domingo, 23 de abril de 2017

VOCÊ SABE QUEM FOI D. PEDRO II

VOCÊ SABE EM VIDAS PASSADAS, 
QUEM FOI D. PEDRO II

Existem pouquíssimos relatos acerca da vida do soldado romano que perfurou Jesus. O seu nome era Longinus. Ele tinha um problema ocular no qual dificultava sua visão, e para que ninguém soubesse do seu problema de visão, e nem coloca-lo para fora do exercito romano, ele procurava lutar sem medo e com destreza tinha força e velocidade em sua lança. E com o passar do tempo, perto de se aposentar, foi enviado para Jerusalém para designar seu último serviço como comandante de guarda. Seu nome Longinus é derivado do grego que significa “uma lança”, é referido como tendo sido o soldado romano que perfurou Jesus com uma lança (Jo 19,34), ou como o centurião que, na crucificação, reconheceu Jesus como “o filho de Deus” (Mt 27,54; Mc 15,39; Lc 23,47)
Durante o percurso do calvário Longinus escutou alguns homens do Sinédrio comentar que os joelhos de Jesus deveriam serem quebrados, pois, as profecias diziam que o messias não teria nenhum osso quebrado (Salmo34:20 – Êxodo12:46), e também pelo fato de que ao pôr do sol iria iniciar-se o Shabat, para que os corpos dos condenados não profanassem o dia santo, assim os seus joelhos deveriam serem quebrados para apressar a morte e para que a profecia não fosse cumprida. Longinus escutando tal conversa ficou indignado com tal perversidade articulada contra um homem humilde, já com o corpo abatido, e sem ter realizado nenhuma reclamação ou revolta estando em tal situação.
Então, no momento de quebrarem os joelhos dos crucificados, Longinus vai até Jesus, e assim para comprovar-lhe o óbito sem a necessidade dos seus joelhos serem quebrados como queria o Sinédrio, perfurou-lhe o corpo com uma lança. O líquido saído do corpo de Jesus bateu nos olhos do Longinus, curando-o instantaneamente da sua grave doença ocular, e também o curando na alma, pois atribui-se a ele as palavras de um soldado presente na hora da morte de Jesus: “Verdadeiramente este homem era o filho de Deus.” Depois desse fato Longinus converteu-se e abandonou o exercito romano.
Após abandonar o exercito romano por causa de sua conversão, Longinus fugiu para Cesárea e, depois, Capadócia, na atual Turquia. Mas, foi descoberto pelo Governador da Capadócia e denunciado a Pôncio Pilatos. No processo, foi acusado de desertor e condenado a pena de morte. Se ele renunciasse à sua fé em Jesus Cristo seria perdoado. Mas, ele se manteve firme e não renegou Jesus. Por isso, foi torturado, teve seus dentes arrancados e sua língua cortada. Depois, foi decapitado.
Longinus foi canonizado santo pela Igreja Católica no ano de 999, pelo Papa Silvestre II tendo recebido o nome de São Longuinho.
Depois desta vida, Longinus reencarnou várias vezes, a última sendo como o imperador Dom Pedro II.
Definitivamente proclamada a independência do Brasil, o guia espiritual do Brasil, Ismael, leva a Jesus o relato de todas as conquistas verificadas, solicitando o amparo do seu coração compassivo e misericordioso para a organização política e social do Brasil.
Corriam os primeiros messes de 1824, encontrando-se a emancipação do pais mais ou menos consolidada perante a metrópole portuguesa. Os estadistas topavam com dificuldades para a organização estatal da terra do Cruzeiro. A constituição, depois de calorosos debates e dos famosos incidentes dos Andradas, incidentes que haviam terminado com a dissolução da Assembleia Constituinte e com o exílio desses notáveis brasileiros, só fora aclamada e jurada, justamente naquela época , a 25 de março de 1824. Nesse dia, findava a mais difícil de todas as etapas da independência e o coração inquieto do primeiro imperador podia gabar-se de haver refletido, muitas vezes, naqueles dias turbulentos, os ditames dos emissários invisíveis, que revestiram as suas energias de novas claridades, para o formal desempenho da sua tarefa nos primeiros anos de liberdade da pátria.
Recebendo as confidencias de Ismael, que apelava para a sua misericórdia infinita, considerou o Senhor a necessidade de polarizar as atividades do Brasil num centro de exemplos e de virtudes, para modelo geral de todos. Assim, Jesus chamou Longinus à sua presença, e falou com bondade:
- Longinus, entre as nações do orbe terrestre, organizei o Brasil como coração do mundo. Minha assistência misericordiosa tem velado constantemente pelos seus destinos e, inspirado a Ismael e seus companheiros do Infinito, consegui evitar que a pilhagem das nações ricas e poderosas fragmentasse o seu vasto território, cuja configuração geográfica representa o órgão do sentimento no planeta, como um coração que deverá pulsar pela paz indestrutível e pela solidariedade coletiva e cuja evolução terá de dispensar, logicamente, a presença continua dos meus emissários para a solução dos seus problemas de ordem geral. Bem sabes que os povos tem a sua maioridade, como os indivíduos, e se bem não os percam de vista os gênios tutelares do mundo espiritual, faz-se mister se lhes outorgue toda a liberdade de ação, a fim de aferirmos o aproveitamento das lições que lhes foram prodigalizadas. Sente-se o teu coração com a necessária fortaleza para cumprir uma grande missão na Pátria do Evangelho?”
