quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

TRANSITORIEDADE


TRANSITORIEDADE[1]


“Eles perecerão, mas tu permanecerás; e todos eles, como roupa, envelhecerão.”
Paulo
Hebreus, 1:11

Fala-nos o Eclesiastes das vaidades e da aflição dos homens, no torvelinho das ambições desvairadas da Terra.
Desde os primeiros tempos da família humana, existem criaturas confundidas nos falsos valores do mundo. Entretanto, bastaria meditar alguns minutos na transitoriedade de tudo o que palpita no campo das formas para compreender-se a soberania do espírito.
Consultai a pompa dos museus e a ruína das civilizações mortas.
Com que fim se levantou tantos monumentos e arcos de triunfo?
Tudo funcionou como roupagem do pensamento. A idéia evoluiu, enriqueceu-se o espírito e os envoltórios antigos permanecem à distância.
As mãos calejadas na edificação das colunas brilhantes aprenderam com o trabalho os luminosos segredos da vida.
Todavia, quantas amarguras experimentaram os loucos que disputaram, até a morte para possuí-las?
Valei-vos de todas as ocasiões de serviço, como sagradas oportunidades na marcha divina para Deus.
Valiosa é a escassez, porque traz a disciplina. Preciosa é a abundância, porque multiplica as formas do bem. Uma e outra, contudo, perecerá algum dia. Na esfera carnal, a glória e a miséria constituem molduras de temporária apresentação.
Ambas passam.
Somente Jesus e a Lei Divina perseveram para nós outros, como portas de vida e redenção.


[1]  Livro: Caminho Verdade e Vida – Ditado pelo Espírito Emmanuel; psicografia de Francisco Cândido Xavier, Cap. 72, Edit. FEB. Todos os grifos, numeração, coloridos, negritos, sublinhados e itálicos: é de autoria da redação do Jornal A FAGULHA, quanto aos nossos estudos destes artigos.
 Fonte de imagem:  https://cleofas.com.br/a-transitoriedade-das-coisas/

terça-feira, 15 de janeiro de 2019

DEPENDÊNCIA


DEPENDÊNCIA[1]

