terça-feira, 27 de novembro de 2018

ANSIEDADE


ANSIEDADE[1]
A reunião de todas as nossas ansiedades não poderá alterar nosso destino; somente nosso empenho, determinação e vontade no momento presente é que poderá transformá-lo para melhor.
Definimos comportamento como o conjunto de reações e condutas de um indivíduo em resposta a um estímulo. Em outras palavras, é a forma de ser, agir e reagir exclusiva de cada pessoa.
Nossas convicções íntimas é que determinam nossos comportamentos exteriores; portanto, reside em nós mesmos a influência que exercemos sobre as situações imediatas ou sobre as circunstâncias futuras de nossa vida. Nenhuma de nossas condutas ou atitudes manifestadas é livre de efeitos. Embora possa não ser notada no momento, futuramente será percebida e influenciará outros eventos em outras ocasiões.
O poder das crenças e dos pensamentos é fator impressionante nas ocorrências de nosso cotidiano.
Sabendo dessas verdades, não seria de vital importância que observássemos melhor nossos pensamentos habituais e analisássemos nossas crenças mais profundas?
Não seria mais adequado verificarmos onde estamos pondo nosso poder de fé?
É frequente idealizarmos ansiosamente o nosso futuro. Atribuímos momentos felizes e expectativas irreais à nossa vida, encaixando-os em ocasiões especiais como a formatura, o casamento, os filhos, um bom emprego. Quase sempre, quando o fato se concretiza, ficamos por demais frustrados, pois a realidade nunca corresponde exatamente à nossa idealização precipitada.
A preocupação pode produzir ansiedade, levando-nos, a partir de então, a imaginar fatos catastróficos. Quando nos preocupamos com o futuro, não vivemos o agora e sofremos imensa imobilização, que torna conta do nosso presente, advinda de coisas que irão ou não acontecer no amanhã. A reunião de todas as nossas ansiedades não poderá alterar nosso destino; somente nosso empenho, determinação e vontade no momento presente é que poderá transformá-lo para melhor.
As situações calamitosas que imaginamos apenas se materializarão, se as dramatizarmos constantemente. Se imprimirmos com pensamentos trágicos os fatos e acontecimentos da vida, eles assumirão proporções que não tinham a princípio e, realmente, se tomarão realidade. Criaturas trágicas atrairão certamente a tragédia.
Crer com firmeza que Deus nunca erra e sempre está se manifestando e se pronunciado em tudo e em todos será sempre um método feliz de se despreocupar. Crer que Ele está sempre disposto a nos prover de tudo o que necessitamos para nosso amadurecimento espiritual é o melhor antídoto contra a ansiedade e os excessos de imaginação dramática.
Deus é a “Consciência do Universo”, a “Alma da Natureza” e a “Harmonia das Forças Cósmicas”. As Entidades Benevolentes e Sábias que elaboraram os fundamentos da Doutrina Espírita responderam que: “(...) Deus é eterno, infinito, imutável, imaterial, único, onipotente, soberanamente justo e bom (...) do vosso ponto de vista (...) porque credes abranger tudo.” (42)
Acreditar que a vida é perfeita e que nada existe que não tenha urna razão de ser nos conduzirá sempre ao discernimento de que tudo está certo de maneira inequívoca e absoluta.
Mesmo quando estamos iludidos pelos aspectos exteriores das coisas, pela falta de fé, pelos exageros de qualquer matiz, ainda assim a Vida Providencial nos levará a “um só rebanho e um só Pastor”.(43)
Lembremo-nos, porém, de que a imaginação serve para criarmos quadros de alegria, beleza, progresso, amor.
No entanto, se a estivermos usando para produzir tristeza, ansiedade, abandono, medo e desconfiança, o melhor a fazer é interromper o negativismo e mudar o estado mental.
Cada um transita pelo caminho certo, na hora exata, de acordo com seu estado evolutivo.
Não há com que nos preocuparmos; tudo está absolutamente correto, porque todos estão amparados pela sabedoria providencial das Leis Divinas.
