quinta-feira, 9 de novembro de 2017

NA TRILHA DO MESTRE


NA TRILHA DO MESTRE

Partindo Jesus dali, viu um homem, chamado Mateus, sentado na coletoria, e disse-lhe: Segue-me! Ele se levantou e o seguiu.
Mateus 9:9

É importante verificar que o Mestre não estabelece condições para que o discípulo lhe compartilhe a jornada.
Não pergunta se ele se julga dotado com a força conveniente…
Se é fraco de espírito…
Se é demasiado imperfeito…
Se sofre em família…
Se possui débitos a solver…
Se padece tentações…
Se está acusado de alguma falta…
Se retém valores de educação…
Se é rico ou pobre de possibilidades materiais…
O Senhor diz apenas segue-me, como quem afirma que, se o aprendiz se dispõe realmente a segui-lo, será suprido de socorros eficientes, em todas as suas necessidades.
A lição é clara e expressiva. 
Reflitamos nela para que não venhamos a permanecer na sombra da indecisão.

Livro: “Benção de Paz”, Espírito Emmanuel, por Francisco Cândido Xavier 

sábado, 4 de novembro de 2017

ESTRUTURA DE UMA CASA ESPÍRITA

ESTRUTURA DE UMA CASA ESPÍRITA

O Centro Espírita é muito mais do que a casa física que lhe serve de sede. Transcende às paredes, aos muros que o circundam e ao teto que o cobre. Em verdade, o Centro Espírita é um complexo espiritual em que se labora nos dois planos da vida, o físico e o extrafísico, e com as duas humanidades, a dos encarnados e a dos espíritos desencarnados. Em razão disso, as providências e cuidados da Espiritualidade Maior são imensos quanto ao planejamento e à organização de uma instituição espírita. Já há muito sabemos que as planificações espirituais antecedem as dos encarnados, por isso se diz, comumente, quando se pensa e projeta uma obra espírita, que esta já estava edificada na espiritualidade. O que é real e verdadeiro. Os alicerces espirituais, portanto, são “levantados” bem antes, servindo de modelo para a obra que se pretende edificar no plano terreno.


(...) Costumamos frequentar o Centro Espírita durante anos sem atentarmos para aspectos mais profundos da sua importância, pois o vemos apenas como o local onde vamos buscar ajuda, consolo, amparo e esclarecimento e onde se tem um bom ambiente espiritual, apropriado para as reuniões espíritas. Não nos damos conta de toda a complexa estrutura espiritual que mantém uma sede de atividades espíritas, no âmbito dos encarnados, para que ela possa atuar nos dois planos da vida.

Entretanto, há alguns anos, estamos sendo conscientizados, principalmente através de mensagens dos instrutores espirituais, do que é, na realidade, o Centro Espírita e a premente necessidade que temos de adequá-lo e preservá-lo de acordo com as diretrizes da Codificação, bem como dos cuidados com que a Espiritualidade Maior cerca e dispensa, ao longo da tempo, aos núcleos espíritas que estão incluídos entre os que são merecedores dessas providências, pelo trabalho sério, nobre e edificante que realizam.

(...) Na ambiência da Casa Espírita, no relacionamento com os companheiros, descobrimos gradualmente o “segredo” de conviver com as diferenças aplicando os ensinamentos do Cristo à luz do Espiritismo, atendendo assim à conclamação do Espírito de Verdade, conforme registra O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. VI, item 5: “Espíritas! amai-vos, este o primeiro ensinamento; instruí-vos, este o segundo”.

(...) Ao ressaltar o labor edificante promovido pelos mentores, não deixamos de considerar aquele que é efetuado pelos encarnados, ao conduzirem a Casa com seriedade e fundamentada nas diretrizes luminosas da Codificação Kardequiana. Assim, as duas equipes, a dos encarnados e a dos desencarnados, trabalharão em perfeita consonância formando, em última análise, uma única equipe, irmanados todos pelo mesmo ideal.

(...) No cerne dessa conscientização sobressai o compromisso dos dirigentes de serem as “vozes”, no plano terreno, dos Benfeitores da Vida Maior – estes que, numa visão mais profunda e avançada, são, em verdade, aqueles que dirigem, orientam, sustentam e inspiram os tarefeiros encarnados.

