quinta-feira, 11 de abril de 2019

AMOR E FAMÍLIA


AMOR E FAMÍLIA[1]

O amor na família constrói a sociedade do mundo.
O amor é a mais sublime manifestação do pensamento de Deus, portanto de origem divina, que deve ser preservado com alegria e distribuído com exuberância, graças à sua potencialidade ilimitada.
Procedente do Genitor por Excelência torna-se uma forma de ação emocional que se transforma em energia a ser concedida a todos quantos se encontram próximos da sua fonte de exteriorização.
Não é apenas um sentimento que sofre as injunções da emotividade, alterando-se conforme as ocorrências do dar e receber, do doar e não ser aceito, do oferecer sem retribuição.
Deve transformar-se em uma atividade viva e pulsante, capaz de expressar-se conforme a situação em que se apresente: paternal, fraternal, conjugal, social, geral, abrangente e infinito.
Para que atinja esses diferentes níveis, torna-se essencial que se dirija a Deus, de tal forma que inunde a alma de alegria, a fim de poder manifestar-se nas diversas modalidades a que se destina.
Com o amor a Deus vicejando nas emoções e traduzindo-se em ações do bem, a família passa a constituir o núcleo de maior necessidade da sua vigência, tomando as formas de conjugal, filial, paternal, maternal... Os pais, em conseqüência, são convidados a vivenciá-lo em todos os instantes, não somente em relação aos filhos, a fim de que se conscientizem da profundidade de que se reveste, mas também para que possam fruir os benefícios que proporciona como segurança, equilíbrio, confiança e entrega.
No mesmo sentido, esse amor não deve privilegiar os filhos gentis e generosos, em detrimento daqueles que são difíceis e atormentados, ou que apresentam quaisquer distúrbios de comportamento, assim podendo desmerecer a afetividade.
Se o genitor, contrariado com a atitude rebelde do filho, desconsidera-o, poderá criar insegurança nos outros, que passarão a pensar que somente serão amados enquanto agradarem, submeterem-se às determinações domésticas e cooperarem em favor da harmonia no lar.
Os comentários ácidos a respeito desses descendentes geradores de átrios não podem ser abordados com aspereza, não só porque mais aumenta a distância deles em relação aos pais, como também abre brechas de ressentimentos desnecessários.
Por outro lado, essa atitude demonstra que esse tipo de amor é retributivo, homenageando quem o devolve, censurando quem não aceita e condenando quem o rechaça...
Afinal, é esse filho ingrato e incapaz de entender o alto significado da família, da doação dos pais; que nunca devem alegar o que fazem ou trazer à consideração os esforços e empenhos que lhe têm sido direcionados, evitando a impressão de que está havendo uma cobrança, tornando-se uma dívida a ser resgatada na primeira oportunidade...
O próprio amor gera um sentimento de compreensão naquele que se vê enriquecido pela sua presença, explícita ou não, invisível, mas percebida, sem qualquer imposição verbal ou exigência comportamental.
Naturalmente, quem doa amor, inconscientemente que seja, aspira à sua vigência no mundo, especialmente na família.
Desabituado a esse sublime investimento, o ser humano, que procede dos instintos primários e automatistas, somente a pouco e pouco se impregna do seu valor especial, passando a compreender a profundidade do ato de amar.
No começo, é algo egoísta, permanecendo na consanguinidade, ampliando-se em outros relacionamentos afetivos até alcançar o patamar da comunidade, que nem sequer tem conhecimento do seu benefício.
Como treinamento para melhor fixação no imo da alma, a convivência, o diálogo positivo, a participação nas atividades dos filhos, o interesse pelos seus estudos, sem exigências de bons resultados, pelos seus ideais humanitários, desportivos ou de outra natureza, transformando-se em vínculo de segurança e de estreitamento das relações saudáveis e enriquecedoras do clã.
Vivenciada essa experiência, alastra-se para o meio social, irrigando de coragem e bem-estar todos quantos participam da convivência desse indivíduo afável, os quais passam também a assumir comportamento equivalente e produtivo.
Tal atitude não significa anuir com os desmandos e desequilíbrios que, não poucas vezes, irrompem nas famílias, gerando tumulto e crises existenciais.
Uma atitude enérgica, educativa, não implica uma postura agressiva, mesclada de violência.
O amor estabelece parâmetros de respeito e de consideração que devem ser vivenciados, facultando, ao mesmo tempo, ordem e disciplina no aconchego da família.
Quando esse amor é vitalizado pelos exemplos de paciência e de amizade, impede a virulência da rebeldia e da tensão doméstica.
Por sua vez, os filhos são convidados ao amor fraternal, convivendo uns com os outros em clima de concórdia e de afeto, ajudando-se reciprocamente e amparando-se quando necessário, sem acusações nem desculpas quando as ocorrências não sejam corretas.
O amor na família constrói a sociedade do mundo.
Provavelmente alguns membros do grupo familiar não consigam alcançar a estrutura afetiva necessária, permanecendo em infância psicológica, geradora de insegurança e de mal-estar, descambando para os vícios e as dissensões. Tal ocorrência, porém, resulta da situação do Espírito ali reencarnado, em si mesmo necessitado de mais amparo, em face dos seus compromissos perturbadores com a retaguarda evolutiva de onde procede sob injunções penosas.
Muitas famílias são redutos de batalha, onde se reencontram adversários de renhidas lutas fratricidas do ontem, em tentativa de recomposição e restabelecimento de vínculos afetivos. Em razão disso, maior deverá ser o investimento do amor que não ceda às provocações nem aos desatinos dos seus membros.
Por outro lado, a verdadeira união dos cônjuges, que saberão renunciar aos caprichos egoístas, a fim de não perturbarem a prole, representará o maior investimento para o sucesso familiar.
Costuma-se dizer, na atualidade, em uniões que foram duradouras, que o amor não existe mais e por isso a separação apresenta-se como inevitável.
Será o caso, então, de recomeçar-se o amor, desconsiderando os sentimentos feridos e magoados, descobrindo novas fontes de inspiração, particularmente havendo uma prole para cuidar.
...E quando ocorrer que a situação se apresente quase insustentável, há um recurso de que o amor nunca pode prescindir, que é a oração, igualmente possuidora de energia divina, porque reaproxima a criatura do Criador e permite que o Criador se comunique com o orante.
Quem ama, ora, e quem perdeu o contato com o amor, mais necessidade tem da oração, a fim de reatar os laços consigo mesmo, com o seu próximo e com Deus.