- Senhor – respondeu Longinus, num misto de expectativa angustiosa e de refletida esperança – bem conhece o meu elevado propósito de aprender as vossas lições divinas e de servir à causa das vossas verdades sublimes, na face triste da Terra. Muitas existências de dor tenho voluntariamente experimentado, para gravar no íntimo do meu espírito a compreensão do vosso amor infinito, que não pude entender ao pé da cruz dos vossos martírios no Calvário, em razão dos espinhos da vaidade e da impenitência, que sufocam, naquele tempo, a minha alma. Assim, é com indizível alegria, Senhor, que receberei vossa incumbência para trabalhar na terra generosa, onde se encontra a árvore magnânima da vossa inesgotável misericórdia. Seja qual for o gênero de serviço que me forem confiados, acolherei as vossas determinações como um sagrado ministério.
- Pois bem – redarguiu Jesus com grande piedade – essa missão, se for bem cumprida por ti, constituirá a tua última romagem pelo planeta escuro da dor e do esquecimento. A tua tarefa será daquelas que requerem o máximo de renúncias e devotamentos. Será imperador do Brasil, até que ele atinja a sua perfeita maioridade, como nação. Concentrarás o poder e a autoridade para beneficiar a todos os seus filhos. Não é preciso encarecer aos teus olhos a delicadeza e sublimidade desse mandato, porque os reis terrestres, quando bem compenetrados das suas elevadas obrigações diante das leis divinas, sentem nas suas efêmeras um peso maior que o das algemas dos forçados. A autoridade, como a riqueza, é um patrimônio terrível para os espíritos dos seus grandes deveres. Dos teus esforços se exigirá de meio século de lutas e dedicações permanentes. Inspirarei as tuas atividades; mas, considera sempre a responsabilidade que permanecerá nas tuas mãos. Ampara os fracos e os desvalidos, corrige as leis despóticas e inaugura um novo período de progresso moral para o povo das terras do Cruzeiro. Institui por toda parte do continente, o regime do respeito e da paz, e lembra-te da prudência e da fraternidade que deverá manter o país nas suas relações com as nacionalidades vizinhas. Nas lutas internacionais, guarda a tua espada na bainha e espera o pronunciamento da minha justiça, que surgirá sempre, no momento oportuno. Fisicamente consideradas, todas as nações constituem o patrimônio comum da humanidade e, se algum dia for o Brasil menosprezado, saberei providenciar para que sejam devidamente restabelecidos os princípios da justiça e da fraternidade universal. Procura aliviar os padecimentos daqueles que sofrem nos martírios do cativeiro, cuja abolição se verificará nos últimos tempos do teu reinado. Tuas lides terminarão ao fim deste século, e não deves esperar a gratidão dos teus contemporâneos; ao fim delas, serás alijado da tua posição por aqueles mesmos a quem proporcionares os elementos de cultura e liberdade. As mãos aduladoras, que buscarem a proteção das tuas, voltarão aos teus palácios transitórios, para assinar o decreto da tua expulsão do solo abençoado, onde semearás o respeito e a honra, o amor e o dever, com lágrimas redentoras dos teus sacrifícios. Contudo, amparar-te-ei o coração nos angustiosos transes do teu último resgate, no planeta das sombras. Nos dias da amargura final, minha luz descerá sobre os teus cabelos brancos, santificando a tua morte. Conserva as tuas esperanças na minha misericórdia, porque se observares as minhas recomendações, não cairá uma gota de sangue no instante amargo em que experimentares o teu coração igualmente trespassado pelo gládio da ingratidão. A posteridade, porém, saberá descobrir as marcas dos teus passos na Terra, para se firmar no roteiro da paz e da missão evangélica do Brasil.
Longinus recebeu com humildade a designação de Jesus, implorando o socorro de suas inspirações divinas para a grande tarefa do trono.
Ele nasceria no ramo enfermo da família dos Braganças; mas, todas as enfermidades têm na alma as suas raízes profundas.
Foi assim que Longinus preparou a sua volta à Terra, depois de outras existências tecidas de abnegações edificantes em favor da humanidade, e, no dia 2 de dezembro de 1825, no Rio de janeiro, nascia de Dona Leopoldina, esposa de D. Pedro, aquele que seria no Brasil o grande imperador e que, na expressão dos seus próprios adversários, seria “o maior de todos os republicanos de sua pátria.”
No fim da sua vida, D. Pedro II, que já houvera perdido a esposa, que estava abandonado, esquecido, num modesto quarto de hotel, longe da pátria e dos amigos protegidos pelo boníssimo monarca. Mas tudo isso não conseguia “turva-lhe a majestática serenidade de ânimo” e apenas levou-o a mandar buscar do Brasil um caixotinho de terra, talvez da mesma terra da sua vivenda em Petrópolis; só a uns dois ou três amigos íntimos revelou o motivo daquela encomenda, que era: repousar a cabeça depois de morto! Sendo este o conteúdo do seu belíssimo e perfeito soneto: Terra do Brasil.
Depois, alquebrado pela moléstia e pela velhice, expulso da pátria como um réprobo, privado de tudo quanto amava, no modestíssimo Hotel Bedford, à rua de l’Arcade, 17, em paris, faleceu o ex-imperador do Brasil a 5 de dezembro de 1891. Suas derradeiras palavras foram estas:
“Nunca me esqueci do Brasil. Morro pensando nele. Deus o proteja.”

