segunda-feira, 3 de setembro de 2018

CRITICA


CRITICA[1]

Carmas são estruturados não somente sobre nossos feitos e atitudes, mas também sobre nossas sentenças e juízos, críticas e opiniões.
No Evangelho de Lucas (6:42), o Mestre propõe:
“Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho e, então, verás bem para tirar o argueiro que está no olho do teu irmão.”
Por projeção psicológica entende-se a atitude de perceber, nos outros, com certa facilidade; nossos conflitos e dificuldades, com recusa, no entanto, de vê-los em nós mesmos.
Dependendo do grau de distorção que fazemos dos fatos, para atender a nossas teorias e irrealidades, é que se inicia em nossa intimidade o processo da paranoia.
Os paranoicos possuem uma característica peculiar: relacionam qualquer acontecimento do mundo consigo mesmos, ou, melhor dizendo, desvirtuam a realidade dos fatos, trazendo para o nível pessoal tudo o que ocorre em sua volta.
Quanto mais conscientizada for a criatura, tanto mais entende a ordem das coisas e mais as questionará em seu simbolismo. Estar perfeitamente harmonizado e centrado em tudo o que existe é o requisito primordial para atingirmos a plenitude da vida.
Tudo o que criticarmos, veementemente, no exterior; encontraremos em nossa intimidade.
Isso nos leva a entender que o ambiente em que vivemos é, em verdade; um espelho onde nos vemos exata e realmente, como somos.
Se, na exterioridade, algo de inoportuno estiver ocorrendo conosco ou chamando muito a nossa atenção, é justamente porque ainda não estamos em total harmonia na interioridade. Isto significa que, devemos analisar melhor, e estudar ainda mais; a área correspondente ao nosso mundo íntimo.
Vejamos o que dizem os Embaixadores do Bem sobre quem analisa os defeitos alheios:
“Incorrerá em grande culpa, se o fizer para criticá-los e divulgar porque será faltar com a caridade. Se o fizer para tirar daí proveito, para evitá-los, tal estudo poderá ser-lhe de alguma utilidade...” (LE-903)
Todas as maldades e eventos desagradáveis que visualizamos fora, são somente mensageiros ou intermediários que tomam consciente a nossa parte inconsciente. Tudo o que, realmente, estamos vivenciando no presente é tudo aquilo que estamos precisando neste momento.
Lemos a respeito de um assunto e logo atraímos criaturas que também se interessam pelo mesmo tema. Impressionamo-nos com um artigo de revista e, logo em seguida, sem nunca comentar esse fato com ninguém, aparecem pessoas nos presenteando com livros que abrangem essa matéria.
Esse encadeamento de fatos ou “elos do acaso” tem sua razão de ser, pois se baseia na lei das atrações ou das afinidades. Portanto, todo conhecimento, informação, acontecimento ou aproximação de que verdadeiramente precisamos, por certo, vivenciaremos.
“... Antes de censurardes as imperfeições dos outros, vede se de vós não poderão dizer o mesmo...” (LE-903)
Nossas afirmações diante da vida retomarão sempre de maneira inequívoca. Carmas são estruturados não somente sobre nossos feitos e atitudes, mas também sobre nossas sentenças e juízos, críticas e opiniões.
Os efeitos sonoros do eco são reflexões de ondas que incidem sobre um obstáculo e retomam ao ponto de origem. Analogamente, poderemos entender o mecanismo espiritual de funcionamento da lei de ação e reação em nossas existências. Atos ou palavras, repetidas sucessivamente, voltarão ecoando sobre nós mesmos; são “veredictos” resultantes de nossas apreciações e estimativas vivenciais.
Todas as nossas suspeitas sistemáticas têm raízes na falta de confiança em nós mesmos, e não nos outros. Por isso:
·         Se criticamos o comportamento sexual alheio, podemos estar vivendo enormes conflitos afetivos dentro do próprio lar.
·         Se tememos a desconsideração, é possível termos desconsiderado alguma coisa muito significativa dentro de nossa intimidade;
·         Se desconfiarmos de que as pessoas querem nos controlar, provavelmente não estamos na posse do comando de nossa r vida interior;
·         Se condenarmos a hipocrisia dos outros, talvez não estejamos sendo leais com nossas próprias vocações e ideais;
Projetar nossas mazelas e infortúnios sobre alguma coisa ou pessoa não resolve a nossa problemática existencial. Somente quando reconhecermos nossas “traves” — dispositivos interiores que limitam nossa marcha evolutiva — é que poderemos ver com lucidez que, realmente, são elas as verdadeiras fontes de infelicidade, que nos distanciam da paz e da harmonia que tanto buscamos.
CRITICA
O crítico, por vigiar e espreitar sem interrupção os problemas alheios permanece inconsciente e imobilizado em relação à própria aprendizagem evolucional.
Os dicionários definem crítica como sendo um exame detalhado que visa a salientar as qualidades ou os defeitos do objeto a ser julgado.
É comum encontramos alguém criticando o trabalho de outro sem tê-lo vivenciado pessoalmente, isto é, desaprovando o que nem sequer tentou fazer. Tudo isso faz parte da incoerência humana.
