quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

CONSIDERAÇÕES SOBRE A DIVINDADE E EXISTÊNCIA DE JESUS


UM POUCO SOBRE JESUS – O CRISTO DE DEUS
CONSIDERAÇÕES SOBRE A DIVINDADE E EXISTÊNCIA DE JESUS[1]

PERGUNTA: — Que dizeis a respeito do dogma católico, que afirma ter sido Jesus o próprio Deus encarnado, feito homem para salvar a humanidade?
RAMATÍS: — Em verdade, Jesus é o Espírito mais excelso e genial da Terra, da qual é o seu Governador Espiritual. Foi também o mais sublime, heroico e inconfundível Instrutor entre todos os mensageiros espirituais da vossa humanidade. A sua encarnação messiânica e a sua paixão sacrificial tiveram como objetivo acelerar, tanto quanto possível, o ritmo da evolução espiritual dos terrícolas, a fim de proporcionar a redenção do maior número possível de almas, durante a "separação do joio e do trigo, dos lobos e das ovelhas", no profético Juízo Final já em consecução no século atual.
PERGUNTA: — Podereis referir alguns aspectos e detalhes, quanto ao critério dessa separação em duas ordens distintas?
RAMATÍS: — O "trigo" e as "ovelhas" simbolizam os da "direita" do Cristo: são os pacíficos, altruístas, humildes e compassivos, representantes vivos das sublimes bem-aventuranças do Sermão da Montanha. O caso é semelhante ao que se processa num jardim, quando o jardineiro decide arrancar as ervas daninhas que asfixiam as flores; e, em seguida, aduba a terra, a fim de obter uma floração sadia e bela.
O outro grupo de espíritos situados à "esquerda" do Cristo, referidos na profecia como sendo o "joio" ou os "lobos", compõem-se dos maus, dos cruéis, avarentos, irascíveis, orgulhosos, egoístas, hipócritas, luxuriosos ou ciumentos. Semelhantes à erva daninha do jardim, eles serão "arrancados" ou "excluídos" da Terra para um planeta inferior, compatível com suas paixões e vícios. No entanto, como o Pai jamais perde uma só ovelha do seu rebanho, tais "esquerdistas", depois de "limpos" ou "redimidos" no exílio planetário purgatorial, regressarão à sua velha morada terrena para harmonizar-se à sua humanidade.
Conseqüentemente, os exilados da Terra sentir-se-ão "estranhos" no planeta para onde foram expulsos; e, em certas horas de nostalgia espiritual, criarão também a lenda de um Adão e Eva enxotados do Paraíso, por haverem abusado da "árvore da vida”. Então, no astro-exílio surgirá uma versão nova da lenda dos "anjos decaídos", como já aconteceu há milênios, na Terra, por parte dos exilados de outros orbes submetidos a juízo final semelhante. E quando esses expatriados voltarem a reencarnar na Terra, que é a sua "casa paterna", então o Pai se rejubilará!
No Terceiro Milênio, a Terra será promovida a um grau sideral ou curso espiritual superior, algo semelhante ao ginásio do currículo humano, cujos inquilinos ou moradora; serão os espíritos graduados à "direita" do Cristo, conforme João diz no seu Apocalipse (Cap. XXI, vers. 27): — "Não entrará nela (Terra) coisa alguma contaminada, nem quem cometa abominação ou mentira, mas somente aqueles que estão escritos no livro da vida do Cordeiro". Em verdade, no Terceiro Milênio[2], entrarão na Terra, pela "porta" da reencarnação, os espíritos devidamente ajustados ao Evangelho de Jesus, no simbolismo das "ovelhas", do "trigo" e dos "direitistas".
PERGUNTA: — Qual uma ideia mais ampla, quanto a Jesus ser o "Salvador" dos homens, conforme aludistes há pouco?
RAMATÍS: — As profecias do Velho Testamento sempre se referiram a um Messias, eleito de Deus, "Salvador" da humanidade terrena e libertador do Povo de Israel, cativo dos romanos. Mas os profetas não explicaram qual seria a natureza dessa "salvação" nem deixaram quaisquer indicações que pudessem esclarecer os exegetas modernos. No entanto, a humanidade do século XX já está capacitada para entender o sentido exato do vocábulo "Salvador", e também qual é a natureza da tarefa de Jesus junto aos homens.
O seu Evangelho, como um "Código Moral" dos costumes e das regras da vida angélica, proporciona a "salvação" do espírito do homem, libertando-o dos grilhões do instinto animal e das ilusões da vida material. Essa "salvação", no entanto, ainda se amplia noutro sentido, porque os redimidos ou "salvos" dos seus próprios pecados também ficam livres da emigração compulsória para um planeta inferior, cujo acontecimento já se processa na vossa época, simbolizado pelo "Fim dos Tempos" ou "Juízo Final"!
“Os evangelizados ou “salvos” das algemas das paixões da animalidade devem corresponder ao simbolismo do “trigo”, da -’ovelha” ou da "direita" do Cristo, a fim de ficarem desobrigados de uma emigração retificadora para outro orbe inferior, sendo-lhes permitido reencarnar-se na Terra, participando da humanidade sadia e pacífica predita para o Terceiro Milenio2. Em conseqüência, a humanidade futura será composta dos "escolhidos" a "direita" do Cristo e perfeitamente integrados no seu Evangelho redentor.
PERGUNTA: — Qual a outra afirmação da Igreja Católica, de que Jesus era o "Filho de Deus", como a segunda pessoa da Santíssima Trindade manifesta na carne?
RAMATÍS: — Jesus nunca afirmou que era o próprio Deus manifesto na segunda pessoa da Santíssima Trindade, nem se pronunciou diferente da natureza dos demais homens. Mas deixou bem claro a sua condição de irmão de todos os homens e filhos do mesmo Deus, quando por diversas vezes assim se dirigiu aos seus discípulos: "Eu vou a meu Pai e a vosso Pai, a meu Deus e a vosso Deus". B' evidente, nesse conceito, que ele se referia a Deus como o Pai de todos os homens; e a todos os homens como filhos desse mesmo Deus.
PERGUNTA: — Poderíeis citar-nos algum fato ou versículo do Novo Testamento, comprovando-nos o fato de Jesus não ser o próprio Deus encarnado?
RAMATÍS: — Deus, o Absoluto, o Infinito, jamais poderia ser enclausurado ou "comprimido" nas limitações da forma humana, assim como um pequeno lago não pode suportar e conter o volume das águas do oceano!
A Terra, planeta de educação primária a se mover entre bilhões de outros planetas mais evoluídos, jamais poderia justificar a derrogação das leis do Universo Moral, no sentido de o próprio Deus tomar a forma humana, para "salvar" a humanidade terrícola, ainda dominada pela cupidez, sensualidade, avareza, ciúme e orgulho! Isso seria tão absurdo, como se convocar um sábio da categoria de Einstein para ensinar os rudimentos da aritmética aos alunos primários!