Fonte:
  1. Livro – Brasil, Coração do Mundo – Pátria do Evangelho. Pelo espírito Humberto de Campos. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
  2. Livro – Chico Xavier D. Pedro II e o Brasil. De Walter José Faé


quinta-feira, 20 de abril de 2017

TRÍPLICE ASPECTO DA DOUTRINA ESPÍRITA


TRÍPLICE ASPECTO DA DOUTRINA ESPÍRITA
CONCEITUANDO:
Ciência: "conjunto organizado de conhecimentos relativos a um determinado objeto, especialmente os obtidos mediante a observação, a experiência dos fatos e um método próprio. Soma de conhecimentos práticos que servem a um determinado fim".
Filosofia: "(do grego philosophía, "amor à sabedoria"). Estudo que se caracteriza pela intenção de ampliar incessantemente a compreensão da realidade, no sentido de apreendê-la na sua totalidade, quer pela busca da realidade capaz de abranger todas as outras, (...), quer pela definição do instrumento capaz de apreender a realidade, o pensamento, tornando-se o homem tema inevitável de consideração."
Religião: "Crença na existência de uma força ou forças sobrenaturais, considerada(s) como criadora(s) do universo, e que, como tal, deve(m) ser adorada(s) e obedecida(s).  Qualquer filiação a um sistema específico de pensamento ou crença que envolve uma posição filosófica, ética, metafísica, etc. Modo de pensar ou agir, princípios."
ESPIRITISMO: CIÊNCIA, FILOSOFIA E RELIGIÃO.
O Espiritismo, na sua feição de Consolador prometido pelo Cristo, apresenta três aspectos diferentes:  Ciência, Filosofia e Religião.
O Espiritismo é Ciência
O Espiritismo é ciência porque estuda, à luz da razão e de pesquisas específicas, os fenômenos mediúnicos, isto é, os fenômenos provocados pelos espíritos e que são fatos naturais. Não existe o sobrenatural; todos os fenômenos, mesmo os mais estranhos, têm explicação científica.  Sintetizando, Kardec afirma: o Espiritismo é uma ciência que trata da natureza, da origem e do destino dos espíritos, e de suas relações com o mundo corpóreo.
O Espiritismo é Filosofia
O Espiritismo é uma filosofia porque dá uma coerente  e exata interpretação da vida.  Toda filosofia gera uma ética.  Sua força está na sua filosofia, no apelo que dirige à razão, ao bom senso.
Como filosofia, o Espiritismo compreende todas as consequências morais que dimanam das relações que se estabelecem entre nós e os espíritos.
O Espiritismo é Religião
O Espiritismo é religião porque ele tem por fim a transformação moral do homem, retomando os ensinamentos de Jesus Cristo, para que sejam aplicados na vida diária de cada pessoa. Revive o Cristianismo na sua verdadeira expressão de amor e caridade.
Segundo Emmanuel, "a ciência, a filosofia e a religião constituem o triângulo sublime sobre o qual a doutrina do Espiritismo assenta as próprias bases, preparando a humanidade do presente para a vitória do AMOR."
O Espiritismo pode, então, ser simbolizado como um triângulo de forças espirituais, em que a ciência e a filosofia vinculam à Terra o triângulo, constituindo-se um campo nobre de investigações humanas, visando o aperfeiçoamento da humanidade.  A religião é o ângulo divino que liga ao céu, edificando e iluminando os sentimentos.
O ESPIRITISMO É FILOSOFIA
Toda doutrina que dá uma interpretação à vida, uma concepção própria do mundo, é uma filosofia. Neste aspecto, enquadra-se o estudo dos problemas da origem e destinação dos homens, bem como a existência de uma Suprema Inteligência, causa primeira de todas as coisas.
O Espiritismo é uma filosofia porque, a partir dos fenômenos espirituais e dos fatos, dá uma interpretação da vida, explicando o porquê das dores, dos sofrimentos e das desigualdades entre as criaturas, e elucida as questões fundamentais da existência.  Para todo efeito existe uma causa e esta causa pode estar nesta ou em vidas anteriores.
A Doutrina dos Espíritos nos fala que:
ü    Deus é a Inteligência Suprema, causa primeira de todas as coisas.
ü    Deus é o criador da matéria, que constitui os mundos, e dos espíritos, que são os seres que povoam o Universo, e que são perfectíveis por sua natureza.
ü    O espírito, propriamente dito, é o princípio inteligente; sua natureza íntima nos é desconhecida; para nós ele é imaterial porque não tem nenhuma analogia com o que chamamos matéria.
ü    Os espíritos são seres individuais, têm um envoltório etéreo, imponderável, chamado perispírito, espécie de corpo fluídico, semelhante a forma humana, e povoam o espaço constituindo o mundo invisível.
ü    Os espíritos revestem-se temporariamente de um corpo material.
ü    A encarnação é necessária ao desenvolvimento moral e intelectual do espírito e para a realização das Obras de Deus.
ü    O aperfeiçoamento do espírito é o fruto de seu próprio trabalho, não podendo, em uma única existência corpórea, adquirir todas as qualidades morais e intelectuais que devem conduzi-lo ao objetivo, que é o progresso.
