quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

PODERES OCULTOS


PODERES OCULTOS[1]


“E onde quer que ele entre; fosse nas cidades, nas aldeias ou nos campos, depunham os enfermos nas praças e lhe rogavam que os deixasse tocar ao menos na orla de seu vestido; e todos os que nele tocavam, saravam.”
Marcos, 6:56

Não raro, surgem nas fileiras espiritualistas estudiosos afoitos a procurarem, de qualquer modo, a aquisição de poderes ocultos que lhes confira posição de evidência. Comumente, em tais circunstâncias, enchem-se das afirmativas de grande alcance.
O anseio de melhorar-se, o desejo de equilíbrio, a intenção de manter a paz, constituem belos propósitos; no entanto, é recomendável que o aprendiz não se entregue a preocupações de notoriedade, devendo palmilhar o terreno dessas cogitações com a cautela possível.
Ainda aqui, o Mestre Divino oferece a melhor exemplificação.
Ninguém reuniu sobre a Terra tão elevadas expressões de recursos desconhecidos quanto Jesus. Aos doentes, bastava tocar-lhe as vestiduras para que se curasse de enfermidades dolorosas; suas mãos devolviam o movimento aos paralíticos, a visão aos cegos.
Entretanto, no dia do Calvário, vemos o Mestre ferido e ultrajado, sem recorrer aos poderes que lhe constituíam apanágio divino, em benefício da própria situação.
Havendo cumprido a lei sublime do amor, no serviço do Pai, entregou-se à sua vontade, em se tratando dos interesses de si mesmo. A lição do Senhor é bastante significativa.
É compreensível que o discípulo estude e se enriqueça de energias espirituais, recordando-se, porém, de que, antes do nosso, permanece o bem dos outros e que esse bem, distribuído no caminho da vida, é a voz que falará por nós a Deus e aos homens, hoje ou amanhã.


[1]  Livro: Caminho Verdade e Vida – Ditado pelo Espírito Emmanuel; psicografia de Francisco Cândido Xavier, Cap. 70, Edit. FEB. Todos os grifos, numeração, coloridos, negritos, sublinhados e itálicos: é de autoria da redação do Jornal A FAGULHA, quanto aos nossos estudos destes artigos.
 Fonte de imagem:  http://thecabulouso.blogspot.com/2013/01/poderes-mentais.html