Deus jamais precisaria encarnar-se na Terra para despertar os terrícolas, quanto aos objetivos superiores da vida imortal. A revelação espiritual não se faz de chofre; ela é gradativa e prodigalizada conforme o entendimento e o progresso mental dos homens. Assim, em épocas adequadas, baixaram à Terra instrutores espirituais como Antúlio, Numu, Orfeu, Hermes, Crisna, Fo-Hi, Lau Tse, Confúcio, Buda, Maharshi, Ramacrisna, Kardec e Ghandi, atendendo particularmente às características e aos imperativos morais e sociais do seu povo. Jesus, finalmente sintetizou todos os conhecimentos cultuados pelos seus precursores, e até por aqueles que vieram depois dele. O seu Evangelho, portanto, é uma súmula de regras e de leis do "Código Espiritual", estatuído pelo Alto, com a finalidade de promover o homem à sua definitiva cidadania angélica.
Aliás, é Jesus quem nos comprova não ser ele o próprio Deus, porquanto do alto da cruz, num dos seus momentos finais significativos, exclamou: — "Pai! Perdoai, pois eles não sabem o que fazem"! Por conseguinte, é absolutamente lógico e evidente que a sua súplica ao Pai, rogando pelos seus algozes, demonstra a existência na cruz do martírio de um "filho espiritual", feito homem e não o próprio Deus!  
Se Jesus fosse o próprio Céu feito carne, por que então ele se dirigiu a um Pai que, sem dúvida, estava nos Céus?[3]
PERGUNTA: — Somos de opinião que.Jesus, apesar de toda sua capacidade espiritual e graduação angélica, gozava de uma assistência excepcional do Alto. Essa designação de "Filho de Deus" devia referir-se mais propriamente ao fato dele exercer uma atividade incomum na Terra. Não é assim?
RAMATÍS: — Não foi a condição excepcional da "Filho de Deus", como um ser divino e acima da contextura humana dos terrícolas, nem o efeito de uma assistência privilegiada, o sustento de Jesus na sua obra redentora, mas a sua fé ardente e convicção inabalável em favor da humanidade terrena. Ele já possuía em si mesmo, por força de sua hierarquia espiritual, a ventura ou a paz tão desejada pelo homem terreno. O êxito absoluto na sua tarefa salvacionista não dependeu de proteções celestiais privilegiadas; mas, do seu amor intenso e puro, de seu afeto desinteressado e incondicional para com o homem! Essas virtudes expandiam-se naturalmente de sua alma e contagiavam quanto o cercavam, assim como o cravo e o jasmim não pode evitar que o perfume inerente à sua natureza floral também se desprenda sobre as demais flores do jardim!
Jesus não tinha dúvidas quanto à realidade do "Reino de Deus" a ser fundado entre os homens, porque esse ideal era manifestação espontânea de sua própria alma, já liberada da roda viciosa das encarnações planetárias. Nada mais o atraía para os gozos e os entretenimentos da vida carnal! Todo o fascínio e convite capcioso do mundo exterior não conseguiam aliciá-lo para o seu reinado "cesariano", ou fazê-lo desistir daquele "reino de Deus", que ele pregava ao homem, no sentido de "salvá-lo" da ilusão e do cativeiro carnal!
A tarefa messiânica de Jesus desenrolava-se sem quaisquer hesitações de sua parte, sustentada pela vivência superior do seu próprio espírito. A sua presença amiga e o seu semblante sereno impressionavam a todos os ouvintes, quer fossem os apóstolos, discípulos, simpatizantes, homens do povo ou até inimigos!
Assim como o calor revigora o corpo enregelado, sua presença semeava o ânimo e a esperança, fazendo as criaturas esquecerem os próprios interesses da existência humana. A fonte que mitiga a sede dos viandantes não precisa de "interferências misteriosas" para aliviar os sedentos; ela já possui o atributo refrescante como condição inerente à sua própria natureza. Jesus também era uma fonte sublime e abençoada de "água espiritual", sempre pronta a mitigar a sede de afeto, de alegria e de esperança dos peregrinos da vida terrena, sem usar de armas agressivas, de moedas, de recursos políticos, de credenciais acadêmicas para divulgar a "Boa Nova" ! Em vez de recrutar os seus discípulos entre os doutos e os ricos, escolheu-os entre os pescadores rudes e Ignorantes, porém honestos e sinceros. Espírito magnânimo e sábio, embora humilde, ninguém poderia superá-lo ou vencê-lo no ambiente terráqueo, pois sua aura excelsa, radiante de luz, embora imperceptível aos sentidos dos que o cercavam, traçava fronteiras defensivas contra as más intenções e os maus pensamentos dos seus detratores.
PERGUNTA: — Porventura Jesus também evoluiu de modo idêntico aos demais homens, conforme vos referistes às suas encarnações noutros mundos?
RAMATÍS: — Jesus também foi imaturo de espírito e fez o mesmo curso espiritual evolutivo através de mundos planetários, já desintegrados no Cosmo. Isso foi há muito tempo, mas decorreu sob o mesmo processo semelhante ao aperfeiçoamento dos demais homens. Em caso contrário, o Criador também não passaria de um ente injusto e faccioso,capaz de conceder privilegias a alguns de seus filhos preferidos e deserdar outros menos simpáticos, assemelhando-se aos políticos terrenos, que premiam os seus eleitores e hostilizam os votantes de outros partidos. Em verdade, todas as almas equacionam sob igual processo evolutivo na aquisição de sua consciência espiritual e gozam dos mesmos bens e direitos siderais!
Jesus alcançou a angelitude sob a mesma Lei que também orienta o selvagem embrutecido para a sua futura emancipação espiritual, tornando-o um centro criador de novas consciências no seio do Cosmo. Ele forjou a sua consciência espiritual sob as mesmas condições educativas do bem e do mal, do puro e do impuro, da sombra e da luz, tal qual acontece hoje com a vossa humanidade! Os orbes que lhe serviram de aprendizado planetário já se extinguiram e se tornaram em pó sideral, mas as suas humanidades ainda vivem despertas pelo Universo, sendo ele um dos seus venturosos cidadãos.
PERGUNTA: — Alguns espíritas afirmam que a evolução de Jesus processou-se em linha reta. Podeis esclarecer-nos a esse respeito?
