segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

NÃO TE ENGANES


NÃO TE ENGANES[1]

“Olhais para as coisas, segundo as aparências? Se alguém confia de si mesmo que é do Cristo, pense outra vez isto consigo que assim como ele é do Cristo, também nós do Cristo somos.”
Paulo
II Coríntios, 10:7

Não te enganes, acerca da nossa necessidade comum no aperfeiçoamento.
Muita vez, superestimando nossos valores, acreditamo-nos privilegiados na arte da elevação. E, em tais circunstâncias, costumamos esquecer, impensadamente, que outros estão fazendo pelo bem muito mais que nós mesmos.
O vaga-lume acende leves relâmpagos nas trevas e se supõe o príncipe da luz, mas encontra a vela acesa que o ofusca. A vela empavona-se sobre um móvel doméstico e se presume no trono absoluto da claridade, entretanto, lá vem um dia em que a lâmpada elétrica brilha no alto, embaciando-lhe a chama.
A lâmpada; a seu turno ensoberbece-se na praça pública, mas o Sol, cada manhã, resplandece no firmamento, clareando toda a Terra e empalidecendo todas as luzes planetárias, grandes e pequenas.
Enquanto perdura a sombra protetora e educativa da carne, quase sempre somos vítimas de nossas ilusões, mas, em voltando o clarão infinito da verdade com a renovação da morte física; verificamos, ao sol da vida espiritual, que a Providência Divina é glorioso amor para a Humanidade inteira.
Não troques a realidade pelas aparências.
Respeitemos cada realização em seu tempo e cada pessoa no lugar que lhe é devido. Todos somos companheiros de evolução e aperfeiçoamento, guardados ainda entre o bem e o mal.
Onde acionarmos a nossa "parte inferior", a sombra dos outros permanecerá em nossa companhia. Da zona a que projetarmos a nossa “boa parte”, a luz do próximo virá ao nosso encontro.
Cada alma é sempre uma incógnita para outra alma. Em razão disso, não será lícito erguer as paredes de nossa tranqüilidade sobre os alicerces do sentimento alheio.
Não nos iludamos.
Retifiquemos em nós quanto prejudique a nossa paz íntima e estendamos braços e pensamentos fraternos, em todas as direções, na certeza de que, se somos portadores de virtudes e defeitos, nas ocasiões de juízo; receberemos sempre de acordo com as nossas obras. E, compreendendo que a Bondade do Senhor brilha para todas as criaturas, sem distinção de pessoas, recordemos em nosso favor e em favor dos outros as significativas palavras de Paulo: — “Se alguém confia de si mesmo que é do Cristo, pense outra vez isto consigo, porque tanto quanto esse alguém é do Cristo, também nós do Cristo somos.”


[1] Livro: Fonte Viva – Ditado pelo Espírito Emmanuel; psicografia de Francisco Cândido Xavier, Cap. 65 Edit. FEB. Todos os grifos, numeração, coloridos, negritos, sublinhados e itálicos: é de autoria da redação do Jornal A FAGULHA, quanto aos nossos estudos destes artigos.. 
Fonte de imagem:  https://bichosemimospetshop.wordpress.com/2010/09/14/complexibilidade-felina/