ü    A vida espiritual é a vida normal do espírito: ela é eterna; a vida corpórea é transitória e passageira: é apenas um instante na eternidade.
ü    Em consequência de seu livre-arbítrio, uns tomam o caminho mais curto, que é o do bem, outros o mais longo, que é o do mal.
ü    Deus não criou o mal; estabeleceu leis, e essas leis são sempre boas, porque ele é soberanamente bom; aquele que as observasse fielmente seria perfeitamente feliz, mas os espíritos, tendo seu livre-arbítrio, nem sempre as observam, e o mal veio de sua desobediência.
ü    Deus, sendo soberanamente bom e justo, não condena suas criaturas a castigos perpétuos pelas faltas temporárias; oferecem-lhes, em qualquer ocasião, meios de progredir e reparar o mal que elas praticaram.
ü    Os espíritos, encarnando-se, trazem com eles o que adquiriram em suas existências precedentes; é a razão pela qual os homens mostram instintivamente aptidões especiais, inclinações boas ou más, que lhes parecem inatas.
ü    O esquecimento das existências anteriores é uma graça de Deus que, em sua bondade, quis poupar ao homem lembranças frequentemente penosas.
ü    Em suas encarnações sucessivas, o espírito, sendo pouco a pouco despojado de suas impurezas e aperfeiçoado pelo trabalho, chega ao termo de suas existências corpóreas. Pertence, então, à ordem dos espíritos puros.
O ESPIRITISMO É CIÊNCIA
O Espiritismo pode ser definido como uma ciência que trata da natureza, origem e destino dos espíritos, bem como de suas relações com o mundo corporal.
O Espiritismo é uma ciência de observação, e não o produto da imaginação. Os espíritos não vieram nos dizer que havia pessoas que morriam e continuavam se sentindo vivas, mas provocaram a manifestação dos espíritos dessas pessoas, para que fossem observadas e analisadas.  Desta forma surgiu a teoria.
As ciências não fizeram progressos sérios senão depois que os seus estudos se basearam no método experimental. Acreditava-se que esse método só poderia ser aplicado à matéria, mas o é também às coisas metafísicas.
O Espiritismo procede da mesma maneira que as ciências positivas, isto é, aplica o método experimental.  Fatos novos que se apresentam que não podem ser explicados pelas leias conhecidas, são observados, comparados, analisados e, partindo dos efeitos às causas, chega-se a lei que os rege; depois as consequências são deduzidas e buscam-se as aplicações úteis.  Todos os princípios da Doutrina Espírita foram deduzidos por este método.  Nenhuma teoria foi preconcebida.
O Espiritismo demonstra experimentalmente a existência da alma e a imortalidade, principalmente através do intercâmbio mediúnico entre os encarnados e os desencarnados; entre o plano físico e o plano espiritual. O conhecimento de um não pode ser completo sem o conhecimento do outro, eles se complementam.
Se o Espiritismo tivesse aparecido antes das descobertas científicas teria sido abortado, como tudo que vem antes do tempo.  A ciência do mundo, se não deseja continuar no papel de comparsa da tirania e da destruição, tem absoluta necessidade do Espiritismo, cuja finalidade divina é a iluminação dos sentimentos, na sagrada melhoria das características morais do homem. (Gênese).
ESPIRITISMO É RELIGIÃO
O Espiritismo é  religião porque tem por finalidade a transformação moral do homem, retomando os ensinamento do Cristo, para que sejam aplicados na vida diária de cada pessoa.  Revive o Cristianismo na sua verdadeira expressão de AMOR e CARIDADE, religando a criatura à sua origem divina.
Não promove culto material, não têm rituais nem cerimônias; não possui símbolos, velas, roupas ou aparatos especiais, não admite o culto de imagens, não possui sacerdotes ou ministros.
Não admite rotulações diversas, tais quais: "Espiritismo de Umbanda", "Espiritismo de Mesa Branca" ou "Espiritismo Kardecista". Trata-se apenas de "Espiritismo", que é baseado na Codificação Espírita.
Explica ao homem que ele é um espírito livre em evolução, responsável direto pelos seus atos, e, portanto, pelas suas conquistas ou fracassos.
A Fé espírita é a fé racionada e coloca a CARIDADE o AMOR como condições básicas para a evolução do espírito, independente do credo praticado. Por esta razão, não diz "Fora do Espiritismo não há salvação" e sim "Fora da caridade não há salvação".
A caridade é a maior das virtudes, porque proporciona ao homem colocar em prática o mandamento essencial: "Amar ao próximo como a si mesmo".
A caridade abrange três requisitos essenciais:
Ø     Benevolência para com todos;
Ø     Indulgência  para com as faltas do próximo;
Ø     Perdão às ofensas alheias.
 Referencias bibliográficas:
O que é o Espiritismo
A Gênese
Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa

