sábado, 8 de agosto de 2015

FÉ INOPERANTE




 FÉ INOPERANTE

“Assim também a fé., se não tiver as obras, é morta em si mesma.”
(Tiago,2:17)

A fé inoperante é problema credor da melhor atenção, em todos os tempos, a fim de que os Discípulos do Evangelho compreendam, com clareza, que o ideal mais nobre, sem trabalho que o materialize, a benefício de todos, será sempre uma soberba paisagem improdutiva.
Que diremos de um motor precioso do qual ninguém se utiliza?
De uma fonte que não se movimente para fertilizar o campo? De uma luz que não se irradie?
Confiaremos com segurança em determinada semente, todavia, se não a plantamos, em que redundará nossa expectativa, senão em simples inutilidade?
Sustentaremos absoluta esperança nas obras que a tora de madeira nos fornecerá, mas se não nos dispomos a usar o serrote e a plaina, certo a matéria prima repousará,  Indefinidamente, a caminho da desintegração.
A crença religiosa é o meio.
O apostolado é o fim.
A celeste confiança ilumina a inteligência para que a ação benéfica se estenda, improvisando, por toda parte, bênçãos de paz e alegria, engrandecimento e sublimação.
Quem puder receber uma gota de revelação espiritual, no imo do ser, demonstrando o amadurecimento preciso para a vida superior, procure, de imediato, o posto de serviço que lhe compete, em favor do progresso comum.
A fé, na essência, é aquele embrião de mostarda do ensinamento de Jesus que, em pleno crescimento, através da elevação pelo trabalho incessante, se converte no Reino Divino, onde a alma do crente passa a viver.
Guardar, pois, o êxtase religioso no coração! Sem qualquer atividade nas obras de desenvolvimento da sabedoria e do amor, consubstanciados no serviço da caridade e da educação, será conservar na terra viva do sentimento um ídolo morto, sepultado entre as flores inúteis das promessas brilhantes.

Livro: Fonte Viva, Francisco C. Xavier / Espírito Emmanuel, Ed FEB

domingo, 2 de agosto de 2015

LAVRADORES


LAVRADORES

“O lavrador que trabalha deve ser o primeiro a gozar dos frutos.”
Paulo
II Timóteo, 2:6
Há lavradores de toda classe.
Existem aqueles que compram o campo e expiaram-no, através de rendeiros suarentos, sem nunca tocarem o solo com as próprias mãos.
Encontramos em muitos lugares os que relegam a enxada à ferrugem, cruzando os braços e imputando à chuva ou ao solo fracasso da sementeira que não vigiam.
Somos defrontados por muitos que fiscalizam a plantação dos vizinhos, sem qualquer atenção para com os trabalhos que lhes dizem respeito.
Temos diversos que falam despropositadamente com referência a inutilidades mil, enquanto vermes destruidores aniquilam as flores frágeis.
Vemos numerosos acusando a terra como incapaz de qualquer produção, mas negando à gleba que lhes foi confiada a bênção da gota d’água e o socorro do adubo.
Observamos muitos que se dizem possuídos pela dor de cabeça, pelo resfriado ou pela indisposição e perdem a sublime oportunidade de semear.
A Natureza, no entanto. retribui a todos eles com o desengano, a dificuldade, a negação e o desapontamento.
Mas o agricultor que realmente trabalha, cedo recolhe a graça do celeiro farto.
E assim ocorre na lavoura do espírito.
Ninguém logrará o resultado excelente, sem esforçar-se, conferindo à obra do bem o melhor de si mesmo.
Paulo de Tarso. escrevendo numa época de senhores e escravos, de superficialidade e favoritismo, não nos diz que o semeador distinguido por César ou mais endinheirado seria o legítimo detentor da colheita, mas Asseverou, com indiscutível acerto, que o lavrador dedicado às próprias obrigações será o primeiro a beneficiar-se com as vantagens do fruto.