Nossa autonomia, tanto física, emocional, mental como espiritual, está diretamente ligada às nossas conquistas e descobertas íntimas.
As dificuldades de nosso desenvolvimento e crescimento espiritual se devem ao fato de que nem sempre conseguimos encontrar com facilidade nossa própria maneira de viver e evoluir. Cada um de nós está destinado a participar de uma maneira específica e peculiar na obra da criação.
Entretanto, é imprescindível compreendermos nosso valor pessoal como seres originais, ou seja, criados por Deus “sob medida”, percorrendo, particularmente, nosso caminho e assumindo por completo a responsabilidade pelo nosso próprio crescimento espiritual.
Ser nós mesmos é tomar decisões, não para agradar os outros que nos observam, mas porque estamos usando, consciente e responsavelmente, nossa capacidade de ser, sentir, pensar e agir.
Ser nós mesmos é eliminar os traços de dependência que nos atam às outras pessoas. Não nos esquecendo, porém, de respeitar-lhes a liberdade e a individualidade e de defender também a nossa, sem o medo de ficar só e desamparado.
Ser nós mesmos é viver na própria “simplicidade de ser”, “libertos da vaidosa e dissimulada auto-satisfação, que consiste em fazer gênero de “diferente” perante os outros, a fim de ostentar uma aparência de “personalidade marcante”.
Ser nós mesmos é acreditar em nosso poder pessoal, elaborando um mapa para nossos objetivos e percorrendo os caminhos necessários para atingi-los. No Novo Testamento, capítulo 7:13, assim escreveu Mateus em seus apontamentos: “Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta e espaçoso o caminho que leva a perdição...”
Pelo fato de a porta ser estreita, deveremos atravessá-la — uns de cada vez — completamente sozinhos, acompanhados apenas pelo mundo de nossos pensamentos e conquistas íntimas.
A “porta é estreita”, porque ainda não entendemos que, mesmo vivendo em comunidade, estaremos vivendo, essencialmente, com nós mesmos, pois para transpor essa porta é preciso aprender a arte de “ser”.
Efetivamente, atingiremos nossa independência quando percebermos a inutilidade dos passatempos, das viagens, do convencionalismo da etiqueta, do consumismo que fazemos somente para conquistar a aprovação dos outros, e não porque decorrem de nossa livre vontade.
Eliminar o domínio, a autoridade ou a influência das idéias, das pessoas, das diversões, dos instintos, do trabalho e dos lugares não significa que precisamos extirpar ou abandonar completamente todas essas coisas, mas somente a dependência. Podemos nos ocupar desses assuntos quando bem quisermos, conforme nossas necessidades e conveniências, sem a escravidão do condicionamento doentio.
Passar por esse “trajeto restrito” é ter a coragem de romper as amarras internas e externas que nos impedem a conquista da liberdade.
Perguntemo-nos: quantos dos nossos atos e atitudes são subprodutos de nossas dependências estruturadas na subordinação da sociedade?
A submissão social tem sua base inicial na busca de aprovação dos outros, colocando os indivíduos na posição de permanentes escravos e pedintes do aplauso hipócrita e do verniz da lisonja.
A travessia desse “longo caminho ermo” nos levará ao Reino dos Céus, estruturado e localizado na essência de nós mesmos. Para tanto, devemos recordar-nos de que as Leis Divinas estão escritas na nossa consciência, cabendo-nos aprender a interpretá-las em nós e por nós mesmos.
Jesus Cristo, constantemente, referia-se a esse Reino Interior como sendo a morada de Deus em nós. Por voltarmos costumeiramente nossos olhos para fora, e não para dentro de nós mesmos, é que nunca conseguimos vislumbrar as riquezas de nosso mundo interior.
Mateus prossegue em seus comentários dizendo: “... apertado é o caminho que leva à vida, e poucos há que o encontrem.” Por “vida” devemos entender não apenas a manutenção da vida biológica na Terra, que é passageira e fugaz, mas a plenitude da Vida Superior, iniciada, sobretudo na vivência do mundo interior.
Nossa autonomia, tanto física, emocional, mental como espiritual, está diretamente ligada às nossas conquistas e descobertas íntimas. Nossa tão almejada realização interior está relacionada com o conhecimento de nós mesmos.
“Apertado é o caminho”, porque exige esforços importantes para que possamos eliminar nossos laços de dependência neurótica, os quais nos condicionam a viver sem usufruir nossa liberdade interior, aceitando ser manipulados pelos juízos e opiniões alheias. A liberdade se inicia no pensamento para, posteriormente, materializar-se na exterioridade, quebrando, então, os grilhões da dependência. Os Espíritos Amigos enfocaram o assunto com muita sabedoria, afirmando: “No pensamento goza o homem de ilimitada liberdade, pois que não há como pôr-lhe peias. Pode-se-lhe deter o vôo, porém, não aniquilá-lo.” (59)