(...) Se a tarefa prioritária que nós, espíritas, devemos atender é a da difusão da Doutrina Espírita; se é essa a maior caridade que podemos exercer em relação a ela, conforme ensina Emmanuel, é essencial entender que a divulgação das diretrizes doutrinárias necessitam levar, em consentâneo, a vivência daqueles que as propagam. Somente assim, os valiosos princípios da Terceira Revelação terão o cunho da autenticidade, alcançando os corações que deles tenham ciência, com a força vibratória de quem vive o que prega.

Portanto, é no âmbito do Centro Espírita que exercitamos o amor, em suas várias gradações, que aprendemos a perdoar, que treinamos a paciência e a tolerância, aprendendo, em simultâneo, a ter respeito e disciplina no trato com as coisas espirituais.



Fonte: http://www.redeamigoespirita.com.br/profiles/blogs/estrutura-de-uma-casa-esp-rita-alicerces-espirituais

DESVIOS E DISTORÇÕES DOUTRINÁRIAS

DESVIOS E DISTORÇÕES DOUTRINÁRIAS
Há que se dedicar muito cuidado e atenção na prática cotidiana da programação de nossas instituições espíritas. O compromisso do adepto espírita é com o Espiritismo. E Espiritismo está claramente definido nas obras básicas de Allan Kardec. As inclusões indevidas, práticas que distorcem inovações oriundas de nossas distrações doutrinárias e mesmo quando criamos o “nosso espiritismo”, correm por nossa conta e risco, gerando responsabilidades de expressão, face às noções indevidas que podemos estar semeando em pessoas que agora se aproximam da Doutrina Espírita e o conhecem distorcido de suas propostas verdadeiras.
O compromisso do Espiritismo é com a renovação moral do ser humano. Totalmente conectado com o Evangelho de Jesus, suas bases visam esclarecer e orientar sobre nossa natureza, origem e destinação como filhos de Deus. Fundamentado em bases racionais e exclusivamente voltadas ao crescimento intelecto morais dos filhos de Deus, o Espiritismo dispensa condicionamentos, dependências de qualquer espécie, imposições, exigências e fanatismos que possam ou queiram se impor.
Quando se fala em condicionamentos e dependências, há um leque enorme de situações sutis que vamos nos permitindo e que deformam totalmente a genuína prática espírita. Alguém poderia perguntar: mas qual ou quais? Relacione uma ou mais. Não há necessidade de citar, discriminar ou criar outros perigosos caminhos que são os do preconceito ou do orgulho ferido e mesmo possíveis imposições ou críticas que não cabem.
A resposta é fácil. O Espiritismo possui e oferece ferramentas úteis e precisas para se evitar condicionamentos e dependências. Basta que perguntemos a nós mesmos: o que espero ou faço do Espiritismo? Como dirigente, palestrante, escritor ou colaborador/tarefeiro em qualquer área de atividade nas instituições – pois que não há qualquer atividade que seja mais importante ou mereça qualquer destaque, já que somos todos meros aprendizes –, como estou me portando?
Aprisiono ou liberto e motivo as pessoas?
Uso ameaças, chantagem e imponho minhas ideias e vontades como as únicas corretas?
Sou daqueles que recriminam e acusam, desprezam ou não desmerecem o esforço alheio?
Não é preciso continuar. Muitas outras situações podem ser incluídas.
Com tais posturas, aonde vão se incluir os desdobramentos próprios do orgulho, da vontade de dominar, da vaidade e da prepotência, geram os problemas que aí estão esperando nossa submissão à realidade do que realmente somos: todos meros aprendizes.
O pior de tudo isso é que deixamos que nossas tendências introduzam práticas estranhas ao Espiritismo na prática cotidiana dos Centros, como as atuais novidades incoerentes com a genuína prática espírita. 
Quais são as novidades? 
Novamente não é nem preciso citar. Basta observar com atenção! Os desvios surgem e as novidades aparecem quando esquecemos a prioridade do Espiritismo: nossa melhora e progresso moral.
E a orientação desse programa está claramente nas obras básicas, que nos esquecemos de consultar, de estudar, refletir e divulgar. E principalmente de fazê-la amplamente compreensível, em suas riquezas, para aqueles que se aproximam – sedentos por entender – e são bombardeados com condicionamentos que, ao invés de libertarem, aprisionam e repetem os mesmos equívocos da história bem conhecida, ao longo do tempo.
É nosso dever respeitar o Espiritismo! É nosso dever transmitir Espiritismo com fidelidade. Muitas pessoas que agora se aproximam do Espiritismo não trazem uma formação anterior que lhes facilite entender os fundamentos do Espiritismo e estes precisam ser explicados, comentados, exemplificados com clareza.
E, infelizmente, diante de tanta grandeza moral à disposição para cumprir sua justa finalidade, ficamos usando nosso tempo, recursos e inteligência para finalidades absolutamente distantes da genuína prática espírita que não é outra senão a caridade, em sua ampla abrangência, que não se restringe à doação de coisas, mas à doação de nós mesmos na gentileza, na sensibilidade, na atenção, no estender das mãos, no trabalho em favor do bem geral,  etc.
Abramos os olhos.
Nossa responsabilidade é enorme. 
E nossa fragilidade também...
Fonte: http://www.redeamigoespirita.com.br/group/artigosespiritas/forum/topics/dos-desvios-e-distorcoes-doutrinarias

