sexta-feira, 3 de maio de 2019

COMO SOFRES?


COMO SOFRES?[1]


"Mas, se padece como cristão, não se envergonhe, antes glorifique a Deus nesta parte."
Pedro
I PEDRO, 4:16

Não basta sofrer simplesmente para ascender à glória espiritual. Indispensável é saber sofrer, extraindo as bênçãos de luz que a dor oferece ao coração sequioso de paz.
Muita gente padece, mas quantas criaturas se complicam, angustiadamente, por não saberem aproveitar as provas retificadoras e santificantes?
Vemos os que recebem a calúnia, transmitindo-a aos vizinhos; os que são atormentados por acusações, arrastando companheiros às perturbações que os assaltam; e os que pretendem eliminar enfermidades reparadoras, com a desesperação.
Quantos corações se transformam em poços envenenados de ódio e amargura, porque pequenos sofrimentos lhes invadiram o circulo pessoal?
Não são poucos os que batem à porta da desilusão, da descrença, da desconfiança ou da revolta injustificáveis, em razão de alguns caprichos desatendidos.
Seria útil sofrer com a volúpia de estender o sofrimento aos outros?
Não será agravar a divida o ato de agressão ao credor, somente porque resolveu ele chamar-nos a contas?
Raros homens aprendem a encontrar o proveito das tribulações.
A maioria menospreza a oportunidade de edificação e, sobretudo, agrava os próprios débitos, confundindo o próximo e precipitando companheiros em zonas perturbadas do caminho evolutivo.
Todas as criaturas sofrem no cadinho das experiências necessárias, mas bem poucos espíritos sabem padecer como cristãos, glorificando a Deus.


[1] Livro: Vinha de Luz – Ditado pelo Espírito Emmanuel; psicografia de Francisco Cândido Xavier, Cap. 80, Edit. FEB. Todos os grifos, numeração, coloridos, negritos, sublinhados e itálicos: é de autoria da redação do Jornal A FAGULHA, quanto aos nossos estudos destes artigos.

quarta-feira, 1 de maio de 2019

AMOR E COMPREENSÃO


AMOR E COMPREENSÃO[1]