domingo, 13 de janeiro de 2019

AUXILIA ENQUANTO É HOJE


AUXILIA ENQUANTO É HOJE[1]
Emmanuel

Recorda que, um dia, demandarás também o país da morte.
Sentirás o frio do túmulo a envolver-te o raciocínio, até que a luz te bafeje o espírito renovado.
Nem por isso, deixarás de ouvir as palavras que a boca humana pronuncie em tua memória e, em plena transformação, receberás o impacto de todos os pensamentos formulados na Terra a teu respeito.
Então, suspirarás pela benevolência do próximo para que tuas boas intenções sejam tomadas em conta no julgamento de teus dias.
Sofrerá em teu coração a crítica e malevolência, a mágoa e a acusação com que te envolva o nome, tanto quanto te regozijarás com as vibrações de carinho e com as preces de amor endereçadas ao teu espírito.
Refletem nessa lição do amanhã inevitável fazendo-te, agora, mais humano e mais doce, em recordando os mortos que são mais vivos que tu mesmo, na imortalidade renascente.
Ainda mesmo no comentário em torno daqueles que se arrojaram às trevas, pensa nas boas obras que terão inutilmente desejado praticar durante a permanência no corpo e lembra-te das esperanças que teceram no mundo os primeiros sonhos.
Meditas nas lágrimas ocultas que choraram sem consolo, nas aflições e remorsos que lhes vergastaram a consciência, mas, não te confies à reprovação do ódio, destacando-lhes o lado obscuro e amargo da vida.
Procura enxergar o bem que os outros ainda não perceberam.
Auxilia onde muitos desistiram do perdão, ampara onde tantos desertaram da caridade e estarás acendendo piedosa luz para teus próprios pés à maneira de lâmpada suave e amiga, com que te erguerás, desde hoje, muito acima da sombra espessa e triste da morte


[1] Livro: Tende Bom Animo – psicografia de Francisco Cândido Xavier e Carlos Antonio Baccelli, Edit. FEB. Todos os grifos, numeração, coloridos, negritos, sublinhados e itálicos: é de autoria da redação do Jornal A FAGULHA, quanto aos nossos estudos destes artigos.
   Fonte da imagem: https://manualdasecretaria.com.br/aprenda-administrar-o-tempo/

sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

CULTIVA A PAZ


CULTIVA A PAZ[1]

"E, se ali houver algum filho da paz, repousará sobre ele a vossa paz; e, se não, ela voltará para vós."
Jesus
Lucas, 10:6

Em verdade, há muitos desesperados na vida humana.
Mas quantos se apegam voluptuosamente, à própria desesperação?
Quantos revoltados fogem à luz da paciência?
Quantos criminosos choram de dor por lhes ser impossível a consumação de novos delitos?
Quantos tristes escapam, voluntariamente, às bênçãos da esperança?
Para que um homem seja filho da paz, é imprescindível trabalhe intensamente no mundo Intimo, cessando as vozes da inadaptação à Vontade Divina e evitando as manifestações de desarmonia, perante as íeis eternas.
Todos rogam a paz no Planeta atormentado de horríveis discórdias, mas raros se fazem dignos dela.
Exigem que a tranqüilidade resida no mesmo apartamento onde mora o ódio gratuito aos vizinhos, reclama que a esperança tome assento com a inconformação e rogam à fé lhes aprove a ociosidade, no campo da necessária preparação espiritual.
Para esmagadora maioria dessas criaturas comodistas a paz legítima é realização muito distante.
Em todos os setores da vida, a preparação e o mérito devem anteceder o benefício.
Ninguém atinge o bem-estar em Cristo, sem esforço no bem, sem disciplina elevada de sentimentos, sem iluminação do raciocínio.
Antes da sublime edificação, poderão registrar os mais belos discursos, vislumbrar as mais altas perspectivas do plano superior, conviver com os grandes apóstolos da Causa da Redenção, mas poderão igualmente viver longe da harmonia interior, que constitui a fonte divina e inesgotável da verdadeira felicidade, porque se o homem ouve a lição da paz cristã, sem o propósito firme de se lhe afeiçoar, é da própria recomendação do Senhor que esse bem celestial volte ao núcleo de origem como intransferível conquista de cada um.


[1] Livro: Vinha de Luz – Ditado pelo Espírito Emmanuel; psicografia de Francisco Cândido Xavier, Cap. 65, Edit. FEB. Todos os grifos, numeração, coloridos, negritos, sublinhados e itálicos: é de autoria da redação do Jornal A FAGULHA, quanto aos nossos estudos destes artigos.
Fonte de imagem: https://www.contioutra.com/todos-ambicionam-a-paz-que-fazes-para-sustenta-la/

quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

AMOR E CASAMENTO


AMOR E CASAMENTO[1]

É necessário aprender-se a amar, porquanto o amor também se aprende.