[1] Livro: Garimpo de amor – Ditado pelo Espírito Joana de Angelis, psicografia de Divaldo P. Franco, Edit. LEAL. Todos os grifos, numeração, coloridos, negritos, sublinhados e itálicos: é de autoria da redação do Jornal A FAGULHA, quanto aos nossos estudos destes artigos.

quarta-feira, 10 de abril de 2019

OPINIÕES


OPINIÕES[1]


 “Ai de vós, quando todos os homens de vós disserem bem, porque assim faziam seus pais aos falsos profetas.”
Jesus
Lucas, 6:26
Indubitavelmente, muitas pessoas existem de parecer estimável, às quais podemos recorrer nos momentos oportunos, mas que ninguém despreze a opinião da própria consciência, porquanto a voz de Deus, comumente, nos esclarecerá nesse santuário divino.
Rematada loucura é o propósito de contar com a aprovação geral ao nosso esforço.
Quando Jesus pronunciou a sublime exortação desta passagem de Lucas, agiu com absoluto conhecimento das criaturas. Sabia o Mestre que, num plano de contrastes chocantes como a Terra, não será possível agradar a todos simultaneamente.
• Homem da verdade será compreendido apenas, em tempo adequado, pelos espíritos que se fizerem verdadeiro. O prudente não receberá aplauso dos imprudentes.
• Mestre, em sua época, não reuniu as simpatias comuns. Foi amado por criaturas sinceras e simples, sofreu impiedoso ataque dos convencionalistas.
Para Maria de Magdala era Ele o Salvador; para Caifás, todavia, era o revolucionário perigoso.
• O tempo foi a única força de esclarecimento geral.
Se te encontras em serviço edificante, se tua consciência te aprova que te importam as opiniões levianas ou insinceras?
Cumpre o teu dever e caminha.
Examina o material dos ignorantes e caluniadores como proveitosa advertência e recorda-te de que não é possível conciliar o dever com a leviandade, nem a verdade com a mentira.