A crítica nociva é característica de indivíduos que não realizam nada de importante, não enfrentam desafios nem se arriscam a mudanças. Ficam sentados, observando o que as pessoas dizem, fazem e pensam para, depois, filosofar improdutivamente sobre as realizações alheias, usando suas elucubrações dissociadas do equilíbrio.
As discordâncias são perfeitamente saudáveis e normais, desde que estejam fundamentadas em fatos concretos e não nos vapores das suposições ou das projeções da consciência.
Há quem diga que a crítica é profissionalizada, por ser um meio fácil e rentável para destacar os incapazes e inabilidosos, tomando-os pessoas importantes e formidáveis. Porém, não por muito tempo.
Os verdadeiros realizadores deste mundo não têm tempo para censuras e condenações, pois estão sempre muito ocupados na concretização de suas tarefas. Ajudam os fracos e inexperientes, ensinando os que não são talentosos, em vez de maldizê-los.
A crítica pode ser construtiva e útil. Cada um de nós pode, livremente, optar entre o papel de ironizar e o de realizar.
A crítica pode ser empregada como forma de inocentar-nos da responsabilidade de nossa própria ineficiência e de atribuir nossas frustrações e fracassos aos que, realmente, são criativos e originais.
Em verdade, para se viver com equilíbrio mental, emocional e social, é necessário, acima de tudo, respeitar os direitos dos outros, assim como queremos que os nossos sejam respeitados.
De acordo com o pensamento da Espiritualidade Maior: “Da necessidade que o homem tem de viver em sociedade, nascem-lhe obrigações especiais (...) a primeira de todas é a de respeitar os direitos de seus semelhantes (...) Em o vosso mundo, porque a maioria dos homens não pratica a lei de justiça, cada um usa de represálias. Essa a causa da perturbação e da confusão em que vivem as sociedades humanas.” (LE-871)
As “represálias” evidenciadas nesta questão podem ser consideradas como as desforras ou as vinganças que, comumente, os indivíduos fazem através de críticas, injúrias, sátiras e depreciações. Nesse tema, é oportuno ressalvar que, em muitas ocasiões, em decorrência das emoções patológicas, é perfeitamente possível pessoas sentirem-se humilhadas, vendo atitudes de arrogância e insulto onde não existem.
No mundo interior dos críticos implacáveis, pode existir uma intimidação, originalmente adquirida na infância, em virtude da autoridade e ameaça dos pais. Vozes do passado ecoam em suas mentes, solicitando, insistentemente, que sejam “pontuais e infalíveis”, “exatos e bem informados”, “super-responsáveis e controlados”.
As exigências do pretérito criaram-lhes um padrão de comportamento mental, caracterizado por constante cobrança e acusação, fazendo com que projetem tudo isso sobre os outros. O medo de cometerem erros e o fato de desconfiarem de si mesmos, conferem-lhes uma existência ambivalente. Vivem, ao mesmo tempo, entre a sensação de perseguição e a de superioridade. Além do mais, quem critica imagina-se sensacional e em vantagem.
Desesperadamente, observam e desconfiam de si mesmos. Exterioriza e transfere toda essa sensação de autoacusação, condenando os outros. Essa operação emocional funciona como uma válvula de escape, a fim de compensar a auto perseguição e aplacar as cobranças convulsivas do seu mundo interior.
Os críticos são especialistas em detectar e resolver os problemas que não lhes dizem respeito, mas, contrariamente, possuem uma grave dificuldade em aceitar a sua própria problemática existencial.
A Lei Divina nos dá o livre-arbítrio para escolhermos e concretizarmos nosso programa de aprendizagem, ou seja, livre opção para elegermos o caminho a ser percorrido, para expandirmos nossa consciência. O plano de instrução nos oferecerá duas possibilidades básicas, a saber: a aprendizagem consciente e a inconsciente.
A aprendizagem consciente é aquela em que estamos prontos para agir e resolver as coisas, mediante uma assimilação atuante ou uma participação voluntária.
A aprendizagem inconsciente é a que entrará em vigor, automaticamente, quando desprezamos, conscientemente, a resolução e compreensão do nosso roteiro de instrução. Em resumo: o sofrimento sempre entra em ação, quando não aprendemos espontaneamente.
O crítico, por vigiar e espreitar sem interrupção os problemas alheios permanece inconsciente e imobilizado em relação à própria aprendizagem evolucional; portanto, sua possibilidade de integralizar novos conceitos e experiências é quase nula.
Quanto mais ele projeta a culpa e a acusação ao mundo exterior, recusando cumprir sua aprendizagem conscientemente, mais sofrerá com os reflexos de suas atitudes. Jesus Cristo, conhecendo os traços de caráter da humanidade terrena em evolução, advertiu-os: “Ouvi-me, vós todos, e compreendei. Nada há, fora do homem, que, entrando nele, o possa contaminar; mas o que sai dele, isso é que contamina o homem.” (Marcos 7:.4 e 15) A tendência em julgar e criticar os outros, com intenção maldosa, recebe a denominação de malícia; em outras palavras, o indivíduo nessas condições vê os outros com os olhos da “própria maldade”.