X.X.X
De nada adiantará teu desespero e aflição, pois a Vida Maior não te dará ouvidos dessa forma.
Já tomaste plena consciência de tua ansiedade?
Notaste como estás atropelando os outros e a ti mesmo?
Aonde queres chegar?
Por onde caminhas?
Todas essas perguntas, respondidas sinceramente, poderiam abrir-te a mente para novas e melhores atitudes, garantindo-te estabilidade e segurança emocionais.
De nada adiantará teu desespero e aflição, pois a Vida Maior não te dará ouvidos dessa forma.
Vive com plenitude o presente e verá o futuro relatar as consequências dos teus atos do ontem, que contam tua própria história de vida.
Tudo aquilo que precisares aprender discernir e compreender chegará a tua existência repetida vezes até dares a devida atenção, efetuando assim a aprendizagem necessária.
A vida te escutará, auscultando tua intimidade, ou seja, tuas reais necessidades da alma.
A tua ansiedade não mudará o curso da Natureza. Tudo acontece naturalmente, visto que as Leis Naturais ou Divinas não promovem saltos nem extrapolam os ditames estabelecidos por Deus, inseridos nelas mesmos.
Não tentes mudar a sequencia dos fatos. Existem etapas regidas por ciclos evolutivos que são, em verdade, o processo espiritual de desenvolvimento de cada um. Cada fase antecede a outra; portanto, tudo está equilibrado harmonicamente pelas normas do Poder Divino.
Analisa as plantas como modelo: se quiseres que elas cresçam e se desenvolvam, limita-te a deixá-las viver naturalmente, pois, por mais que possas dispensar-lhes cuidados e zelos contínuos, somente quando estiverem prontas é que brotarão e se cobrirão de flores.
Experiência é a soma dos teus desacertos e desenganos. O sábio conhece o limite do necessário porque nele reside uma capacidade extraída das diversas experiências vividas ao longo das existências. Em relação ao limite do necessário, assim declaram os Representantes do Espírito de Verdade: “Aquele que é ponderado o conhece por intuição. Muitos só chegam a conhecê-lo por experiência e à sua própria custa.” (44)
Não queiras burlar as barreiras naturais do Universo, acalma-te, procura caminhar passo após passo, porque somente assim chegarás à serenidade que tanto procuras. Não tente fazer de tua vida um caminho meticuloso, calculando tua existência minuciosamente, pois estarás prejudicando o ritmo natural dos acontecimentos.
Deus fala contigo pela voz silenciosa de teu coração. Centraliza-te em ti mesmo e do âmago de tua alma perceberás amorosamente que, na Natureza, tudo cresce em harmonia. Analisa o fluxo da vida nas águas, nas plantas, nas flores, nos animais, nas pessoas e em ti mesmo e verás as oportunidades de crescimento que todo ser está destinado a alcançar.
Não tenhas pressa — a paciência te ajudará a atravessar o momento de crise e os frutos do amanhã serão proporcionais à tua paciência de agora.
Referencias:
42 LE - 13 – Quando dizemos que Deus é eterno, infinito, imutável, imaterial, único, onipotente, soberanamente justo e bom, temos ideia completa de seus atributos?
      “Do vosso ponto de vista, sim, porque credes abranger tudo. Babei, porém, que há coisas que estão acima da inteligência do homem mais inteligente, as quais a vossa linguagem, restrita às vossas ideias e sensações, não tem meios de exprimir. A razão, com efeito, vos diz que Deus deve possuir em grau supremo essas perfeições, porquanto, se uma lhe faltasse, ou não fosse infinita, já ele não seria superior a tudo, não seria, por conseguinte, Deus. Para estar acima de todas as coisas, Deus tem que se achar isento de qualquer vicissitude e de qualquer das imperfeições que a imaginação possa conceber.”
43 João 10:16.
44 LE - 715 – Como pode o homem conhecer o limite do necessário?
“Aquele que é ponderado o conhece por intuição. Muitos só chegam a conhecê-lo por experiência e à sua própria custa.”