RAMATÍS: — Essa afirmação não tem fundamento coerente, pois a simples presunção de Jesus ter sido criado espiritualmente e com um impulso de inteligência, virtude ou sabedoria inata, constituiria um privilégio de Deus a uma alma de sua preferência! Isso desmentiria o atributo divino de bondade e Justiça infinitas do próprio Criador. Aliás, não há desdouro algum para o Mestre ter evoluído sob o regime da mesma lei a que estão sujeitos os demais espíritos, pois isso ainda confirma a grandeza do seu espírito aperfeiçoado pelo próprio esforço. Nenhum espírito nasce perfeito, nem possui qualquer sentido especial para a sua ascese espiritual à parte; todos são criados simples e ignorantes, cuia consciência ou "livre arbítrio" se manifesta através do "tempo-eternidade", mas sem anular o esforço pessoal na escalonada da angelitude.
E Jesus não fugiu á essa regra comum, pois forjou a sua consciência de Amor e Sabedoria Cósmica ao nível dos homens, lutando, sofrendo e aprendendo os valores espirituais no intercâmbio dos mundos materiais. Ele tornou-se um ente sublime porque se libertou completamente das paixões e dos vícios humanos; mas não se eximiu do contato com as impurezas do mundo carnal! A sublimidade da flor não reside apenas na sua conformação formosa, mas, acima de tudo, na sua capacidade de transformar detritos dos monturos em cálices floridos e odoríferos!
Assim como é impossível a um professor analfabeto ensinar os alunos ignorantes do ABC, Jesus também não poderia prescrever aos homens a cura dos seus pecados, caso ele já não os tivesse vivido em si mesmo! Justamente por ele ter sofrido do mesmo mal, então conhecia o medicamento capaz de curar a enfermidade moral da humanidade terrena! ... Jesus, alhures, já foi um pecador como qualquer homem do mundo; porém, ele venceu as ilusões da vida carnal, superou a coação implacável do instinto animal e seu coração transbordante de Amor envolve todos os cidadãos da Terra!
PERGUNTA: — Que dizeis de certos autores, alguns sinceros e outros apenas talentosos, quando asseguram que Jesus foi apenas um "mito" e jamais existiu fisicamente no seio da humanidade terrena?
RAMATÍS: — E' indiscutível que Jesus não só comprovou as predições do Velho Testamento, como ainda correspondeu completamente às esperanças do Alto na sua missão espiritual junto aos terrícolas. Os profetas tentaram comunicar aos judeus as premissas principais da identificação do Messias, assim como o tempo de sua vinda ao orbe, pois asseguraram que Israel seria o povo eleito para tal evento tão importante. Conforme as predições de Isaías (Cap.II, vers. 6 a 8), depois do advento do Salvador, todas as coisas se ajustariam, pois até o "cordeiro se deitaria com o lobo, o leão comeria a palha junto ao boi e um pequeno menino conduziria as feras". E as profecias ainda advertiam a raça de Israel, eleita para o advento do Messias, quanto à sua queixa, mais tarde, ao exclamar que "o povo para o qual viera, não o conhecera". Corroborando tal predição, os judeus de hoje ainda adoram Moisés, profeta irascível, vingativo e até cruel; e olvidam Jesus, pleno de amor, bondade e renúncia, porque, realmente, "ainda não reconheceram o seu verdadeiro Messias"!
Efetivamente, causa estranheza o fato de certos autores ainda considerarem Jesus um mito ou embuste religioso, e lhe negarem a vida física e coerente na Terra. Em verdade, Jesus é justamente o ser cada vez mais vivo entre os homens; pois a sua doutrina, crescendo em todos os sentidos, já influencia até os povos afeiçoados aos credos de outros instrutores. Se o fulgor da Roma de Augusto ofuscou os historiadores da época, fazendo-os ignorar a figura de Jesus, isso não o elimina da face da Terra, nem o desfiguram as lendas semelhantes já atribuídas a Adonis, Crisna, Buda, Orfeu, Átis, Osiris, Dionísio ou Mitras. Apesar das inequívocas referências históricas sobre Aníbal, Júlio César, Carlos Magno ou Napoleão; ou mesmo sobre filósofos excepcionais, como Sócrates, Platão, Epicuro, Aristóteles, Spinoza ou Marco Aurélio, eis que Jesus, o "mito", sobrepuja, em celebridade, a todos esses homens famosos!
Por que Jesus, o "mito", supera a realidade e vive cada vez mais positivo e imprescindível no coração da humanidade* terrena, enquanto famosos personagens "históricos" arrefecem no seu prestígio através dos tempos? Em verdade, os homens já experimentaram todas as filosofias, reformas religiosas e todos os códigos morais e sociais, e, no entanto, não lograram uma solução definitiva para os seus problemas angustiosos. A humanidade terrena do século XX, cada vez mais neurótica e desesperada, pressente a sua derrocada inevitável, ante o requinte e a fúria dos mesmos conflitos odiosos e guerras fratricidas do passado! Os homens da caverna não evoluíram nem se humanizaram; apenas trocaram o tacape pelo revólver de madrepérola, ou o porrete pela metralhadora eletrônica! Matava-se a pedras e paus, um de cada vez; hoje, mata-se urna civilização derretendo a sob o impacto da bomba atômica! Paradoxalmente, não é a cultura e a experiência real transmitidas pela História o fundamento convincente para solucionar os problemas humanos tão aflitivos na atualidade. As criaturas estão tomadas pela desconfiança; duvidam da ciência que lhes dá o conforto material, mas não lhes ameniza a angústia do coração; descreem de todas inovações sociais e educativas, que planejam um futuro brilhante mas não proporcionam a paz de espírito! No entanto, Jesus, o "mito" esquecido pela história profana, ainda é o único medicamento salvador do homem moral e psiquicamente enfermo do século atual! Só o seu Amor e o seu Evangelho poderão amainar as paixões humanas e harmonizar os seres numa convivência pacífica e jubilosa! Se Jesus fosse fruto da fantasia religiosa, então teríamos de concordar com a inversão de todos os valores do conhecimento humano, a ponto de não distinguirmos o fantasioso do real! Que força poderosa alimentou a vivência desse Mestre Cristão "imaginário", fazendo-nos reconhecer-lhe um porte moral e espiritual do mais alto quilate humano? Qualquer homem pode negar a existência de Jesus; porém, jamais há de oferecer ao mundo conturbado e corrupto uma solução mais certa e mais eficaz do que o seu Evangelho!
PERGUNTA: — Existe alguma fonte histórica que anotou a figura de Jesus?
