PENSAMENTO DO CRIADOR – Identificando o Fluido Elementar ou Hálito
Divino por base mantenedora de todas as associações da forma nos domínios
inumeráveis do Cosmo, do qual conhecemos o elétron como sendo um dos
corpúsculos-base, nas organizações e oscilações da matéria, interpretaremos o
Universo como um todo de forças dinâmicas, expressando o Pensamento do Criador.
E superpondo-se-lhe à grandeza indevassável, encontraremos a matéria mental que
nos é própria, em agitação constante, plasmando as criações temporárias,
adstritas à nossa necessidade de progresso.
No
macrocosmo e no microcosmo, tateamos as manifestações da Eterna Sabedoria que
mobiliza agentes incontáveis para a estruturação de sistemas e formas, em
variedade infinita de graus e fases, e entre o infinitamente pequeno e o
infinitamente grande surge a inteligência humana, dotada igualmente da
faculdade de mentalizar e co-criar, empalmando, para isso, os recursos intrínsecos
à vida ambiente.
Nos
fundamentos da Criação vibra o pensamento imensurável do Criador e sobre esse
plasma divino vibra o pensamento mensurável da criatura, a constituir-se no
vasto oceano de força mental em que os poderes do Espírito se manifestam.
PENSAMENTO DAS CRIATURAS – Do Princípio Elementar, fluindo
incessantemente no campo cósmico, auscultamos, de modo imperfeito, as energias
profundas que produzem eletricidade e magnetismo, sem conseguir enquadrá-las em
exatas definições terrestres, e, da matéria mental dos seres criados, estudamos
o pensamento ou fluxo energético do campo espiritual de cada um deles, a se
graduarem nos mais diversos tipos de onda, desde os raios super-ultra-curtos,
em que se exprimem as legiões angélicas, através de processos ainda
inacessíveis à nossa observação, passando pelas oscilações curtas, médias e
longas em que se exterioriza a mente humana, até às ondas fragmentárias dos
animais, cuja vida psíquica, ainda em germe, somente arroja de si determinados pensamentos
ou raios descontínuos.
Os
Espíritos aperfeiçoados, que conhecemos sob a designação de potências angélicas
do Amor Divino, operam no micro e no macrocosmo, em nome da Sabedoria Excelsa,
formando condições adequadas e multiformes à expansão, sustentação e projeção da
vida, nas variadas esferas da Natureza, no encalço de aquisições celestiais
que, por enquanto, estamos longe de perceber. A mente dos homens, indiretamente
controlada pelo comando superior, interfere no acervo de recursos do Planeta,
em particular, aprimorando-lhe os recursos na direção do plano angélico, e a mente
embrionária dos animais, influenciada pela direção humana, hierarquiza-se em
serviço nas regiões inferiores, da Terra, no rumo das conquistas da Humanidade.
CORPÚSCULOS MENTAIS – Como alicerce vivo de todas as realizações nos planos
físico e extrafísico encontraram o
pensamento por agente essencial. Entretanto, ele ainda é matéria, – a matéria
mental, em que as leis de formação das cargas magnéticas ou dos sistemas
atômicos prevalecem sob novo sentido, compondo o maravilhoso mar de energia
sutil em que todos nos achamos submersos e no qual surpreendemos elementos que
transcendem o sistema periódico dos elementos químicos conhecidos no mundo.
Temos,
ainda aqui, as formações corpusculares, com bases nos sistemas atômicos em
diferentes condições vibratórias, considerando os átomos, tanto no plano
físico, quanto no plano mental, como associações de cargas positivas e
negativas.
Isso
nos compele naturalmente a denominar tais princípios de “núcleos, prótons,
nêutrons, pósitrons, elétrons ou fótons mentais”, em vista da ausência de
terminologia analógica para estruturação mais segura de nossos apontamentos.
Assim é
que o halo vital ou aura de cada
criatura permanece tecido de correntes atômicas sutis dos
pensamentos que lhe são próprios ou habituais, dentro de normas que
correspondem à lei dos “quanta de energia” e aos princípios da mecânica
ondulatória, que lhes imprimem freqüência e cor peculiares.
Essas forças, em constantes movimentos
sincrônicos; ou estado de agitação pelos impulsos da vontade, estabelecem para
cada pessoa uma onda mental própria.