[1]  Livro: Caminho Verdade e Vida – Ditado pelo Espírito Emmanuel; psicografia de Francisco Cândido Xavier, Cap. 80, Edit. FEB. Todos os grifos, numeração, coloridos, negritos, sublinhados e itálicos: é de autoria da redação do Jornal A FAGULHA, quanto aos nossos estudos destes artigos.

terça-feira, 9 de abril de 2019

TUA FAMÍLIA


TUA FAMÍLIA[1]
A tua família é o Reino de Deus que almejas; porém, este reino deve ser conquistado pelos esforços constantes de quem participa dele. O que tínhamos de ganhar da Sabedoria Divina, já o recebemos antes de expressar o nosso desejo. A parte que nos toca nos chega pelas vias do trabalho e da esperança, comungando com o amor.
Estamos falando dentro da tua casa, não nos importando o que pensas de nós; que aqui nos reunimos, encarnados e desencarnados. Decidimos te ajudar e o silêncio nos faz muito bem; queremos compreender teus conflitos - se os tiveres - e as tuas necessidades - se existirem; devemos nos unir na paz e na esperança do Divino Mestre - Ele conosco e nós com Ele – para descobrirmos os caminhos pelos quais o sol aparece nas consciências que o buscam.
A tua porta abriu-se e entramos; queremos fazer parte da tua família, como sendo filhos, irmãos, pai e mãe, senão parentes de todas as escalas. E aqui estamos para falar de Deus, de Jesus, dos anjos, e dos meios para viver melhor; queremos te dizer que ninguém pode viver sem Fé. A Fé em um lar é mais útil que o pão, a veste, que o teto que te cobre. Por ser ela tudo isso e muito mais, ela é igualmente remédio, porque transforma o que quer que seja em bálsamo curativo para qualquer espécie de enfermidade. A Fé é um agente de Deus, capaz de iluminar a criatura por dentro. Alegra as pessoas e cria Esperança em todos os trabalhos que executam. Tua família precisa de Fé e para que cresça em ti e em tua casa, é necessário que a busques, e os caminhos mais saudáveis são os ensinados por Jesus, guardados com amor no Evangelho.
Meu filho, se te falta a leitura, se escapou da tua vida o entendimento das coisas espirituais, que são filhos do teu próprio esforço, Deus não Se esqueceu de te ofertar os ouvidos, os sentimentos, a visão, os sentidos que te fazem participar da vida! Peça a alguém para ler as páginas que o teu coração pedir, que o ambiente te fará entender, por vias que às vezes desconheces. Alimenta a FÉ que puderes alimentar e confia em Deus, que Jesus te alcançará com o seu amor; os benfeitores espirituais nunca se esquecem de quem trabalha e abre as portas procurando entender à vontade do Senhor.
A Fé é um laboratório divino que pode transformar a água simples que bebes na mais alta terapia da vida; pode mudar o ritmo do teu coração e ainda mais, ela faz com mais acerto o serviço do mais hábil cirurgião plástico, porque embeleza a tua alma e acende o teu coração como sendo lâmpada de Deus.
Esquecer a Fé é caminhar para a morte, Infunde em teus filhos a confiança todos os dias, e procura participar dos seus interesses; onde a mudança de entendimento for necessária, procura fazê-la sem exaltação, nem violência, ajudando com brandura e convicção no que dizes. Se o céu está na consciência de cada um, ele pode e deve se refletir na família, para que a família faça irradiar o bem em favor da humanidade.
Esquece a contrariedade, que sempre chega pelo desentendimento e lembra-te da FÉ; que tem o poder de iluminar todos os tipos de problemas.
Deus nunca se esquece de quem se esforça.