terça-feira, 25 de dezembro de 2018

REPRESSÃO


REPRESSÃO[1]
Chorar é muito natural. Quando estamos em contato com nossas emoções e sentimentos, sabemos o que eles nos querem dizer e mostrar.
Não devemos reter nossas lágrimas. São elas nossas energias emocionais que se materializam e precisam ser expressas.
Chorar é muito natural. Quando estamos em contato com nossas emoções e sentimentos, sabemos o que eles nos querem dizer e mostrar sobre nossas carências e nossas relações com os outros.
Quase todos nós aprendemos como sentir ou como esconder nossas emoções na infância. A formação da nossa personalidade está ligada, sem contar a outros tantos fatores, ao aprendizado da vida atual. Fatos e atitudes semelhantes costumam provocar nas crianças emoções comparáveis; portanto, não podemos nos esquecer da influência do meio e da cultura no desenvolvimento de nossa emotividade.
Emoções e sentimentos são simples e primários; são como são: não adianta enfeitá-los ou tentar explicá-los. O desenvolvimento, porém, da nossa maneira de “sentir agindo” se forma de acordo com nosso grau evolutivo somado à nossa vontade e ao ambiente em que vivemos.
Ninguém sente emoções somente em determinadas partes do corpo, mas sim em todo o organismo. No entanto, a mesma emoção pode provocar atitudes completamente diversas nas pessoas.
Durante uma apresentação teatral ou musical, podemos observar as mais controvertidas emoções na plateia diante das mesmas circunstâncias de estímulo. Os seres humanos são espíritos milenares que vivem temporariamente em corpos transitórios; essa a razão da diversidade de sentimentos.
Em caso de falecimento de entes queridos, chorar de modo intenso é uma emoção perfeitamente compreensível. Porém, se aprendemos com adultos preconceituosos que “homens nunca devem chorar”, reprimimos nossas emoções naturais e passamos a criar barreiras psicológicas em nossa vida íntima. É saudável, pois, em certas circunstâncias, demonstrar tristeza; reprimi-la é doentio.
Não estamos nos referindo aos comportamentos espetaculares de exibição dramática, mas à necessidade de expressar a dor da separação.
Muitos escondem suas lágrimas, pois querem demonstrar a seus amigos e familiares que são altamente espiritualizados. Afirmam que o choro é reação anormal de criaturas revoltadas. Na verdade, esse julgamento infeliz é observado nos denominados “juízes ideológicos”; perderam suas conexões com a sensibilidade.
Alguns aprenderam que não devemos chorar pelos nossos mortos queridos, pois lhes ensinaram que, enquanto permanecerem derramando lágrimas, seus afetos não ficarão em paz. O verdadeiro problema que se estabelece é a rebeldia e a inconformação perante as Leis da Vida, não as lágrimas que derivam da saudade e do amor que nutrimos pelos seres que partiram.
Outros reagem ante os funerais de familiares com um “entorpecimento emocional”, não derramando uma lágrima sequer. Pessoas podem acusá-los de indiferentes e insensíveis, por não conseguirem avaliar o cansaço físico excessivo dessas criaturas naquele momento, pelas noites e noites desgastantes que viveram durante a longa doença do afeto que partiu.
Outros ainda tomam atitudes de coragem impassível diante da dor, por terem aderido a doutrinas estoicas. Posteriormente, no entanto, sentem-se culpados, porque não choraram o quanto queriam chorar.
Para os que têm fé e aceita a vida após a morte, a separação é vista de forma temporária, ficando mais fácil para eles superarem os momentos dolorosos do “adeus” na desencarnação. Sabem que o progresso é inevitável e, por isso, consideram a morte o fim de uma etapa e o início de outra melhor.
“Sensibiliza os Espíritos o lembrarem-se deles os que lhes foram caros na Terra.” (55)
As lágrimas são mensageiras da saudade, são as águas cristalinas do coração, que surgem das profundezas de nossa alma.
X.X.X
As mutilações de qualquer gênero são sempre uma repressão cruel e violenta às leis naturais da vida.
Os espíritos transitam por uma escala vastíssima de reencarnações, através dos milênios, ocupando posições ora masculinas ora femininas, o que lhes confere, geralmente, certas características bissexuais. Ser homem ou mulher é uma transitoriedade do mundo físico.
Além das diversidades biológicas, naturais e inerentes dos corpos masculinos e femininos, encontramos outras tantas nas áreas psíquicas, sociais e reencarnatórias. Todas essas diferenças sofrem as pressões das regras sociais da educação vigente e dos costumes de uma época, juntamente com a ação das glândulas sexuais. Isso nos leva a classificar as atitudes humanas com certas predominâncias, masculinas ou femininas.
Os espíritos não têm sexo; portanto, em toda personalidade humana existem traços de masculinidade e de feminilidade. Isso não quer dizer que uma mulher com traços masculinos seja anormal, mas sim que existem aspectos sexuais típicos e diferentes em cada criatura.
Dessa forma, cada ser se distingue por determinadas peculiaridades no mundo afetivo e, por isso, a tendência emocional da criatura, muitas vezes, difere e independe de sua morfologia orgânica.
Na infância, os pais se encarregam de transmitir às crianças as primeiras noções sobre sexualidade, mas nem sempre guiam seus filhos para um bom entendimento das faculdades genésicas. Em muitas ocasiões, fixam preconceitos na mente infantil, os quais, mais tarde, gerarão diversos desequilíbrios da libido.
As religiões ortodoxas e controladoras atribuem ao sexo uma proibição divina. Afirmam que todos os seres humanos nascem com o “pecado original”, ou seja, pelos erros sexuais cometidos por Adão e Eva, considerados como os “pais da humanidade”, e que todos precisam ser purificados pelo batismo. Colocam ainda a abstenção sexual como condição imprescindível para se atingir a santidade, olvidando-se de que tudo o que existe na Natureza foi gerado por Deus e que a sexualidade é parte integrante de nossa criação divina.
Adultos imaturos do ponto de vista espiritual reprimem os impulsos sexuais nas crianças, atribuindo malícia ou precocidade, por desconhecerem que as energias sexuais são forças criativas inerentes aos seres humanas e importantíssimas para seu desenvolvimento psicoemocional.
Desconhecem ainda que somente pequena parte dessa energia age na atividade sexual propriamente dita. O restante dessa força criativa se generaliza nas manifestações das atividades sociais, intelectuais, físicas, emocionais e espirituais do indivíduo. Ao inibirem um setor, estão comprometendo o todo, quer dizer, os seres humanos não funcionam por partes separadas, mas num processo de interdependência. Não podemos tocar num elemento sem afetarmos todo o crescimento psicológico em evolução.
“Que se deve pensar das mutilações operadas no corpo do homem...? (...) A Deus não pode agradar o que seja inútil e o que for nocivo lhe será sempre desagradável. (...) Deus só é sensível aos sentimentos que elevam para ele a alma. Obedecendo-lhe à lei e não a violando é que podereis forrar-vos ao jugo da vossa matéria terrestre.” (56)
A energia sexual pode trazer satisfações tanto nas atividades afetivas e emocionais quanto em quaisquer das atividades intelectuais, espirituais e orgânicas, proporcionando ao indivíduo uma sensação de bem-estar e facilitando sua criatividade.
A ideia de sexualidade proposta pela Doutrina Espírita há mais de cento e quarenta anos, encontra apoio nas modernas teorias psicológicas, leva o indivíduo a uma ótica transcendente do sexo e o faz abandonar essa visão simplista, biológica e materialista; a que ele sempre foi relegado.
Entendemos por mutilação não somente a privação ou a destruição visível de partes do nosso corpo, mas também a ocorrida de forma imperceptível, oculta ou velada.
Podemos cobrir os impulsos sexuais com o manto da simulação. Substituímo-los por outros, inventamos desculpas e álibis convincentes para ocultá-los de nós mesmos e dos outros; porém, eles não desaparecem.
As mutilações de qualquer gênero são sempre uma repressão cruel e violenta às leis naturais da vida; no entanto, todos nós somos convocados a planejar uma vida sexual equilibrada.
Abstenção imposta gera desequilíbrio, mas a educação, aliada ao controle e à responsabilidade, será sempre a meta segura para o emprego respeitável e nobre das forças sexuais.

