não devem evoluir, crescer, prosperar?
A Diretoria e/os Fundadores “Donos” do Centro Espírita devem ser constantes estudantes/estagiários da Doutrina Espírita, para tornar-se fundamentalmente democrata, participativa, acolhedora, afetiva, solidaria, quando na atualidade, além do apoio que a Federação Espírita Estadual, dos livros bastante difundidos, existem os vídeos com exposições e/ou seminários realizados por eminentes companheiros que orientam a todos nós adeptos do espiritismo, que estão disponíveis no:
Na atualidade não há mais lugar para o espírita dirigente autocrata, que se julga, por ter iniciado a criação e/ou fundação legal da Intuição; ter cedido ou construído o imóvel para o trabalho de Jesus na terra, fazer a sua própria doutrina em detrimento à Doutrina dos Espíritos, justificando-se e ratificando que fundou e/ou construiu, mas è meu e não para o trabalho do Cristo.
“Donos” de instituições que se escudam nos Espíritos para justificar suas ideias e procedimentos pessoais, pautando suas atividades ainda no egoísmo e orgulho; já não agregam no “SEU” Centro Espírita, espíritos encarnados ou não, que deverás já desperto para o estudo e esclarecimentos dos seus respectivos distanciamento de Jesus; não se sujeitam à este modelo, razão pela qual estes “centros” estão vazios e distantes da respectiva comunidade.
A direção liderada, com a cooperação do grupo, pela competência, paciência, tolerância e honestidade de propósitos, é a que mais se coaduna com os fundamentos da Doutrina Espírita.
E o planejamento das suas atividades cristãs, sociais e doutrinárias, é o marco fundamental; sem o que, a improvisação nestes segmentos da Doutrina Espírita, ditados pelo Espírito da Verdade (Jesus) e sua falange de laboristas, leva-os irremediavelmente aos desvios da rota citada no Evangelho do Cristo, na Codificação Espírita, e ratificado por vários outros trabalhos de Espíritas que estão um pouco à nossa frente, a exemplo do Seminário4; proporcionando afastamento de todos que efetivamente estão interessados no seu próprio adiantamento moral, cultural e espiritual.



[1] Livro O Centro Espírita - Jose Herculano Pires, Editora Paideia Ltda.
[2] O Livro dos Médiuns, Allan Kardec, Editora FEB.
[3] Livro Obras Póstumas, Allan Kardec, Editora FEB (Projeto 1868)
[4] Livro Orientação aos Órgãos de Unificação, Editora FEB – Jan/2010.
[5] Livro e Seminário: O CENTRO ESPÍRITA E SUA DIMENSÃO ESPIRITUAL - Suely Caldas Schubert – Editora FEB, MAI/2012, e https://www.youtube.com/watch?v=aiW6GIqNjn8





quarta-feira, 12 de outubro de 2016

SER MELHOR

SER MELHOR
“Para nos melhorarmos, outorgou-nos Deus, precisamente, o de que mais necessitamos e nos basta: a voz da consciência e as tendências instintivas. Priva-nos do que nos seria prejudicial.”
O Evangelho Segundo Espiritismo - Capítulo V – item 11