[1] Livro: Tua Casa – Ditado pelo Espírito Ayrtes; psicografia de João Nunes Maia, Cap. 02. Todos os grifos, numeração, coloridos, negritos, sublinhados e itálicos: é de autoria da redação do Jornal A FAGULHA, quanto aos nossos estudos destes artigos.

segunda-feira, 8 de abril de 2019

INCOMPREENSÃO


INCOMPREENSÃO[1]

“Fiz-me fraco para os fracos, para ganhar os fracos. Fiz-me tudo para todos para, por todos os meios, chegar a salvar alguns.”
Paulo
1 Coríntios, 9:22

A incompreensão, indiscutivelmente, é assim como a treva perante a luz, entretanto, se a vocação da claridade te assinala o íntimo, prossegue combatendo as sombras, nos menores recantos de teu caminho.
Não te esqueças, porém, da lei do auxílio e observa-lhe os princípios, antes da ação.
Descer para ajudar é a arte divina de quantos alcançaram conscienciosamente a vida mais alta.
A luz ofuscante produz a cegueira.
Se as estrelas da sabedoria e do amor te povoam o coração, não humilhes quem passa sob o nevoeiro da ignorância e da maldade.
Gradua as manifestações de ti mesmo para que o teu socorro não se faça destrutivo.
Se a chuva alagasse indefinidamente o deserto, a pretexto de saciar-lhe a sede, e se o Sol queimasse o lago, sem medida, com a desculpa de subtrair-lhe o barro úmido, nunca teríamos clima adequado à produção de utilidades para a vida.
Não te faças demasiado superior diante dos inferiores ou excessivamente forte perante os fracos.
Das escolas não se ausentam todos os aprendizes, habilitados em massa, e sim alguns poucos cada ano.
Toda mordomia reclama noção de responsabilidade, mas exige também o senso das proporções.
Conserva a energia construtiva do exemplo respeitável, mas não olvides que a ciência de ensinar só triunfa integralmente no orientador que sabe amparar, esperar e repetir.
Não clames, pois, contra a incompreensão, usando inquietude e desencanto, vinagre e fel.
Há méritos celestiais naquele que desce ao pântano sem contaminar-se, na tarefa de salvação e reajustamento.
O bolo de matéria densa reveste-se de Iodo, quando arremessado ao poço lamacento; todavia, o raio de luz visita as entranhas do abismo; e dele se retira sem alterar-se.
Que seria de nós se Jesus não houvesse apagado a própria claridade fazendo-se à semelhança de nossa fraqueza, para que lhe testemunhássemos a missão redentora? Aprendamos com ele a descer, auxiliando sem prejuízo de nós mesmos.
E, nesse sentido, não podemos esquecer a expressiva declaração de Paulo de Tarso quando afirma que, para a vitória do bem, se fez fraco para os fracos, fazendo-se tudo para todos, a fim de, por todos os meios, chegar a erguer alguns.


[1] Livro: Fonte Viva – Ditado pelo Espírito Emmanuel; psicografia de Francisco Cândido Xavier, Cap. 72 Edit. FEB. Todos os grifos, numeração, coloridos, negritos, sublinhados e itálicos: é de autoria da redação do Jornal A FAGULHA, quanto aos nossos estudos destes artigos.. Fonte de imagem:  https://www.recantodasletras.com.br/sonetos/3046212

domingo, 7 de abril de 2019

A PEDAGOGIA DO “SER”


A PEDAGOGIA DO “SER”[1]