Referencias:
55 LE 320 – Sensibiliza os Espíritos o lembrarem-se deles os que lhes foram caros na Terra?
Muito mais do que podeis supor. Se são felizes, esse fato lhes aumenta a felicidade. Se são desgraçados, serve-lhes de lenitivo.”
56 LE 725 – Que se deve pensar das mutilações operadas no corpo do homem ou dos animais?
A que propósito, semelhante questão? Ainda uma vez; inquiri sempre vós mesmos se é útil aquilo de que porventura se trate. A Deus não pode agradar o que seja inútil e o que for nocivo lhe será sempre desagradável. Porque, ficai sabendo, Deus só é sensível aos sentimentos que elevam para ele a alma. Obedecendo-lhe à lei e não a violando é que podereis forrar-vos ao jugo da vossa matéria terrestre.



[1] Livro: As Dores da Alma – Ditado pelo Espírito Hamed; psicografia de Francisco do Espírito Santo Neto, Edit. Boa Nova. Todos os grifos, numeração, coloridos, negritos, sublinhados e itálicos: é de autoria da redação do Jornal A FAGULHA, quanto aos nossos estudos destes artigos.
Fonte da imagem: http://danielladidio.com.br/divertidamente-o-que-seria-de-nos-sem-as-emocoes/

segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

ACUSAÇÃO INDÉBITA


ACUSAÇÃO INDÉBITA[1]

No capítulo da censura, comumente chega a nossa vida um momento de perplexidade, à frente do quais muito companheiros se mostram ameaçados pelo desânimo.