Será muito útil à comunidade espírita um maior empenho em seus grupamentos no entendimento do tema reforma íntima. Apesar dos debates assíduos, observa-se ainda uma lacuna no apontamento de caminhos pelos quais se possa encetar um programa de melhoria pessoal. Mesmo sensibilizados para sua importância, pergunta-se: como fazer reforma íntima?
O primeiro passo, os mais amplos resultados nesse campo será possuir a noção bem clara do que seja essa proposta no terreno individual. Propomos então uma releitura de sua conceituação em favor da oxigenação de nossas ideias.
Associa-lhe, comumente, a ideia de anulação de sentimentos, negação de impulsos ou eliminação de tendências; ideias que, se não forem sensatamente exploradas, poderão tecer uma vinculação mental ao absoleto bordão do “pecado original”, uma cultura diametralmente incoerente com a lógica espírita. Essa vinculação conduz-nos a priorizar a repressão como sistema de mudança, ou seja, a violentação do mundo íntimo, gerando um estado compulsivo de conflito e pressão psíquica, uma “tortura interior”. Esse sistema de inaceitação é caracterizado, quase sempre, pela ansiedade em aplacar sentimentos de culpa, uma fuga que declara a condição íntima de indignidade pelo fato de sentir, fazer ou pensar em desacordo com o que aprendemos nos lúcidos conteúdos da Doutrina.
A culpa não renova, limita. Não educa, contém.
A culpa nasce no ato de avaliar o direito natural de errar como sendo um pecado que merece ser castigado;  uma estrutura mental condicionada que carece de reeducação a fim de atingir o patamar de uma relação pacífica conosco mesmo.
Reforma íntima não é ser contra nós. Não é reprimir e sim educar. Não é exterminar o mal em nós, e sim fortalecer o bem que está adormecido na consciência.
A palavra educação, que vem do latim educere, significa tirar de dentro para fora.
Renovar é extrair da alma os valores divinos que recebemos quando fomos criados.
Educação é disciplina com consentimento íntimo, fruto de um acordo conosco celebrado em harmonia, bem distante dos quadros torturantes de neurose e severidade consigo.
Claro que, para se educar é preciso controle, tendo em vista os hábitos que arregimentamos nas vidas sucessivas. Entretanto, muitos discípulos permanecem apenas nesse estágio, definindo seu crescimento espiritual pela quantidade de realizações a que se devota por fora, quando o crescimento pessoal só encontra medidas reais nos recessos do sentimento. Menos contenção e mais conscientização, eis a linha natural de aprender a “dar ouvido” aos alvitres do bem divino que retumbam qual eco de Deus na nossa intimidade.
O conjunto dos ensinos espíritas é um roteiro completo para todos os perfis de necessidades no aperfeiçoamento da humanidade. Tomar todo esse conjunto como regras para absorção instantânea é demonstrar uma visão dogmática de crescimento, gerando aflições e temores, perfeccionismo e ansiedade, que são desnecessários no aproveitamento das oportunidades.
Reforma íntima é ser melhor hoje em relação ao ontem, e jamais deixar arrefecer o desejo de ser um tanto melhor amanhã em relação ao hoje. Basta-nos aprender a ouvir a consciência e a estudar nossos instintos. Reforma é um trabalho processual. A esse respeito, assim se pronuncia a Equipe Verdade:
“Conhece bem pouco os homens quem imagine que uma causa qualquer os possa transformar como que por encanto. As ideias só pouco a pouco se modificam, conforme os indivíduos, e preciso é que algumas gerações se passem, para que se apaguem totalmente os vestígios dos velhos hábitos. A transformação, pois, somente com o tempo, gradual e progressivamente, se pode operar”
(Livro dos Espíritos – questão 800)
Se conseguirmos assimilar essa definição na rotina dos dias, certamente estaremos nos beneficiando amplamente por entendermos que ninguém pode fazer mais que o suportável, sendo inútil acumular sofrimentos para manter metas não alcançáveis por agora. Exigir de si mais que o possível é dar espaço para tornarmo-nos ansiosos ou desanimados. Valorizemos com otimismo e aceitação o que temos condição de fazer para ser melhor, mas jamais deixemos de aferir sinceramente, em nosso próprio favor, se não estamos sob o fascínio do desculpismo e da fuga, e procuremos a cada dia fazer algo mais pelo bem de nós próprios e do próximo.






Reforma Íntima Sem Martírio, As Dores Psicológicas do Crescimento Interior, Pelo Espírito Ermance Dufaux

O FAROLEIRO DESPREVENIDO


O FAROLEIRO DESPREVENIDO
O soldado Teofrasto, homem de excelente coração, fora nomeado faroleiro por Alcebíades, na expedição da Sicília, a fim de orientar as embarcações em zona perigosa do mar.
Por ali, rochedos pontiagudos esperavam sem piedade as galeras invigilantes. Ainda mesmo fora da tempestade, quando a fúria dos deuses não soprava sibilante sobre a Terra, derribando casas e arvoredo, os pequenos e grandes barcos eram como que atraídos aos penhascos destruidores, qual ovelhas precipitadamente conduzidas ao matadouro.
Quantos viajantes havia já perdido a vida e os bens na traiçoeira passagem?
Quantos pescadores incautos não mais regressaram à benção do lar?
Ninguém sabia.
Preservando, porém, a sorte de seus comandados, o grande general situou Teofrasto no farol que se erguia na costa, com a missão de iluminar o caminho equóreo, dentro da noite.
Para garantir-lhe o êxito, mandou-lhe emissários com vasta provisão de óleo puro. O servidor, honrado com semelhante mandato, permaneceria no ministério da luz contra as trevas, defendendo a salvação de todos os que transitassem pelas águas escuras.
De início, Teofrasto desenvolveu, sem dificuldade, a tarefa que lhe competia. Findo o crepúsculo, mantinha a luz acesa, revelando a rota libertadora.
Quando os vizinhos, porém, souberam que o soldado guardava um coração terno e bondoso, passaram a visitá-lo, amiúde. Realmente estimavam nele a cordialidade e a doçura, mas o que procuravam, no fundo, era a concessão de óleo destinado às pequenas necessidades que lhes eram próprias.
O soldado, a breve tempo, era cercado de envolventes apelos.
Antifon, o lavrador, veio pedir-lhe meio barril do combustível para os serões de sua fazenda.
Eunice, a costureira, rogou-lhe duas ânforas cheias para terminar a confecção de algumas túnicas, além das horas do dia.
Embolo, o sapateiro, alegando que o pai agonizava, implorou-lhe a doação de alguns pratos de azeite, a fim de que o genitor não morresse às escuras.
Crisóstomos, o fabricante de ungüentos, reclamou cinco potes destinados à manipulação de remédios.
Cor Ciro, o negociante, implorou certa cota mais elevada para sustento de algumas tochas.
Todos os afeiçoados das redondezas, interessados em satisfazer as exigências domésticas, relacionaram solicitações simpáticas e comoventes.
Teofrasto, atingido na sensibilidade, distribuiu o combustível precioso pela ordem das rogativas. 
Não podia sofrer o quadro angustioso, afirmava. As requisições, no seu parecer, eram justas e oportunas.
Assim foi que, ao término de duas semanas, se esgotou a reserva de doze meses.
O funcionário não pôde comunicar-se facilmente com os postos avançados de comando e, tão logo se apagou o farol solitário, por várias noites consecutivas os penhascos espatifaram embarcações de todos os matizes.
Prestigiosos contingentes de tropas perderam a vida.
Confiados pescadores jamais tornaram ao ninho familiar.
Comerciantes diversos, portadores de valiosas soluções e problemas inquietantes da luta humana, desceram aflitos ao abismo do mar.
Alcebíades, naturalmente indignado, exonerou o servidor do elevado encargo, recomendando-lhe fosse aplicado às penas da lei.
O médium cristão é sempre um faroleiro com as reservas de óleo das possibilidades divinas, a benefício de todos os que navegam a pleno oceano da experiência terrestre, indicando-lhes os rochedos das trevas e descerrando-lhes o rumo salvador:
Todavia, quantos deles perdem a oportunidade de serviço vitorioso pela prisão indébita nos casos particulares que procedem geralmente de bagatelas da vida?