RAMATÍS: — Alguns estudiosos confiaram na referência feita por Josefo, na sua obra "Antiguidade dos Judeus", 93 anos depois de Cristo, aceitando como relato histórico da autenticidade do Mestre Galileu a seguinte passagem: "Nesse tempo viveu Jesus, um homem santo, se homem pode ser chamado, porque fez coisas admiráveis, que ensinou aos homens; e inspirado recebeu a Verdade. Era seguido por muitos judeus e muitos gregos. Foi o Messias".
Mas, a nosso ver, as provas mais autênticas da vida de Jesus são as referências à perseguição aos "cristãos", isto é, os seguidores do Cristo! Havendo cristãos martirizados por <e recusarem a abandonar a doutrina do seu líder Jesus, cujos fatos foram registrados pela História, conclui-se que o Mestre Jesus não foi um mito, mas uma figura real, malgrado i ausência de apontamentos históricos. Quanto à existência dos cristãos e do seu martírio, basta consultar as obrais e anotações de Plínio, o Moço, Suetônio, Tácito e outros da mesma época.
Também se pode considerar um relato autêntico a carta enviada a Tibério, pelo senador Públio Lentulo, quando presidente da Judéia, narrando a existência de "um homem de grandes virtudes chamado Jesus, pelo povo inculcado de profeta da verdade e pelos seus discípulos de filho de Deus.É um homem de justa estatura, muito belo no aspecto; e há tanta majestade no Seu rosto, obrigando os que o vêem a amá-lo ou a temê-lo.Tem os cabelos cor de amêndoa madura, são distendidos até as orelhas; e das orelhas, até as espáduas; são da cor da terra, porém, reluzentes. Ao meio da sua fronte, uma linha separando os cabelos, na forma em uso pelos nazarenos. Seu rosto é cheio; de aspecto muito sereno; nenhuma ruga ou mancha se vê em sua face; o nariz e a boca são irrepreensíveis. A barba é espessa, semelhante aos cabelos, não muito longa e separada pelo meio; seu olhar é muito afetuoso e grave; terá os olhos expressivos e claros, resplandecendo no seu rosto como os raios do sol; porém, ninguém pode olhar fixo o seu semblante, pois se resplende, subjuga; e quanto ameniza, comove até às lágrimas ! Faz-se amar e é alegre; porém, com gravidade. Nunca alguém o viu rir, mas, antes, chorar"[4].
PERGUNTA: — Sob a vossa opinião, quais são as fontes não históricas, mas autênticas, para informarem sobre a existência de Jesus?
RAMATÍS: — Sem dúvida, a fonte mais autêntica não histórica é a narrativa dos quatro evangelistas, apesar de interpolações e dos retoques que sofreu, inclusive também quanto a algumas contradições existentes entre os próprios narradores. Mas é fonte idônea, porque manteve a unidade psicológica e os propósitos messiânicos do espírito de Jesus. Entre os quatro evangelistas, dois deles foram testemunhas oculares dos acontecimentos ali narrados; e, por isso, mostram-se vivos e naturais nos seus relatos; os outros dois interrogaram minuciosamente as testemunhas que presenciaram as atividades de Jesus ou delas participaram na época. Superando as interpolações perceptíveis a uma analisa percucientes os quatro evangelistas se mostram imparciais, singelos e seguros, pois eles narram os fatos diretamente, sem muitas divagações.
Há nos seus relatos um grande espírito de honestidade e de certeza absoluta naquilo que foi a vida de Jesus. Certamente existem algumas diferenças quanto à movimentação da pessoa do Mestre nos escritos dos quatro evangelistas*, mas não há dúvida alguma no tocante à sua existência real. Outras provas da evidência são as cartas ou epístolas atribuídas a Paulo, as quais possuem a força comunicativa das suas atividades cristãs e transmitem o odor refrescante da "Boa Nova" e do "Reino de Deus" apregoados por Jesus! [5]
Evidentemente, os historiadores não se preocupam em focalizar a pessoa de Jesus, por achá-la de pouca importância na época, pois se tratava de um simples carpinteiro, arvorado em rabino, e a pregar estranha moral num mundo conturbado pelas mais violentas paixões e vícios! A história jamais poderia prever no seio da comunidade de tantos rabis insignificantes da Palestina, que um deles se tornaria o líder de milhões de criaturas nos séculos vindouros, pregando somente o amor aos inimigos e a renúncia aos bens do mundo, cm troca de um hipotético "reino celestial".
Além disso, Jesus era filho da Galileia, uma terra de homens ignorantes e rudes, coletividade de gentios, indignos de figurarem na história. No entanto, malgrado essas deficiências, Jesus projetou-se além dos séculos testemunhado pelos homens que o conheceram e pelos discípulos integrados em sua vida messiânica. Ninguém duvida da existência de Pedra e Paulo de Tarso; nem dos encontros do próprio Paulo com Pedro, Tiago e João. As próprias divergências e lumes existentes nas relações desses apóstolos, competindo para se mostrarem mais dignos do Mestre Jesus, já desencarnados, chegaram até o vosso século sem perder a sua autenticidade! Paulo refere-se à última ceia e à crucificação de Jesus, como se tivesse realmente participado de tais acontecimentos tão dramáticos para a humanidade.[6]
Enfim, as contradições encontradas entre os próprios evangelistas são apenas de minúcias, pois não modificam a inexistência das narrativas, e ali Jesus permanece de um modo fiel e coerente. E' inadmissível que no curto espaço de uma geração, homens ignorantes, rudes e iletrados, pudessem inventar uma personalidade tão viva e inconfundível em sua contextura moral, como foi Jesus! Em verdade, a força do Amor e o espírito de confraternização manifestos na sua mensagem influíram sobre milhares de criaturas até aos nossos dias, impondo a existência lógica e indiscutível de Jesus, ou então outro homem deve substituí-lo! Afaste-se Jesus da autoria do Evangelho, por que ele não figura na história profana de modo convincente, e a humanidade terá de criar outro "mito", ou outro homem, para então justificar esse "Código Moral" de profunda beleza espiritual!
De todos os acontecimentos narrados pela própria História, Jesus ainda é a figura mais fascinante e convincente para nos condicionar a uma vida espiritualmente elevada. Jamais houve qualquer lenda ou narrativa a consumir tantas páginas em milhares de obras, capaz de atrair tanto interesse e admiração à consciência do homem terreno.