X.X.X
A capacidade de amar está presente na alma humana, mas, para que floresça, exige maturação da consciência, isto é, “aprimoramento dos sentimentos”.
A maioria das criaturas foi educada ouvindo fábulas e mitos do amor romântico. Os tabus sexuais, as velhas estruturas familiares, as normas tradicionais do matrimônio, consideradas “virtudes femininas”, estabeleceram, na formação educacional das mulheres, todo um comportamento de dependência em relação aos homens. Elas centraram suas vidas em outros indivíduos, preocupadas em receber proteção e cuidados, e destruíram, com o tempo, suas vocações e aptidões mais íntimas.
“São iguais perante Deus o homem e a mulher (...) outorgou Deus a ambos a inteligência do bem e do mal e a faculdade de progredir.” (60)
Muitos acreditaram que o amor seria somente despertado por uma “varinha de condão” ou por uma “flecha do cupido” que, ao tocá-los, acordasse das profundezas de seu inconsciente um sentimento há muito tempo adormecido. Existem aqueles que, ingênuos, passam uma encarnação inteira esperando que essa “dádiva mágica” desabroche de repente, entre a procura e a espera do ser amado, pagando desesperadamente qualquer preço.
Na atualidade, muitos educadores, psicólogos, antropólogos e psiquiatras afirmam que a forma como usamos nossos sentimentos é uma “resposta aprendida”. A capacidade de amar está presente na alma humana, mas, para que floresça, exige maturação da consciência, Isto e, “aprimoramento dos sentimentos”.
Explicam, ainda, que a criatura aprende a utilizar o amor através de um processo que está diretamente relacionado com o ambiente em que viveu na infância e com o em que vive hoje, somando-se a tudo isso a capacidade íntima de aprendizagem. Portanto, estamos constantemente “aprendendo a amar”.
Paralelamente, sabemos que as diversas vivências reencarnatórias sedimentam na alma humana; certas predisposições singulares no entendimento do amor. Os costumes, as tradições e os hábitos que envolvem o namoro, o casamento, o sexo e a família, completamente diferentes de nação para nação, de continente para continente, estabelecem noções diversificadas sobre a afetividade nos espíritos em sua longa marcha evolutiva.
Existem aqueles que colocaram o amor dentro de uma estrutura romântica, ou seja, fazem prevalecer um sentimentalismo exagerado e uma imaginação irreal, desprezando o significado dos sentimentos autênticos. Eles acreditam que o casamento extingue por completo todas as adversidades e infortúnios existenciais e que as ansiedades do cotidiano acabariam, terminantemente, quando a cerimônia sacramentasse num abraço de ternura os “felizes para toda a eternidade”.
A necessidade recíproca de controle, as promessas de que renunciariam à própria individualidade e teriam os mesmos objetivos para todo o sempre são os primeiros indícios de uma enorme desilusão na vida a dois. Compromissos de amor são válidos, desde que aprendamos que nossa vida está em constante renovação. Assim como as pessoas passam por diversas transformações, também o amor que sentem pelos outros se transforma. Quanto mais observarmos os ciclos da vida, mais entenderemos as transformações que ocorrem em nossa intimidade, porque nós também somos vida. Apenas desse modo, ficaremos mais seguros e estáveis em relação ao nosso desenvolvimento e amadurecimento afetivos.
A diferença fundamental entre amor e dependência é observada com clareza nas ações e comportamentos das criaturas. A dependência prende possessivamente, uma pessoa à outra, enquanto o amor de fato incentiva a liberdade, a sinceridade e a naturalidade.
O dependente é caracterizado por demonstrar necessidade constante e por reclamar sistematicamente a atenção do outro.
O indivíduo dependente padece dos recursos psíquicos de alguém para viver. Ele dirá “eu o amo”, mas, em realidade, quer dizer “eu preciso de você”, ou mesmo, “eu não vivo sem você”. O amor real baseia-se no sentimento compartilhado entre duas pessoas maduras, ao passo que o amor dependente implora consideração e carinho, infantilmente.
Os legítimos sentimentos da alma nunca se sujeitam a ordenações e imposições, mas sim a uma completa espontaneidade de atitudes e emoções. Dependência gera dores na alma; já a liberdade para amar é um direito natural de todos os filhos de Deus.