[1] Livro: As Dores da Alma – Ditado pelo Espírito Hamed; psicografia de Francisco do Espírito Santo Neto, Edit. Boa Nova. Todos os grifos, numeração, coloridos, negritos, sublinhados e itálicos: é de autoria da redação do Jornal A FAGULHA, quanto aos nossos estudos destes artigos.
Fonte da imagem: https://mudardevidaagora.com/como-tratar-a-ansiedade-sem-remedios/

segunda-feira, 26 de novembro de 2018

ASSUNTO DE TODOS


ASSUNTO DE TODOS[1]

Efetivamente não dispões do poder de improvisar a paz do mundo; entretanto, Deus já te concedeu a faculdade de renunciar à execução dos próprios desejos; em favor da tranquilidade desse ou daquele ente querido, que depende de tua abnegação para ser mais feliz.
* * *
Não consegues estabelecer o entendimento fraternal entre todas as comunidades a que te vinculas; no entanto, a Divina Providência já te honrou com a bênção das palavras, no uso das quais podes entretecer a concórdia, no agrupamento de criaturas em que a vida te situou.
* * *
Não reténs o dom de te fazeres ouvir indefinidamente por todos, em todos os recantos do orbe, no levantamento do bem; todavia, a Sabedoria infinita já te confiou o benefício das letras, com as quais podes gravar os teus pensamentos nobres, inspirando bondade e segurança em tuas áreas de ação.
* * *
Não tens contigo os elementos precisos para sustentar a harmonia, nos lugares onde a Humanidade surge ameaçada de caos e perturbação, mas o Amor Supremo já te entregou a possibilidade de manter a ordem, quando não seja dentro da própria casa, pelo menos no espaço diminuto em que te dedicas ao trato pessoal.
* * *
Não extinguirás a fome que ainda atormenta vastos setores da Terra, mas pode ceder um prato em auxílio de alguém.
* * *
Não curarás todas as enfermidades que flagelam largas regiões em todo o Planeta. No entanto, podes ofertar, de quando em quando, uma hora de serviço no socorro aos doentes.
* * *
Não logras trazer o Sol para clarear os caminhos entenebrecidos durante a noite, mas podes acender uma vela e rechaçar a escuridão.
* * *
Realmente, por enquanto, nenhum de nós - os Espíritos em evolução na Terra podem jactar-se de ser uma enciclopédia de talentos para realizar todas as operações do Bem Universal, ante as leis de Deus, mas, ajustados às Leis de Deus, todos já possuímos recursos para evolver na direção do Bem Maior, fazendo o bem que podemos fazer.


[1] Livro: Rumo Certo – Ditado pelo Espírito Emmanuel; psicografia de Francisco Cândido Xavier, Cap. 07 Edit. FEB. Todos os grifos, numeração, coloridos, negritos, sublinhados e itálicos: é de autoria da redação do Jornal A FAGULHA, quanto aos nossos estudos destes artigos.
   Fonte da imagem: https://www.tediado.com.br/10/58-perguntas-para-se-fazer-para-puxar-assunto/

domingo, 25 de novembro de 2018

CONHECIMENTO DO FUTURO


CONHECIMENTO DO FUTURO[1]