Indubitavelmente, quanto mais os ateus e outros negadores se empenham em "extinguir" ou apagar a figura do Jesus, mais ele se impõe acima de todas as dúvidas, sobrepuja a própria História e mais vibra no coração dos crentes. Por conseguinte, é vã e tola qualquer pretensão de negar a sua existência, pois a despeito de todas as negativas, ele sempre ressurge irradiando luz e amor, na tela viva da consciência humana!
PERGUNTA: — Outros escritores expõem dados históricos e descrevem Jesus como um "sedicioso" incurso nas leis penais da época, cuja doutrina sob sua chefia fracassou ante os poderes judeus e romanos constituídos em Jerusalém. Que dizeis?
RAMATÍS: — Basta o conteúdo do Evangelho vivido e ensinado por Jesus, para desmentir qualquer afirmativa quanto a ele ter sido deliberadamente um rebelde ou sedicioso. Jamais o Mestre Cristão desejou alguma coisa do mundo material, cuja vida terrena foi centralizada exclusivamente em torno dos bens imperecíveis do espírito eterno Ele viveu trinta e três anos na face da Terra sem ater-se a quaisquer interesses mundanos; e ninguém poderá inculpá-Io de um só fato ou empreendimento egoísta, que lhe tenha dado relevo pessoal no ambiente político ou sacerdotal do mundo. Nasceu e desencarnou extremamente pobre, encerrando seus dias heroicos sem valer-se dos favores ou conluios com os poderosos da época.
O homem sedicioso é sempre um rebelde, um inconformado, pois é criatura ávida do poder temporal e da exaltação sobre os seus conterrâneos. Os grandes sediciosos ou Indisciplinados que a a História nem sempre registra com carinho e gratidão, chamaram-se Davi, Átila, Gengis-Kan, Asoka, Alexandre, Aníbal, Tito, César, Carlos Magno, Ivã o Terrível, Napoleão, Kaiser, Stalin, Hitler, Mussolini e outros, os quais, juntamente com certas qualidades excepcionais, como a obstinação, capacidade de comando, arrojo, ambição e estratégia, manifestaram também os pecados do orgulho, da crueldade, pilhagem, vingança ou libidinosidade!
Sem dúvida, alguns desses homens foram gênios ou heróis; outros, apenas loucos ou paranóicos. Não contestamos que tenham influído ou modificado os destinos dos povos no transcorrer de uma época, pois a Suprema Lei faz surgir o bem dos destroços do próprio mal, aproveitando a impetuosidade, paixão selvagem, cobiça ambição e o arrojo dos sediciosos, para efetuar as grandes transformações históricas e sociais no mundo. Escravos dos desejos de glórias ou de riquezas, muitas vezes eles abriram as comportas da dor e do sofrimento para os seus próprios comparsas das vidas passadas, agindo como os carrascos implacáveis nas provas de resgate Cármino do pretérito. Examinando as tropelias sangrentas narradas no Velho Testamento, podemos certificar-nos do imenso número de soldados, comparsas e aventureiros judeus, que naquela época praticaram as mais bárbaras atrocidades. No entanto, sob o gládio da justiça divina, eis que eles retornaram à carne travestido ainda na figura de judeus, porém, humilhados e vítimas dos nazistas nos famigerados campos de concentração e em mortes cruéis, para resgatar os débitos clamorosos do pretérito![7]
Mas a Lei aproveita esses homens atrabiliários e cruéis e os mobiliza como matéria-prima para trazer o Bem pelo Mal, pois eles aproximam povos, fundem fronteiras, derrubam tiranias, extinguem feudos seculares, sacodem o pó das velhas dinastias, abrem clareira para novas relações humanas, proporcionando o ambiente eletivo para novos ensaios políticos e sociais de vida entre os sobreviventes. Durante a revolução francesa cometeram-se as mais bárbaras atrocidades e injustiças sob o slogan esperançoso de "Liberdade, Fraternidade e Igualdade". A pilhagem foi organizada e oficializada pelos poderes dominantes; dela não se beneficiaram apenas os pobres e os injustiçados, mas também os oportunistas, os delinquentes e os facínoras, espécie de corvos adejando sobre a carniça! Mas, paradoxalmente, desse movimento sangrento e sarcasticamente amparado pelos próprios conceitos da moral superior, nasceram os princípios que depois consolidaram urna jurisprudência mais digna e a soberania popular pela doutrina da Democracia!
Quantas vezes surgem da ralé, indivíduos inexpressivos, que se projetam no furor dos empreendimentos e das tropelias sangrentas, ávidos de gloriosas mundanas e festejados pelas multidões tolas, dominados pelo cabotinismo e pela paranoia perigosa? Servis, incultos, temerosos, enfermiços., frustrados, miseráveis e impotentes, depois se tornam monstros, bárbaros, impiedosos, cínicos, irascíveis, brutos e orgulhosos, quando são guindados ao poder absoluto, passando a desforrar-se dos mínimos vexames e ressentimentos que acumularam durante os seus dias inexpressivos e desfavoráveis?[8]
No entanto, Jesus sempre foi criatura pacífica, de atitudes claras e honestas, esclarecendo que o seu "reino não era deste mundo", e cuja conduta não era dúbia, nem capciosa, jamais se assemelhando a qualquer sedicioso do mundo Nunca praticou em sua vida qualquer ato de rebeldia, desforra ou crueldade que pudesse nivelá-lo à conduta dos homens despóticos e belicosos! O seu bom senso sempre aconselhava aos homens "dar a César o que é de César; e a Deus o que é de Deus"; a sua autoridade espiritual merece o culto de todas as escolas espiritualistas do mundo; que lhe cultuam a memória na conta de um elevado Mestre! Os esoteristas, teosofistas, rosa-cruzes e iogas reconhecem Jesus como entidade já liberada do Jugo do Carma, um "Avatar" ou Instrutor Espiritual de alta estirpe; enfim, um "eleito" de elevada categoria sideral e de amplitude cósmica. Ele foi um eleito que trouxe à Terra o Bem pelo Bem, e não apenas um "escolhido" que pode semear o Bem pelo Mal.[9]
PERGUNTA: — Se Jesus não era um sedicioso, como pôde ser enquadrado sob as leis romanas, em cuja época se punia os rebeldes e os criminosos pela crucificação?
RAMATÍS: — O sacerdócio judaico conseguiu arquitetar provas materiais e testemunhos contra Jesus, entre os próprios seguidores e a turba que o aplaudira à sua entrada em Jerusalém, conseguindo incriminá-lo como "sedicioso" Junto a Pôncio Pilatos, Procurador de Roma na Judéia.
Prendeu-no à conta de um malfeitor comum, malgrado ele só ter lutado com as armas da ternura, bondade e amor! Mas os verdadeiros motivos da sua crucificação, cujo holocausto o Mestre Jesus aceitou sem qualquer protesto, exigem um capítulo especial a ser compilado nesta obra.