A compreensão que o amor propicia conduz à solidariedade nos momentos difíceis.
O amor que não compreende expressa interesse pessoal, que se projeta noutrem, não sendo o que pretende.
Quando se ama realmente, a compreensão das dificuldades e falhas do outro se apresenta como natural; destituída de ambição retributiva. Essa compreensão é rica de doação de afeto espontâneo, que descobre o outro conforme é, não lhe exigindo modificações que ainda não pode operar, nem encontrar-se em níveis de elevação espiritual que faltam ser conseguidos. Como conseqüência, ninguém pode obrigar que outrem o ame, não obstante seja o seu um grande amor e, por isso, despido da paixão que objetiva alterar o comportamento do ser amado.
Desse modo, em qualquer faixa de amor, a compreensão deve assinalar todos os passos de conquista, em constante ascendência.
O amor ilumina e harmoniza.
É a alma da felicidade que preenche todos os espaços e aspirações do ser humano.
As pessoas esvaziadas e perturbadas pelas posses externas acreditam que a felicidade reside na sucessão das glórias que o poder faculta e nos recursos que amealha.
Ledo equívoco, porque o tormento da posse aflige e impulsiona a sua vítima a logros cada vez mais desmedidos, reduzindo-lhe a existência a uma busca sem fim.
Narra-se que o sábio Sólon, grande magistrado de Atenas, visitando o rei Creso, da Lídia, considerado o homem mais rico do seu tempo, foi convidado a conhecer-lhe o suntuoso palácio, contemplar suas jóias e outros tesouros, seus magníficos jardins e participar de um banquete especialmente preparado para homenageá-lo.
Terminado o repasto incomum, Creso, auto-deslumbrado pelo narcisismo que o caracterizava, perguntou ao nobre visitante:
— Qual o homem mais feliz do mundo?
Aguardava ser apontado e prelibava a satisfação, quando ouviu, algo decepcionado, a resposta do erudito visitante:
— Recordo-me de um homem pobre que morava em Atenas, chamado Telus que, em minha opinião, era o homem mais feliz do mundo.
— E por quê? – indagou frustrado, Creso.
— Bem, porque era honesto, havendo trabalhado por toda a vida, a fim de criar os filhos com dignidade, oferecendo-lhes correta educação. E quando se encontrava mais velho, ao invés de receber a retribuição dos filhos, ofereceu-se ao exército, doando a vida em defesa da sua cidade.
— Haveria outrem – volveu Creso, à interrogação – que o pudesse seguir como a segunda pessoa mais feliz do mundo?
Houve um silêncio constrangedor em face da expectativa que o rei exteriorizava, de ser apontado pelo sábio, o que não ocorreu.
Logo após, Sólon redarguiu:
— Conheci dois jovens em Atenas que, ficando órfãos na infância, trabalharam com persistência, honorabilidade, e mantiveram o lar pobre com dignidade, incluindo a genitora que era muito doente. Quando ela morreu ofereceram sua vida a Atenas, a fim de a servirem com dedicação e desapego até a própria morte.
Novo desencanto do ambicioso, que indagou irritado:
— Como é possível ser superado por essa gente pobre, eu que tenho tanto poder e riqueza?
Sem qualquer ressentimento, Sólon encerrou a entrevista, afirmando:
— Ninguém há que possa dizer que sois feliz ou desditoso antes da vossa morte, porquanto ninguém pode imaginar os infortúnios de que se pode ser vítima, de um para outro momento, ou a tristeza que sempre espia os venturosos e os vence.
Anos mais tarde, Creso foi vencido por Ciro, rei dos persas, e por pouco não morreu, tornando-se-lhe vassalo submisso.
A felicidade independe do que se tem momentaneamente, mas sim daquilo que se é, estruturalmente constituído pelo amor.
Essa compreensão que o amor propicia conduz à solidariedade nos momentos difíceis, nas grandes dores, na solidão e na amargura que periodicamente afligem todas as criaturas.
Em ocasiões de sofrimento superlativo, o amor apresenta-se solidário, em várias expressões de compreensão do que ocorre, auxiliando sem exigência, participando da aflição, erguendo o ânimo e sustentando antes que a adversidade alucine a sua vítima.
Sem a necessidade dos gestos grandiosos, manifesta-se nos pequenos acontecimentos e situações que alimentam aquele que se encontra combalido e o erguem de volta ao lugar onde deve encontrar-se, de forma a poder prosseguir e superar o incidente infeliz.
Nas tragédias, aparece gentil, impossibilitando que o outro sucumba ante o peso da amargura e do dissabor excessivo.
Além da compreensão solidária, emerge em todos os momentos como forma de gratidão pela vida e suas manifestações, nas expressivas como nas singelas formas em que se apresenta.
Enquanto a pessoa não experimenta o suave envolvimento do amor, movimenta-se nas heranças dos desejos, nos cipoais dos instintos, sofrendo sempre quando os seus interesses não se encontram atendidos e suas aspirações não são respeitadas.
Lentamente, porém, à medida que as dúlcidas vibrações do amor a tomam desembaraçam-se das penosas injunções do primarismo e liberta-se da escravidão da posse, da fantasia em torno da felicidade pelo que tem.
Um amadurecimento interior se lhe opera lento e prodigioso, facultando-lhe alegria e desprendimento, consciência de dever e respeito por todos e por tudo.
Reconhece que, localizada no contexto universal, a sua tarefa essencial é a de auto-iluminação, que logo se desdobra em serviço a favor do progresso, mediante a consideração pela ordem, não a violando, nem a submetendo aos caprichos e desaires que lhe predominam no mundo íntimo.
Alimentada pela seiva nutriente do amor, desenvolvem-se os demais sentimentos da compaixão e da ternura, da caridade e do perdão, que são as partituras que mantêm as melodias da vida feliz.
Envolvida nessa vibração de fraternal compreensão dos acontecimentos, das outras pessoas e suas dificuldades, dos fenômenos que se manifesta na existência, o amor desenvolve-lhe os valores mais elevados e a induz à gloriosa tarefa de servir e passar despercebida, deixando, porém, suas luminosas pegadas pelo caminho transitado...
A vida é um perene convite ao amor e à compreensão dos limites que exornam cada pessoa no seu processo de crescimento para Deus.
Quanto mais se lhe alargam os horizontes do desenvolvimento emocional e moral, mais o amor se lhe apossa do ser, alcançando as demais criaturas e inundando de bênçãos tudo a sua volta.
Ama, pois, sem qualquer tipo de limite ou de interesse passional.
O amor é luz, não a detenhas, evitando que predomine a escuridão...