[1] Livro: As Dores da Alma – Ditado pelo Espírito Hamed; psicografia de Francisco do Espírito Santo Neto, Edit. Boa Nova. Todos os grifos, numeração, coloridos, negritos, sublinhados e itálicos: é de autoria da redação do Jornal A FAGULHA, quanto aos nossos estudos destes artigos.

domingo, 2 de setembro de 2018

AVANCEMOS


AVANCEMOS[1]

“Irmãos, quanto a mim, não julgo que haja alcançado a perfeição mas uma coisa faço; e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam, avanço para as que se encontram diante de mim.”
Paulo
Filipenses, 3:13-14

Na estrada cristã, somos defrontados sempre por grande número de irmãos que se aquietaram a sombra da improdutividade, declarando-se acidentado por desastres espirituais.

É alguém que chora a perda de um parente querido, chamado à transformação do túmulo.
É o trabalhador que se viu dilacerado pela incompreensão de um amigo.
É o missionário que se imobilizou à face da calúnia.
É alguém que lastima a deserção de um consócio da boa luta.
É o operário do bem que clama indefinidamente contra a fuga da companheira que lhe não percebeu a dedicação afetiva.
É o idealista que espera uma fortuna material para dar início às realizações que lhe competem.
É o cooperador que permanece na expectativa do emprego ricamente remunerado para consagrar-se às boas obras.
É a mulher que se enrola no cipoal da queixa contra os familiares incompreensivos.
É o colaborador que se escandaliza com os defeitos do próximo, congelando as possibilidades de servir.
É alguém que deplora um erro cometido, menosprezando as bênçãos do tempo em remorso destrutivo.
O passado, porém, se guarda as virtudes da experiência, nem sempre é o melhor condutor da vida para o futuro.
É imprescindível exumar o coração de todos os envoltórios entorpecentes que, por vezes, nos amortalham a alma.
A contrição, a saudade, a esperança e o escrúpulo são sagrados, mas não devem representar impedimento ao acesso de nosso espírito à Esfera Superior.
Paulo de Tarso, que conhecera terríveis aspectos do combate humano, na intimidade do próprio coração, e que subiu às culminâncias do apostolado com o Cristo, nos oferece roteiro seguro ao aprimoramento.
“Esqueçamos todas as expressões inferiores do dia de ontem e avancemos para os dias iluminados que nos esperam” — eis a essência de seu aviso fraternal à comunidade de Filipos.
Centralizemos nossas energias em Jesus e caminhemos para diante.
Ninguém progride sem renovar-se.



