quinta-feira, 14 de março de 2019

AMOR E INTERAÇÃO


AMOR E INTERAÇÃO[1]

Passo a passo, o amor vai produzindo interação entre aquele que ama e todos quantos são amados.
Quando o amor é pleno, interage com tudo e com todos.
Modifica o ambiente em que se apresenta e transforma o mundo, porque a sua óptica é correta, sem as distorções que caracterizam os tormentos humanos.
Até que alcance esse nível de elevação, transita por diversas fases de desenvolvimento e de fixação emocional.
A princípio, é temeroso, embora a ambição de crescimento; se expressa com excessivo cuidado, evitando qualquer constrangimento; limita-se a grandes silêncios, por insegurança de expandir-se verbalmente; disfarça-se em outras expressões, a fim de não ser incompreendido. Somente com os instrumentos da perseverança e da certeza da sua vitória, expande-se e avança galhardamente, ganhando espaço.
Não mais se preocupa com aquilo que as pessoas pensam, mas se tranquiliza pelo que proporciona de agradável e compensador a benefício geral.
Reconhece que, se não conseguir modificar as pessoas amadas, o que também dependerá delas mesmas, auxiliá-las-á a sentir-se compreendidas e envolvidas pela ternura, o que lhes corresponderá a estímulos especiais para que se transformem para melhor.
Passo a passo, vai produzindo interação entre aquele que ama e todos quantos são amados.
Vínculos especiais de confiança e consideração se estabelecem, evitando-se os atritos de opinião, as agressões no comportamento, as tricas e maledicências habituais, porque todos sabem que os melhores recursos para uma convivência feliz são o diálogo e o respeito que se devem dedicar ao próximo, a fim de que os receba como natural efeito da conduta vivenciada.
Não há por que concluir-se equivocadamente, diante de situações complexas e comprometedoras, quando se pode perguntar, procurando respostas esclarecedoras e oportunidades de retificação do que não se encontre conforme deveria.
Conclui-se que, em favor de uma interação verdadeira, torna-se imperioso aprender a ouvir o outro, a auscultar-lhe os sentimentos, de forma que seja factível a convivência agradável, ou pelo menos respeitosa.
Compreende-se que os desafios que se experimentam não são diferentes daqueles que afetam a outra pessoa, talvez em situação mais melindrosa ou grave.
Somente através de uma introspecção para a autoanálise, poder-se-á descobrir quais os maiores desafios para a convivência correta com o próximo, assim entendendo que ele também enfrenta situação interior equivalente, que lhe impede o avanço fraternal e afetuoso, sobrecarregado de suspeitas, de resíduos emocionais perturbadores e de intuições espirituais negativas.
A visão do ser humano correta é aquela que o abrange também como Espírito que é, em luta contínua contra as marcas que procedem do seu passado, os hábitos doentios que permanecem na sua economia comportamental. Por consequência, as influências psíquicas de que se vê objeto, sejam aquelas que se estabelecem mente a mente encarnadas ou que provêm de inimigos e antipatizantes que deixou na retaguarda da evolução, hoje interessados na sua desdita, em razão do atraso em que se demoram.
A interação, no caso, dar-se-á de maneira especial, através da compaixão, da bondade, da paciência.                                                                                                                                  
Ninguém ascende ao topo da montanha sem antes superar-lhe o sopé.
Na baixada ou no vale em que o indivíduo se situa, a visão do seu todo é impossível, porém, à medida que vão sendo vencidos os primeiros lances, mais coragem e estímulo para o avanço se tornam presentes ante a perspectiva de vislumbrar toda a paisagem.
Ao alcançar-se o acume, o oxigênio é mais puro e o deslumbramento toma conta do vencedor, por conseguir um infinito à sua frente, convidando-o à reflexão, à análise do próprio limite e pequenez.
Assim também é o amor. Nas primeiras experiências, surgem os sentimentos controvertidos, os interesses mesquinhos e habituais, as paixões em predomínio, que se imiscuem dificultando a sua instalação plenificadora.
Frágil, espera a força da retribuição para prosseguir; incipiente, necessita de estímulos para avançar; sem profundidade, pensa em benefícios que ainda não oferece; receoso, aguarda confirmações que não chegam...
Insistindo, porém, modifica a estrutura e passa a expandir-se com naturalidade, porque se vai empolgando com o próprio ato de ser quem ama.
Na primeira fase, porque se encontra com frustrações e irritações, procurando o amor como solução ou fuga para o não enfrentamento da realidade difícil em que se debate claro está que não será dessa forma que o encontrará.
Se, no entanto, reflexiona que esse estado de ansiedade deverá ser resolvido antes, a fim de dar guarida ao sentimento afetivo, modifica-se a situação e surgem as manifestações reais do sentimento a que aspira por interação com o mundo e as suas criaturas.
Uma suave calma se lhe apossa e dúlcida alegria de viver desenha-se-lhe no íntimo, não mais se afligindo com as mesquinharias do cotidiano, nem se permitindo golpear portas e paredes, mesas e móveis outros quando as ocorrências não se lhe apresentam ou resultam agradáveis.
A compreensão dos acontecimentos faz-se diferente e a descoberta de que os problemas devem ser enfrentados conforme surgem e da maneira mais pacificadora, proporciona bem-estar.
Não mais a irritação e o descontrole tomam conta das suas atitudes, por desnecessários, havendo outras manifestações de conduta mais compatíveis com a necessidade de solução dos problemas e dos desafios.
Esse é o primeiro milagre produzido pelo amor: a mudança em torno dos fenômenos humanos e do mundo com real perspectiva em torno do futuro que a todos aguarda.
Logo após, dilata-se a compreensão em torno do estágio que se vive na Terra, facultando maior entendimento em torno das lutas da evolução e dos conflitos gerais.
Descobre-se qual a mais valiosa contribuição que se pode dar em favor da modificação para melhor do que está ocorrendo na atualidade de qualquer tempo.
Conscientizando-se do valor oportuno e grandioso que pode oferecer, mesmo que se apresente de pequena monta, é exatamente esse que irá contribuir em favor da modificação das estruturas gerais da sociedade combalida e aflita.
Naturalmente surge uma interação entre o indivíduo e a comunidade.
Ele se torna elemento de vital importância em favor do bem geral.
O Evangelho de Jesus propõe a todos os indivíduos que são necessários buscar para alcançar, o que equivale dizer que se torna indispensável o esforço que todos devem empreender em favor da procura do bem, da sua instalação no íntimo e da sua interação com a Humanidade.
Nada melhor nem mais poderoso do que o amor para esse desiderato.
Essa busca deverá ser consciente e constante, a fim de poder-se alcançar a meta que se tem em mente e se torna essencial para a existência feliz.


[1] Livro: Garimpo de amor – Ditado pelo Espírito Joana de Angelis, psicografia de Divaldo P. Franco, Edit. LEAL. Todos os grifos, numeração, coloridos, negritos, sublinhados e itálicos: é de autoria da redação do Jornal A FAGULHA, quanto aos nossos estudos destes artigos.

Um comentário:

  1. Não se esquecendo que o amor de Deus, ensinado pelo mestre Jesus é o único caminho, para nossa própria evolução espiritual.

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