Referencias:
59 LE 833 – Haverá no homem alguma coisa que escape a todo constrangimento e pela qual goze ele de absoluta liberdade?
“No pensamento goza o homem de ilimitada liberdade, pois que não há como pôr-lhe pejas. Pode-se-lhe deter o voo, porém, não aniquilá-lo.”
60 LE  817 – São iguais perante Deus o homem e a mulher e têm os mesmos direitos?
“Não outorgou Deus a ambos a inteligência do bem e do mal e a faculdade de progredir?”



[1] Livro: As Dores da Alma – Ditado pelo Espírito Hamed; psicografia de Francisco do Espírito Santo Neto, Edit. Boa Nova. Todos os grifos, numeração, coloridos, negritos, sublinhados e itálicos: é de autoria da redação do Jornal A FAGULHA, quanto aos nossos estudos destes artigos.
Fonte da imagem: https://www.semprefamilia.com.br/dependencia-emocional-por-que-acontece-e-quais-os-perigos/

segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

NÃO TE ENGANES


NÃO TE ENGANES[1]

“Olhais para as coisas, segundo as aparências? Se alguém confia de si mesmo que é do Cristo, pense outra vez isto consigo que assim como ele é do Cristo, também nós do Cristo somos.”
Paulo
II Coríntios, 10:7

Não te enganes, acerca da nossa necessidade comum no aperfeiçoamento.
Muita vez, superestimando nossos valores, acreditamo-nos privilegiados na arte da elevação. E, em tais circunstâncias, costumamos esquecer, impensadamente, que outros estão fazendo pelo bem muito mais que nós mesmos.
O vaga-lume acende leves relâmpagos nas trevas e se supõe o príncipe da luz, mas encontra a vela acesa que o ofusca. A vela empavona-se sobre um móvel doméstico e se presume no trono absoluto da claridade, entretanto, lá vem um dia em que a lâmpada elétrica brilha no alto, embaciando-lhe a chama.
A lâmpada; a seu turno ensoberbece-se na praça pública, mas o Sol, cada manhã, resplandece no firmamento, clareando toda a Terra e empalidecendo todas as luzes planetárias, grandes e pequenas.
Enquanto perdura a sombra protetora e educativa da carne, quase sempre somos vítimas de nossas ilusões, mas, em voltando o clarão infinito da verdade com a renovação da morte física; verificamos, ao sol da vida espiritual, que a Providência Divina é glorioso amor para a Humanidade inteira.
Não troques a realidade pelas aparências.
Respeitemos cada realização em seu tempo e cada pessoa no lugar que lhe é devido. Todos somos companheiros de evolução e aperfeiçoamento, guardados ainda entre o bem e o mal.
Onde acionarmos a nossa "parte inferior", a sombra dos outros permanecerá em nossa companhia. Da zona a que projetarmos a nossa “boa parte”, a luz do próximo virá ao nosso encontro.
Cada alma é sempre uma incógnita para outra alma. Em razão disso, não será lícito erguer as paredes de nossa tranqüilidade sobre os alicerces do sentimento alheio.
Não nos iludamos.
Retifiquemos em nós quanto prejudique a nossa paz íntima e estendamos braços e pensamentos fraternos, em todas as direções, na certeza de que, se somos portadores de virtudes e defeitos, nas ocasiões de juízo; receberemos sempre de acordo com as nossas obras. E, compreendendo que a Bondade do Senhor brilha para todas as criaturas, sem distinção de pessoas, recordemos em nosso favor e em favor dos outros as significativas palavras de Paulo: — “Se alguém confia de si mesmo que é do Cristo, pense outra vez isto consigo, porque tanto quanto esse alguém é do Cristo, também nós do Cristo somos.”


[1] Livro: Fonte Viva – Ditado pelo Espírito Emmanuel; psicografia de Francisco Cândido Xavier, Cap. 65 Edit. FEB. Todos os grifos, numeração, coloridos, negritos, sublinhados e itálicos: é de autoria da redação do Jornal A FAGULHA, quanto aos nossos estudos destes artigos.. 
Fonte de imagem:  https://bichosemimospetshop.wordpress.com/2010/09/14/complexibilidade-felina/