[1] Livro: Fonte Viva – Ditado pelo Espírito Emmanuel; psicografia de Francisco Cândido Xavier, Cap. 50 Edit. FEB. Todos os grifos, numeração, coloridos, negritos, sublinhados e itálicos: é de autoria da redação do Jornal A FAGULHA, quanto aos nossos estudos destes artigos.


sábado, 1 de setembro de 2018

EXORTADOS A BATALHAR


EXORTADOS A BATALHAR[1]

"Amados, procurando eu escrever-vos com toda a diligência acerca da salvação comum, tive por necessidade dirigir-vos esta carta, exortando-vos a batalhar pela fé que urna vez foi dada aos santos."
Judas, 3

O Cristianismo é campo imenso de vida espiritual, a que o trabalhador é chamado para a sublime renovação.
O sedento encontra nele as fontes da "água viva", o faminto, os celeiros do "eterno pão". Os cegos de entendimento nele recebem a visão do caminho; os leprosos da alma, o alívio e a cura.
Todos os viajores da vida, porém, são felicitados pelos recursos indispensáveis à jornada terrestre, com a finalidade de se erguerem, de fato; naquele que é a Luz dos Séculos. Desde então, restaurados em suas energias espirituais, são exortados a batalhar na grande causa do bem.
Ninguém se engane, pois, na oficina generosa e ativa da fé.
No serviço cristão, lembre-se cada aprendiz de que não foi chamado a repousar, mas à peleja árdua, em que a demonstração do esforço individual é imperativo divino.
Jesus iniciou, no círculo das inteligências encarnadas, o maior movimento de libertação do espírito humano, no primeiro dia da Manjedoura.
Não se equivoquem, pois, os que buscam o Mestre dos mestres...
Receberão, certamente, a esperada iluminação, o consolo edificante e o ensinamento eficaz, mas penetrarão a linha de batalha, em que lhes constitui obrigação o combate permanente pela vitória do amor e da verdade, na Terra, através de ásperos testemunhos, porque todos nós, encarnados e desencarnados, oscilantes ainda entre a animalidade e a espiritualidade, entre o vale do homem e a culminância do Cristo, estamos constrangidos a batalhar até o definitivo triunfo sobre nós mesmos pela posse da Vida Imortal.


[1] Livro: Vinha de Luz – Ditado pelo Espírito Emmanuel; psicografia de Francisco Cândido Xavier, Cap. 49, Edit. FEB. Todos os grifos, numeração, coloridos, negritos, sublinhados e itálicos: é de autoria da redação do Jornal A FAGULHA, quanto aos nossos estudos destes artigos.


sexta-feira, 31 de agosto de 2018

QUEIXAS


QUEIXAS[1]