Jesus, o Mestre.
Nós, os aprendizes.
A reencarnação, sublime matrícula no aprendizado.
A Terra, incomparável escola do Espírito.
O Amor, lição essencial.
O afeto, “pedagogia do “SER”.
O centro espírita, excepcional núcleo educativo da alma.
Eis uma síntese a qual nos propomos desenvolver nessa primeira parte, destacando as nossas agremiações doutrinárias como educandários, sem precedentes na sociedade, para o desenvolvimento da competência essencial do Amor.
O afeto é um dos pilares do desenvolvimento humano saudável. Uma habilidade que abre largas portas para a entrada do Amor, porque ser afetivo é laborar com o sentir. Diríamos assim que a afetividade é um degrau para o Amor.
E amar é desenvolver-se para “SER”, verbo que traduz o existir Divino ou existir para a felicidade. “SER” é educar-se, externar o amplo contingente de valores e potencialidades celestes que dormitam há milênios em nosso eu Divino, que nos conduzem ao destino glorioso de Filhos de Deus, à plenitude. Portanto, a pedagogia do “SER” tem no afeto um de seus principais potenciais didáticos.
Ninguém pode “SER” permanecendo agrilhoado aos trâmites expiatórios do “sentir mórbido”, ou seja, essa forma inferior de viver a vida do “homem fisiológico”, voltado somente para as sensações, o prazer, a competitividade selvagem.
Afeto é uma força da alma de incalculável poder. Sua boa utilização demanda sólida formação moral para que, o vigor dos sentimentos seja abençoada estrada de libertação nos passos das atitudes.
Esse ‘“existir humano” apela para valores nobres a fim de consagrar uma ética do “SER” em identidade com aquilo que de fato é “SER”. Verificamos assim o quanto é relevante o papel do centro espírita, associação que busca, essencialmente, burilar o caráter, a virtude, desenvolver o moral da criatura.
Sob os auspícios de uma casa doutrinária bem conduzida, o desafio do “existir humano” torna-se uma proposta atraente, motivadora, clara e simples.
Nesse tempo de materialismo e do império da razão nossas casas de Amor devem fixar-se na função social reeducativa do sentimento, aprimorando-se cada vez mais para honrar o título de escola da alma, desenvolvendo pessoas felizes, realizadas, dignas e solidárias.
Aprender a amar é, pois a competência essencial que deveria fundamentar quaisquer conteúdos de nossas escolas espirituais. Aprender a amar o próximo, aprender a amar a si, aprender a amar a Deus.
E como ensinar o Amor no centro espírita?
Fala-se muito no que devemos fazer, mas pouquíssimas vezes em como fazer. Como amar o outro, a si e a Deus contextualizando?
Contextualizar o conteúdo espírita abstraindo o excesso de informações e trazê-lo para a realidade de seu grupo, priorizar respostas, soluções, discutir vivências, refletir sobre horizontes novos de velhos temas do viver, reinventar a vivência em direção aos apelos da consciência, propiciar à criatura externar sonhos, limitações e valores já conquistados, fazendo da sala de estudos espíritas um laboratório de idéias na ampliação da capacidade de pensar com acerto, lógico e bom senso. Isso se chama educar.
A esse mister somos convocados para uma mudança de paradigmas urgente nas metodologias pedagógicas da casa espírita. Somos convocados a reestruturar essa visão “sacra”, que faz de muitas de nossas células templos de religiosismo, conduzindo seus profitentes a fórmulas de imediatismo e acomodação, ou à absorção do conhecimento espírita em lamentável dogmatismo, recheado de presunção com a verdade.
A pedagogia do “SER” inclui os valores da participação, da interatividade, da cooperação.
Não temos outros caminhos para arregimentar essas opções didáticas que não seja a formação de equipes; pequenos grupos de amigos voltados para o estudo e o trabalho, congregados em torno de ideais incentivadores da evolução de nossas potencialidades.
Grupos que absorvam para a rotina das sociedades doutrinárias projetos de trabalho, ousando o inusitado, o incomum, implantando novas e mais ajustadas propostas de ensino e trabalho no atendimento das demandas humanas, e na consolidação de habilidades e valores que promovam o homem a uma vida mais íntegra, gratificante e libertadora, sob as luzes da imortalidade.
Grupos nos quais a imaginação, o desejo, os sonhos, os limites, as conquistas, as dores, a criatividade, as idiossincrasias, as dúvidas, as respostas, a experiência e, sobretudo, o afeto, possam fazer parte desse projeto de “SER”.
Permitir à criatura apresentar-se como está e ensejá-la serviço e conhecimento – o antigo lápis e papel da educação - é matriculá-la na escola da vida sob a tutela dos princípios redentores do Evangelho e do Espiritismo, a fim de que ela, por si mesma, aprenda o caminho do Amor na transformação e no existir de cada instante, em busca de sua felicidade.
A pedagogia do “SER” prioriza o homem, sua experiência pessoal, o relacionamento humano, tendo como pólo de atração o idealismo, que é o centro indutor dos valores morais e a defesa vigilante contra nossas intempéries, provenientes das bagagens vivenciais seculares.
Grupos que se amam e se querem bem, formando ambientes agradáveis para conviver, estabelecem as premissas para esse “SER”, e isso, inevitavelmente, além de felicitar a criatura com o que ela precisa para seu crescimento, também trará reflexos, acentuadamente benéficos, para as realizações doutrinárias graças à alegria e comprometimento com os quais o trabalhador fará sua adesão aos deveres na escola da alma, honrando os princípios espíritas cristãos com uma vida reta, plena de sobriedade e identidade com a base social da fraternidade e da transformação para o bem, onde quer que esteja participando.