Pelo Espírito Irmão X - Do livro: Contos e Apólogos, Médium: Francisco Cândido Xavier, Edit. FEB 

MONTURO

   MONTURO
“Nem presta para a terra, nem para o monturo; lançam-no fora. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.”
Jesus
Lucas, 14:35
Segundo deduzimos, Jesus emprestou significação ao monturo.
Terra e lixo, nesta passagem, revestem-se de valor essencial. Com a primeira, realizaremos a semeadura, com a segunda é possível fazer a adubação, onde se faça necessária.
Grande porção de aprendizes, imitando a atitude dos fariseus antigos, foge ao primeiro encontro com as “zonas estercorárias” do próximo; entretanto, tal se verifica porque lhes desconhecem as expressões proveitosas.
O Evangelho está cheio de lições, nesse setor do conhecimento iluminativo.
Se José da Galiléia ou Maria de Nazaré simbolizam terras de virtudes fartas, o mesmo não sucede aos apóstolos que, a cada passo, necessitam recorrer à fonte das lágrimas que escorrem do monturo de remorsos e fraquezas, propriamente humanos, a fim de fertilizarem o terreno empobrecido de seus corações.
De quanto adubo dessa natureza precisaram Madalena e Paulo, por exemplo, até alcançarem a gloriosa posição em que se destacaram?
Transformemos nossas misérias em lições.
Identifiquemos o monturo que a própria ignorância amontoou em torno de nós mesmos, convertamo-lo em adubo de nossa “terra íntima” e teremos dado razoável solução ao problema de nossos grandes males.



Livro Pão Nosso cap.121, Espírito Emanuel, psicografia Francisco C. Xavier, Edit. FEB

A PORTA

   A PORTA
“Tornou, pois, Jesus a dizer-lhes: Em verdade vos digo que eu sou a porta das ovelhas.”
João, 10:7


Não basta alcançar as qualidades da ovelha, quanto à mansidão e ternura, para atingir o Reino Divino.
É necessário que a ovelha reconheça a porta da redenção, com o discernimento imprescindível, e lhe guarde o rumo, despreocupando-se dos apelos de ordem inferior, a eclodirem das margens do caminho.
Daí concluirmos que a cordura, para ser vitoriosa, não dispensa a cautela na orientação a seguir.
Nem sempre a perda do rebanho decorre do ataque de feras, mas sim porque as ovelhas imprevidentes transpõem barreiras naturais, surdas à voz do pastor, ou cegas quanto às saídas justas, em demanda das pastagens que lhes competem.
Quantas são acometidas, de inesperado, pelo lobo terrível, porque, fascinadas pela verdura de pastos vizinhos, se desviam da estrada que lhes é própria, quebrando obstáculos para atender a destrutivos impulsos?
Assim acontece com os homens no curso da experiência.
Quantos espíritos nobres hão perdido oportunidades preciosas pela própria imprudência?
Senhores de admiráveis patrimônios, revelam-se, por vezes, arbitrários e caprichosos. Na maioria das situações, copiam a ovelha virtuosa e útil que, após a conquista de vários títulos enobrecedores, esquece a porta a ser atingida e quebra as disciplinas benéficas e necessárias, para entregar-se ao lobo devorador.



Livro Pão Nosso cap.115, Espírito Emanuel, psicografia Francisco C. Xavier, Edit. FEB