Espanca a nuvem da queixa com os instrumentos de segurança plena, e apaga a fogueira da impulsividade que te impele aos atos impensados, afastando-se dos deveres para com a vida.
A queixa pode ser comparada a um ácido perigoso que sempre produz dano.
Na reclamação surge a maledicência que encoraja a calúnia, fomentando o desrespeito.
Todos guardam compromissos com o passado, que ressurgem no presente como espinheiros da aflição, retificando erros, corrigindo distonias, reforçando a segurança.
Em razão disso, toda dificuldade pode ser considerada como favor da Lei Divina, concedendo ensejo à simplificação e aos reajustes da alma.
Aquilo que se nos afigura provação indébita é, somente, resgate indispensável.
O obstáculo que nos cerceia o avanço, impedindo-nos o êxito na terra, embora passageiro, pode ser aceito como dádiva da vida ou favor Celeste.
Não vitalizes desse modo, os próprios problemas com a dilatação da queixa.
Enquanto reclamamos, espalhamos o nosso amargor, difundindo o lado negativo da oportunidade de reparação, ofertando desânimo e tristeza.
Cada alma reclama um coração que saiba escutar, e amigos que se disponham a ouvir, num testemunho de solidariedade.
No entanto, enquanto a queixa, em forma de revolta íntima, flui pelos nossos lábios, desperdiçamos o favor da hora, gastando indebitamente o tempo precioso de realizar e produzir em favor de nós mesmos.
O queixoso aclimata-se à lamentação e emaranha-se nos cordéis da teia em que se prende.
Guarda sempre o azedume.
Carrega noite no espírito.
Enquanto se detém no vão escuro do amor-próprio ferido, a pérola dos minutos muda de lugar, deixando-o de mãos vazias.
Reclamar pode ser traduzido na linguagem do dever como rebeldia, e a queixa; pode ser interpretada como insubordinação.
Não vale muito fugir ao ressarcimento na dor, complicando o problema, que retornará como fornalha de fogo e aflição para a devida solução. A tarefa não executada volverá, hoje ou amanhã, para o necessário refazimento.
Ultrajado e preso entre zombarias e bofetões, o Senhor desceu do Monte das Oliveiras cercado por sequazes do poder temporal, que ostentavam varapaus e archotes, para o supremo escárnio, sendo recolhido ao presídio, em absoluto silêncio, no qual buscava comungar com o Pai, haurindo, na Fonte Divina, a força para a vitória final.
Envolve nos tecidos do silêncio as tuas amarguras como Ele mesmo o fez.
Guarda na alma o compromisso com o sofrimento, serenamente, de espírito robusto e coração confiante, arrimado à tolerância.
A fonte gentil vence a lama do fundo, para atender ao sedento que lhe roga linfa cristalina.
Vence as dificuldades onde que as encontres, e atravessa o sitio lodacento em que te demoras.
Não apresentes queixas à cordialidade dos amigos que te buscam.
Não te animarias a oferecer àqueles a quem amas, borralho e cinza nos vasos da afeição, nem vinagre ou fel na taça da amizade.
A queixa cria pessimismo e estimula a ociosidade.
Ajusta o espírito à disciplina que corrige, para que a espontaneidade enfloresça os teus atos.
Honra os teus amigos com a esperança mediante um sorriso confiante.
Estende a palavra afável a quem te cerca de afeição, porquanto, embora esse coração amigo te pareça um bom ouvinte, abastecido de força e coragem, é, possivelmente, alguém lutando consigo mesmo, à cata de que lhe oferte o lenitivo que parece possuir, para a dor do coração que se encontra em chaga aberta.




[1] Livro: Messe de amor - Ditado pelo Espírito Joanna de Angelis; psicografia de Divaldo Pereira Franco, Cap. 08, Editora LEAL Todos os grifos, numeração, coloridos, negritos, sublinhados e itálicos: é de autoria da redação do Jornal A FAGULHA, quanto aos nossos estudos destes artigos.

quinta-feira, 30 de agosto de 2018

SOCORRE A TI MESMO


SOCORRE A TI MESMO[1]

“Pregando o Evangelho do reino e curando todas as enfermidades.”
Mateus, 9:35

Cura a catarata e a conjuntivite, mas corrige a visão espiritual de teus olhos.
Defende-te contra a surdez, entretanto, retifica o teu modo de registrar as vozes e solicitações variadas que te procuram.
Medica a arritmia e a dispneia, contudo, não entregues o coração à impulsividade arrasadora.
Combate a neurastenia e o esgotamento, no entanto, cuida de reajustar as emoções e tendências.
Persegue a gastralgia, mas educa teus apetites à mesa.
Melhora as condições do sangue, todavia, não o sobrecarregues com os resíduos de prazeres inferiores.
Guerreia a hepatite, entretanto, livra o fígado dos excessos em que te comprazes.
Remove os perigos da uremia, contudo, não sufoques os rins com os venenos de taças brilhantes.
Desloca o reumatismo dos membros, reparando, porém, o que fazes com teus pés, braços e mãos.
Sana os desacertos cerebrais que te ameaçam, todavia, aprende a guardar a mente no idealismo superior e nos atos nobres.
Consagra-te à própria cura, mas não esqueças a pregação do Reino Divino aos teus órgãos. Eles são vivos e educáveis.
Sem que teu pensamento se purifique e sem que a tua vontade comande o barco do organismo para o bem, a intervenção dos remédios humanos não passará de medida em trânsito para a inutilidade.