quarta-feira, 19 de abril de 2017

PARÁBOLA DO SEMEADOR


  A PARÁBOLA DO SEMEADOR
(Mateus: capítulo XIII, versículos 1 a 9, e 18, a 23)

Um semeador, como fazia todos os dias, saiu de casa e se dirigiu ao seu campo para nele semear os grãos de trigo que possuía, honrando a Deus com seu trabalho honesto.
Começou a semeadura. Enquanto lançava as sementes ao campo, algumas caíram no caminho, na pequena estrada que ficava no meio da seara.
Você sabe que os passarinhos costumam acompanhar os semeadores ao campo, para comer as sementes que caem ao chão?
Pois, isso aconteceu em nossa história. Alguns grãos caíram à beira da estrada, e os passarinhos, rápidos, desceram e os comeram.
O semeador, porém, continuou semeando. Outras sementes caíram num lugar pedregoso. Havia ali muitas pedras e pouca terra. As sementes nasceram logo naquele solo, que não era profundo. O trigo cresceu depressa, mas, vindo o sol forte, foi queimado; e como suas raízes não cresceram por causa das pedras, murchou e morreu.
Outros grãos caíram num pedaço do campo onde havia muitos espinheiros. Quando o trigo cresceu, foi sufocado pelos espinhos e também morreu.
Uma última parte das sementes caiu numa terra boa e preparada, longe dos pedregulhos e das sarças.
E o trigo ali semeado deu uma colheita farta. Cada grão produziu outros cem, outros sessenta ou outros trinta...
*
O próprio Jesus explicou a Seus discípulos a Parábola do Semeador.
As nossas almas, filhinho, são comparáveis aos quatro terrenos da história: “o terreno do caminho”, “o solo cheio de pedras”, a terra cheia de espinheiros e o terreno lavrado e bom Jesus é o Divino Semeador. A semente é a Sua Palavra de bondade e de sabedoria. E os diversos terrenos são os nossos corações, os nossos Espíritos, onde Ele semeia Seus ensinamentos, cheio de bondade para conosco.
E como procedemos para com Jesus? Como respondemos à Sua bondade?
O modo como damos resposta ao amor cuidadoso do Divino Mestre é que nos classifica espiritualmente, isto é, mostra que espécie de terreno existe em nossa alma. Cada coração humano é uma espécie de terra, um dos quatro solos da parábola.
Vejamos, então, filhinho:
Quando alguém ouve a palavra do Evangelho e não procura compreendê-la, nem lhe dá valor, aparecem as forças do mal (os Espíritos maldosos, desencarnados ou encarnados) e arrebatam o que foi semeado no seu coração, tais como os passarinhos comeram as sementes...
E sabe de que modo?
Fazendo com que a alma esqueça o que ouviu, dando outros pensamentos à pessoa, fazendo com que ela se desinteresse das coisas espirituais. E a alma fica indiferente aos ensinamentos divinos. O coração dessa pessoa é semelhante ao “terreno do caminho”, onde a semente não chegou a penetrar. Um exemplo desse terreno é a criança que não presta atenção às aulas de Evangelho, ficando distraída durante as explicações. Ou ainda, a criança que não gosta de ler os livrinhos que ensinam o caminho de Jesus...
E o segundo terreno, o pedregoso?
Esse terreno é a imagem da pessoa que recebe os ensinos de Jesus com muita alegria. São exemplos as pessoas entusiasmadas com o serviço cristão, ou as crianças animadas nas escolas de Evangelho, mas cuja animação dura pouco. Quando surgem as zombarias, as perseguições ou os sofrimentos, a alma, que é inconstante, abandona o caminho do Evangelho. Um exemplo para você, filhinho: uma criança está frequentando as aulas de Moral Cristã numa Escola Espírita. Está aprendendo os mandamentos divinos, os ensinos de Cristo, o caminho do bem, da pureza, da honestidade. Está muito contente com o que está estudando. Sente-se animada e feliz. Um dia, aparece um colega do colégio ou da vizinhança, dizendo que o “Espiritismo é obra do demônio”, que “os que frequentam aulas de Evangelho nas escolas Espíritas ficam loucos e vão para o inferno”. E zomba dele sempre que o encontra e lhe põe apelidos humilhantes. O nosso amiguinho não tem ainda firmeza de fé. Tem medo das zombarias dos colegas e dos vizinhos, que dizem que “somente sua religião é verdadeira” e lhe mandam “receber Espíritos na rua”. Amedrontado pela perseguição e pelos motejos, o nosso irmãozinho deixa a Escola de Evangelho, onde estava começando a compreender a beleza do ensino de Jesus e as bênçãos do Espiritismo Cristão. Esse menino tinha o coração semelhante ao “terreno cheio de pedras”, onde a planta da verdade não pôde crescer e frutificar.
O terceiro solo é a “terra cheia de espinheiros”. É o caso das pessoas que recebem a palavra do Evangelho, mas, depois abandonam o caminho cristão por causa das grandezas falsas do mundo e da sedução das riquezas. Ouviram o Evangelho, mas se interessaram mais pelos negócios, pelos lucros, pelas vaidades da vida, pelo cuidado exclusivo das coisas da terra.
Há também, no mundo das crianças, exemplos desse terreno. São as crianças que conheceram, às vezes desde pequeninas, os ensinos de Jesus, mas, depois de crescidas, preferiram os maus companheiros, as crianças sem Deus, e passaram a interessarem-se somente pelos problemas de dinheiro ou de modas, pelos ídolos do cinema ou do futebol.
Não querem mais nem Jesus, nem lições de Evangelho. Só pensam em automóveis de luxo, sonham com caminhões, imaginam-se ricos “quando crescerem”... A princípio, sabiam repartir com os pobres o seu dinheirinho, porém, agora só pensam em juntá-lo: a caridade morreu nos seus corações.
O mundo, com suas riquezas falsas (que terminam com a morte), seduziu suas almas e sufocou a plantinha de Deus em seus espíritos. Trocaram Jesus pelos sonhos e ambições de carros de luxo, de figurinos, de roupas elegantes, de campos de esporte, de concursos de beleza, de grandezas sociais... A plantinha de Deus foi sufocada pelos espinhos do egoísmo e das ilusões da vida material. E morreu...
O quarto terreno, a terra lavrada e boa, é o símbolo do coração que escuta o Evangelho, procurando compreendê-lo e praticá-lo na vida. E a alma que estuda a palavra do Senhor, percebendo que está neste mundo para aprender a Verdade e o Bem. E, assim, dá frutos de bondade e eleva-se para Deus.
 Abandona seus vícios e maus hábitos, dedicando-se à prática das virtudes, guardando a fé no coração, socorrendo carinhosamente os necessitados e sofredores e buscando os conselhos de Deus no Evangelho de Cristo.
O coração de uma criança verdadeiramente cristã é o bom terreno da parábola: cada semente de Jesus se transforma em trinta, sessenta ou cem bênçãos de bondade, de fé e de auxílio ao próximo. O coração dessa criança deseja conhecer sempre mais e melhor os ensinos cristãos. E se esforça sinceramente para fazer a Vontade Divina: amar e perdoar, crer e ajudar, aprender e servir.
Filhinho, aí está a Parábola do Semeador. Medite nela. Que você, guardando a humildade de coração, se esforce para ser, se ainda não o é, o bom terreno, que recebe os grãos de luz do Divino Semeador e dá muitos frutos de sabedoria e bondade.