TEMPO

TEMPO[1]
Já ouvi muitas pessoas dizerem e, eu mesmo, já disse inúmeras vezes: “Não tenho tempo”. Creio que você também assim se expressou em algum momento da sua vida…
Estava refletindo sobre o tempo como uma dimensão desafiadora, admirável, inexorável. Toda vez que penso no assunto, fico encantado e rendo-me a implacabilidade temporal!
Preferível, prudente e sábio é ter o tempo como aliado. Então, quando vivemos “correndo atrás do tempo”, é porque as coisas não estão bem e nós, provavelmente, não estamos dando conta de gerenciar a nossa própria vida.
Para não ficar perdendo tempo na tentativa inglória de uma batalha contra o deus Cronos[2], tomemo-lo como companheiro de jornada, pois, queiramos ou não, ele nos acompanhará do mesmo jeito. Se soubermos bem usufruí-lo, seremos felizes. Caso contrário, a história poderá ser outra, bem diferente.
Refletindo sobre esse curioso tema, cheguei à seguinte conclusão inconclusa, pois em se tratando do senhor tempo, quem manda é ele…
Tempo é questão de prioridade, disciplina e organização.
Não existe não ter tempo. Todos têm tempo, apenas elegemos prioridades diferentes, de acordo com os nossos interesses. Sempre que coloco algo como preferencial em minha vida, tomo todos os cuidados possíveis para que esse algo seja realizado, com qualidade e atenção. Não deixo para trás. Isso está em primeiro lugar. Assim, de hoje não passa, pois é prioritário. E, para o prioritário, eu arrumo tempo.
A disciplina, na sábia expressão de Emmanuel, precede a espontaneidade. Ou seja, para se agir espontaneamente é necessário ser disciplinado antes.
A disciplina é uma virtude que nos coloca em condições de fazer tudo o que está ao nosso alcance, sem estresse e receios desnecessários. Quem é disciplinado sente que tudo conspira a seu favor, pois geralmente associa-se a essa característica outra igualmente importante quando falamos de tempo.
A organização é o melhor caminho para se ganhar tempo.
Já lhe ocorreu de procurar algo e não encontrar?
De deixar alguma coisa em algum lugar e ficar (feita barata tonta) à procura e nada de achar?!
Fique tranquilo, pois isso já aconteceu comigo, com você e com muitas outras pessoas. Todavia, quando aprendemos a ordenar, arrumar, planejar, vemos o tanto que a nossa vida pode se organizar e como nos sentimos felizes pelos bons resultados que conseguiremos alcançar.
Nós damos conta do recado. É só uma questão de tempo!



[2] Cronos (em grego: Κρόνος, transl.: Krónos), na mitologia grega, é o mais jovem dos titãs, filho de Urano, o céu estrelado, e Gaia, a terra. ... O titã Cronos serviu de inspiração para a antiga seita órfica criar a figura de Chronos, a quem chamavam de o "deus primordial do tempo". - https://pt.wikipedia.org/wiki/Cronos

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

CAMINHOS...



CAMINHOS...
Quer conhecer o que é uma Instituição Espírita?
Eis o primeiro e bom caminho...

Quer conhecer um pouquinho mais, o que é uma Instituição Espírita?
Eis o segundo e bom caminho...