Pode o homem conhecer o seu futuro?
E, se pode, deve procurar conhecê-lo?
Eis aí duas perguntas interessantíssimas, às quais responde a Doutrina Espírita da seguinte maneira:
Essa possibilidade, se bem que muito relativa, existe, sim, que as pessoas trazem, ao nascer, certas tendências, aptidões e qualidades inatas, cujas manifestações, mais ou menos evidentes, permitem prever, até certo ponto, o que serão ou o que farão na vida.
Afora isto, porém, tudo o mais será bem mais difícil, por duas razões.
Primeira: grande parte de nossa sorte futura ainda não está nem poderia estar delineada, semelhando-se a páginas em branco de um livro parcialmente anotado. É que se todo sucesso tem uma causa, reciprocamente, cada causa produz determinado efeito. Destarte, os acontecimentos porvindouros de nossa existência vão depender do que estivermos fazendo agora, com as modificações provocadas por aquilo que formos fazendo de instante a instante.
Segunda: as circunstâncias a que chamaríamos inevitáveis, ligadas ao nosso carma (débitos ou créditos perante a Justiça Divina, resultantes de nosso procedimento em encarnações anteriores), por outro lado também não podem ser-nos desvendadas, pois, “se o homem conhecesse o futuro, negligenciaria do presente e não agiria com a liberdade com que o faz, porque o dominaria a ideia de que, se uma coisa tem que acontecer, inútil será ocupar-se com ela, ou então procuraria obstar a que acontecesse. Não quis Deus que assim fôsse, a fim de que cada um concorra para a realização das coisas, até daquelas a que desejaria opor-se”. (Kardec.)
Algumas vezes, entretanto, o futuro pode ser revelado, e o tem sido. É quando a revelação favoreça a consumação de algo em benefício da Humanidade.
Importa esclarecer, todavia, que, embora muitos fatos possam ser previstos, por constarem dos planos das entidades espirituais que, como prepostos de Deus, dirigem os destinos do mundo ou têm sob sua tutela este ou aquele setor das atividades humanas, o livre arbítrio das pessoas diretamente ligadas a esses fatos é sempre respeitado, de modo a que, em última instância, tenham plena liberdade de cumprir ou não as tarefas que lhes estavam assinaladas, assim como de resistirem ou cederem (como no caso de Judas) a um alvitre que poderá acarretar-lhes as mais dolorosas consequências.
Isto deixa claro que ninguém é constrangido, de forma absoluta, a obrar desta ou daquela maneira, e que ninguém, jamais, há sido predestinado a praticar um crime ou qualquer outro ato delituoso que envolva responsabilidade moral.
O que sucede é que “cada um é tentado segundo suas próprias concupiscências”, conforme diz o Evangelho, e como quem se aproxima de uma forja acesa grande probabilidade tem de se queimar, também o ambicioso pode sucumbir ante uma situação que lhe exacerbe a cobiça, e assim por diante.
Sempre que, por exemplo, algo de suma importância deva necessariamente acontecer, e aquele ou aqueles que seriam os possíveis agentes não se mostrem à altura, ou se tenham desviado de moto próprio do caminho que os levaria a tal objetivo, as referidas entidades espirituais sabem como encaminhar as coisas de maneira que outrem lhes tomem o lugar, o mesmo acontecendo quando, inversamente, o desfecho é que deva ser outro.
O interesse — diríamos melhor —, a curiosidade que tantos demonstram em conhecer o seu futuro apresenta sérios inconvenientes.
Um deles, o de contribuir para que espertalhões sem escrúpulos façam da astrologia, da cartomancia, da necromancia, da quiromancia, da vidência, etc. rendosos meios de vida.
Outro, a sôfrega expectativa de um evento feliz, a falta de iniciativa e de ação, julgadas desnecessárias, face à “segurança” de um porvir próspero e venturoso, do que podem resultar terríveis decepções, ou, ainda, o desespero, senão mesmo a loucura e o suicídio ante um funesto presságio.
O Espiritismo, amiúde e injustamente confundido com as práticas adivinhadeiras, saibam-no de uma vez por todas, não as utiliza nem as recomenda; pelo contrário, desaconselha-as aberta e veementemente, pois, embora admita a possibilidade de eventuais revelações do futuro, subordina-as a estas duas condições:
1)     A espontaneidade;
2)  Um fim sério que as justifique, em conformidade com os desígnios providenciais.
Capítulo 10º, questão 868 e seguintes


[1] Livro: As Leis MoraisRodolfo Calligaris, Cap 38. Todos os grifos, numeração, coloridos, negritos, sublinhados e itálicos: é de autoria da redação do Jornal A FAGULHA, quanto aos nossos estudos destes artigos.
Fonte da imagem:  https://sindsempmg.org.br/conteudo/2341/o-futuro-do-servico-publico

sábado, 24 de novembro de 2018

MELHOR SOFRE NO BEM


MELHOR SOFRE NO BEM[1]

“Porque melhor é que padeçais fazendo bem (se a vontade de Deus assim o quer), do que fazendo mal.”
Pedro 1, 3:17