[1] Livro: Laços de Afeto – psicografia de Wanderley S. de Oliveira, pelo Espírito Ermance Dufaux Edit. Ermance Dufaux, 1ª parte, Cap. 01. Todos os grifos, numeração, coloridos, negritos, sublinhados e itálicos: é de autoria da redação do Jornal A FAGULHA, quanto aos nossos estudos destes artigos.

sexta-feira, 5 de abril de 2019

NA PROPAGANDA EFICAZ


NA PROPAGANDA EFICAZ[1]

"É necessário que ele cresça e que eu diminua."
João Batista
João, 3:30
Há sempre um desejo forte de propaganda construtiva no coração dos crentes sinceros.
Confortados pelo pão espiritual de Jesus, esforçam-se os discípulos novos por estendê-lo aos outros. Mas, nem sempre acertam na tarefa. Muitas vezes, movidos de impulsos fortes, tornam-se exigentes ou precipitados, reclamando colheitas prematuras.
O Evangelho, porém, está repleto de ensinamentos nesse sentido.
A assertiva de João Batista, nesta passagem, é significativa. Traça um programa a todos os que pretendam funcionar em serviço de precursores do Mestre, nos corações humanos.
Não vale impor os princípios da fé.
A exigência, ainda que indireta, apenas revela seus autores. As polêmicas destacam os polemistas... As discussões intempestivas acentuam a colaboração pessoal dos discutidores. Puras pregações de palavras fazem belos oradores, com fraseologia preciosa e deslumbrantes ornatos da forma.
Claro que a orientação, o esclarecimento e o ensino são tarefas indispensáveis na extensão do Cristianismo, entretanto, é de importância fundamental para os discípulos que o Espírito de Jesus cresça em suas vidas. Revelar o Senhor na própria experiência diária é a propaganda mais elevada e eficiente dos aprendizes fiéis.
Se realmente desejas estender as claridades de tua fé, lembra-te de que o Mestre precisa crescer em teus atos, palavras e pensamentos, no convívio com todos os que te cercam o coração. Somente nessa diretriz é possível atender ao Divino Administrador e servir aos semelhantes, curando-se a hipertrofia congenial do "eu".


[1] Livro: Vinha de Luz – Ditado pelo Espírito Emmanuel; psicografia de Francisco Cândido Xavier, Cap. 76, Edit. FEB. Todos os grifos, numeração, coloridos, negritos, sublinhados e itálicos: é de autoria da redação do Jornal A FAGULHA, quanto aos nossos estudos destes artigos.

quinta-feira, 4 de abril de 2019

AMOR E VIDA


AMOR E VIDA[1]