domingo, 13 de janeiro de 2019

AUXILIA ENQUANTO É HOJE


AUXILIA ENQUANTO É HOJE[1]
Emmanuel

Recorda que, um dia, demandarás também o país da morte.
Sentirás o frio do túmulo a envolver-te o raciocínio, até que a luz te bafeje o espírito renovado.
Nem por isso, deixarás de ouvir as palavras que a boca humana pronuncie em tua memória e, em plena transformação, receberás o impacto de todos os pensamentos formulados na Terra a teu respeito.
Então, suspirarás pela benevolência do próximo para que tuas boas intenções sejam tomadas em conta no julgamento de teus dias.
Sofrerá em teu coração a crítica e malevolência, a mágoa e a acusação com que te envolva o nome, tanto quanto te regozijarás com as vibrações de carinho e com as preces de amor endereçadas ao teu espírito.
Refletem nessa lição do amanhã inevitável fazendo-te, agora, mais humano e mais doce, em recordando os mortos que são mais vivos que tu mesmo, na imortalidade renascente.
Ainda mesmo no comentário em torno daqueles que se arrojaram às trevas, pensa nas boas obras que terão inutilmente desejado praticar durante a permanência no corpo e lembra-te das esperanças que teceram no mundo os primeiros sonhos.
Meditas nas lágrimas ocultas que choraram sem consolo, nas aflições e remorsos que lhes vergastaram a consciência, mas, não te confies à reprovação do ódio, destacando-lhes o lado obscuro e amargo da vida.
Procura enxergar o bem que os outros ainda não perceberam.
Auxilia onde muitos desistiram do perdão, ampara onde tantos desertaram da caridade e estarás acendendo piedosa luz para teus próprios pés à maneira de lâmpada suave e amiga, com que te erguerás, desde hoje, muito acima da sombra espessa e triste da morte


[1] Livro: Tende Bom Animo – psicografia de Francisco Cândido Xavier e Carlos Antonio Baccelli, Edit. FEB. Todos os grifos, numeração, coloridos, negritos, sublinhados e itálicos: é de autoria da redação do Jornal A FAGULHA, quanto aos nossos estudos destes artigos.
   Fonte da imagem: https://manualdasecretaria.com.br/aprenda-administrar-o-tempo/

sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

CULTIVA A PAZ


CULTIVA A PAZ[1]

"E, se ali houver algum filho da paz, repousará sobre ele a vossa paz; e, se não, ela voltará para vós."
Jesus
Lucas, 10:6

Em verdade, há muitos desesperados na vida humana.
Mas quantos se apegam voluptuosamente, à própria desesperação?
Quantos revoltados fogem à luz da paciência?
Quantos criminosos choram de dor por lhes ser impossível a consumação de novos delitos?
Quantos tristes escapam, voluntariamente, às bênçãos da esperança?
Para que um homem seja filho da paz, é imprescindível trabalhe intensamente no mundo Intimo, cessando as vozes da inadaptação à Vontade Divina e evitando as manifestações de desarmonia, perante as íeis eternas.
Todos rogam a paz no Planeta atormentado de horríveis discórdias, mas raros se fazem dignos dela.
Exigem que a tranqüilidade resida no mesmo apartamento onde mora o ódio gratuito aos vizinhos, reclama que a esperança tome assento com a inconformação e rogam à fé lhes aprove a ociosidade, no campo da necessária preparação espiritual.
Para esmagadora maioria dessas criaturas comodistas a paz legítima é realização muito distante.
Em todos os setores da vida, a preparação e o mérito devem anteceder o benefício.
Ninguém atinge o bem-estar em Cristo, sem esforço no bem, sem disciplina elevada de sentimentos, sem iluminação do raciocínio.
Antes da sublime edificação, poderão registrar os mais belos discursos, vislumbrar as mais altas perspectivas do plano superior, conviver com os grandes apóstolos da Causa da Redenção, mas poderão igualmente viver longe da harmonia interior, que constitui a fonte divina e inesgotável da verdadeira felicidade, porque se o homem ouve a lição da paz cristã, sem o propósito firme de se lhe afeiçoar, é da própria recomendação do Senhor que esse bem celestial volte ao núcleo de origem como intransferível conquista de cada um.


[1] Livro: Vinha de Luz – Ditado pelo Espírito Emmanuel; psicografia de Francisco Cândido Xavier, Cap. 65, Edit. FEB. Todos os grifos, numeração, coloridos, negritos, sublinhados e itálicos: é de autoria da redação do Jornal A FAGULHA, quanto aos nossos estudos destes artigos.
Fonte de imagem: https://www.contioutra.com/todos-ambicionam-a-paz-que-fazes-para-sustenta-la/

quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

AMOR E CASAMENTO


AMOR E CASAMENTO[1]

É necessário aprender-se a amar, porquanto o amor também se aprende.