Livro: HISTÓRIAS QUE JESUS CONTOU / CLÓVIS TAVARES

terça-feira, 11 de abril de 2017

SUA FREQUÊNCIA VIBRACIONAL


SUA FREQUÊNCIA VIBRACIONAL

1.      Os Pensamentos
a. Todo pensamento que você possui emite uma frequência para o Universo e essa frequência retorna para a origem, no caso, você! Então se você tem pensamentos negativos, de desânimo, tristeza, raiva, medo, isso tudo vai voltar para você. Por isso é tão importante que você cuide da qualidade dos seus pensamentos e aprenda a cultivar pensamentos mais positivos.
2.      As Companhias
a.  As pessoas que estão a sua volta influenciam diretamente na sua frequência vibracional. Se você está ao lado de pessoas alegres, determinadas, você também entrará nessa vibração, agora se você se cerca de pessoas reclamonas, fofoqueiras e pessimistas, tome cuidado! Pois elas podem estar diminuindo a sua frequência e como consequência te impedindo de fazer a lei da atração funcionar a seu favor.
3.      As Músicas
a.   Músicas são poderosíssimas. Se você só escuta músicas que falam de morte, traição, tristeza, abandono, isso tudo vai interferir naquilo que você vibra. Preste atenção na letra das músicas que você escuta, elas podem estar diminuindo a sua frequência vibracional. E lembre-se: você atrai para sua vida exatamente aquilo que você vibra.
4.      Coisas que você Assiste
a.  Quando você assiste programas que abordam desgraças, mortes, traições, etc. seu cérebro  aceita aquilo como uma realidade e libera toda uma química no seu corpo, fazendo com que sua frequência vibracional seja afetada. Assista coisas que te façam bem e te ajudem a vibrar numa frequência mais elevada.   
5.      O Ambiente
a.  Seja na sua casa ou no seu trabalho, se você passa grande parte do tempo num ambiente desorganizado, sujo, feio, isso também afetará a sua frequência. Melhore o que está a sua volta, organize e limpe o seu ambiente. Mostre ao Universo que você está apto a receber muito mais. Cuide do que você já tem!
6.      A Fala
a.  Se você reclama ou fala mal das coisas e das pessoas, isso afeta a sua frequência vibracional. Para você manter a sua frequência elevada é fundamental que você elimine o hábito de reclamar e de falar mal dos outros. Então evite fazer dramas e se vitimar. Assuma a Responsabilidade pelas Escolhas da sua Vida!
7.             A Gratidão
a.   A Gratidão afeta positivamente a sua frequência vibracional, esse é um hábito que você deveria incorporar agora mesmo na sua vida. Comece a agradecer por tudo, pelas coisas boas e ruins, por todas as  experiências que você já vivenciou. A gratidão abre as portas para que as coisas boas fluam positivamente na sua vida. Você já agradeceu hoje?
Alegria. Alegria com atitudes e ações positiva!
SEMPRE!


segunda-feira, 3 de abril de 2017

PERSEGUIDOS

  PERSEGUIDOS
Batido no ideal de bem fazer, desculpa e avança à frente.
Açoitado no coração, enxuga as lágrimas e segue adiante.
A indulgência é a vitória da vítima e o olvido de todo mal é a resposta do justo.
Acúleos despontam no corpo da haste verde, mas a rosa, em silêncio, floresce, triunfante, por cima deles, enviando perfume ao céu.
Sombras da noite envolvem a paisagem terrestre na escuridão do nadir; todavia, o Sol, sem palavras, expulsa as trevas, cada manhã, recuperando-a para a alegria da luz.
Lembra-te dos perseguidos sem causa, que se refugiaram na paz da consciência, em todas as épocas.
Sócrates bebe a cicuta que lhe impõem à boca; entretanto, ergue-se à culminância da filosofia.
Estevão morre sob pedradas, abrindo caminho a três séculos de flagelação contra o Cristianismo nascente; contudo, faz-se o padrão do heroísmo e da resistência dos mártires que transformam o mundo.
Gutenberg é processado como devedor relapso, mas cria a imprensa, desfazendo o nevoeiro medieval.
Jan Hus é queimado vivo, mas imprime novos rumos à fé.
Colombo expira abandonado numa enxerga em Valladolid; no entanto, levanta-se, para sempre, na memória da América.
Galileu, preso e humilhado, desvenda ao homem nova contemplação do Universo.
Lutero, vilipendiado, ressuscita as letras do Evangelho.
Giordano Bruno, atravessando pavoroso suplício, traça mais altos rumos ao pensamento.
Lincoln tomba assassinado, mas extingue o cativeiro no clima de sua pátria.
Pasteur é ironizado pela maioria de seus contemporâneos; no entanto, renova os métodos da ciência e converte-se em benfeitor de todos os povos.
E, ainda ontem, Gandhi cai sob golpe homicida, mas consagra o princípio de não violência.
Entre os perseguidores, contam-se os obsidiados, os intemperantes, os depravados, os infelizes, os caluniadores, os calculistas e os criminosos, que descem pelas torrentes do remorso para a necessária refundição mental nos alambiques do tempo, mas, entre os perseguidos sem razão, enumeram-se quase todos aqueles que lançam nova luz sobre as rotas da vida.
É por isso que Jesus, o Divino Governador da Terra, preferiu alinhar-se entre os escarnecidos e injuriados, aceitando a morte na cruz, de maneira a estender a glória do amor puro e a força do perdão, para que se aprimore a Humanidade inteira.



Livro Religião dos Espíritos, ditado pelo Espírito Emmanuel, psicografia de  Francisco C. Xavier.