[1] Livro: O Sublime Peregrino, Ed. Freitas Bastos S/A, 6ª edição, Cap 01, Ditada pelo Espírito Ramatís, psicografada por Hercilio Maes.
   Todos os grifos, numeração, coloridos, negritos, sublinhados e itálicos: é de autoria da redação do Jornal A FAGULHA, quanto aos nossos estudos destes artigos.
   Fonte da imagem: https://divagacoesligeiras.blogs.sapo.pt/a-historia-da-grande-corrida-pela-vida-451304
[2] Vide a obra de Ramatís "Mensagens do Astral", cap. I, II e XI, respectivamente, "Os Tempos são Chegados", "O Juízo Final" e"Os que Emigrarão para um Planeta Inferior".
[3] Nota do Revisor: ─ Vide Epístola aos Gaiatas, cap. IV,vers. 4: "Mas quando veio o cumprimento do tempo, enviou Deus o seu filho, nascido de mulher,nascido sujeito à lei”. É evidente que Paulo de Tarso, nessa epistola, deixa bem claro que Jesus não é Deus.E se o Mestre foi nascido de mulher e sujeito à lei, é óbvio que nasceu com um corpo carnal e de modo comum e humano, como os demais homens. A citação de Paulo não admite outra conclusão.
[4] O retrato de Jesus feito por Públio Lentulo foi publicado pela “Revista Internacional do Espiritismo” e também se encontra na introdução da obra “A vida de Jesus ditada Por Ele mesmo”.
[5] Vide Epístolas aos Romanos, V e vers.9; Coríntios, Ie vers. 23,XIV, vers.3,Gálatas,II e vers,21;Efésios, II e vers.20 e 21; Timóteo II, vers.8.
[6] Coríntios,XI,vers.23 e 6;XV, vers.3 e Gálatas II, vers.20
[7] Nota do Médium: — Segundo certo comunicado mediúnico por entidade de reconhecido critério espiritual, Hitler, no passado, foi o rei Davi e que comandou inúmeras vezes as hecatombes sangrentas registradas amiúde, na Bíblia. Mas, de acordo com a lei de "quem com ferro fere, com ferro será ferido", o seu espírito retornou à Terra, na Alemanha, e, sob a injunção do Carma, abriu as comportas do sofrimento redentor para os seus próprios comparsas e soldados que comandou outrora e lhe cumpriram fielmente as ordens bárbaras. Assim, os mesmos judeus que ele trucidou neste século, nos campos de concentração, já tinham vivido com ele e eram os mesmos soldados e comparsas impiedosos, afeitos aos massacres dos povos vencidos. Como exemplo a esmo, das barbaridades cometidas pelo rei Davi e seus exércitos, no passado, eis o que si encontra em "Reis, Livro 2.°,cap. XII ,Vers.31 “ e transcrevemos: “E trazendo os seus moradores, os mandou serrar; e que passassem por cima deles as carroças ferradas; e que os fizessem em pedaços com cutelos; e os botassem em fornos de cozer tijolos; assim o fez com todas as cidades dos amonitas; e voltou Davi com todo o seu exército para Jerusalém”.
[8] Nota do Revisor: — E' ainda o caso do Hitler, que, em sua juventude, foi indivíduo enfermiço, ignorante, taciturno e pobre, mal sucedido com os amigos e sustentando-se mediante trabalhos rudes e humildes, tais como limpar ruas, carregar bagagens, servir de pedreiro, puxar terras ou remover neve, conseguindo, a muito custo, a divisa de cabo na cozinha do exercito alemão. No entanto, quando assumiu o poder na Alemanha, então, ele vingou-se furiosamente de todas as mágoas e ressentimentos que sofrera na juventude, por parte da sociedade, dos militares e dos Judeus especuladores. Dominado pela megalomania de profunda exaltação, de um misticismo egocêntrico e mórbido, que o fazia supor-se um predestinado para dominar e dirigir o mundo, extravasou o seu furor paranóico e atrabiliário, a sua perversidade e vingança. Causando a catástrofe guerreira de 1939, onde foram organizados os diabólicos campos de concentração e as câmaras de gás para extinguir e assassinar os judeus.
[9] Vide a obra “Do País da Luz”, cap.IV,1º vol., psicografia de Fernando de Lacerda, na qual o espírito de Napoleão diz o seguinte: ─”O eleito é sempre escolhido; mas o escolhido não é eleito. O eleito foi escolhido por Deus para fazer o Bem pelo Bem; o escolhido pode ser para fazer o Bem pelo Mal. O eleito foi Jesus. Eu fui escolhido.”  Nesta comunicação. Napoleão compara sua existência turbulenta e ambiciosa com a missão terna e pacífica de Jesus