A mais poderosa expressão do sentimento é o amor. Força incoercível, a tudo transforma e enriquece com a pujança de que se constitui.
Não foi por outra razão que Jesus o transformou no mandamento maior, aquele de mais alto significado, que abrange todas as aspirações e ideais da criatura humana.
Quando esplende no coração, faz-se dínamo gerador de energias que propiciam vida e fertilizam os seres, enquanto que ausente faz-se responsável pela debilidade das emoções e transtorno dos comportamentos.
O amor é de essência divina, por facultar os estímulos necessários para a sublimação dos sentimentos.
Em face da necessidade da reprodução dos seres, no homem e na mulher se expressa como a força de atração dos sexos, que supera os impulsos primários e oferece estabilidade emocional para toda uma existência de união e de lutas renovadoras.
Quando viceja o interesse entre duas pessoas que aspiram à união, o amor faz-se responsável pelo equilíbrio e pela felicidade dos parceiros, produzindo energias que são permutadas a serviço da construção da beleza, da arte, dos valores dignificadores do pensamento e do conhecimento.
A medida, porém, que os impulsos diminuem de intensidade e os conflitos do relacionamento se estabelecem, desvitaliza-se e, não raro, consome-se.
Cabe, então, a cada parceiro, observar os desvios pelos quais se vem conduzindo e o comportamento que se tem aplicado, exigindo sempre mais do outro ao invés de avançar no rumo do seu entendimento.
Em favor da perfeita identificação, cabe-lhe não impor o que não pode oferecer, e mesmo que lhe seja factível essa doação, estimular o outro a que a logre, sem a necessidade de exigências ou caprichos que geram ressentimentos dispensáveis ou distâncias desnecessárias.
Nem todos os seres, no entanto, encontram-se aptos para amar, porquanto nem sempre aprendem como se ama e como se expressa o amor.
Quem não recebeu amor não sabe o que ele significa, nem como brindá-lo.
Especialmente quem lhe sofreu carência na infância, ressente-se por toda a existência, tendo dificuldade de identificá-lo, quando surge, ou expressá-lo, quando já o possui.
Nessa ausência de sentimento de amor, confundem-se exigência e posse, capricho e morbidez com o nobre sentido da vida, ficando-se à margem da sua manifestação libertadora.
Eis por que é necessário aprender-se a amar, porquanto o amor também se aprende, aprimorando-se incessantemente.
Esse aprendizado é feito através de treinamento, de exercícios repetitivos, no início sem muita convicção, para, de imediato, passar-se a senti-lo em forma de bem-estar e de harmonia íntima.
À medida que se fixa no sentimento, ocorre uma mudança de comportamento, de saúde, de experiências humanas e o ser todo se transforma emulado pela sua dúlcida melodia envolvente.
Ao mesmo tempo, irrompe calmamente em forma de auto-estima e confiança em si mesmo, fazendo que desabrochem os valores espirituais que dão sentido e significado à vida.
Lentamente, as emoções tornam-se compensadoras, por propiciarem alegria de viver e de participar do relacionamento afetivo com outra pessoa.
O amor que se dá é o amor que se recebe, e mesmo quando não é correspondido, abre espaços felizes para o perdão e para a compaixão pelo outro.
Certamente, o relacionamento amoroso no casamento não transcorrerá sempre sem incidentes ou dificuldades, que são perfeitamente compreensíveis.
No entanto, para que sejam ultrapassados esses impedimentos, a lealdade e o companheirismo tornam-se essenciais.
Sem a submissão que humilha, através dos mecanismos das imposições e chantagens emocionais, o amor dialoga sem agressividade, discute sem acrimônia, discorda sem ressentimento, esclarece os conflitos e preenchem os espaços vazios, os afastamentos...
Quando um dos cônjuges silencia ante a injustiça, inevitavelmente passa a acumular mágoa e a confiança cede lugar à suspeição, que derrapa em desrespeito e desconsideração.
O amor, por isso mesmo, é generoso, compreensivo, mas verdadeiro, compartilhando de todas as ocorrências. Não anui com o erro para agradar, nem se escusa de cooperar em razão da presença de qualquer distúrbio.
Sempre estimula à desculpa e à generosidade, trabalhando, no entanto, pela compreensão e pela harmonia que devem viger no relacionamento afetivo.
É o grande lutador contra o egoísmo, por fomentar a solidariedade e o bem geral.
Um relacionamento de amor é uma admirável experiência de aprendizagem constante, em cujo período de vigência apresenta angulações sempre novas e desafiadoras.
Desarma quem preserva dúvidas e suspeitas, permitindo que a pessoa sinta-se tranqüila, nunca ameaçada, em sintonia com o anelo da legítima compreensão.
Quando o amor real suplantar os interesses imediatos do sexo, e a necessidade do companheirismo e da ternura sobrepujar as inquietações do desejo, o matrimônio se transformará em união ideal de corpos e de almas a serviço da Vida.
Para esse desiderato, cabe a cada parceiro o dever de não se deixar anular, a pretexto de afeição pelo outro, nem se permitir uma situação de subalternidade ou de servilismo, tampouco de presunção e prepotência.
O amor dulcifica e transforma para melhor, jamais se impondo ou constrangendo.
O amor conjugal alça os indivíduos a patamares de harmonia e de alegria de viver incomuns, pois que tal é o seu objetivo, tornando-se clímax abençoado do desenvolvimento espiritual dos seres.
Eis por que a Divindade faculta a reprodução em clima de emoções elevadas, tornando o matrimônio o instrumento educativo e orientador para a construção da família ditosa na face da Terra.
Superado o primarismo da poligamia através do sentimento de amor, que exige fidelidade e respeito recíprocos; estabelece-se os parâmetros de uma sociedade digna, como conseqüência natural de uma união de parceiros em elevado clima de compreensão e honradez.