[1] Livro: Garimpo de amor – Ditado pelo Espírito Joana de Angelis, psicografia de Divaldo P. Franco, Edit. LEAL. Todos os grifos, numeração, coloridos, negritos, sublinhados e itálicos: é de autoria da redação do Jornal A FAGULHA, quanto aos nossos estudos destes artigos.


terça-feira, 30 de abril de 2019

TEU MARIDO


TEU MARIDO[1]
O homem no lar é uma forma de segurança para toda a família. O dever da mulher é ajudá-lo no seu desempenho, na sua função de pai e marido; ela deve procurar desfazer suas preocupações e, quando ofendida, lembrar-se logo do perdão. O esquecimento das ofensas é força divina que se acumula no coração. Saber desculpar uma possível injúria é entender as leis que regulam o desenvolvimento das criaturas. Por vezes, em momentos impensados, a irritação nos abre campo propício para ataques e, se quem recebe o mau trato fizer o mesmo, o ambiente crespo, dele poderá nascer coisas piores e o lar passará a ser um campo de lutas, sem esperanças de nele se estabelecer a paz. É neste momento que o Cristo deve ser lembrado com os Seus preceitos, para que o amor revigore os sentimentos elevados.
Convidamos todas as famílias que, se ainda não o fizeram, abram o culto do Evangelho no lar, fato este que ajudará a todos da casa em novas esperanças de vida, como fonte de alegria inesgotável. O serão evangélico enriquece a água, o ar e os alimentos, de modo a restabelecer a saúde de que porventura estiver enfermo; além de ser um preventivo contra todos os tipos de problemas. Cristo é uma solda divina que une as criaturas, fazendo com que todos sintam o Amor predispondo todas as pessoas para a verdadeira amizade, sem esquecer o Perdão, força poderosa no seio de uma comunidade familiar.
Minha irmã; queremos te dizer que o teu marido não foi posto em teu caminho por acaso! É o teu companheiro de lutas e de reajustes pelo tempo em que a vida pretender tê-lo ao teu lado; aproveita a oportunidade e procura o perdão como sendo chave valiosa que abre as portas de variadas virtudes que, afloradas, te darão a tranqüilidade de consciência.
Aos que convivem juntos em uma casa, abracem o dever, pois o direito os procura, onde quer que estejam, dando-lhes o que tenham direito, onde estiverem.
Mulher não maltrate o teu marido, mesmo sendo ferida, pois alguém invisível te ajudará; se a conduta tiver algo de evangélico, a força do exemplo será mais força em todas as circunstâncias! Abre o teu coração à alegria pura e não deixes de compreender quem desconhece a verdade! A esposa inteligente nunca revida ofensas! Confia em Deus, buscando na oração a tua segurança, que nunca faltarão ao teu lado os agentes da luz, Quando os problemas chegarem ao teu encontro, procura desfazê-los no trabalho - naquele labor que edifica - que a natureza te dará forças para venceres todos os obstáculos.
Pensa minha filha, no Perdão, que deve ser usado pela tua conduta. Fala sempre nele, que ele passará a se expressar na tua própria vida. Não difames ninguém, respeita a tua vizinha e estimula-a as conversações sadias que, com o tempo, terás companheiras nos teus planos elevados de servir, ajudando aqueles em situações difíceis. Todos nós podemos ajudar. Marido e mulher se uniram por vontade divina, formando assim um lar e na seqüência deste, certamente aparecerão os filhos no mesmo aprendizado, onde a vida usa todos os recursos na educação e sabedoria do conjunto.