MATÉRIA MENTAL E MATÉRIA FÍSICA – Em posição vulgar, acomodados às
impressões comuns da criatura humana normal, os átomos mentais inteiros, regularmente
excitados, na esfera dos pensamentos, produzirão ondas muito longas ou de simples
sustentação da individualidade, correspondendo à manutenção de calor. Se forem
os elétrons mentais, nas órbitas dos átomos da mesma natureza, a causa da
agitação, em estados menos comuns da mente, quais se iam os de atenção ou
tensão pacífica, em virtude de reflexão ou oração natural, o campo dos
pensamentos exprimir-se-á em ondas de comprimento médio’ ou de aquisição de
experiência, por parte da alma, correspondendo à produção de luz interior. E se
a excitação nasce dos diminutos núcleos atômicos, em situações extraordinárias
da mente, quais sejam as emoções profundas, as dores indizíveis, as laboriosas
e aturadas concentrações de força mental ou as súplicas aflitivas, o domínio
dos pensamentos emitirá raios muito curtos ou de imenso poder transformador do
campo espiritual; teoricamente semelhantes aos que se aproximam dos raios gama.
Assim
considerando, a matéria mental, embora em aspectos fundamentalmente diversos,
obedece a princípios idênticos àqueles que regem as associações atômicas, na
esfera física, demonstrando a divina unidade de plano do Universo.
INDUÇÃO MENTAL – Recorrendo ao “campo” de Einstein, imaginemos a mente
humana no lugar da chama em atividade.
Assim
como a intensidade de influência da chama diminui com a distância do núcleo de
energias em combustão, demonstrando fração cada vez menor, sem nunca atingir a
zero, a corrente mental se espraia, segundo o mesmo princípio, não obstante a
diferença de condições.
Essa
corrente de partículas mentais exterioriza-se de cada Espírito com qualidade de
indução mental, tanto maior quanto mais amplo se lhe evidenciem as faculdades
de concentração e o teor de persistência no rumo dos objetivos que demande.
Tanto
quanto, no domínio da energia elétrica, a indução significa o processo através
do qual um corpo que detenha propriedades eletromagnéticas pode transmiti-las a
outro corpo sem contacto visível, no reino dos poderes mentais a indução
exprime processo idêntico, porquanto a corrente mental é suscetível de
reproduzir as suas próprias peculiaridades em outra corrente mental que se lhe
sintonize. E tanto na eletricidade quanto no mentalismo, o fenômeno obedece à
conjugação de ondas, enquanto perdure a sustentação do fluxo energético.
Compreendemos
assim, perfeitamente, que a matéria mental é o
instrumento sutil da vontade, atuando nas formações da matéria física, gerando
as motivações de prazer ou desgosto, alegria ou dor, otimismo ou desespero, que
não se reduzem efetivamente a abstrações, por representarem turbilhões de força
em que a alma cria os seus próprios estados de mentação indutiva, atraindo para
si mesma os agentes (por enquanto imponderáveis na Terra), de luz
ou sombra, vitória ou derrota, infortúnio ou felicidade.
FORMAS-PENSAMENTOS – Pelos princípios mentais que influenciam em todas as
direções, encontramos a telementação e a reflexão comandando todos os fenômenos
de associação, desde o acasalamento dos insetos até a comunhão dos Espíritos Superiores,
cujo sistema de aglutinação nos é, por agora, defeso ao conhecimento.
Emitindo
uma ideia, passamos a refletir as que se lhe assemelham; idéia essa que para
logo se corporifica, com intensidade correspondente à nossa insistência em
sustentá-la, mantendo-nos, assim espontaneamente em comunicação com todos os
que nos esposem o modo de sentir.
É nessa
projeção de forças, a determinarem o compulsório
intercâmbio com todas as mentes encarnadas ou desencarnadas, que se nos
movimenta o Espírito no mundo das formas-pensamentos, construções substanciais
na esfera da alma, que nos liberam o passo ou no-lo escravizam, na pauta do bem
ou do mal de nossa escolha.
Isso acontece porque, à maneira do
homem que constrói estradas para a sua própria expansão ou que talha algemas
para si mesmo, a mente de cada um, pelas correntes de matéria mental que
exterioriza, eleva-se a gradativa libertação no rumo dos planos superiores ou
estaciona nos planos inferiores, como quem traça vasto labirinto aos próprios
pés.
[1] Fonte: Mecanismos da Mediunidade, Ditado pelo Espírito André Luiz, psicografia
de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira, Editora FEB, Capitulo IV