Não se trata da ocasião em que somos induzidos a reprovar os outros e nem mesmo daquela em que somos repreendidos, em razão de nossas quedas.
Reportamo-nos à hora em que nos vemos acusados por faltas que não perpetramos e por intenções que nos afloram à mente.
Desejamos falar das circunstâncias em que somos julgados por falsas aparências, dando lugar a comentários depreciativos em torno de nós mesmos.
* * *
Teremos agido no bem de todos e, em seguida, analisados sob o prisma diferente, qual se estivéssemos diligenciando gratificar o próprio egoísmo; de outras vezes assumimos posição de auxílio ao próximo, empenhando nossas melhores energias, e tivemos nossas palavras ou providências, sob a interpretação infeliz, atraindo-nos à crítica desapiedada, até mesmo naqueles amigos a quem oferecemos o coração.
Atingindo esse ponto nevrálgico no caminho, não te permitas o mentiroso descanso no esmorecimento.
Traz-se a consciência tranquila, entre os limites naturais de tuas obrigações ante as obrigações alheias, ora pelos que te censuram ou injuriam e prossegue centralizando a própria atenção no desempenho dos encargos que o senhor te confiou, de vez que o tempo é o juiz silencioso de cada um de nós.
* * *
Ouve a todos, trabalhando e trabalhando.
Responde a tudo, servindo e servindo.
* * *
Nos dias nublados, quando as sombras se amontoem ao redor de teus passos, converte Toda tendência à lamentação em mais trabalho, e transfigura as muitas palavras de auto justificação, que desejarias dizer, em mais serviço, conversando com os outros através do idioma inarticulado do dever retamente cumprido, porquanto se, em verdade, não temos o coração claramente aberto à observação dos que nos cercam no mundo, a todo instante, a justiça nos segue e em toda parte Deus nos vê.


[1] Livro: Rumo Certo – Ditado pelo Espírito Emmanuel; psicografia de Francisco Cândido Xavier, Cap. 11 Edit. FEB. Todos os grifos, numeração, coloridos, negritos, sublinhados e itálicos: é de autoria da redação do Jornal A FAGULHA, quanto aos nossos estudos destes artigos.
   Fonte da imagem: https://pt.depositphotos.com/52997337/stock-illustration-accusation.html

domingo, 23 de dezembro de 2018

FUSCÃO X MACARRÃO


 
             FUSCÃO  X  MACARRÃO[1]


Certa manhã fria de outubro de 1971, o médium Francisco Cândido Xavier surpreendeu-se ao ver estacionado em frente à porta de sua casa um possante caminhão.
Dentro da sua carroceria, um "fuscão", último modelo, de luxo, zero quilômetro.
E mais admirado ficou ainda quando o motorista começou a descarregá-lo!
Finda a operação, o homem perguntou-lhe se conhecia e se sabia se Chico Xavier se encontrava em casa.
- Sou eu mesmo. - respondeu-lhe timidamente.
Sem mais nada indagar, o interlocutor informou-lhe o motivo de sua presença:
- "Pois aqui estão os documentos e as chaves do carro. Uma empresa de transportes pagou-me para trazê-lo e entregá-lo ao senhor, foi um industrial de São Paulo quem mandou, mas não sei o seu nome. Não adianta me perguntar". E se foi.
O humilde porta-voz da Espiritualidade Superior por várias vezes balançou a cabeça.
Por fim sorriu e encaminhou-se para seu quarto, ia orar e meditar. O automóvel ficou na rua, abandonado ao sol. Horas depois, chegou o dono do estabelecimento comercial que fornecia gêneros e verduras para a "sopa dos pobres" do Chico.
O médium convidou-o para olhar o presente que recebera.
Visivelmente encabulado indagou-lhe:
- Que tal? Gostou?
- "Magnífico! Extraordinário! Que linda cor!" - exclamou o entusiasmado visitante.
- Leve-o. (falou mansamente o irmão de todos os sofredores e desvalidos.) Você me paga em macarrão para as minhas sopas e sacolas.
O simples e puro Chico, ainda não contaminado pela ganância e pelo egoísmo dos seres humanos, assim acabava de efetuar um negócio altamente lucrativo: trocara um bem transitório, que as traças consomem e os ladrões roubam, pelo ouro inoxidável da caridade, que nem as traças roem e nem os ladrões roubam...


OBSERVAÇÃO: O Natal de Chico Xavier era o ano todo.