Livro: Fonte Viva Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco C. Xavier / Ed. FEB

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segunda-feira, 27 de julho de 2015

Obediência & Resignação

OBEDIÊNCIA & RESIGNAÇÃO
A doutrina de Jesus ensina sempre a obediência e a resignação, duas virtudes companheiras da doçura, muito ativas, embora os homens as confundam erroneamente com a negação do sentimento e da vontade.
A obediência é o consentimento da razão; a resignação é o consentimento do coração.
Ambas são forças ativas, porque levam o fardo das provas que a revolta insensata deixa cair. O poltrão não pode ser resignado, assim como o orgulhoso e o egoísta não pode ser obediente. Jesus foi a encarnação dessas virtudes desprezadas pela Antiguidade materialista.
Chegou no momento em que a sociedade romana perecia nas fraquezas da corrupção, e veio fazer brilhar, no seio da humanidade abatida, os triunfos do sacrifício e da renúncia à sensualidade.
Cada época é assim marcada pelo cunho da virtude ou do vício que a devem salvar ou perder.
A virtude da vossa geração é a atividade intelectual, seu vício é a indiferença moral. Digo somente atividade, porque o gênio se eleva de súbito e descobre de relance os horizontes que a multidão só verá depois dele, enquanto a atividade é a reunião dos esforços de todos, para atingir um alvo menos brilhante, mas que prova a elevação intelectual de uma época.
Submetei-vos ao impulso que vimos dar aos vossos Espíritos. Obedeceis à grande lei do progresso, que é a palavra da vossa geração. Infeliz do Espírito preguiçoso, daquele que fecha o seu entendimento! Infeliz, porque nós, que somos os guias da humanidade em marcha, o chicotearemos, e forçaremos a sua vontade rebelde, com o duplo esforço do freio e da espora.
Toda resistência orgulhosa deverá ceder, cedo ou tarde. Mas bem-aventurados os que são mansos, porque darão ouvidos dóceis aos ensinamentos.
 Lázaro
Paris, 1863
Evangelho Segundo o Espiritismo Cap. 9 item 8


quarta-feira, 22 de julho de 2015

ATACANDO O PROBLEMA



ATACANDO O PROBLEMA



O grande mestre e o guardião dividiram a administração de um mosteiro.
Certo dia,o guardião morreu e foi preciso substituí-lo.
O grande mestre reuniu todos os discípulos para escolher quem teria a honra de trabalhar diretamente ao seu lado.
-Vou apresentar-lhes um problema- disse o grande mestre- Aquele que o resolver primeiro será o novo guardião do templo.
Terminado o seu curtíssimo discurso, colocou um banquinho no meio da sala. Em cima estava um vaso de porcelana caríssimo, com flores a enfeitá-lo.
-Eis o problema - disse o grande mestre.
Os discípulos contemplavam perplexos o que viam: os desenhos sofisticados e raros da porcelana, a frescura e a elegância das flores. 
O que representava aquilo?
O que fazer?
Qual seria o enigma?
Depois de alguns minutos, um dos discípulos levantou-se, olhou o mestre e os alunos à sua volta, depois caminhou relutante até o vaso e atirou-o no chão, destruindo-o.
-Você é o novo guardião, disse o grande mestre ao aluno.
Assim que ele voltou ao lugar,explicou:
-Eu fui bem claro: disse que vocês estavam diante de um problema. Não importa o quão belo e fascinante o problema seja; ele tem de ser eliminado.
Um problema é um problema; pode ser um vaso de porcelana muito raro, um lindo amor que já não faz mais sentido, um caminho que precisa ser abandonado, mas que insistimos em percorrê-lo porque nos traz conforto.
Só existe uma maneira de lidar com o problema:atacando-o de frente. 
Nessas horas,não se pode ter piedade nem ser tentado pelo lado fascinante que qualquer conflito carrega consigo.

http://belasparabolas.blogspot.com.br/2013/10/atacando-o-problema.html

domingo, 19 de julho de 2015

O Sol e o Vento


 O Sol e o Vento


O Sol e o Vento discutiam sobre qual dos dois era mais forte. 
O Vento disse:
 – Provarei que sou o mais forte. Vê aquele velho que vem lá embaixo com um capote? Aposto como posso fazer com que ele tire o capote mais depressa do que você.
O Sol, então, recolheu-se atrás de uma nuvem e o Vento soprou até quase se tornar um furacão, mas, quanto mais ele soprava, mais o velho segurava o capote junto a si. Finalmente o Vento acalmou-se e desistiu de soprar. O Sol saiu de trás da nuvem e sorriu bondosamente para o velho. Imediatamente ele esfregou o rosto e tirou o capote. O Sol disse, então, ao vento:
– A gentileza e a amizade são sempre mais fortes que a fúria e a força.