A mais poderosa expressão do sentimento é o amor. Força incoercível, a tudo transforma e enriquece com a pujança de que se constitui.
Não foi por outra razão que Jesus o transformou no mandamento maior, aquele de mais alto significado, que abrange todas as aspirações e ideais da criatura humana.
Quando esplende no coração, faz-se dínamo gerador de energias que propiciam vida e fertilizam os seres, enquanto que ausente faz-se responsável pela debilidade das emoções e transtorno dos comportamentos.
O amor é de essência divina, por facultar os estímulos necessários para a sublimação dos sentimentos.
Em face da necessidade da reprodução dos seres, no homem e na mulher se expressa como a força de atração dos sexos, que supera os impulsos primários e oferece estabilidade emocional para toda uma existência de união e de lutas renovadoras.
Quando viceja o interesse entre duas pessoas que aspiram à união, o amor faz-se responsável pelo equilíbrio e pela felicidade dos parceiros, produzindo energias que são permutadas a serviço da construção da beleza, da arte, dos valores dignificadores do pensamento e do conhecimento.
A medida, porém, que os impulsos diminuem de intensidade e os conflitos do relacionamento se estabelecem, desvitaliza-se e, não raro, consome-se.
Cabe, então, a cada parceiro, observar os desvios pelos quais se vem conduzindo e o comportamento que se tem aplicado, exigindo sempre mais do outro ao invés de avançar no rumo do seu entendimento.
Em favor da perfeita identificação, cabe-lhe não impor o que não pode oferecer, e mesmo que lhe seja factível essa doação, estimular o outro a que a logre, sem a necessidade de exigências ou caprichos que geram ressentimentos dispensáveis ou distâncias desnecessárias.
Nem todos os seres, no entanto, encontram-se aptos para amar, porquanto nem sempre aprendem como se ama e como se expressa o amor.
Quem não recebeu amor não sabe o que ele significa, nem como brindá-lo.
Especialmente quem lhe sofreu carência na infância, ressente-se por toda a existência, tendo dificuldade de identificá-lo, quando surge, ou expressá-lo, quando já o possui.
Nessa ausência de sentimento de amor, confundem-se exigência e posse, capricho e morbidez com o nobre sentido da vida, ficando-se à margem da sua manifestação libertadora.
Eis por que é necessário aprender-se a amar, porquanto o amor também se aprende, aprimorando-se incessantemente.
Esse aprendizado é feito através de treinamento, de exercícios repetitivos, no início sem muita convicção, para, de imediato, passar-se a senti-lo em forma de bem-estar e de harmonia íntima.
À medida que se fixa no sentimento, ocorre uma mudança de comportamento, de saúde, de experiências humanas e o ser todo se transforma emulado pela sua dúlcida melodia envolvente.
Ao mesmo tempo, irrompe calmamente em forma de auto-estima e confiança em si mesmo, fazendo que desabrochem os valores espirituais que dão sentido e significado à vida.
Lentamente, as emoções tornam-se compensadoras, por propiciarem alegria de viver e de participar do relacionamento afetivo com outra pessoa.
O amor que se dá é o amor que se recebe, e mesmo quando não é correspondido, abre espaços felizes para o perdão e para a compaixão pelo outro.
Certamente, o relacionamento amoroso no casamento não transcorrerá sempre sem incidentes ou dificuldades, que são perfeitamente compreensíveis.
No entanto, para que sejam ultrapassados esses impedimentos, a lealdade e o companheirismo tornam-se essenciais.
Sem a submissão que humilha, através dos mecanismos das imposições e chantagens emocionais, o amor dialoga sem agressividade, discute sem acrimônia, discorda sem ressentimento, esclarece os conflitos e preenchem os espaços vazios, os afastamentos...
Quando um dos cônjuges silencia ante a injustiça, inevitavelmente passa a acumular mágoa e a confiança cede lugar à suspeição, que derrapa em desrespeito e desconsideração.
O amor, por isso mesmo, é generoso, compreensivo, mas verdadeiro, compartilhando de todas as ocorrências. Não anui com o erro para agradar, nem se escusa de cooperar em razão da presença de qualquer distúrbio.
Sempre estimula à desculpa e à generosidade, trabalhando, no entanto, pela compreensão e pela harmonia que devem viger no relacionamento afetivo.
É o grande lutador contra o egoísmo, por fomentar a solidariedade e o bem geral.
Um relacionamento de amor é uma admirável experiência de aprendizagem constante, em cujo período de vigência apresenta angulações sempre novas e desafiadoras.
Desarma quem preserva dúvidas e suspeitas, permitindo que a pessoa sinta-se tranqüila, nunca ameaçada, em sintonia com o anelo da legítima compreensão.
Quando o amor real suplantar os interesses imediatos do sexo, e a necessidade do companheirismo e da ternura sobrepujar as inquietações do desejo, o matrimônio se transformará em união ideal de corpos e de almas a serviço da Vida.
Para esse desiderato, cabe a cada parceiro o dever de não se deixar anular, a pretexto de afeição pelo outro, nem se permitir uma situação de subalternidade ou de servilismo, tampouco de presunção e prepotência.
O amor dulcifica e transforma para melhor, jamais se impondo ou constrangendo.
O amor conjugal alça os indivíduos a patamares de harmonia e de alegria de viver incomuns, pois que tal é o seu objetivo, tornando-se clímax abençoado do desenvolvimento espiritual dos seres.
Eis por que a Divindade faculta a reprodução em clima de emoções elevadas, tornando o matrimônio o instrumento educativo e orientador para a construção da família ditosa na face da Terra.
Superado o primarismo da poligamia através do sentimento de amor, que exige fidelidade e respeito recíprocos; estabelece-se os parâmetros de uma sociedade digna, como conseqüência natural de uma união de parceiros em elevado clima de compreensão e honradez.