[1] Livro: Lições de Sabedoria - Marlene Rossi S. Nobre. Todos os grifos, numeração, coloridos, negritos, sublinhados e itálicos: é de autoria da redação do Jornal A FAGULHA, quanto aos nossos estudos destes artigos.
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sábado, 22 de dezembro de 2018

BOA VONTADE


BOA VONTADE[1]


“Vede prudentemente como andais.”
Paulo
Efésios, 5:15

Boa-vontade descobre trabalho.
Trabalho opera a renovação.
Renovação encontra o bem.
O bem revela o espírito de serviço.
O espírito de serviço alcança a compreensão.
A compreensão ganha humildade.
A humildade conquista o amor.
O amor gera a renúncia.
A renúncia atinge a luz.
A luz realiza o aprimoramento próprio.
O aprimoramento próprio santifica o homem.
O homem santificado converte o mundo para Deus.
Caminhando prudentemente, pela simples boa-vontade a criatura alcançará o Divino Reino da Luz.


[1] Livro: Pão Nosso – Ditado pelo Espírito Emmanuel; psicografia de Francisco Cândido Xavier, Cap. 66 Edit. FEB. Todos os grifos, numeração, coloridos, negritos, sublinhados e itálicos: é de autoria da redação do Jornal A FAGULHA, quanto aos nossos estudos destes artigos.
   Fonte da imagem:  http://gruporuah.com/voce-precisa-acreditar-que-as-pessoas-agem-com-boa-vontade/

sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

ATRITOS FÍSICOS


ATRITOS FÍSICOS[1]

"Mas se alguém te bater na face direita, oferece-lhe também a outra."
Jesus
Mateus, 5:39

Alguns humoristas pretendem descobrir na advertência do Mestre uma exortação à covardia, sem noção de respeito próprio.
O parecer de Jesus, no entanto, não obedece apenas aos ditames do amor, essência fundamental de seu Evangelho. É igualmente uma peça de bom senso e lógica rigorosa.
Quando um homem investe contra outro, utilizando a força física, os recursos espirituais de qualquer espécie já foram momentaneamente obliterados no atacante.
O murro da cólera somente surge quando a razão foi afastada.
E sobrevindo semelhante problema, somente a calma do adversário consegue atenuar os desequilíbrios, procedentes da ausência de controle.
O homem do campo sabe que o animal enfurecido não regressa à naturalidade se tratado com a ira que o possui.
A abelha não ferretoa o apicultor, amigo da brandura e da serenidade.
O único recurso para conter um homem desvairado, compelindo-o a reajustar-se dignamente, é conservar-se o contendor ou os circunstantes em posição normal, sem cair no mesmo nível de inferioridade.
A recomendação de Jesus abre-nos abençoado avanço...
Oferecer a face esquerda, depois que a direita já se encontra dilacerada pelo agressor, é chamá-lo à razão enobrecida, reintegrando-o, de imediato, no reconhecimento da perversidade que lhe é própria.
Em qualquer conflito físico, a palavra reveste-se de reduzida função nos círculos do bem. O gesto é a força que se expressará convenientemente.
Segundo reconhecemos, portanto, no conselho do Cristo não há convite à fraqueza, mas apelo à superioridade que as pessoas vulgares ainda desconhecem.


[1] Livro: Vinha de Luz – Ditado pelo Espírito Emmanuel; psicografia de Francisco Cândido Xavier, Cap. 63, Edit. FEB. Todos os grifos, numeração, coloridos, negritos, sublinhados e itálicos: é de autoria da redação do Jornal A FAGULHA, quanto aos nossos estudos destes artigos.
Fonte de imagem: https://nandabahia.com/2015/09/09/brigas-de-criancas/

quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

SEMEADORES


SEMEADORES[1]