Quer saber sobre a Transição Planetária, como ela está acontecendo?
Eis um bom caminho...

Conheça a história do Magnetismo, para não se deixar enganar pelos pseudos sábios... 
Eis o primeiro e o bom caminho...

Você sabia que cada centro de força tem quatro funções independentes uma das outras... 
Eis um excelente caminho...

Você sabe o que é fluido? Que é energia? Que é magnetismo?
Comece por este caminho...

Perispírito: que você conhece do mais ilustre desconhecido da maioria dos espíritas. 
Conheça-o por este caminho...

Que você sabe sobre a segunda morte, que todos têm de passar?
Conheça-o por este caminho...

quinta-feira, 19 de outubro de 2017

HISTORIA QUE JESUS CONTOU - FILHO PRÓDIGO

FILHO PRÓDIGO
Certo homem tinha dois filhos, que com ele moravam no seu lar.
Um dia, o mais moço disse ao seu pai:
— Papai, dá-me a parte da tua riqueza que me pertence. Eu desejo correr mundo, viajar por outras terras, conhecer nova gente...
O velho pai, diante desse pedido, repartiu com ambos os seus haveres, dando a cada um a parte que lhes cabia, de sua fortuna.
Alguns dias depois, o filho mais novo, juntando todas as coisas que lhe pertenciam, partiu para um país distante, muito longe de sua terra natal.
Esse moço, infelizmente, não era ajuizado. Mal chegou ao país estrangeiro, começou a gastar, sem cuidado, todo o dinheiro que possuía. Durante muitos dias não fez senão desperdiçar tudo que tinha. Buscou a companhia de outros rapazes desajuizados e consumiu toda a sua fortuna em bebidas, teatros e passeios. Um dia, viu que a última moeda havia desaparecido e se achava na mais absoluta miséria.
Foi nessa época que uma grande seca reduziu aquele país a uma situação tristíssima.
Com a seca, veio a fome. Mesmo nos lares ricos havia falta de pão. A miséria se estendeu desoladora...
O pobre rapaz, então, buscou um homem daquele país, contou-lhe sua desgraça e pediu-lhe a esmola de um emprego qualquer, mesmo que fosse o pior serviço. E o homem desconhecido o enviou para seus campos a fim de guardar porcos. Os porcos se alimentavam de alfarrobas, que são frutos de uma árvore chamada alfarrobeira; mas, nem mesmo desses frutos davam ao pobre moço. Os porcos se alimentavam melhor do que ele!
Foi então que o moço começou a pensar no que havia feito com seu bondoso pai, tão amigo, tão compreensivo, tão carinhoso... Refletiu muito... Como fora mau e ingrato para com seu paizinho! Como fora também ingrato para com Deus, desrespeitando o Seu Mandamento, que manda honrar os pais terrenos... Sofrendo a consequência de seu pecado, o pobre rapaz arrependeu-se sinceramente de sua ingratidão e de seus dias vividos no erro e no vício...
E pensou, então, entre lágrimas:
— Na casa de meu pai há muitos trabalhadores e todos vivem felizes pelo trabalho honesto. Vivem com abundância de pão e tranquilidade... E eu, aqui, morrendo de fome!...
Não, não continuarei aqui. Voltarei para minha casa, procurarei meu pai e lhe direi: “Meu pai, pequei contra o Céu e perante ti; não sou mais digno de ser chamado teu filho. Quero ser um simples empregado de tua casa ...
E o moço, como pensou, assim fez.
Abandonando o país estrangeiro, regressou à sua pátria e ao seu lar. Foi longa, difícil e triste a volta, pois ele não mais dispunha de dinheiro para as despesas de viagem. Passou muitas necessidades, sofreu fome e frio, dormiu nas estradas e nas florestas... Nunca abandonou, porém, a ideia de que voltar para casa era seu primeiro dever.