sábado, 1 de abril de 2017

A MISÉRIA HUMANA E AS CAUSAS


  E AS CAUSAS
Muitos se admiram de que na Terra haja tanta maldade e tantas paixões Grosseiras, tantas misérias e enfermidades de toda natureza, e daí concluem que a espécie humana bem triste coisa é. Provém esse juízo do acanhado ponto de vista cm que se colocam os que o emitem e que lhes dá uma falsa ideia do conjunto. Deve-se considerar que na Terra não está a Humanidade toda, mas apenas uma pequena fração da Humanidade. Com efeito, a espécie humana abrange todos os seres dotados de razão que povoam os inúmeros orbes do Universo.
Ora, que é a população da Terra, em face da população total desses mundos?
Muito menos que a de uma aldeia, em confronto com a de um grande império. A situação material e moral da Humanidade terrena nada tem que espante, desde que se leve em conta a destinação da Terra e a natureza dos que a habitam.
Faria dos habitantes de uma grande cidade falsíssima ideia quem os julgasse pela população dos seus quarteirões mais íntimos e sórdidos. Num hospital, ninguém vê senão doentes e estropiados; numa penitenciária, veem-se reunidas todas as torpezas, todos os vícios; nas regiões insalubres, os habitantes, em sua maioria são pálidos, franzinos e enfermiços.
Pois bem; figure-se a Terra como:
·         Um subúrbio,
·         Um hospital,
·         Uma penitenciaria,
·         Um sítio malsão.
E ela é simultaneamente tudo isso, e compreender-se-á por que as aflições sobrelevam aos gozos, porquanto não se mandam para o hospital os que se acham com saúde, nem para as casas de correção os que nenhum mal praticaram; nem os hospitais e as casas de correção se pode ter por lugares de deleite.
Ora, assim como, numa cidade, a população não se encontra toda nos hospitais ou nas prisões, também na Terra não está a Humanidade inteira.
E, do mesmo modo que do hospital saem os que se curaram e da prisão os que cumpriram suas penas, o homem deixa a Ferra, quando está curado de suas enfermidades morais.



Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Kardec, Editora Lake – Livraria e Editora Allan Kardec, Cap. 3 itens 6 e 7

DIFERENTES CATEGORIAS DE MUNDOS


DIFERENTES CATEGORIAS DE MUNDOS

Do ensino dado pelos Espíritos, resulta que muito diferentes umas das outras são as condições dos mundos, quanto ao grau de adiantamento ou de inferioridade dos seus habitantes.
Entre eles há-os em que estes últimos são ainda inferiores aos da Terra, física e moralmente; outros, da mesma categoria que o nosso; e outros que lhe são mais ou menos superiores a todos os respeitos.
Nos mundos inferiores, a existência é toda material, reinam soberanas as paixões, sendo quase nula a vida moral. À medida que esta se desenvolve, diminui a influência da matéria, de tal maneira que, nos mundos mais adiantados, a vida é, por assim dizer, toda espiritual.
Nos mundos intermédios, misturam-se o bem e o mal, predominando um ou outro, segundo o grau de adiantamento da maioria dos que os habitam. Embora se não possa fazer dos diversos mundos, uma classificação absoluta, pode-se, contudo, em virtude do estado em que se acham e da destinação que trazem, tomando por base os matizes mais salientes, dividi-los como segue:
·         Mundos primitivos, destinados às primeiras encarnações da alma humana;
·         Mundos de expiação e provas, onde domina o mal;
·         Mundos de regeneração, nos quais as almas que ainda têm o que expiar haure novas forças, repousando das fadigas da luta;
·         Mundos ditosos, onde o bem sobrepuja o mal;
·         Mundos celestes ou divinos, habitações de Espíritos depurados, onde exclusivamente reina o bem.
o    A Terra pertence à categoria dos mundos de expiação e provas, razão por que aí vive o homem a braços com tantas misérias.
Os Espíritos que encarnam em um mundo não se acham a ele presos indefinidamente, nem nele atravessam todas as fases do progresso que lhes cumpre realizar, para atingir a perfeição. Quando, em um mundo, eles alcançam o grau de adiantamento que esse mundo comporta, passam para outro mais adiantado, e assim por diante, até que cheguem ao estado de puros Espíritos.
São outras tantas estações, em cada uma das quais se lhes deparam elementos de progresso apropriados ao adiantamento que já conquistaram.
É-lhes uma recompensa ascenderem a um mundo de ordem mais elevada, como é um castigo o prolongarem a sua permanência em um mundo desgraçado, ou serem relegados para outro ainda mais infeliz do que aquele a que se veem impedidos de voltar quando se obstinaram no mal.



Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Kardec, Editora Lake – Livraria e Editora Allan Kardec, Cap. 3 itens 3, 4 e 5