Livro: As Mais Belas Parábolas de Todos os Tempos

Vol. I e II de Alexandre Rangel 

A CARIDADE



A CARIDADE: MATERIAL e a ESPIRITUAL
 “Amemo-nos uns aos outros e façamos aos outros, o que quereríamos que nos fosse feito”.
Toda a religião, toda a moral; se encerram nestes dois preceitos. Se eles fossem seguidos no mundo, todos seriam perfeitos. Não haveria ódios, nem ressentimentos. Direi mais ainda: não haveria pobreza, porque, do supérfluo da mesa de cada rico, quantos pobres seriam alimentados! E assim não mais se veriam, nos bairros sombrios em que vivi na minha última encarnação, pobres mulheres arrastando consigo miseráveis crianças necessitadas de tudo.
Ricos! Pensai um pouco em tudo isso. Ajudai o mais possível aos infelizes; daí, para que Deus vos retribua um dia o bem que houverdes feito: para encontrardes, ao sair de vosso invólucro terrestre, um cortejo de Espíritos reconhecidos, que vos receberão no limitar de um mundo mais feliz.
Se pudésseis saber a alegria que provei, ao encontrar no além aqueles a quem beneficiei, na minha última vida terrena!
Amai, pois, ao vosso próximo; amai-o como a vós mesmos, pois já sabeis, agora, que o desgraçado que repelis talvez seja um irmão, um pai, um amigo que afastais para longe. E então, qual não será o vosso desespero, ao reconhecê-lo depois no Mundo dos Espíritos!
Quero que compreendais bem o que deve ser a caridade moral, que todos podem praticar, que materialmente nada custa, e que não obstante é a mais difícil de se por em prática.
A caridade moral consiste em vos suportardes uns aos outros, o que menos fazeis nesse mundo inferior, em que estais momentaneamente encarnados. Há um grande mérito, acreditai, em saber calar para que outro mais tolo possa falar: isso é também uma forma de caridade. Saber fazer-se de surdo, quando uma palavra irônica escapa de uma boca habituada a caçoar; não ver o sorriso desdenhoso com que vos recebem pessoas que, muitas vezes erradamente, se julgam superiores a vós, quando na vida espírita, a única verdadeira, está às vezes muito abaixo: eis um merecimento que não é de humildade, mas de caridade, pois não se incomodar com as faltas alheias é caridade moral.
Essa caridade, entretanto, não deve impedir que se pratique a outra. Pelo contrário: pensai, sobretudo, que não deveis desprezar o vosso semelhante; lembrai-vos de tudo o que vos tenho dito; é necessário lembrar, incessantemente, que o pobre repelido talvez seja um Espírito que vos foi caro, e que momentaneamente se encontra numa posição inferior à vossa. Reencontrei um dos pobres do vosso mundo a quem pude, por felicidade, beneficiar algumas vezes, e ao qual tenho agora de pedir, por minha vez.
Recordai-vos de que Jesus disse que somos todos irmãos, e pensai sempre nisso, antes de repelirdes o leproso ou o mendigo. Adeus! Pensai naqueles que sofrem, e orai.
IRMÃ ROSÁLIA
Paris, 1860
Evangelho Segundo o Espiritismo Cap. 13 item 9 Allan Kardec, FEB


sábado, 18 de julho de 2015

DIFERENÇA

DIFERENÇA

“Crês que há um só Deus: fazes bem. Também os demônios o creem, e estremecem.”
Tiago, 2:19

A advertência do apóstolo é de essencial importância no aviso espiritual.
Esperar benefícios do Céu é atitude comum a todos.
Adorar o Senhor pode ser trabalho de justos e injustos.
Admitir a existência do Governo Divino é. Traço dominante de todas as criaturas.
Aceitar o Supremo Poder é próprio de bons e mau.
Tiago foi divinamente inspirado neste versículo, porque suas palavras definem a diferença entre crer em Deus e fazer-Lhe a Sublime Vontade.
A inteligência é atributo de todos.
A cognição procede da experiência.
O ser vivo evolve sempre e quem evolve aprende e conhece.
A diferenciação entre o gênio do mal e o gênio do bem permanece na direção do conhecimento.
O demônio, como símbolo de maldade, executa os próprios desejos, muita vez desvairados e escuros.
O anjo identifica-se com os desígnios do Eterno e cumpre-os onde se encontra.
Recorda, pois, que não basta a escola religiosa a que te filias para que o problema da felicidade pessoal alcance a solução desejada.
Adorar o Senhor, esperar e crer n’Ele são atitudes características de toda a gente.