Finalmente, chegou ao seu antigo lar. Antes, porém, de atingir sua casa, seu velho pai o avistou de longe e ficou ainda mais compadecido, ao ver o filho naquele estado de grande miséria. Seu coração paterno, que nunca esquecera o filho ingrato, era todo piedoso. O bondoso pai correu, então, ao encontro do moço. E abraçando-o fortemente, beijou-o com imenso carinho.
Nesse momento, com lágrimas nos olhos, o filho disse ao seu pai compassivo:
— Meu Pai; pequei contra o Céu e perante ti. Não sou mais digno de ser chamado teu filho. Quero ser um empregado de tua casa...
O bondoso pai, porém, que nunca deixou de amar seu filho, disse aos empregados da casa:
— Depressa! Tragam a melhor roupa para meu filho, preparem uma refeição para ele.
Tragam-lhe calçado novo! Comamos todos juntos e alegremo-nos, porque este meu filho estava perdido e foi achado, estava morto e reviveu!
E todos os servos e empregados da casa atenderam imediatamente o velho pai e houve imensa alegria naquele grande lar.
O filho mais velho, porém, não estava em casa.
Achava-se trabalhando no campo. Quando voltou e viu aquela grande movimentação no interior da casa e ouviu as belas canções que os músicos acompanhavam com seus instrumentos, chamou um dos servos e perguntou o que era aquilo.
O servo respondeu:
— Foi teu irmão que chegou. Teu pai, de tão alegre e feliz, mandou que preparássemos uma ceia e uma festa, porque o jovem voltou são e salvo.
O filho mais velho, cheio de ciúme, revoltou-se contra a bondade de seu pai e não quis entrar em casa.
Em vão, o velho pai chamou-o. Mas, ele lhe respondeu:
— Meu pai, há muitos anos que te sirvo, sem nunca te desobedecer e nunca preparaste uma ceia para mim e meus amigos. Mas, para meu irmão, que gastou teu dinheiro nas orgias, em terra estrangeira, tu lhe preparas uma grande festa...
O bondoso pai, querendo vencer a revolta do filho, desviá-lo do seu ciúme e incliná-lo à bondade e ao perdão, disse-lhe:
— Meu filho, tu estás sempre comigo e tudo que é meu é teu também. Mas, é justo que nos alegremos com a volta de teu irmão, que é também meu filho como tu. Lembra-te de que ele estava perdido e foi achado. Estava morto e reviveu para nosso amor e para nosso lar.
*
Querida criança: certamente você entendeu tudo que o Senhor nos quer ensinar com a Parábola do Filho Pródigo.
Deus é como o Bondoso Pai da história. Deus é bom, supremamente bom e está sempre disposto a receber Seus filhos arrependidos. É preciso, contudo, que o arrependimento seja verdadeiro como o do filho caçula da história.
Percebeu como foi triste para o moço abandonar seu pai e seu lar? Viu como ele sofreu no país estrangeiro, onde nem mesmo teve as alfarrobas que os porcos comiam?
Assim acontece também com as almas que abandonam os retos caminhos de Deus.
Sofrem muito, pois quem se afasta do dever e da virtude conhecerá, mais cedo ou mais tarde, as dores do remorso e as tristezas da vida.
Arrependendo-se sinceramente, no entanto, Deus o escuta e usa de bondade a alma arrependida, como o pai da parábola, que é um símbolo de nosso Pai do Céu.
Que você se conserve no bom caminho, meu filho. Mas se sentir que pecou contra Deus ou contra os homens, arrependa-se com a mesma humildade do filho pródigo. Nunca imite o filho mais velho da história, que era ciumento e orgulhoso e não teve compaixão do próprio irmão arrependido.
Deus é nosso Pai Compassivo e Eternamente Amigo. Não nos ausentemos nunca de Seu Amor. Mas, se errarmos, corramos para Ele, na estrada da oração sincera, com o coração arrependido e disposto a não errar mais. Ele nos ouvirá e virá ao nosso encontro, porque não há ninguém tão bom quanto Deus. Nem há quem nos ame tanto quanto Ele.



Livro: HISTÓRIAS QUE JESUS CONTOU / Clovis Tavares. -  Lucas, capítulo 15º, versículos 11 a 32.