[1] Livro: Garimpo de amor – Ditado pelo Espírito Joana de Angelis, psicografia de Divaldo P. Franco, Edit. LEAL. Todos os grifos, numeração, coloridos, negritos, sublinhados e itálicos: é de autoria da redação do Jornal A FAGULHA, quanto aos nossos estudos destes artigos.
Fonte da imagem:  https://crescercomcristo.wordpress.com/category/a-arte-de-saber-amar/

quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

PARA TESTEMUNHAR


PARA TESTEMUNHAR[1]


“E vos acontecerá isto para testemunho.”
Jesus
Lucas, 21:13

Naturalmente que o Mestre não folgará de ver seus discípulos mergulhados no sofrimento. Considerando, porém, as necessidades extensas dos homens da Terra compreendem o caráter indispensável das provações e dos obstáculos.
A pedagogia moderna está repleta de esforços seletivos, de concursos de capacidade, de testes da inteligência.
O Evangelho oferece situações semelhantes.
O amigo do Cristo não deve ser uma criatura sombria, à espera de padecimentos; entretanto, conhecendo a sua posição de trabalho, num plano como a Terra, deve contar com dificuldades de toda sorte.
Para os gozos falsificados do mundo, o Planeta está cheio de condutores enganados.
Como invocar o Salvador para a continuidade de fantasias?
Quando chamados para o Cristo, é para que aprendamos a executar o trabalho em favor da esfera maior, sem olvidarmos que o serviço começa em nós mesmos.
Existem muitos homens de valor cultural que se constituíram em mentores dos que desejam mentirosos regalos no plano físico.
No Evangelho, porém, não acontece assim. Quando o Mestre convida alguém ao seu trabalho, não é para que chore em desalento ou repouse em satisfação ociosa.
Se o Senhor te chamou, não te esqueças de que já te considera digno de testemunhar.


[1]  Livro: Caminho Verdade e Vida – Ditado pelo Espírito Emmanuel; psicografia de Francisco Cândido Xavier, Cap. 71, Edit. FEB. Todos os grifos, numeração, coloridos, negritos, sublinhados e itálicos: é de autoria da redação do Jornal A FAGULHA, quanto aos nossos estudos destes artigos.
 Fonte de imagem:  https://vivianefreitas.com/blog/161-95o-dia-ser-o-testemunho/