[1] Livro: Tua Casa – Ditado pelo Espírito Ayrtes; psicografia de João Nunes Maia, Cap. 04. Todos os grifos, numeração, coloridos, negritos, sublinhados e itálicos: é de autoria da redação do Jornal A FAGULHA, quanto aos nossos estudos destes artigos.

domingo, 28 de abril de 2019

MATURIDADE AFETIVA


MATURIDADE AFETIVA[1]

A afetividade é inerente ao desenvolvimento dos valores do Espírito na sua caminhada milenar na aquisição da maturidade.
Quanto mais maduro espiritualmente, mais disposto ao afeto encontra-se o ser.
Questões como a educação na infância, com marcante influência dos pais e da sociedade sobre o psiquismo da criança, influenciam fortemente a vida afetiva para toda a existência, embora ainda aí não possamos escapar de reconhecer que a maturidade espiritual é capaz de sobrepor-se a esses fatores, caso seja patrimônio conquistado pelo Espírito.
Com a luz da reencarnação fica mais nítida outra fonte de complexas causas para o “endurecimento” do afeto, quando analisamos as vivências culposas, as mágoas cultivadas longamente, a ausência de limites morais ao exercício do Amor e a rebeldia sistemática aos alvitres do crescimento espiritual.
Conflitos e frustrações, traumas e carências, culpas e ódios, indisciplina e revolta, seja dessa ou de outras existências carnais, são os componentes principais de quem não conseguiu estabilizar sua vida emocional e psíquica, sendo essas “feridas do coração” que irão determinar inibições nas relações afetivas na futura experiência corporal do Espírito, trazendo desde o berço as matrizes de paz ou desequilíbrio, sossego ou inquietude, alegria ou distmia, que pedirão elevadas quotas de atenção e cuidados.
A cicatrização dessas “feridas do afeto”, que mais não são que o narcizismo proveniente da imaturidade espiritual em crise de insegurança e auto-piedade, desejando ser amada sem amar, requer o testemunho de aprender a amar a si mesmo e ao próximo incondicionalmente. Somente a experiência terapêutica do Amor é capaz de sanar semelhantes desequilíbrios emocionais, transformando situações traumáticas e dolorosas em experiências enriquecedoras para a vida.
A “reconstrução do afeto”, portanto, é fator de reeducação do coração que vai burilando e refazendo as vivências, dia após dia, através da convivência na busca do elastecimento da sensibilidade.


[1] Livro: Laços de Afeto – psicografia de Wanderley S. de Oliveira, pelo Espírito Ermance Dufaux Edit. Ermance Dufaux, 1ª parte, Cap. 05. Todos os grifos, numeração, coloridos, negritos, sublinhados e itálicos: é de autoria da redação do Jornal A FAGULHA, quanto aos nossos estudos destes artigos.

sábado, 27 de abril de 2019

RESPONDER


RESPONDER[1]

“A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para que saibais como responder a cada um.”
Paulo
Colossenses, 4:6