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

HISTORIA QUE JESUS CONTOU - BOM SAMARITANO

BOM SAMARITANO

Um dia, um pobre homem descia da cidade de Jerusalém para outra cidade, Jericó, a trinta e três quilômetros daquela capital, no vale do Rio Jordão.
A estrada era cheia de curvas. Nela havia muitos penhascos, em cujas grutas era comum se refugiarem os salteadores de estradas, que naquele tempo eram muitos e perigosos.
O pobre viajante foi assaltado pelos ladrões. Os salteadores usaram de muita maldade, pois, além de roubarem tudo o que o pobre homem trazia, ainda o espancaram com muita violência, deixando-o quase morto no caminho.
Logo depois do criminoso assalto, passou por aquele mesmo lugar um sacerdote do Templo de Salomão. Esse sacerdote vinha de Jerusalém, onde possivelmente terminara seus serviços religiosos, e se dirigia também para Jerico. Viu o pobre viajante caído na estrada, ferido, meio morto. Não se deteve, porém, para socorrê-lo. Não teve compaixão do pobre ferido, abandonado no chão da estrada. Apesar dos seus conhecimentos da Lei de Deus, era um homem de coração muito frio. Por isso, continuou sua viagem, descendo a montanha, indiferente aos sofrimentos do infeliz...
Instante depois passa também pelo mesmo lugar um levita. Os levitas eram auxiliares do culto religioso do Templo. Esse levita não procedeu melhor do que o sacerdote. Também conhecia a Lei de Deus, mas, na sua alma não havia bondade e ele fez o mesmo que o padre, seu chefe. Viu o ferido e passou de largo.
Uma terceira pessoa passa pelo mesmo lugar. Era um samaritano, que igualmente vinha de Jerusalém. Viu também o infeliz ferido da estrada, mas, não procedeu com: o sacerdote e o levita. O bom samaritano desceu do seu animal, aproximou-se do pobre judeu e se encheu de grande compaixão, quando o contemplou de perto, com as vestes rasgadas e sangrentas e o corpo ferido pelas pancadas que recebera.
Imediatamente, o bondoso samaritano retirou do seu saco de viagem duas pequenas vasilhas. Uma era de vinho, com ele desinfetou as feridas do pobre homem; outra, de azeite, com que lhe aliviou as dores. Atou-lhe os ferimentos e levantou o desconhecido, colocando-o no seu animal. Em seguida, conduziu-o para uma estalagem próxima e cuidou dele como carinhoso enfermeiro, durante toda a noite.
Na manhã seguinte, tendo de continuar sua viagem, chamou o dono do pequeno hotel, entregou-lhe dois denários[1] e recomendou-lhe que cuidasse bem do pobre ferido: — Tem cuidado com o pobre homem. Se gastares alguma coisa além deste dinheiro que te deixo, eu te pagarei tudo quando voltar.
*
Jesus contou esta parábola a um doutor da lei que Lhe havia perguntado:
— Mestre, que devo fazer para possuir a Vida Eterna?
Jesus lhe respondeu que era necessário amar a Deus de todo o coração, de toda a alma, de todas as forças e de todo o entendimento; e também amar ao próximo como a si mesmo.
O doutor da lei, apesar de sua sabedoria, perguntou ao Divino Mestre quem é o próximo.
Então, Jesus lhe contou a Parábola do Bom Samaritano. Terminada a história, o Senhor perguntou ao sábio judeu:
— Qual dos três (o sacerdote, o levita ou o samaritano) te parece que foi o próximo do pobre homem que caiu em poder dos ladrões?
— Foi o que usou de misericórdia para com ele — respondeu o doutor.
Vai e faze o mesmo — disse-lhe o Divino Mestre.
*
Entendeu filhinho, a Parábola do Bom Samaritano?
O doutor da lei queria saber quem ele deveria considerar seu próximo, a fim de amar esse mesmo próximo. Mas, Jesus lhe respondeu indiretamente à pergunta, com outra questão: “Quem foi o próximo do homem ferido?” Jesus indagou do doutor da lei quem soube ter amor no coração para o desconhecido padecente da estrada. E o doutor, que era um judeu (os judeus odiavam os samaritanos), confessou que foi o samaritano.
 “Vai e faze o mesmo” — é a ordem eterna do Mestre. O nosso próximo, filhinho, é qualquer pessoa que esteja em nosso caminho; é qualquer alma necessitada de auxílio; é aquele que tem fome, que tem sede, que está desamparado, que está sofrendo na prisão ou no leito de dor...
Que você, meu filho, imite sempre o Bom Samaritano. Esteja sempre pronto para socorrer quem sofre, como o bondoso samaritano fez, sem qualquer indagação ao necessitado.
Que você faça o mesmo, como Jesus pediu. Nunca pergunte, nunca procure saber coisa alguma daquele que você pode e deve auxiliar. Não se interesse em saber se o pobre, se o doente, se o orfãozinho necessitado é espírita ou católico, se é judeu ou protestante, se é pessoa branca ou de cor. Não se interesse em saber quais as ideias que ele professa ou a política que ele acompanha. Não cultivem no coraçãozinho os odiosos preconceitos de raça, de religião ou de cor. Que você olhe apenas as feridas de quem sofre, para pensá-las. Que você enxergue somente a dor do próximo, para aliviá-la.
Imite o Bom Samaritano, filhinho. É Jesus quem pede ao seu coraçãozinho: “Vá e faça o mesmo”, sempre, em toda parte, com quem quer que seja.
Este é o caminho da Vida Eterna, com Jesus.