PARABÉNS Chico Xavier



sexta-feira, 10 de março de 2017

sábado, 25 de fevereiro de 2017

O PAPEL DO ESPIRITISMO NA RENOVAÇÃO SOCIAL


O PAPEL DO ESPIRITISMO NA RENOVAÇÃO SOCIAL

Uma questão desde logo se apresenta:
Qual o papel do Espiritismo nesse processo de transformação social da humanidade?
Duas colocações de Kardec são fundamentais para chegarmos a uma resposta.
1)     Na primeira, Kardec afirma:
a.     “Por meio do Espiritismo, a Humanidade tem que entrar numa nova fase, a do progresso moral que lhe é consequência inevitável.”
2)     E, na segunda:
a.     "O Espiritismo não cria a renovação social; a madureza da Humanidade é que fará dessa renovação uma necessidade. Pelo seu poder moralizador, por suas tendências progressistas, pela amplitude de suas vistas, pela generalidade das questões que abrange, o Espiritismo é mais apto, do que qualquer outra doutrina, a secundar o movimento de regeneração; por isso, é ele contemporâneo desse movimento."
Não há uma contradição entre elas. Seria ingenuidade pensarmos que toda a humanidade se tornaria espírita ou se apropriaria do Espiritismo e, a partir daí, mudaria seus paradigmas de vida, operando-se a tão sonhada renovação social. Obviamente, entendemos que não foi a isso que Kardec se referiu. Ele atribui esse processo de mudança a “madureza da humanidade”, ou seja, a um estágio de superação da adolescência. Partindo da teoria espírita da evolução, Kardec nos autoriza a fazermos uma analogia entre o desenvolvimento do indivíduo e o da sociedade global.
Assim como o crescimento individual se opera por fases (infância-adolescência-madureza), também a humanidade conquistaria sua maturidade passando, inicialmente, por outros estágios. Mas Kardec alude que o Espiritismo é “contemporâneo” a essa “transição” e, portanto, possui condições apropriadas para “secundar” (ajudar, auxiliar) esse processo.
Por que o Espiritismo está apto a auxiliar nessa mudança?
É bom lembrarmos que o Espiritismo não se reduz a um simples discurso religioso, mas possui uma sólida base teórica que compreende: uma ciência de observação, uma filosofia otimista e, portanto, uma religião com base na fé racional, retomando a essência do pensamento cristão.
Por isso, Kardec justifica, através de quatro fatores, que a Doutrina Espírita contribui para o melhoramento da humanidade:
a)     Poder moralizador – Estimula pelo esclarecimento, o despertar de uma consciência muito mais lúcida e comprometida com os valores nobres da vida, tornando mais compreensível, para o ser humano, a necessidade de exercitar o princípio do: “Faça aos outros, tudo o que gostaria que os outros vos fizesse”;
b)    Tendências progressistas – O Espiritismo acompanha o desenvolvimento da ciência, e aproveita toda a contribuição que esta lhe ofereça;
c)     Amplitude de ideias – Oferece uma cosmovisão da vida, na medida em que associa: ciência, filosofia e religião;
d)    Generalidade das questões que abrange – Estuda o mundo físico e o mundo espiritual, portanto, faz a confluência entre o físico e o metafísico, o corpo e o espírito, o individual e o coletivo.
Mas Kardec tem o cuidado, compreendendo a complexidade desse processo, de afirmar que:
"Fora presumir demais de a natureza humana supor que ela possa transformar-se de súbito, por efeito das ideias espíritas. A ação que estas exercem não é certamente idêntica, nem do mesmo grau, em todos os que as professa. Mas, o resultado dessa ação, qualquer que seja, ainda que extremamente fraco, representa sempre uma melhora."
Se o conhecimento espírita oferece valiosos elementos para auxiliar o aperfeiçoamento dos indivíduos, também é verdade, que esse é um processo pessoal e que cada um possui seu ritmo próprio. As crises, os conflitos, as angústias e sofrimentos, também possuem o papel de estimular essas renovações. Essa mudança é naturalmente lenta, pois sedimentada numa nova ética comportamental. Sobre isso, Léon Denis foi enfático ao considerar:
“A influência do Espiritismo no progresso da sociedade se processa, não no estímulo à luta de classe, mas no campo íntimo, ampliando os horizontes sobre a natureza humana e sua destinação.”
É comum pensar-se que as mudanças sociais se operam, tão somente, por revoluções, decretos políticos, ou por abalos apocalípticos. O Espiritismo, no entanto, coloca o sujeito no centro dessa questão, atribuindo-lhe a responsabilidade por aperfeiçoar seus impulsos e desejos. Atuando na sociedade onde se insere, o espírita oferecerá os exemplos possíveis, de ação solidária, fraterna, honestidade e justiça, sem se isolar ou deixar de ser jovial.
Ensinam os espíritos que cada um, da sua forma, poderá amadurecer – dentro de si – esse novo mundo, com o qual todos sonham. Certamente, um aspecto determinante de toda essa problemática, ocorre a partir das mudanças psíquicas na vida mental dos indivíduos. Evidentemente, temos os complicadores sociais, como o fator cultural, as estruturas mentais da sociedade que influenciam a família e a educação.
Apesar do pessimismo filosófico, que de certa forma tem sido característico da cultura Ocidental contemporânea, a perfectibilidade faz parte do espírito humano. O filósofo Jacques Julliard, tratando sobre o progresso escreveu: “Mas, sobretudo, não ousamos imaginar um progresso moral da humanidade repousando sobre uma melhoria das condições de existência.”
O progresso não é uma mera teoria criada na modernidade, mas, uma lei inexorável da vida.
Ao concluir o último capítulo de A Gênese, Allan Kardec praticamente de forma conclusiva, escreve:
A regeneração da humanidade, portanto, não exige absolutamente a renovação integral dos Espíritos; basta uma modificação em suas disposições morais. Essa modificação se opera em todos quantos lhe estão pré-dispostos, desde que sejam subtraídos à influência perniciosa do mundo.
Em tempos de crise de paradigmas, de fragilização de valores afirmativos da existência, de inquietudes e incertezas do mundo pós-globalizado, o texto kardequiano apresenta um enorme potencial filosófico, de referência sempre atual, para pensarmos em alternativas viáveis ao melhoramento da humanidade.
Evidentemente, Kardec não se referia a uma moral religiosa, caracterizada pelo artificialismo. Uma conduta artificial não renova ninguém, cria uma máscara temporária, para dar a impressão de pureza. Os apelos do mundo aí estão, fazem parte de nosso cotidiano, mas caberá a cada um delimitar o uso de sua liberdade.
Tudo posso; mas nem tudo me convém!
O equilíbrio interior é, certamente, o imperativo do progresso ético-espiritual do homem contemporâneo.
Hoje, parece óbvio que a saída para resolvermos os conflitos do espaço humano e social requer que busquemos outro caminho.
Esse “outro” caminho não é simples, pois exige trabalho e determinação.
Não se trata de uma revolução social, impositiva, mas de uma “revolução individual” com base na consciência de que não estamos no mundo por um mero fatalismo biológico e que, portanto, necessitamos compartilhar uma ética do cuidado, comprometida com as Leis Morais da vida, orientadoras, em última instância, desse grande processo de renovação.

REFERÊNCIAS POR ORDEM DE CITAÇÃO NO TEXTO
·         KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Conclusão V.
·         KARDEC, Allan. A Gênese. Cap. XVIII – São chegados os tempos. Item 25..
·         KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Conclusão VII.
·         DENIS. Léon. Socialismo e Espiritismo. 2ª ed. Matão-SP: Casa Editora O Clarim, 1987.
·         JULLIARD, Jacques. Progresso. In. Café Philo: As grandes indagações da filosofia. Trad. Procópio Abreu. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1999. P. 107-111.
·         KARDEC, Allan. A Gênese. Cap. XVIII, item. 33.