A ORAÇÃO



A ORAÇÃO[1]

A princípio, é um rumor do coração que clama,
Asa leve a ruflar da alma que anseia e chora...
Depois, é como um círio hesitante da aurora,
Convertendo-se, após, em resplendente chama..
.
Então; ei-la a vibrar como estrela sonora!
É a prece a refulgir por milagrosa flama,
Glória de quem confia o poder de quem ama,
Por mensagem solar, cindindo os céus afora...

Depois, outro clarão do Além desce e fulgura,
É a resposta divina aos rogos da criatura,
Trazendo paz e amor em fúlgidos rastilhos!...

Irmão; guardai na prece o altar do templo vosso!
Através da oração, nós bradamos: – “Pai Nosso!”
E através dessa luz, Deus responde: – “Meus filhos!”
Autor: Amaral Ornelas


[1] Livro: À Luz da Oração, Casa Editora O Clarim, 9ª edição, psicografada por Francisco Candido Xavier.
   Todos os grifos, numeração, coloridos, negritos, sublinhados e itálicos: é de autoria da redação do Jornal A FAGULHA, quanto aos nossos estudos destes artigos.
   Fonte da imagem: Capa do livro À Luz da Oração, Casa Editora O Clarim, 9ª edição

terça-feira, 29 de janeiro de 2019

TUA CASA


TUA CASA[1]

Eis que estamos em tua casa, esperando conversar de alma para alma, dentro da simplicidade evangélica, sempre usando o coração. Estamos com saudades do teu entendimento, da amizade que traz para todos; a alegria contagiante, que conforta e supre todas as deficiências.
Tua casa é um lugar gerador de Paz!
Dentro destas quatro paredes podes respirar o mesmo clima do Céu, dependendo de como te comportares em família. Mulher e marido são os agentes da Felicidade, desde quando compreendem as necessidades de servir um ao outro por Amor, entendendo mutuamente seus deveres para com a própria família, não fazendo da casa um lugar que possa gerar o vício, procurando se esforçar todos os dias, esquecendo-se dos hábitos que os colocam na dependência e observando os procedimentos que prejudicam a saúde.
O pai que esquece o bom comportamento está convidando o filho para o desequilíbrio; a mãe que deixa passar despercebido o asseio, está convidando seus filhos para o desleixo. Se quiseres filhos educados, onde a disciplina se destaca às vistas dos outros, passa a dar exemplos de honestidade, de trabalho e de amor, porque a vivência das qualidades nobres são sementes de luz que sempre clareiam os caminhos de toda a tua prole. Quem não vive bem em família, não tem condições de viver em paz com ninguém. Tua casa é, pois, o primeiro passo que Deus te ajuda a dar, como sendo alicerce para o teu equilíbrio. Deves compreender a necessidade de viver em harmonia com todos os que te cercam, pois somos todos filhos do mesmo Deus. Não deves procurar a Felicidade fora do dever; honra os teus, que convivem à tua sombra, que no futuro eles te darão alegria.
Seja qual for a situação da tua vida, não percas a Esperança, que o Senhor está vendo e tudo sabe, e te ajudará a escolher os melhores caminhos para o restabelecimento. Nunca blasfemes contra a natureza, pois as situações mudam de hora para hora e quem confia, sempre sai vitorioso, sentindo a glória palpitar como sendo o bem-estar na consciência. Se estiveres doente ou alguém está enfermo em teu lar, não te desesperes, pois para Deus não existe o impossível; pede a Jesus com fé, que os recursos podem estar mais próximos do que pensas.
Quando pensamos em Deus, sentimos todo o bem que possa acontecer conosco, Sê amigo de todos dentro da casa, ouve quem queira falar, analisando o que cada um diz e responde como se fosses Jesus respondendo, tendo a paciência de ouvir e responder. E lembra-te de que as palavras com o Cristo são fontes de vida. Renuncia as extravagâncias - o desperdício do teu salário em coisas inúteis será encargo maior para os teus ombros.
A Paz em teu lar é a conquista dos teus esforços somados todos os dias.
Quem não tem tempo para as boas conversações em família, nunca encontra o que busca - a Felicidade. Ouve o que vamos te falar; abre ou continua com – o teu culto do Evangelho, mesmo que apareçam problemas; aprende a superá-los, porque o bem que ele te faz e à tua família compensa todos os esforços na conquista deste tesouro.
Desejamos a paz de Deus para a tua casa.


[1] Livro: Tua Casa – Ditado pelo Espírito Ayrtes; psicografia de João Nunes Maia, Cap. 01, Edit. Fonte Viva. Todos os grifos, numeração, coloridos, negritos, sublinhados e itálicos: é de autoria da redação do Jornal A FAGULHA, quanto aos nossos estudos destes artigos.. Fonte de imagem:  https://gabiparavoce.blogspot.com/2015/04/a-casa-mental-e-reforma-intima-sem.html

segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

MODO DE SENTIR


MODO DE SENTIR[1]

“Renovai-vos pelo espírito no vosso modo de sentir.”
Paulo
Efésios, 4:23

Há muitos séculos o homem raciocina obediente a regras quase inalteradas, comparando fatores externos segundo velhos processos de observação; rege a vida física com grandes mudanças no setor das operações orgânicas fundamentais e maneja a palavra como quem usa os elementos indispensáveis a determinada construção de pedra terra e cal.
Nos círculos da natureza externa, em si, as modificações em qualquer aspecto são mínimas, exceção feita ao progresso avançado nas técnicas da ciência e da indústria.
No sentimento, porém, as alterações são profundas.
Nos povos realmente educados, ninguém se compraz com a escravidão dos semelhantes, ninguém joga impunemente com a vida do próximo, e ninguém aplaude a crueldade sistemática e deliberada, quanto antigamente.
Através do coração, o ideal de humanidade vem sublimando a mente em todos os climas do Planeta.
O lar e a escola, o templo e o hospital, as instituições de previdência e beneficência são filhos da sensibilidade e não do cálculo.
Um trabalhador poderá demonstrar altas características de inteligência e habilidade, mas, se não possui devoção para com o serviço, será sempre um aparelho consciente de repetição, tanto quanto o estômago é máquina de digerir, há milênios.
Só pela renovação íntima, progride a alma no rumo da vida aperfeiçoada.
Antes do Cristo, milhares de homens e mulheres morreram na cruz, entretanto, o madeiro do Mestre converteu-se em luz inextinguível pela qualidade de sentimento com que o crucificado se entregou ao sacrifício, influenciando a maneira de sentir das nações e dos séculos.
Crescer em bondade e entendimento é estender a visão e santificar os objetivos na experiência comum.
Jesus veio até nós a fim de ensinar-nos, acima de tudo, que o Amor é o caminho para a Vida Abundante.
Vives sitiado pela dor, pela aflição, pela sombra ou pela enfermidade?
Renova o teu modo de sentir, pelos padrões do Evangelho, e enxergarás o Propósito Divino da Vida, atuando em todos os lugares, com justiça e misericórdia, sabedoria e entendimento.