O ato de responder proveitosamente a inteligências heterogêneas exige qualidades superiores que o homem deve esforçar-se por adquirir.
Nem todos os argumentos podem ser endereçados, indistintamente, à coletividade dos companheiros que lutam entre si, nas tarefas evolutivas e redentoras. Necessário redarguir, com acerto, a cada um.
Ao que lida no campo, não devemos retrucar mencionando espetáculos da cidade; ao que comenta dificuldades ásperas do caminho individualista, não se replicará com informações científicas de alta envergadura.
Primeiramente, é imprescindível não desagradar a quem ouve, temperando a atitude verbal com a legítima compreensão dos problemas da vida, constituindo-nos um dever contribuir para que os desviados da simplicidade e da utilidade se reajustem.
Toda resposta em assunto importante é remédio.
É indispensável saber dosá-lo, com vista aos efeitos.
Cada criatura tolerará, com benefício, determinada dinamização. As próprias soluções da verdade e do amor não devem ser administradas sem esse critério.
Aplicada em porções inadequadas, a verdade poderá destruir, tanto quanto o amor costuma perder...
Ainda que sejas interpelado pelo maior malfeitor do mundo, deves guardar uma atitude agradável e digna para informar ou esclarecer.
Saber responder é virtude do quadro da sabedoria celestial. Em favor de ti mesmo, não olvides o melhor modo de atender a cada um.


[1] Livro: Pão Nosso – Ditado pelo Espírito Emmanuel; psicografia de Francisco Cândido Xavier, Cap. 77 Edit. FEB. Todos os grifos, numeração, coloridos, negritos, sublinhados e itálicos: é de autoria da redação do Jornal A FAGULHA, quanto aos nossos estudos destes artigos.

sexta-feira, 26 de abril de 2019

EM COMBATE


EM COMBATE[1]


"Ainda não resististes até ao sangue, combatendo contra o pecado."
Paulo
Hebreus, 12:4

O discípulo sincero do Evangelho vive em silenciosa batalha no campo do coração.
A princípio, desenrola-se o combate em clima sereno, ao doce calor do lar tranqüilo. As árvores das afeições domésticas amenizam as experiências mais fortes.
Esperanças de todos os matizes povoam a alma, nem sempre atenta à realidade.
Falam os ideais em voz alta, relativamente às vitórias porvindouras.
O lutador domina os elementos materiais e, não poucas vezes, supõe consumado o triunfo verdadeiro.
O trabalho, entretanto, continua.
A vitória do espírito exige esforço integral do combatente. E, mais tarde, o lidador cristão é convidado a testemunhos mais ásperos, compelido à batalha solitária, sem o recurso de outros tempos. A lei de renovação modifica-lhe os roteiros, subtrai-lhe as ilusões, seleciona-lhe os ideais. A morte devasta-lhe o circulo íntimo, submete-o ao insulamento, impele-o à meditação. O tempo impõe retiradas, mudanças e retificações...
Muitos se desanimam na grande empreitada e voltam medrosos, às sombras inferiores.
Os que perseverarem, todavia, experimentarão a resistência até ao sangue. Não se trata aqui, porém, do sangue das carnificinas e sim dos laços consanguíneos que não somente unem o espírito ao vaso corpóreo, como também o enlaçam aos companheiros de séquito familiar.
Quando o aprendiz receber o dor em si próprio, compreendendo-lhe a santificante finalidade, e exercer a justiça ou aceitá-la, acima de toda a preocupação dos elos consanguíneos, estará atingindo a sublime posição de triunfo no combate contra o mal.


[1] Livro: Vinha de Luz – Ditado pelo Espírito Emmanuel; psicografia de Francisco Cândido Xavier, Cap. 79, Edit. FEB. Todos os grifos, numeração, coloridos, negritos, sublinhados e itálicos: é de autoria da redação do Jornal A FAGULHA, quanto aos nossos estudos destes artigos.

quarta-feira, 24 de abril de 2019

MADEIROS SECOS


MADEIROS SECOS[1]


“Porque, se ao madeiro verde fazem isto, que se fará ao seco?”
Jesus
Lucas, 23:31