Para amealhar recursos financeiros que será compelido a abandonar precipitadamente, o homem muitas vezes adquire deploráveis enfermidades, que lhe corroem os centros de forças, trazendo a morte indesejável.
Comprando sensações efêmeras para o corpo de carne, comumente recebe perigosos males que o acompanham até aos últimos dias do veículo em que se movimenta na Terra.
Encolerizando-se por insignificantes lições do caminho, envenena órgãos vitais, criando fatais desequilíbrios à vida física.
Recheando o estômago, em certas ocasiões, estabelece a viciação de aparelhos importantes da instrumentalidade fisiológica, renunciando à perfeição do vaso carnal pelo simples prazer da gula.
Por que temer os percalços da senda clara do amor e da sabedoria, se o trilho escuro do ódio e da ignorância permanece repleto de forças vingadoras e perturbantes?
Como recear o cansaço e o esgotamento, as complicações e incompreensões, os conflitos e os desgostos; decorrente da abençoada luta pela suprema vitória do bem, se o combate pelo triunfo provisório do mal conduz os batalhadores a tributos aflitivos de sofrimento?
Gastemos nossas melhores possibilidades a serviço do Cristo, empenhando-lhe nossas vidas.
A arma criminosa que se quebra e a medida repugnante consumada provocam sempre maldição e sombra, mas para o servo dilacerado no dever e para a lâmpada que se apaga no serviço iluminativo reserva-se destino diferente.


[1] Livro: Pão Nosso – Ditado pelo Espírito Emmanuel; psicografia de Francisco Cândido Xavier, Cap. 64 Edit. FEB. Todos os grifos, numeração, coloridos, negritos, sublinhados e itálicos: é de autoria da redação do Jornal A FAGULHA, quanto aos nossos estudos destes artigos.
   Fonte da imagem:  https://medium.com/desajeitada-mente/caso-eu-n%C3%A3o-pare-de-sofrer-preciso-sofrer-sozinha-2bbe4ea57548

sexta-feira, 23 de novembro de 2018

TAMBÉM TU


TAMBÉM TU[1]

"E os principais dos sacerdotes tomaram a deliberação de matar também a Lázaro."
João, 12:10

Interessante observar as cogitações do farisaísmo, relativamente a Lázaro, nas horas supremas de Jesus.
Não bastava a crucificação do Mestre.
Intentava-se, igualmente, a morte do amigo de Betânia.
Lázaro fora cadáver e revivera, sepultara-se nas trevas do túmulo e regressara à luz da vida. Era, por isso, uma glorificação permanente do Salvador, uma cura insofismável do Médico Divino. Constituiria em Jerusalém a carta viva do poder do Cristo, destoava dos conterrâneos, tornara-se diferente.
Considerava-se, portanto, indispensável a destruição dele.
O farisaísmo dos velhos tempos ainda é o mesmo nos dias que passam, apenas com a diferença de que Jerusalém é a civilização inteira. Para ele, o Mestre deve continuar crucificado e todos os Lázaros ressurgirão sentenciados à morte.
Qualquer homem, renovado em Cristo, incomoda-o.
Há participantes do Evangelho que se sentem verdadeiramente ressuscitados, trazidos à claridade da fé, após atravessarem o sepulcro do ódio, do crime, da indiferença...
O farisaísmo, entretanto, não lhes tolera a condição de redivivos, a demonstrarem a grandeza do Mestre. Instala perseguições, desclassifica-os na convenção puramente humana, tenta anular-lhes a ação em todos os setores da experiência.
Somente os Lázaros que se unam ao amor de Jesus conseguem vencer o terrível assédio da ignorância.
Tem, pois, cuidado contigo mesmo.
Se te sentes trazido da sombra para a luz, do mal para o bem, ao sublime influxo do Senhor, recorda que o farisaísmo, visível e invisível, obedecendo a impulsos de ordem inferior, ainda está trabalhando contra o valor de tua fé e contra a força de teu ideal.
Não bastou a crucificação do Mestre.
Também tu conhecerás o testemunho.