Quanto mais amor se dá, mais amor se possui para doar.
O amor é o sentimento fundamental para o estabelecimento da felicidade humana, sem o qual a vida perde o total sentido e significado de que se re-veste.
Um indivíduo rico de amor transforma-se em precioso celeiro, onde todos se podem repletar de alimento vivo.
Iniciando o seu périplo no imo de alguém que se engrandece com a sua presença, expande-se amplamente, alcançando a tudo e a todos que se lhe encontrem no raio de abrangência e conquista.
Desejando-se um mundo sem angústias nem problemas sociais, livre das misérias econômicas e guerreiras, apele-se para o amor, que possui os recursos hábeis para a conciliação, o perdão, a transformação moral dos indivíduos, fomentando o progresso e dirigindo-o no rumo da harmonia geral.
Por isso, o amor é vida que gera e impulsiona outras vidas, a fim de que alcancem as metas que lhes estão destinadas e podem ser conseguidas se houver empenho e dedicação sob a sua invulgar inspiração.
Quanto mais amor se dá, mais amor se possui para doar, porque é de natureza inesgotável.
Pensa-se que o amor restringe-se ao reduzido grupo da família, dos amigos selecionados, dos participantes das atividades afins. Certamente, esse movimento tem a presença do amor que se está instalando no âmago do ser, mas que deverá percorrer um largo caminho de experiências e amadurecimento.
Outras vezes, acredita-se que o amor se manifesta através dos gestos grandiloqüentes, das ações exponenciais, das renúncias gloriosas, dos sacrifícios e martírios que comovem o mundo e o deslumbram, demonstrando a grandeza da alma humana...
Realmente, esses são momentos culminantes do amor, que se inicia e se engrandece a partir de insignificantes oferendas, desde um sorriso gentil a uma palavra calorosa e esclarecedora, de uma dádiva espontânea a um ato de compreensão diante de uma circunstância perturbadora...
Da mesma forma, o não julgamento apressado a respeito de uma ocorrência infeliz, o auxílio de contemporização ante litigantes, o silêncio oportuno que evita a dissensão, constituem manifestações do amor na vida, contribuindo em favor da plenitude de todas as vidas existentes e por existirem.
A renúncia a pequenas satisfações pessoais, que se transformam em benefício para outras pessoas, um pensamento ungido de compaixão, são portadores da presença do amor em movimento.
Desejando-se amor, é imprescindível amar, não com o caráter retributivo, mas com objetivo enriquecedor e feliz.
À medida que se instala no coração, modifica para melhor o comporta-mento da pessoa, enseja claridade emocional na sombra dos conflitos, dá cor e encanto à paisagem dos sentimentos, mesmo quando ainda dominados pelas torpezas e pela treva da ignorância, auxiliando na inevitável transformação para ter condições de receber as sementes da verdade e do conhecimento.
O amor é inexcedível!
Não se preocupa na forma como será recebido, mas na maneira como se expressa, irradiando-se sobranceiro.
Santo Agostinho, fascinado com os milagres que o amor opera, declarou enfático: “Eu sou apaixonado pelo amor.”
Essa paixão que tinha pelo amor fez que o dilatasse em favor da Humanidade, tornando-o iluminado, em razão do autoconhecimento a que se entregou, ampliando-o pela esteira dos séculos em benefício de todas as criaturas.
São Francisco de Assis, de tal maneira se embriagou com o elixir do amor e o viveu tão intensamente que a sua mensagem afetuosa e simples mudou os rumos da História, tornando-se, em conseqüência, o pai da Ecologia, o pioneiro do Renascimento, o perfeito imitador de Jesus, a Quem seguiu com entrega total e paixão imorredoura.
Homens e mulheres que se propuseram a amar tornaram-se modelos de vida e de plenitude, totalmente integrados no espírito de doação, que é a característica fundamental e inapelável do amor.
O mundo atual estertora, porque há carência de amor em toda parte. Fala-se muito no amor, comenta-se sobre a sua finalidade, estabelecem-se regras e critérios, no entanto, não se o introjeta no coração, a fim de que se externe em palavras e ações, alterando a marcha dos acontecimentos.
Por isso, o ser humano enferma, porque se nega à vacinação preventiva do amor, ou quando se encontra afetado por alguma doença, recusa-se à amorterapia, que o libertaria da injunção afligente.
Encontram-se equivocados a seu respeito todos aqueles que aspiram a recebê-lo sem a consciência de oferecê-lo, aspirando a receber sem dar, a fruir sem sensibilidade para deixar-se impregnar pelos seus fluidos transcendentes.
O amor nunca se sacrifica, conforme se pensa equivocadamente, porque tudo quanto realiza, mesmo a peso de muito testemunho e doação, é espontâneo, não lhe constituindo martírio, antes representando um imenso prazer a bênção que persegue e se transforma em alegria de oferecer sem qualquer restrição.
Pais, irmãos, afetos diversos asseveram que, se necessário, são capazes de oferecer a vida pela de outrem, desde que seja alguém desses a quem se afeiçoam com ternura e devotamento no lar. É, sem dúvida, um gesto heróico e grandioso, entretanto, na desnecessidade de assim proceder, estão convidados a compreender e tolerar, a perseverar ao seu lado nas horas difíceis, a assistir com delicadeza e discrição, passando despercebidos e sem a presença dos holofotes da exibição ou os louros da retribuição.
O amor, portanto, é um gigante que se faz pigmeu quando necessário, e é quase um nada que se avoluma conforme o momento e as circunstâncias que lhe imponham essa modificação de estrutura.
Quando alguém oferece amor a outrem, ele se vai agigantando e abraçando outros que encontra pela frente, porque faz que se desenvolva o seu germe que permanece aguardando os estímulos para desenvolver-se, terminando por abarcar todo o mundo.
A religião mais eficiente é aquela, portanto, que se fundamenta no amor real, essência da vida legítima.
Presente em toda a Natureza, porque procedente de Deus, da criatura humana se irradia abrangendo tudo e voltando na direção a Deus.
Cultiva o amor no pensamento, externa-o nas palavras e vive-o nas ações, sem preocupação de haveres ou não alcançado o seu sublime clímax.
Começa-o agora e segue-lhe a trilha infinita, cada vez amando mais.
Habituar-te-ás ao amor de tal forma, que nunca mais poderás viver sem ele no coração.