[1] Livro: Pão Nosso – Ditado pelo Espírito Emmanuel; psicografia de Francisco Cândido Xavier, Cap. 51, Edit. FEB. Todos os grifos, numeração, coloridos, negritos, sublinhados e itálicos: é de autoria da redação do Jornal A FAGULHA, quanto aos nossos estudos destes artigos.


terça-feira, 28 de agosto de 2018

MENINOS ESPIRITUAIS


MENINOS ESPIRITUAIS[1]

“Porque qualquer que ainda se alimenta de leite, não está experimentado na palavra da justiça, pois é menino.”
Paulo
Hebreus, 5:13

Na apreciação dos companheiros de luta, que nos integra o quadro de trabalho diário, é útil não haja choques, quando, inesperadamente, surgirem falhas e fraquezas.
Antes da emissão de qualquer juízo, é conveniente conhecer o quilate dos valores espirituais em exame.
Jamais prescindamos da compreensão ante os que se desviam do caminho reto.
A estrada percorrida pelo homem experiente está cheia de crianças dessa natureza. Deus cerca os passos do sábio, com as expressões da ignorância, a fim de que a sombra receba luz e; para que essa mesma luz seja glorificada.
Nesse intercâmbio substancialmente divino, o ignorante aprende e o sábio cresce.
Os discípulos de boa-vontade necessitam da sincera atitude de observação e tolerância.
É natural que se regozijem com o alimento rico e substancioso com que lhes é dado nutrir a alma; no entanto, não desprezem outros irmãos, cujo organismo espiritual ainda não tolera senão o leite simples dos primeiros conhecimentos.
Toda criança é frágil e ninguém deve condená-la por isso.
Se tua mente pode librar no voo mais alto, não te esqueças dos que ficaram no ninho onde nasceste e onde estiveste longo tempo, completando a plumagem.
Diante dos teus olhos deslumbrados, alonga-se o infinito.
Eles estarão contigo, um dia, e, porque a união integral esteja tardando, não os abandones ao acaso, nem lhes recuses o leite que amam e de que ainda necessitam.


[1] Livro: Caminho Verdade e Vida – Ditado pelo Espírito Emmanuel; psicografia de Francisco Cândido Xavier, Cap. 51, Edit. FEB. Todos os grifos, numeração, coloridos, negritos, sublinhados e itálicos: é de autoria da redação do Jornal A FAGULHA, quanto aos nossos estudos destes artigos.


IRRESPONSABILIDADE


IRRESPONSABILIDADE[1]