[1] Livro: Vinha de Luz – Ditado pelo Espírito Emmanuel; psicografia de Francisco Cândido Xavier, Cap. 61, Edit. FEB. Todos os grifos, numeração, coloridos, negritos, sublinhados e itálicos: é de autoria da redação do Jornal A FAGULHA, quanto aos nossos estudos destes artigos.
Fonte de imagem: https://www.imperiodasessencias.com.br/essencia-top-flor-de-lotus-100ml-p605764

ESMOLA


ESMOLA[1]

Dai antes esmola do que tiverdes.”
Jesus
Lucas, 11:41
A palavra do Senhor está sempre estruturada em luminosa beleza que não podemos perder de vista.
No capítulo da esmola, a recomendação do Mestre, dentro da narrativa de Lucas, merece apontamentos especiais.
"Dai antes esmola do que tiverdes."
Dar o que temos é diferente de dar o que detemos, A caridade é sublime em todos os aspectos sob os quais se nos revele e em circunstância alguma devemos esquecer a abnegação admirável daqueles que distribuem pão e agasalho, remédio e socorro para o corpo, aprendendo a solidariedade e ensinando-a.
É justo, porém, salientar que a fortuna ou a autoridade são bens que detemos provisoriamente na marcha comum e que, nos fundamentos substanciais da vida, não nos pertencem.
O Dono de todo o poder e de toda a riqueza no Universo é Deus, nosso Criador e Pai, que empresta recursos aos homens, segundo os méritos ou as necessidades de cada um.
Não olvidemos, assim, as doações de nossa esfera íntima e perguntemos a nós mesmos:
Que temos de nós próprios para dar?
Que espécie de emoção estamos comunicando aos outros?
Que reações provocamos no próximo?
Que distribuímos com os nossos companheiros de luta diária?
Qual é o estoque de nossos sentimentos?
Que tipo de vibrações espalhamos?
Para difundir a bondade, ninguém precisa cultivar riso estridente ou sorrisos baratos, mas, para não darmos pedras de indiferença aos corações famintos de pão da fraternidade, é indispensável amealhar em nosso espírito as reservas da boa compreensão, emitindo o tesouro de amizade e entendimento que o Mestre nos confiou em serviço ao bem de quantos nos rodeiam, perto ou longe.
É sempre reduzida a caridade que alimenta o estômago, mas que não esquece a ofensa, que não se dispõe a servir diretamente ou que não acende luz para a ignorância.
O aviso do Instrutor Divino nas anotações de Lucas significa: — daí esmola de vossa vida íntima, ajudai por vós mesmos, espalhem alegria e bom ânimo, oportunidade de crescimento e elevação com os vossos semelhantes, sede irmãos dedicados ao próximo, porque, em verdade, o amor que se irradia em bênçãos de felicidade e trabalho, paz e confiança, é sempre a dádiva maior de todas.


[1] Livro: Fonte Viva – Ditado pelo Espírito Emmanuel; psicografia de Francisco Cândido Xavier, Cap. 60 Edit. FEB. Todos os grifos, numeração, coloridos, negritos, sublinhados e itálicos: é de autoria da redação do Jornal A FAGULHA, quanto aos nossos estudos destes artigos.. Fonte de imagem:  https://cleofas.com.br/por-que-dar-esmolas/

quinta-feira, 22 de novembro de 2018

O TESOURO MAIOR


O TESOURO MAIOR[1]