terça-feira, 8 de janeiro de 2019

DEPRESSÃO


DEPRESSÃO[1]
É preciso saber lidar com nossas emoções; não devemos nos censurar por senti-las, mas sim julgar a decisão do que faremos com elas.
Reparação é o ato de compensar ou ressarcir prejuízos que causamos, não apenas aos outros mas também a nós mesmos, através de posturas inadequadas e injustas.
Necessitamos reparar as atitudes desonestas que tivemos perante nós mesmos, para ressarcir-nos dos abalos que promovemos contra nossas próprias convicções e para compensar-nos da deslealdade com nosso modo de ser e com nossos valores íntimos.
Devemo-nos conscientizar do quanto estivemos abrindo mão de nossos sentimentos, pensamentos, emoções e necessidades em favor de alguém, somente para receber aprovação e consideração.
Quantas vezes asfixiamos e negamos nossas emoções diante de acontecimentos que nos machucaram profundamente. Relegar essa parte de nós e ignorá-la pode se tomar um tanto desagradável e destrutivo em nossas vidas.
Viver o direito de sentirmos nossas emoções equivale a ser honestos com nós mesmos. Elas nos ajudam no processo de auto descobrimento e estão vinculadas a estruturas importantes de nossa vida mental, como os pensamentos cognitivos e as nossas intuições.
O hábito de rejeitarmos, freqüentemente, as energias emocionais fará com que percamos a capacidade de sentir corretamente; e, sem a interpretação dos sentimentos, não poderemos promover a reparação de nossas faltas.
Para repará-las, é preciso estar predispostos a dizer o que pensamos e a escolher com independência.
Para repará-las, é necessário termos a liberdade de sentir o que sentimos e de viver segundo nossas próprias emoções.
Para resgatar nossas faltas conosco e com os outros, é imperioso, antes de tudo, desbloquear nossa consciência para que possamos ter um real entendimento do que e como estamos fazendo as coisas em nossa vida.
Há em nós um mecanismo psicológico regulado pelo nosso grau evolutivo, que assimila os fatos ou os ensinamentos de acordo com nossas conquistas nas áreas da percepção e do entendimento. Nossa incapacidade para absorver certos aspectos da vida deve-se a causas situadas nas profundezas da nossa consciência, que está em constante aprendizado e ascensão espiritual.
Portanto, não devemos nos culpar por fatos negativos do passado, pois tudo o que fizemos estava ao nível de nossa compreensão à época em que eles ocorreram.
“(...) poderemos ir resgatando as nossas faltas (...) reparando-as. Mas, não creiais que as resgateis mediante algumas privações pueris, ou distribuindo em esmolas o que possuirdes (...)
Deus “não dá valor a um arrependimento estéril, sempre fácil e que apenas custa o esforço de bater no peito(57), assim reavaliando antigas emoções e resgatando sentimentos passados, a fim de transformá-los para melhor. Desse modo, reconquistamos a perdida postura interior de “vida própria” e promovemos a modificação de nossas atitudes equivocadas perante as pessoas.
Emoções não são erradas ou pecaminosas, elas não são os atos em si, pois sentir raiva é muito diferente de cometer uma brutalidade.
Para repararmos, é preciso saber lidar com nossas emoções; não devemos nos censurar por senti-las, mas sim julgar a decisão do que faremos com elas. Advertimos, porém, que não estamos sugerindo que as emoções devam controlar nossos comportamentos. Ao contrário, acreditamos que, se não permitirmos senti-las, não saberemos como tê-las sob nosso controle.
Admitindo-as e submetendo-as ao nosso código de valores éticos, ao nosso intelecto e à nossa razão, saberemos comandá-las convenientemente, pois o resultado da repressão de nossas reações emocionais será uma progressiva tendência a estados depressivos.
Funciona deste modo uma das possíveis trajetórias da depressão: diante de um sentimento de dor, fatalmente experimentamos emoções, ou seja, reações energéticas provenientes dos instintos naturais. São denominadas “emoções básicas”, conhecidas comumente como medo e raiva. Essas reações energéticas nascem como impulso de defesa para nos proteger da ameaça de dor que uma agressão pode nos causar. Se a emoção for de raiva, o organismo enfrenta a fonte da dor; quando é de medo, contorna e foge do perigo. Ambas aceleram o sistema nervoso simpático e, conseqüentemente, a glândula supra-renal para que produza energia suficiente para a luta ou para a fuga. Se essas emoções (raiva ou medo) forem julgadas moralmente como negativas, elas poderão ser transformadas em sentimento de culpa, levando-nos a uma auto condenação. Quando reprimidas, quer dizer, quando não expressadas convenientemente nem aceitas, nós as negamos distorcendo os fatos, para não tomarmos consciência. Tanto a repressão sistemática quanto os compulsivos julgamentos negativos dessas emoções naturais geram a depressão.
Não são simplesmente as “privações pueris”, as “distribuições de esmolas” e o ato de “bater no peito” que transformarão o íntimo de nossas almas. Para verdadeiramente repararmos nossas faltas, é preciso, acima de tudo, que façamos uma viagem interior, mediante uma “crescente consciência”, para identificar os atos e acontecimentos incorretos que praticamos/vivenciamos e associá-los com os sentimentos e as emoções que os influenciaram. A partir daí, equilibrá-los.