[1] Livro: Garimpo de amor – Ditado pelo Espírito Joana de Angelis, psicografia de Divaldo P. Franco, Edit. LEAL. Todos os grifos, numeração, coloridos, negritos, sublinhados e itálicos: é de autoria da redação do Jornal A FAGULHA, quanto aos nossos estudos destes artigos.

terça-feira, 2 de abril de 2019

TUA CASA


TUA CASA[1]
Eis que estamos em tua casa, esperando conversar de alma para alma, dentro da simplicidade evangélica, sempre usando o coração. Estamos com saudades do teu entendimento, da amizade que traz para todos a alegria contagiante, que conforta e supre todas as deficiências.
Tua casa é um lugar gerador de Paz! Dentro destas quatro paredes podes respirar o mesmo clima do Céu, dependendo de como te comportares em família. Mulher e marido são os agentes da Felicidade, desde quando compreendem as necessidades de servir um ao outro por Amor, entendendo mutuamente seus deveres para com a própria família, não fazendo da casa um lugar que possa gerar o vício, procurando se esforçar todos os dias, esquecendo-se dos hábitos que os colocam na dependência e observando os procedimentos que prejudicam a saúde.
O pai que esquece o bom comportamento está convidando o filho para o desequilíbrio; a mãe que deixa passar despercebido o asseio, está convidando seus filhos para o desleixo. Se quiseres filhos educados, onde a disciplina se destaca às vistas dos outros, passa a dar exemplos de honestidade, de trabalho e de amor, porque a vivência das qualidades nobres são sementes de luz que sempre clareiam os caminhos de toda a tua prole. Quem não vive bem em família, não tem condições de viver em paz com ninguém. Tua casa é, pois, o primeiro passo que Deus te ajuda a dar, como sendo alicerce para o teu equilíbrio. Deves compreender a necessidade de viver em harmonia com todos os que te cercam, pois somos todos filhos do mesmo Deus. Não deves procurar a Felicidade fora do dever; honra os teus, que convivem à tua sombra, que no futuro eles te darão alegria.
Seja qual for a situação da tua vida, não percas a Esperança, que o Senhor está vendo e tudo sabe, e te ajudará a escolher os melhores caminhos para o restabelecimento. Nunca blasfemes contra a natureza, pois as situações mudam de hora para hora e quem confia, sempre sai vitorioso, sentindo a glória palpitar como sendo o bem-estar na consciência. Se estás doente ou alguém está enfermo em teu lar, não te desesperes, pois para Deus não existe o impossível; pede a Jesus com fé, que os recursos podem estar mais próximos do que pensas.
Quando pensamos em Deus, sentimos todo o bem que possa acontecer conosco, Sê amigo de todos dentro da casa, ouve quem queira falar, analisando o que cada um diz e responde como se fosses Jesus respondendo, tendo a paciência de ouvir e responder. E lembra-te de que as palavras com o Cristo são fontes de vida. Renuncia ás extravagâncias - o desperdício do teu salário em coisas inúteis será encargo maior para os teus ombros.
A Paz em teu lar é a conquista dos teus esforços somados todos os dias.
Quem não tem tempo para as boas conversações em família, nunca encontra o que busca - a Felicidade. Ouve o que vamos te falar; abre ou continua com – o teu culto do Evangelho, mesmo que apareçam problemas; aprende a superá-los, porque o bem que ele te faz e à tua família compensa todos os esforços na conquista deste tesouro.
Desejamos a paz de Deus para a tua casa.


[1] Livro: Tua Casa – Ditado pelo Espírito Ayrtes; psicografia de João Nunes Maia, Cap. 01. Todos os grifos, numeração, coloridos, negritos, sublinhados e itálicos: é de autoria da redação do Jornal A FAGULHA, quanto aos nossos estudos destes artigos.