Somos nós mesmos que fazemos os nossos caminhos e depois os denominamos de fatalidade.
Não é coerente que cada um de nós trabalhe para alcançar a própria felicidade?
Não é lógico que devemos nos responsabilizar apenas por nossos atos?
Não nos afirma a sabedoria do Evangelho que seríamos conhecidos, exclusivamente, pelas nossas obras?
Fazer os outros seguros e felizes é missão impossível de realizar, se acreditarmos que depende unicamente de nós a plenitude de sua concretização. Se assim admitimos, passamos, a partir de então, a esperar e a cobrar retribuição; em outras palavras, a reciprocidade.
Não seria mais fácil que cada um de nós conquistasse sua felicidade para que depois pudesse desfrutá-la, convivendo com alguém que também a conquistou por si mesmo?
Qual a razão de a ofertarmos aos outros e, por sua vez, os outros a concederem a nós? Por certo, só podemos ensinar ou partilhar o que aprendemos.
Assim disse Pedro, o apóstolo: “Não tenho ouro nem prata; mas o que tenho, isso te dou.”
Dessa maneira, vivemos constantemente colocando nossas necessidades em segundo plano e, ao mesmo tempo, nos esquecendo de que a maior de todas as responsabilidades é aquela que temos para com nós mesmos.
Os acontecimentos exteriores de nossa vida são o resultado direto de nossas atitudes internas. A princípio, podemos relutar para assimilar e entender esse conceito, porque é melhor continuarmos a acreditar que somos vítimas indefesas de forças que não estão sob o nosso controle.
Efetivamente, somos nós mesmos que fazemos os nossos caminhos e depois os denominamos de fatalidade.
Pergunta Kardec aos Semeadores da Nova Revelação.
“Haverá fatalidade nos acontecimentos da vida, conforme ao sentido que se dá a este vocábulo? (...) são predeterminados? E, neste caso, que vem a ser do livre-arbítrio?”,
E eles respondem:
“A fatalidade existe unicamente pela escolha que o Espírito fez, ao encarnar... Escolhendo-a, instituiu para si uma espécie de destino...”.
É inevitável para todos nós o fato de que vivemos, invariavelmente, escolhendo. A condição primordial do livre-arbítrio é a escolha e, para que possamos viver, toma-se indispensável escolher sempre. Nossa existência se faz através de um processo interminável de escolhas sucessivas.
Eis aqui um fato incontestável da vida: o amadurecimento do ser humano inicia-se quando cessam suas acusações ao mundo.
Entretanto, há indivíduos que se julgam perseguidos por um destino cruel e censuram tudo e todos, menos eles mesmos.
Recusam, sistematicamente, a responsabilidade por suas desventuras, atribuindo a culpa às circunstâncias e às pessoas, bem como não reconhecem a conexão existente entre os fatos exteriores e seu comportamento mental. No íntimo, essas pessoas não definiram limites em seu mundo interior e vivem num verdadeiro emaranhado de energias desconexas. Os limites nascem das nossas decisões profundas sobre o que acreditamos serem nossos direitos pessoais.
Nossas demarcações estabelecem nosso próprio território, cercam nossas forças vitais e determinam as linhas divisórias de nosso ser individual. Há um espaço delimitado onde nós terminamos e os outros começam.
Algumas criaturas aprenderam, desde a infância, o senso dos limites com pais amadurecidos. Isso os mantém firmes e saudáveis dentro de si mesmas. Outras, porém, não. Quando atingiram a fase adulta, não sabiam como distinguir quais são e quais não são suas responsabilidades. Muitas construíram muros de isolamento que as separaram do crescimento e da realização interior, ou ainda paredes com enormes cavidades que as tomaram suscetíveis a urna confusão de suas emoções com as de outras pessoas.
Limites é o portal dos bons relacionamentos. Têm como objetivo nos tomar firmes e conscientes de nós mesmos, a fim de sermos capazes de nos aproximar dos outros sem sufocá-los ou desrespeitá-los. Visam também evitar que sejamos constrangidos a não confiar em nós mesmos.
Ser responsável implica ter a determinação para responder pelas consequências das atitudes adotadas.
Ser responsável é assumir as experiências pessoais, para atingir uma real compreensão dos acertos e dos desenganos.
Ser responsável é decidir por si mesmo para onde ir e descobrir a razão do próprio querer.
Não existem “vítimas da fatalidade”; nós é que somos os promotores do nosso destino.
Somos a causa dos efeitos que ocorrem em nossa existência.
Aceitar o princípio da responsabilidade individual e estabelecer limites descomplica nossa vida, tomando-nos cada vez mais consciente de tudo o que acontece ao nosso derredor.
Escolhendo com responsabilidade e sabedoria, poderemos transmutar, sem exceção, as amarguras em que vivemos na atualidade. A auto responsabilidade nos proporcionará a dádiva de reconhecer que qualquer mudança de rota no itinerário de nossa “viagem cósmica” dependerá, invariavelmente, de nós.


[1] Livro: As Dores da Alma – Ditado pelo Espírito Hamed; psicografia de Francisco do Espírito Santo Neto, Edit. Boa Nova. Todos os grifos, numeração, coloridos, negritos, sublinhados e itálicos: é de autoria da redação do Jornal A FAGULHA, quanto aos nossos estudos destes artigos.