Reparar nossas faltas com nós mesmos e com os outros é a fórmula feliz de evitar o sofrimento.
X.X.X
Somos também Natureza; possuímos as estações da alegria, do entusiasmo, da moderação e do desânimo, assim como as da primavera, do verão, do outono e do inverno.
Em muitas circunstâncias, podemos considerar a depressão como natural período de transição. São tempos de mudança e crescimento, épocas de tristeza que antecedem novos horizontes de amadurecimento do ser em constante processo de evolução.
Os fenômenos naturais da vida sucedem, organizados, em ciclos determinados. Os períodos de troca dos antigos conceitos por outros tantos mais novos e melhores para o nosso momento atual fazem parte desse ciclo natural da consciência humana. Porque somos também Natureza; possuímos as estações da alegria, do entusiasmo, da moderação e do desânimo, assim como as da primavera, do verão, do outono e do inverno.
Aprendendo com a Natureza entre as observações das leis que regem os ecossistemas, é que deixaremos as atmosferas cinzentas da depressão passar para fixarmo-nos nos dias de sol e de alegria, que voltarão a brilhar.
Os elementos da Natureza não se encontram separados, mas tendem a se combinar em sistemas mais complexos, estabelecidos a partir de uma série de associações físicas e biológicas.
Através das relações de permutas constantes, eles adquirem uma espécie de “vida coletiva”, o que lhes dá uma habilidade para se auto-organizarem e auto-reproduzirem ao longo do tempo. A esse fenômeno a Ecologia denomina “ecossistema”. O pensamento ecológico procura investigar algumas das leis que regulam e formam os mecanismos ecossistêmicos.
Vamos descrever as que consideramos mais importantes para as nossas ponderações neste estudo:
1)     A “diversidade” – Quanto maior a multiplicidade de elementos existentes no ecossistema, maior sua capacidade de se auto-regular, pois maiores serão as propriedades com que ele contará para reorganizar os elementos num novo equilíbrio.
2)     A “interdependência” – Na unidade funcional do ecossistema tudo está conectado com tudo, de tal modo que não poderemos tocar num elemento isolado sem atingirmos o conjunto. Assim também ocorre com o corpo humano, já que não se pode abalar um órgão sem envolver todo o organismo.
3)     A “reciclagem” – Todo elemento natural liberado no ambiente é reintroduzido de alguma forma pelos ecos sistema. Através desses reaproveitamentos é que os resíduos biológicos permanecem circulando e sendo reproduzidos numa espécie de ciclo fechado. É isso que permite a sobrevivência desse imenso complexo ecológico.
“... O homem, tendo tudo o que há nas plantas e nos animais, domina todas as outras classes por uma inteligência especial, indefinida, que lhe dá a consciência do seu futuro, a percepção das coisas extra materiais e o conhecimento de Deus.” (58)
Por sermos parte desse grandioso espetáculo da Natureza e possuirmos a capacidade de entendê-lo racionalmente, é que deveríamos ser os primeiros a considerar a sagrada naturalidade que há em nós, bem como a perceber, conscientemente, seu processo atuando em nossa intimidade.
A seguir, algumas conexões entre as leis ou regras de funcionamento dos ecossistemas, que nos ensinarão a regular nosso ritmo de vida para não voltarmos aos velhos padrões de pensamentos depressivos:
1)     Na “diversidade” de novos conhecimentos filosóficos, religiosos ou científicos e na análise de diversos modos de definir a realidade das coisas é que aumentaremos a capacidade de auto regular-nos emocionalmente para restabelecermos um novo equilíbrio existencial.
2)     Na “interdependência” da vida social, mas nunca no isolamento, é que extrairemos as experiências de que necessitamos para sair do marasmo, pois é nas relações de permuta constante na vida coletiva que aprenderemos que tudo está relacionado com tudo. Devemos descobrir nossas similaridades com toda a obra da Criação. Ninguém será feliz sozinho, pois o homem é apenas uma parcela dessa grande sinfonia da evolução da vida na Terra.
3)     Na “reciclagem” de todos os elementos que as experiências da vida nos oferecem, o reaproveitamento deverá ser feito indistintamente, tanto para os que chamamos bons quanto para os que consideramos maus. Alegria e tristeza são nossos companheiros de viagem, estão sempre nos ensinando algo na caminhada evolucional. Tudo tem seu próprio valor e lugar na existência; por isso, não devemos tentar afastar de forma irrefletida as nuvens negras que impedem, momentaneamente, que a luz nos alcance. A vida na Terra ainda é um jogo de luzes e sombras. Tudo na vida tem um fim utilitário para crescermos integralmente.
A reflexão atenta a esses apontamentos permite-nos entender melhor nossos ciclos depressivos, recolhendo assim as abençoadas sementes da “arte de viver”.