O único sinal que te revelará a condição mais nobre estará impresso na ação que desenvolveres na vida, a fim de executar-lhe os desígnios, porque, em verdade,não adianta muito ao aperfeiçoamento o ato de acreditar no bem que virá do Senhor e sim a diligência em praticar o bem, hoje, aqui e agora, em seu nome.
Livro: Fonte Viva, Francisco C. Xavier / Emmanuel, Cap. 20, Ed FEB.


quinta-feira, 16 de julho de 2015

TODA A VIDA É DIVINA


TODA A VIDA É DIVINA

 

“Oh! noite que juntaste Amado com amada, amada já no Amado transformada.”

Canciones del alma – V.

 

Você não pode fazer grande coisa na vida se se mantém desligado de Deus. Você pode ter posses, dinheiro, sexo, poder, mas isto nada tem com a essência de sua alma... Estas coisas não lhe podem conferir uma visão do Divino. E mais, se você está desligado de Deus, não as pode dominar: elas o escravizarão.

A “busca do Reino” não é um pensamento poético; é uma necessidade indisfarçável da alma. Ninguém pode desejar menos e ser feliz.

O homem pode conquistar o prazer dos sentidos, mas prazer não é felicidade; o homem pode repousar o corpo físico, mas repouso não é felicidade; o homem pode conquistar o mundo, mas esta conquista não é felicidade. Só há felicidade em Deus.

O Reino de Deus é uma conquista interior. Se você o adquire, ele se manifesta, coisa alguma pode desestabilizá-lo. Você não é mais um joguete das circunstâncias da vida. Você adquiriu a verdadeira vida. Ninguém a adquire se não se une ao divino.

Sabe você que isto necessita disciplina, trabalho, porque o homem quer conservar as coisas materiais para levá-las consigo ao Reino. Não é possível misturar coisas tão distintas.

Você pode fazer com que toda a matéria sirva ao Divino, pode inocular o Divino em todas as coisas materiais que faça, mas não pode enganar a Deus mantendo seus próprios interesses egoísticos e ao mesmo tempo encontrá-lo.

Toda a vida é transformável em Deus. Você não pode sentir a felicidade inabalável se não se transforma em Deus. Toda a dificuldade está em lembrar-se que é preciso abandonar o tipo de vida egoísta no qual se estabeleceu, para encontrar a verdadeira vida.

Se você não se abandona sem condições nas mãos do Senhor, se não confia nele a ponto de abandonar todas as suas prisões e entregar-se a ele, se sua mente permanece presa aos valores negociáveis do mundo, você não pode ser transformado.

Se a roseira não crescesse confiante, deixando as raízes no estrume, em busca da atmosfera, se ela se perturbasse com os espinhos que a envolvem jamais poderia alcançar a beleza das rosas que a engalanam e o perfume com que delicia a vida. Não importa se você está colocado na vida terrena entre negócios, problemas, deveres profissionais; faça sua mente colocar-se nas alturas a fim de aspirar o Divino: aí já não importam os espinhos da jornada, você terá a felicidade perfeita que brilhará em sua vida. E as rosas do Divino jamais fenecem.

Você transformará toda a sua vida, miserável, egoística, em luz porque ela será também toda iluminada. A amada estará no Amado transformada.


Yogashririshnam. Divina Presença: comentários mediúnicos a João da Cruz. 2.ed. Salvador: Circulus, 2003.Cap. 1, p. 12. Psicografia e organização de Élzio Ferreira de Souza

 

domingo, 12 de julho de 2015

FRATERNIDADE

FRATERNIDADE

“Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros.” Jesus / (João, 13:35)