Porque, onde estiver o vosso tesouro, ali estará também o vosso coração."
Jesus
LUCAS, 12:34
No mundo, os templos da fé religiosa, desde que consagrados à Divindade do Pai, são departamentos da casa infinita de Deus, onde Jesus ministra os seus bens aos corações da Terra, independentemente da escola de crença a que se filiam.
A essas subdivisões do eterno santuário comparecem os tutelados do Cristo, em seus diferentes graus de compreensão. Cada qual, instintivamente, revela ao Senhor onde coloca seu tesouro.
Muitas vezes, por isso mesmo, nos recintos diversos de sua casa, Jesus recebe, sem resposta, as súplicas de inúmeros crentes de mentalidade infantil, contraditórias ou contraproducentes.
O egoísta fala de seu tesouro, exaltando as posses precárias; o avarento refere-se a mesquinhas preocupações; o gozador demonstra apetites insaciáveis; o fanático repete pedidos loucos.
Cada qual apresenta seu capricho ferido como sendo a dor maior.
Cristo ouve-lhes as solicitações e espera a oportunidade de dar-lhes a conhecer o tesouro imperecível. Ouve em silêncio, porque a erva tenra, pede tempo destinado ao processo evolutivo, e espera confiante, por quanto não prescinde da colaboração dos discípulos resolutos e sinceros para a extensão do divino apostolado. No momento adequado, surgem esses, ao seu influxo sublime, e a paisagem dos templos se modifica. Não são apenas crentes que comparecem para a rogativa, são trabalhadores decididos que chegam para o trabalho.
Cheios de coragem, dispostos a morrer para que outros alcancem a vida, exemplificam a renúncia e o desinteresse, revelam a Vontade do Pai, em si próprios; e, com isso, ampliam no mundo a compreensão do tesouro maior, sintetizado na conquista da luz eterna e do amor universal, que já lhes enriquece o espírito engrandecido.



[1]  Livro: Caminho Verdade e Vida – Ditado pelo Espírito Emmanuel; psicografia de Francisco Cândido Xavier, Cap. 64, Edit. FEB. Todos os grifos, numeração, coloridos, negritos, sublinhados e itálicos: é de autoria da redação do Jornal A FAGULHA, quanto aos nossos estudos destes artigos.
 Fonte de imagem: http://homem-de-fe.blogspot.com/2014/02/video-da-salvacao-qual-e-o-maior.html