[1] Livro: Garimpo de amor – Ditado pelo Espírito Joana de Angelis, psicografia de Divaldo P. Franco, Edit. LEAL. Todos os grifos, numeração, coloridos, negritos, sublinhados e itálicos: é de autoria da redação do Jornal A FAGULHA, quanto aos nossos estudos destes artigos.
Fonte da imagem:  https://crescercomcristo.wordpress.com/category/a-arte-de-saber-amar/

quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

PARA TESTEMUNHAR


PARA TESTEMUNHAR[1]


“E vos acontecerá isto para testemunho.”
Jesus
Lucas, 21:13

Naturalmente que o Mestre não folgará de ver seus discípulos mergulhados no sofrimento. Considerando, porém, as necessidades extensas dos homens da Terra compreendem o caráter indispensável das provações e dos obstáculos.
A pedagogia moderna está repleta de esforços seletivos, de concursos de capacidade, de testes da inteligência.
O Evangelho oferece situações semelhantes.
O amigo do Cristo não deve ser uma criatura sombria, à espera de padecimentos; entretanto, conhecendo a sua posição de trabalho, num plano como a Terra, deve contar com dificuldades de toda sorte.
Para os gozos falsificados do mundo, o Planeta está cheio de condutores enganados.
Como invocar o Salvador para a continuidade de fantasias?
Quando chamados para o Cristo, é para que aprendamos a executar o trabalho em favor da esfera maior, sem olvidarmos que o serviço começa em nós mesmos.
Existem muitos homens de valor cultural que se constituíram em mentores dos que desejam mentirosos regalos no plano físico.
No Evangelho, porém, não acontece assim. Quando o Mestre convida alguém ao seu trabalho, não é para que chore em desalento ou repouse em satisfação ociosa.
Se o Senhor te chamou, não te esqueças de que já te considera digno de testemunhar.


[1]  Livro: Caminho Verdade e Vida – Ditado pelo Espírito Emmanuel; psicografia de Francisco Cândido Xavier, Cap. 71, Edit. FEB. Todos os grifos, numeração, coloridos, negritos, sublinhados e itálicos: é de autoria da redação do Jornal A FAGULHA, quanto aos nossos estudos destes artigos.
 Fonte de imagem:  https://vivianefreitas.com/blog/161-95o-dia-ser-o-testemunho/