[1] Livro: Fonte Viva – Ditado pelo Espírito Emmanuel; psicografia de Francisco Cândido Xavier, Cap. 67 Edit. FEB. Todos os grifos, numeração, coloridos, negritos, sublinhados e itálicos: é de autoria da redação do Jornal A FAGULHA, quanto aos nossos estudos destes artigos.. Fonte de imagem:  http://jelg.com.br/2015/04/repartir-pensar-e-sentir-em-cristo/

domingo, 27 de janeiro de 2019

TRAÇOS CRISTÃOS


TRAÇOS CRISTÃOS[1]
Albino Teixeira


O cristão deve ser: no grupo, um ponto de apoio;
Em família, um amparo constante;
No lar uma bênção;
No trabalho a cooperação eficiente;
Na profissão a garantia de idoneidade;
No serviço, um padrão de amor ao próximo;
No dever, a pontualidade;
No problema, um agente de solução;
Na dificuldade, a base do auxílio;
Na crise, o socorro;
No tumulto, a seriedade;
No verbo, a palavra de rumo;
Nas letras, o guia do bem;
Em qualquer experiência da vida, será sempre alguém com Jesus na construção do Reino de Deus.


[1] Livro: Tende Bom Animo – psicografia de Francisco Cândido Xavier e Carlos Antonio Baccelli, Edit. FEB. Todos os grifos, numeração, coloridos, negritos, sublinhados e itálicos: é de autoria da redação do Jornal A FAGULHA, quanto aos nossos estudos destes artigos.
   Fonte da imagem: https://jornalcristao.com.br/2018/12/24/exposicao-do-artista-plastico-flavio-dutka-encanta-visitantes/

sábado, 26 de janeiro de 2019

HOJE


HOJE[1]

“Antes vos exortai uns aos outros, todos os dias, durante o tempo que se chama Hoje; para que nenhum de vós se endureça pelo engano do pecado.”
Paulo
Hebreus, 3:13

O conselho da exortação recíproca, diária, indicado pelo apóstolo requisita bastante reflexão para que se não estabeleça guarida a certas dúvidas.
Salientemos que Paulo imprime singular importância ao tempo que se chama Hoje, destacando a necessidade de valorização dos recursos em movimento pelas nossas possibilidades no dia que passa.
Acreditam muitos que para aconselharem os irmãos necessitam falar sempre, transformando-se em discutidores contumazes. Importa reconhecer, porém, que uma advertência, quando se constitua somente de palavras, deixa invariável vazio após sua passagem.
Qual ocorre no plano das organizações físicas, edificação espiritual alguma se levantará sem bases.
O “exortai-vos uns aos outros” representa um apelo mais importante que o simples chamamento aos duelos verbais.
Convites e conselhos transparecem, com mais força, do exemplo de cada um. Todo aquele que vive na prática real dos princípios nobres a que se devotou no mundo, que cumpre zelosamente os deveres contraídos e que demonstre o bem sinceramente, está exortando os irmãos em humanidade ao caminho de elevação. É para esse gênero de testemunho diário que o convertido de Damasco nos convoca. Somente por intermédio desse constante exercício de melhoria própria, libertar-se-á o homem de enganos fatais.
Não te endureças, pois, na estrada que o Senhor te levou a trilhar, em favor de teu resgate, aprimoramento e santificação.
Recorda a importância do tempo que se chama Hoje.


[1] Livro: Pão Nosso – Ditado pelo Espírito Emmanuel; psicografia de Francisco Cândido Xavier, Cap. 69 Edit. FEB. Todos os grifos, numeração, coloridos, negritos, sublinhados e itálicos: é de autoria da redação do Jornal A FAGULHA, quanto aos nossos estudos destes artigos.
   Fonte da imagem:  http://www.ipandobem.com/2014/06/bom-dia_20.html

sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

ADIANTE DE VÓS


ADIANTE DE VÓS[1]

"Mas ide dizer a seus discípulos, e a Pedro, que ele vai adiante de vós para a Galileia."
Marcos, 16:7

É raro encontrarmos discípulos decididos à fidelidade sem mescla, nos momentos que a luta supera o âmbito normal.
Comumente, em se elevando a experiência para maiores demonstrações de coragem, valor e fé, modifica-se-lhes o ânimo, de imediato. Converte-se a segurança em indecisão, a alegria em desalento.
Multipliquem-se os obstáculos e surgirá dolorosa incerteza.
Os aprendizes, no entanto, não devem olvidar a sublime promessa do princípio, quando o pastor recompunha o rebanho disperso.
Quando os companheiros, depois da Ressurreição, refletiam no futuro, oscilando entre a dúvida e a perplexidade, eis que o Mensageiro do Mestre lhes endereça aviso salutar, assegurando que o Senhor marcharia adiante dos amigos, para a Galileia, onde aguardaria os amados colaboradores, a fim de assentarem as bases profundas do trabalho evangélico no porvir.
Não nos cabe esquecer que, nas primeiras providências do apostolado divino, Jesus sempre se adiantou aos companheiros nos testemunhos santificantes.
E assim acontece, invariavelmente, no transcurso dos séculos.
O Mestre está sempre fazendo o máximo na obra redentora, contando com o esforço dos cooperadores apenas nas particularidades minúsculas do celeste serviço...
Não vos entregueis às sombras da indecisão quando permanecerdes sozinhos ou quando o trabalho se agrave na estrada comum. Ide confiantes e otimistas, às provações salutares ou às tarefas dilacerantes que esperam por nosso concurso e ação.
Decerto, não seremos quinhoados por facilidades deliciosas, num mundo onde a ignorância ainda estabelece lamentáveis prisões, mas sigamos felizes no encalço das obrigações que nos competem, conscientes de que Jesus, amoroso e previdente, já seguiu adiante de nós...


[1] Livro: Vinha de Luz – Ditado pelo Espírito Emmanuel; psicografia de Francisco Cândido Xavier, Cap. 67, Edit. FEB. Todos os grifos, numeração, coloridos, negritos, sublinhados e itálicos: é de autoria da redação do Jornal A FAGULHA, quanto aos nossos estudos destes artigos.
Fonte de imagem: https://www.resilienciamag.com/por-que-viajar-sozinho/