Jesus é a videira eterna, cheia de seiva divina; espalhando ramos fartos, perfumes consoladores e frutos substanciosos entre os homens, e o mundo não lhe ofereceu senão a cruz da flagelação e da morte infamante.
Desde milênios remotos é o Salvador, o puro por excelência.
Que não devemos esperar, por nossa vez, criaturas endividadas que somos representando galhos ainda secos na árvore da vida?
Em cada experiência, necessitamos de processos novos no serviço de reparação e corrigenda.
Somos madeiros sem vida própria, que as paixões humanas inutilizaram, em sua fúria destruidora.
Os homens do campo metem a vara punitiva nos pessegueiros, quando suas frondes raquíticas não produzem. O efeito é benéfico e compensador.
Martírio do Cristo ultrapassou os limites de nossa imaginação. Como tronco sublime da vida, sofreu por desejar transmitir-nos sua seiva fecundante.
Como lenhos ressequidos, ao calor do mal; sofremos por necessidade, em favor de nós mesmos.
Mundo organizou a tragédia da cruz para o Mestre, por espírito de maldade e ingratidão; mas, nós outros, se temos cruzes na senda redentora, não é porque Deus seja rigoroso na execução de suas leis, mas por ser Amoroso Pai de nossas almas, cheio de sabedoria e compaixão nos processos educativos.


[1]  Livro: Caminho Verdade e Vida – Ditado pelo Espírito Emmanuel; psicografia de Francisco Cândido Xavier, Cap. 82, Edit. FEB. Todos os grifos, numeração, coloridos, negritos, sublinhados e itálicos: é de autoria da redação do Jornal A FAGULHA, quanto aos nossos estudos destes artigos.

terça-feira, 23 de abril de 2019

TUA MULHER


TUA MULHER[1]

Se estivermos falando do lar, não podemos nos esquecer da mulher, que orna esse ambiente e sustenta a casa com muita esperança. Ela certamente caminha em um processo de despertar de valores espirituais e quase sempre é consciente disso; o marido e os filhos são os seus instrumentos de redenção e é por isso que a mulher deve manifestar sua gratidão àqueles que a ajudaram a subir e a desfrutar das glórias geradas pelo seu sacrifício em família.
Mulher procura o Entendimento, que ele te abastecerá de forças cada vez mais novas, para que possas lutar contra as tuas próprias deficiências! Quem entende, vive melhor. Quando ferida, não deves fazer o mesmo; quando apedrejada, perdoa; quando injuriada, não deves injuriar.
Esse modo de proceder com Jesus se chama Entendimento, que ajuda a criar paz na tua casa e luz no teu coração. Deus fez a mulher, por saber o que estava fazendo e idealizou seu companheiro, por ter consciência da sua necessidade. Estamos querendo mostrar a todos o valor do Culto do Evangelho no Lar. Ele faz lembrar a fraternidade dentro da família e se o resultado não for imediato, o tempo não nos decepcionará; no decorrer dos dias, o Entendimento irá surgindo e, com mais tempo, o lar vai se enriquecendo de valores espirituais, capazes de assegurar em cada coração a certeza de que somente o amor vale a pena em toda a vida. Sejas o que sejas, ama!
Seja o que sejas, torna a amar, porque se revidares o ódio com ódio, vingança com vingança, nunca poderás ser feliz.
Cada vez que te esforçares para melhorar o teu Entendimento, o ganho será todo teu. Há muitas mulheres que dizem: “Se eu tudo aceitar, vou me tornando escrava do opressor!” Deves aceitar não tudo, mas o que analisas que seja bom; podes demonstrar o que não é conveniente, sem que a violência use a tua língua e que o teu gesto denuncie a que ponto compreendeu a vida e até onde Jesus está visível dentro de ti. Os que te ferem, com o tempo – se souberes como proceder - passarão a ter respeito pelo que és e mesmo que sem querer, copiarão a tua vida. Podes se queres melhorar, servir de instrumento para a educação dos que moram contigo.
Mulher, a tua presença no lar que escolheste, não foi por acaso; analisa o teu dever, que os teus direitos irão surgindo por acréscimo de misericórdia, porque justiça é virtude que vibra onde a lei achar conveniente.
Companheiro, a tua mulher é parte valiosa em teu lar: não te esqueças de ajudá-la! A tua percepção já te avisou várias vezes no que tange ao teu comportamento, mas procuras esquecer; não a maltrates com o teu silêncio nem com o teu falar desdenhoso! Vê que o teu lugar é onde estás e o teu dever primeiro é com a família; quem esforça para compreender, recebe compreensão, essa é a lei. A tua vida é uma lavoura, os teus atos sementes e a tua colheita nunca será diferente daquilo que plantares.
Mulher e marido, vivendo bem, até o ar que os filhos respiram têm algo de paz. O alimento, a água e as próprias vestes ficarão enriquecidas de amor, Vê a influência do procedimento dos pais para com os filhos! Não te esqueças do Evangelho em teu lar, que ele te ajudará em todas as melhorias que pretendes conquistar!
Que Deus te abençoe.