Referencias:
57 LE 1000 – Já desde esta vida poderemos ir resgatando as nossas faltas?
“Sim, reparando-as. Mas, não creiais que as resgateis mediante algumas privações pueris, ou distribuindo em esmolas o que possuirdes depois que morrerdes, quando de nada mais precisais. Deus não dá valor a um arrependimento estéril, sempre fácil e que apenas custa o esforço de bater no peito. A perda de um dedo mínimo, quando se esteja prestando um serviço, apaga mais faltas do que o suplício da carne suportado durante anos, com objetivo exclusivamente pessoal. “Só por meio do bem se repara o mal e a reparação nenhum mérito apresenta, se não atinge o homem nem no seu orgulho, nem nos seus interesses materiais.
“De que serve, para sua justificação, que restitua, depois de morrer; os bens mal adquiridos, quando se lhe tornaram inúteis e deles tirou todo o proveito? “De que lhe serve privar-se de alguns gozos fúteis, de algumas superfluidades, se permanece integral o dano que causou a outrem?
“De que lhe serve, finalmente, humilhar-se diante de Deus, se, perante os homens, conserva o seu orgulho?”
56 LE 585 – Que pensais da divisão da Natureza em três reinos, ou melhor, em duas classes: a dos seres orgânicos e a dos inorgânicos? Segundo alguns, a espécie humana forma uma quarta classe. Qual destas divisões é preferível?
“Todas são boas, conforme o ponto de vista. Do ponto de vista material, apenas há seres orgânicos e inorgânicos. Do ponto de vista moral, há evidentemente quatro graus.”
Nota – Esses quatro graus apresentam, com efeito, caracteres determinados, muito embora pareçam confundir-se nos seus limites extremos. A matéria inerte, que constituí o reino mineral, só tem em si uma força mecânica. As plantas, ainda que compostas de matéria inerte sejam dotadas de vitalidade. Os animais, também compostos de matéria inerte e igualmente dotados de vitalidade, possuem, além disso, uma espécie de inteligência instintiva, limitada, e a consciência de sua existência e de suas individualidades. O homem, tendo tudo o que há nas plantas e nos animais, domina todas as outras classes por uma inteligência especial, indefinida, que lhe dá a consciência do seu futuro, a percepção das coisas extra  materiais e o conhecimento de Deus.



[1] Livro: As Dores da Alma – Ditado pelo Espírito Hamed; psicografia de Francisco do Espírito Santo Neto, Edit. Boa Nova. Todos os grifos, numeração, coloridos, negritos, sublinhados e itálicos: é de autoria da redação do Jornal A FAGULHA, quanto aos nossos estudos destes artigos.
Fonte da imagem: http://depressao-tratamento.blogspot.com/2009/05/depoimentos-de-quem-superou-depressao.html