“Eis que o semeador saiu a semear.”
Jesus
Mateus, 13:3

Todo ensinamento do Divino Mestre é profundo e sublime na menor expressão. Quando se dispõe a contar a parábola do semeador, começa com ensinamento de Inestimável importância que vale relembrar.
Não nos fala que o semeador deva agir, através do contrato com terceiras pessoas, e sim que ele mesmo saiu a semear.
Transferindo a imagem para o solo do espírito, em que tantos imperativos de renovação convidam os obreiros da boa vontade à santificante lavoura da elevação, somos levados a reconhecer que o servidor do Evangelho é compelido a sair de si próprio, a fim de beneficiar corações alheios.
É necessário desintegrar o velho cárcere do "ponto de vista" para nos devotarmos ao serviço do próximo.
Aprendendo a ciência de nos retirarmos da escura cadeia do "eu", excursionaremos através do grande continente denominado "interesse geral". E, na infinita extensão dele, encontraremos a "terra das almas", sufocada de espinheiros, ralada de pobreza, revestida de pedras ou intoxicada de pântanos, oferecendo-nos a divina oportunidade de agir a benefício de todos.
Foi nesse roteiro que o Divino Semeador pautou o ministério da luz, iniciando a celeste missão do auxílio entre humildes tratadores de animais e continuando-a através dos amigos de Nazaré e dos doutores de Jerusalém, dos fariseus palavrosos e dos pescadores simples, dos justos e dos injustos, ricos e pobres, doentes do corpo e da alma, velhos e jovens, mulheres e crianças...
Segundo observamos, o semeador do Céu ausentou-se da grandeza a que se acolhe e veio até nós, espalhando as claridades da Revelação e aumentando-nos a visão e o discernimento.
Humilhou-se para que nos exaltássemos e confundiu-se com a sombra a fim de que a nossa luz pudesse brilhar, embora lhe fosse fácil fazer-se substituído por milhões de mensageiros, se desejasse.
Afastemo-nos, pois, das nossas inibições e aprendamos com o Cristo a “sair para semear.”


[1] Livro: Fonte Viva – Ditado pelo Espírito Emmanuel; psicografia de Francisco Cândido Xavier, Cap. 64 Edit. FEB. Todos os grifos, numeração, coloridos, negritos, sublinhados e itálicos: é de autoria da redação do Jornal A FAGULHA, quanto aos nossos estudos destes artigos.. Fonte de imagem:  https://www.textocontextopretexto.com.br/2017/09/somos-todos-semeadores.html

quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

ALÉM TÚMULO


ALÉM TÚMULO[1]


“E, se não há ressurreição de mortos, também o Cristo não ressuscitou.”
Paulo, I Coríntios 15:13

Teólogos eminentes, tentando harmonizar interesses temporais e espirituais, obscureceram o problema da morte, impondo sombrias perspectivas à simples solução que lhe é própria.
Muitos deles situaram as almas em determinadas zonas de punição ou de expurgo, como se fossem absolutos senhores dos elementos indispensáveis à análise definitiva.
Declararam outros que, no instante da grande transição, submerge-se o homem num sono indefinível até o dia derradeiro consagrado ao Juízo Final.
Hoje, no entanto, reconhece a inteligência humana que a lógica evolveu com todas as possibilidades de observação e raciocínio.
Ressurreição é vida infinita. Vida é trabalho, júbilo e criação na eternidade.
Como qualificar a pretensão daqueles que designam vizinhos e conhecidos para o inferno ilimitado no tempo?
Como acreditar; permaneçam adormecidos, milhões de criaturas, aguardando o minuto decisivo de julgamento, quando o próprio Jesus se afirma em atividade incessante?
Os argumentos teológicos são respeitáveis; no entanto, não deveremos desprezar a simplicidade da lógica humana.
Comentando o assunto, porta adentra do esforço cristão, somos compelidos a reconhecer que os negadores do processo evolutivo do homem espiritual, depois do sepulcro, definem-se contra o próprio Evangelho. O Mestre dos Mestres ressuscitou em trabalho edificante.
Quem, desse modo, atravessará o portal da morte para cair em ociosidade incompreensível?
Somos almas, em função de aperfeiçoamento, e, além do túmulo, encontramos a continuação do esforço e da vida.


[1]  Livro: Caminho Verdade e Vida – Ditado pelo Espírito Emmanuel; psicografia de Francisco Cândido Xavier, Cap. 68, Edit. FEB. Todos os grifos, numeração, coloridos, negritos, sublinhados e itálicos: é de autoria da redação do Jornal A FAGULHA, quanto aos nossos estudos destes artigos.
 Fonte de imagem:  https://contosdehorroreterror.wordpress.com/2016/08/29/a-conjectura-do-alem-tumulo/