[1] Livro: Tua Casa – Ditado pelo Espírito Ayrtes; psicografia de João Nunes Maia, Cap. 03. Todos os grifos, numeração, coloridos, negritos, sublinhados e itálicos: é de autoria da redação do Jornal A FAGULHA, quanto aos nossos estudos destes artigos.

segunda-feira, 22 de abril de 2019

QUANDO HÁ LUZ



      QUANDO HÁ LUZ[1]

“O amor do Cristo nos constrange.”
Paulo
2 Coríntios, 5:14

Quando Jesus encontra santuário no coração de um homem, modifica-se-lhe a marcha inteiramente.
Não há mais lugar dentro dele para a adoração improdutiva, para a crença sem obras, para a fé inoperante.
Algo de indefinível na terrestre linguagem transtorna-lhe o espírito.
Categoriza a massa comum por desajustado, entretanto, o aprendiz do Evangelho, chegando a essa condição, sabe que o Trabalhador Divino como que lhe ocupa as profundidades do ser.
Renova-se-lhe toda a conceituação da existência.
O que ontem era prazer, hoje é ídolo quebrado o que representava meta a atingir, é roteiro errado que ele deixa ao abandono.
Torna-se criatura fácil de contentar, mas muito difícil de agradar.
A voz do Mestre, persuasiva e doce, exorta a servir sem descanso.
Converte-se-lhe a alma num estuário maravilhoso, onde os padecimentos vão ter, buscando arrimo, e por isso sofre a constante pressão das dores alheias.
A própria vida física afigura-se-lhe um madeiro, em que o Mestre se aflige. É-lhe o corpo a cruz viva em que o Senhor se agita crucificado.
O único refúgio em que repousa é o trabalho perseverante no bem geral.
Insatisfeito, embora resignado; firme na fé, não obstante angustiado; servindo a todos, mas sozinho em si mesmo, segue, estrada afora, impelido por ocultos e indescritíveis aguilhões...
Esse é o tipo de aprendiz que o amor do Cristo constrange, na feliz expressão de Paulo. Vergastão a luz celeste por dentro até que abandone as zonas inferiores em definitivo.
Para o mundo, será inadaptado e louco.
Para Jesus, é o vaso das bênçãos.
A flor é uma linda promessa, onde se encontre.
O fruto maduro, porém, é alimento para Hoje.
Felizes daqueles que espalham a esperança, mas bem aventurados sejam os seguidores do Cristo que suam e padecem, dia a dia, para que seus irmãos se reconfortem e se alimentem no Senhor!


[1] Livro: Fonte Viva – Ditado pelo Espírito Emmanuel; psicografia de Francisco Cândido Xavier, Cap. 74 Edit. FEB. Todos os grifos, numeração, coloridos, negritos, sublinhados e itálicos: é de autoria da redação do Jornal A FAGULHA, quanto aos nossos estudos destes artigos.