       Livro: HISTÓRIAS QUE JESUS CONTOU / Clovis Tavares. - Lucas, capítulo 10º, versículos 25 a 37.
[2]  Denário =  O denário era uma moeda romana, em curso na Palestina no tempo de Jesus.

terça-feira, 17 de outubro de 2017

HISTÓRIA QUE JESUS CONTOU - O SEMEADOR

O SEMEADOR

Um semeador, como fazia todos os dias, saiu de casa e se dirigiu ao seu campo para nele semear os grãos de trigo que possuía, honrando a Deus com seu trabalho honesto.
Começou a semeadura.
Enquanto lançava as sementes ao campo, algumas caíram no caminho, na pequena estrada que ficava no meio da seara. Você sabe que os passarinhos costumam acompanhar os semeadores ao campo, para comer as sementes que caem ao chão?
Pois, isso aconteceu em nossa história. Alguns grãos caíram à beira da estrada, e os passarinhos, rápidos, desceram e os comeram.
O semeador, porém, continuou semeando.
Outras sementes caíram num lugar pedregoso.
Havia ali muitas pedras e pouca terra. As sementes nasceram logo naquele solo, que não era profundo. O trigo cresceu depressa, mas, vindo o sol forte, foi queimado; e como suas raízes não cresceram por causa das pedras, murchou e morreu.
Outros grãos caíram num pedaço do campo onde havia muitos espinheiros.
Quando o trigo cresceu, foi sufocado pelos espinhos e também morreu.
Uma última parte das sementes caiu numa terra boa e preparada, longe dos pedregulhos e das sarças.
E o trigo ali semeado deu uma colheita farta. Cada grão produziu outros cem, outros sessenta ou outros trinta...
*
O próprio Jesus explicou a Seus discípulos a Parábola do Semeador.
As nossas almas, filhinho, são comparáveis aos quatro terrenos da história: “o terreno do caminho”, “o solo cheio de pedras”, “a terra cheia de espinheiros e “o terreno lavrado e bom” Jesus é o Divino Semeador”.
A semente é a Sua Palavra de bondade e de sabedoria. E os diversos terrenos são os nossos corações, os nossos Espíritos, onde Ele semeia Seus ensinamentos, cheio de bondade para conosco.
E como procedemos para com Jesus?
Como respondemos à Sua bondade? O modo como damos resposta ao amor cuidadoso do Divino Mestre é que nos classifica espiritualmente, isto é, mostra que espécie de terreno existe em nossa alma. Cada coração humano é uma espécie de terra, um dos quatro solos da parábola. Vejamos, então, filhinho:
Quando alguém ouve a palavra do Evangelho e não procura compreendê-la, nem lhe dá valor, aparecem as forças do mal (os Espíritos maldosos, desencarnados ou encarnados) e arrebatam o que foi semeado no seu coração, tais como os passarinhos comeram as sementes... E sabe de que modo? Fazendo com que a alma esqueça o que ouviu, dando outros pensamentos à pessoa, fazendo com que ela se desinteresse das coisas espirituais. E a alma fica indiferente aos ensinamentos divinos. O coração dessa pessoa é semelhante ao “terreno do caminho”, aonde a semente não chegou a penetrar. Um exemplo desse terreno é a criança que não presta atenção às aulas de Evangelho, ficando distraída durante as explicações.
Ou ainda, a criança que não gosta de ler os livrinhos que ensinam o caminho de Jesus...
E o segundo terreno, o pedregoso?
Esse terreno é a imagem da pessoa que recebe os ensinos de Jesus com muita alegria. São exemplos as pessoas entusiasmadas com o serviço cristão, ou as crianças animadas nas escolas de Evangelho, mas cuja animação dura pouco. Quando surgem as zombarias, as perseguições ou os sofrimentos, a alma, que é inconstante, abandona o caminho do Evangelho.