Desde a vitória de Constantino, que descerrou ao mundo cristão as portas da hegemonia política, temos ensaiado diversas experiências para demonstrar na Terra a nossa condição de discípulos de Jesus.
Organizamos concílios célebres, formulando atrevidas conclusões acerca da natureza de Deus e da Alma, do Universo e da Vida.
Incentivamos guerras arrasadoras que implantaram a miséria e o terror naqueles que não podiam crer pelo diapasão da nossa fé.
Disputamos o sepulcro do Divino Mestre, brandindo a espada mortífera e ateando o fogo devorador.
Criamos comendas e cargos religiosos, distribuindo o veneno e manejando o punhal.
Acendemos fogueiras e erigimos cadafalsos, inventamos suplícios e construímos prisões para quantos discordassem dos nossos pontos de vista.
Estimulamos insurreições que operaram o embate de irmãos contra irmãos, em nome do Senhor que testemunhou na cruz o devotamento à Humanidade inteira.
Edificamos palácios e basílicas, famosos pela suntuosidade e beleza, pretendendo reverenciar-lhe a memória, esquecidos de que ele, em verdade, não possuía uma pedra onde repousar a cabeça.
E, ainda hoje, alimentamos a separação e a discórdia, erguendo trincheiras de incompreensão e animosidade, uns contra os outros, nos variados setores da interpretação.
Entretanto, a palavra do Cristo é insofismável.
Não nos faremos titulares da Boa Nova simplesmente através das atitudes exteriores.
Precisamos, sim, da cultura que aprimora a inteligência, da justiça que sustenta a ordem, do progresso material que enriquece o trabalho e de assembleias que favoreçam o estudo; no entanto, toda a movimentação humana, sem a luz do amor, pode perder-se nas sombras.
Seremos admitidos ao aprendizado do Evangelho, cultivando o Reino de Deus que começa na vida íntima.
Estendamos, assim, a fraternidade pura e simples, amparando-nos mutuamente... Fraternidade que trabalha e ajuda, compreende e perdoa, entre a humildade e o serviço que asseguram a vitória do bem. Atendamo-la, onde estivermos recordando a palavra do Senhor que afirmou com clareza e segurança:
— "Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros”.

Livro: Fonte Viva

Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco C. Xavier / Ed. FEB.

quinta-feira, 9 de julho de 2015

EMBORA IMPERFEITOS


Há quem, a pretexto de imperfeição, silencie o verbo edificante nos lábios, enjaulando a mensagem consoladora.
Há quem, em nome da imperfeição, paralise os braços no ministério da saúde moral, encarcerando a ação salvadora.
Há quem, justificando a própria imperfeição, mobilize a preguiça, espalhando a inutilidade.
Há quem diga que, imperfeito, nada pode fazer pelo próximo, considerando estar arrojado nos mesmos sítios de infelicidade e afeição...
Unge-te, porém, de amor e levanta-te da iniquidade para socorrer outros iníquos.
O amor é árvore que, para produzir, necessita ser plantada.
A doutrina Espírita ensina que ninguém renasce na Terra para o cultivo dos miasmas do pretérito nem preservação dos males dos tempos idos...
Reencarnação é bênção.
Bondade é luz.
Antes de mergulhar na carne, todos rogamos os títulos da dor e do sofrimento para compreendermos melhor as dores e os sofrimentos dos que seguem ao nosso lado.
Ninguém falará com precisão do que ignora, por falta de experiência pessoal.
É por essa razão que, muitas vezes, ensinarás resignação, embora avassalado pela inquietude; falarás da enfermidade com a alma enferma; consolarás necessitado de consolação; acenderás luz de entendimento, carecendo de compreensão; pregarás justiça para os outros, esmagado pela impiedade alheia; colocarás bálsamo em feridas, guardando úlceras não cicatrizadas no cerne do ser.
Enquanto alguns aguardam sublimação para se disporem ao auxílio, ajuda tu.
Todos, carregamos agonias nos íntimos tecidos da alma.
E o trabalho de auxílio aos outros é medicação colocada em nossa própria dor.
Enquanto ensinas a paz, e sentes a ausência dela em teu coração, ou preconizas luta contra as tentações, perseguido pelas tenazes do mal te aprimora, exercitando o espírito no dever claro e digno que se transforma, lentamente, em escada de ascensão libertadora.

E, crucificado na imperfeição, avança intimorato, recordando o Mestre que, amargurado e esquecido por quase todos os amigos, aparentemente vencido, numa Cruz de vergonha e impiedade, alçou a alma dorida ao pai Misericordioso, pensando as feridas do coração humano de todos os tempos, e ainda pediu amoroso:


- "Perdoai meu Pai! Eles não sabem o que fazem."
Perdoa também tu, e ama, ajudando sempre.
Espírito: Joanna de Angelis

Psicografia de Divaldo P. Franco - Livro: Messe de Amor