Um exemplo para você, filhinho: uma criança está frequentando as aulas de Moral Cristã numa Escola Espírita. Está aprendendo os mandamentos divinos, os ensinos de Cristo, o caminho do bem, da pureza, da honestidade. Está muito contente com o que está estudando.
Sente-se animada e feliz. Um dia, aparece um colega do colégio ou da vizinhança, dizendo que o “Espiritismo é obra do demônio”, que “os que frequentam aulas de Evangelho nas escolas Espíritas ficam loucos e vão para o inferno”. E zomba dele sempre que o encontra e lhe põe apelidos humilhantes. O nosso amiguinho não tem ainda firmeza de fé. Tem medo das zombarias dos colegas e dos vizinhos, que dizem que “somente sua religião é verdadeira” e lhe mandam “receber Espíritos na rua”. Amedrontado pela perseguição e pelos motejos, o nosso irmãozinho deixa a Escola de Evangelho, onde estava começando a compreender a beleza do ensino de Jesus e as bênçãos do Espiritismo Cristão. Esse menino tinha o coração semelhante ao “terreno cheio de pedras”, onde a planta da verdade não pôde crescer e frutificar.
O terceiro solo é a “terra cheia de espinheiros “. É o caso das pessoas que recebem a palavra do Evangelho, mas, depois abandonam o caminho cristão por causa das grandezas falsas do mundo e da sedução das riquezas. Ouviram o Evangelho, mas se interessaram mais pelos negócios, pelos lucros, pelas vaidades da vida, pelo cuidado exclusivo das coisas da terra. Há também, no mundo das crianças, exemplos desse terreno. São as crianças que conheceram, às vezes desde pequeninas, os ensinos de Jesus, mas, depois de crescidas, preferiram os maus companheiros, as crianças sem Deus, e passaram a interessarem-se somente pelos problemas de dinheiro ou de modas, pelos ídolos do cinema ou do futebol. Não querem mais nem Jesus, nem lições de Evangelho. Só pensam em automóveis de luxo, sonham com caminhões, imaginam-se ricos “quando crescerem”... A princípio, sabiam repartir com os pobres o seu dinheirinho, porém, agora só pensam em juntá-lo: a caridade morreu nos seus corações. O mundo, com suas riquezas falsas (que terminam com a morte), seduziram suas almas e sufocou a plantinha de Deus em seus espíritos. Trocaram Jesus pelos sonhos e ambições de carros de luxo, de figurinos, de roupas elegantes, de campos de esporte, de concursos de beleza, de grandezas sociais... A plantinha de Deus foi sufocada pelos espinhos do egoísmo e das ilusões da vida material. E morreu...
O quarto terreno, “a terra lavrada e boa”, é o símbolo do coração que escuta o Evangelho, procurando compreendê-lo e praticá-lo na vida. E a alma que estuda a palavra do Senhor, percebendo que está neste mundo para aprender a Verdade e o Bem. E, assim, dá frutos de bondade e eleva-se para Deus. Abandona seus vícios e maus hábitos, dedicando-se à prática das virtudes, guardando a fé no coração, socorrendo carinhosamente os necessitados e sofredores e buscando os conselhos de Deus no Evangelho de Cristo.
O coração de uma criança verdadeiramente cristã é o bom terreno da parábola: cada semente de Jesus se transforma em trinta, sessenta ou cem bênçãos de bondade, de fé e de auxílio ao próximo. O coração dessa criança deseja conhecer sempre mais e melhor os ensinos cristãos. E se esforça sinceramente para fazer a Vontade Divina: amar e perdoar, crer e ajudar, aprender e servir.
Filhinho, aí está a Parábola do Semeador. Medite nela. Que você, guardando a humildade de coração, se esforce para ser, se ainda não o é, o bom terreno, que recebe os grãos de luz do Divino Semeador e dá muitos frutos de sabedoria e bondade.



Livro: HISTÓRIAS QUE JESUS CONTOU / Clóvis Tavares. - Bíblia Sagrada - Mateus 13 1:9, e 18:23.