terça-feira, 20 de novembro de 2018

RIGIDEZ


RIGIDEZ[1]
O excesso de rigidez e severidade faz com que criemos um padrão mental que influenciará os outros para que nos tratem da mesma forma como os tratamos.
Teimosia é uma forma de rigidez da personalidade. É um apego obstinado às próprias ideias e gostos, nunca admitindo insuficiências e erros.
Conviver com criaturas que estão sempre com a razão, que acreditam que nasceram para ensinar ou salvar todo mundo e que jamais transgridem a nada, é viver relacionamentos desgastantes e insatisfatórios.
Quase sempre, fugimos desses indivíduos dogmáticos, incapazes de aceitar e considerar um ponto de vista diferente do seu. Nesses relacionamentos, ficamos confinados à representação de papéis instrutor-aprendiz, orientador-orientado, mentor-pupilo. Somente escutamos, nunca podemos expressar nossa opinião sobre os eventos e as experiências que compartilhamos.
As pessoas teimosas vão ao excesso do desrespeito, por não darem o devido espaço para as diferenças pessoais que existem nos amigos e familiares.
“... pelos vossos excessos, chegais à saciedade e vos punis a vós mesmos.” (39)
Os limites traçados pela natureza nos ensinam onde e quando devemos parar, bem como por onde e quando devemos seguir. A natureza respeita nossos dons próprios, ou seja, nossa individualidade. Assim, devemos também aceitar e respeitar nosso jeito exclusivo de ser, bem como a de todos aqueles com quem compartilhamos a existência terrena.
O excesso de rigidez e severidade faz com que criemos um padrão mental que influenciará os outros para que nos tratem da mesma forma como os tratamos. Poderemos ainda, no futuro, provocar em nós um sentimento de autopunição, pois estaremos usando para conosco o mesmo tratamento de austeridade e dureza. O arrependimento se associa à culpa, nascendo daí uma vontade de nos redimir pelos excessos cometidos, o que acarreta uma necessidade de expiação — o indivíduo se compraz com o próprio sofrimento.
Nossos limites se expressam de maneira específica e ninguém pode exigir igualdade de pensamento e ação de outro ser humano. Respeitando nossa singularidade, aprenderemos a respeitar a singularidade dos outros e sempre cairemos no excesso, quando não aceitarmos nosso ritmo de crescimento, bem como o do próximo.
Segundo Alfred Adler, a “compensação” é um dos métodos de defesa do ego e consiste num fenômeno psicológico que busca contrabalançar e dissimular nossas tendências inconscientes por nós consideradas reprováveis e que tentam vir à nossa consciência.
Os excessos de todo gênero funcionam, na maioria das vezes, como disfarce psicológico para compensar nossas tendências interiores. Exageramos posturas e inclinações na tentativa de simular um caráter oposto.
Atitudes exageradas de um indivíduo significam, quase sempre, o contrário do que ele declara.
Excesso de pudor – compensação de desejos sexuais normais reprimidos.
Excesso de afabilidade – compensação de agressividade mal elaborada.
Excesso de alimentação – compensação de insegurança ou necessidade de proteção.
Excesso de religião – compensação de dúvidas desmoralizadoras existentes na inconsciência.
Excesso de dominação – compensação de fragilidade e desamparo interior.
Atrás de todo excesso ou rigidez se encontra a não aceitação da naturalidade da vida, fora e dentro de nós mesmos.
.X.X.X
Os erros são quase que inevitáveis para quem quer avançar e crescer.
São acidentes de percurso, contingências do processo evolutivo que todos estamos destinados a vivenciar.
Quando agimos erroneamente é porque não sabemos como fazer melhor. Ninguém, de forma deliberada, tem o desejo de ser infeliz; portanto, ninguém escolhe o pior. Os feitos e as atitudes peculiares de cada criatura estão intimamente ligados a seu desenvolvimento físico, mental, social e moral.
Nossa maturidade espiritual é adquirida através das experiências evolutivas no decorrer de todos os tempos, seja na atualidade, seja no pretérito distante.
Tudo o que fazemos está relacionado com nossa idade astral. Inquestionavelmente, fazemos agora o que de melhor poderíamos fazer, porque estamos agindo e pensando conforme nossas convicções interiores; aliás, ela (a idade astral) é gradativa, pois está vinculada às nossas percepções evolutivas.
As criaturas que agem com austeridade em determinada circunstância acreditam que aquela é a melhor opção a tomar. Porém, quando o amadurecimento conduz-las a ter uma melhor noção a respeito dos relacionamentos humanos, elas assimilarão novas maneiras de se comportar e passarão a agir de forma coerente com seu novo entendimento. A concepção de bem se amplia de acordo com nosso desenvolvimento espiritual.
A proposta cristã “pagar o mal com o bem” sugere: castigar por castigar não transforma a criatura para o bem, mas somente o amor é capaz de sublimar e educar as almas.
A pena de morte é uma rigidez dos costumes humanos. Propõe matar o corpo físico como punição pelas faltas cometidas, com o esquecimento, porém, de que somente transfere a problemática para outras faixas da vida e cria revolta e desarmonia no ser em correção.
A dor apenas terá função dentro dos imperativos da vida, enquanto os homens não aceitarem que somente o amor muda e renova as criaturas.
O projeto da Vida Maior é conscientizar-nos, não sentenciar.
Nosso planeta está repleto de criaturas intelectualizadas e influentes, mas nem por isso sábias e habilitadas para todas as coisas. Por mais inteligente que seja o ser humano, sempre haverá um universo de coisas que ele desconhece.
Muitas pessoas matam, roubam e mentem sem vacilação alguma, mas será que sabem perfeitamente que isso não é certo?
Estar no intelecto não é a mesma coisa que estar na profundeza da alma. Ter informações e receber orientações não é a mesma coisa que integralizar o ensinamento, ou mesmo, saber por inteiro.
“... O homem julga necessária uma coisa, sempre que não descobre outra melhor. À proporção que se instrui, vai compreendendo melhormente o que é justo e o que é injusto e repudia os excessos cometidos, nos tempos de ignorância, em nome da justiça.” (40)
Os erros são quase que inevitáveis para quem quer avançar e crescer. São acidentes de percurso, contingências do processo evolutivo que todos estamos destinados a vivenciar.
Em vez de repelirmos nossos erros, deveríamos analisá-los atentamente como se fossem verdadeiros objetos de arte, evitando, assim, futuros comprometimentos.
Deus permite que o erro integre o nosso caminho. Aliás, ele faz parte das nossas condições evolutivas, para que possamos aprender e assimilar as experiências da vida. Os erros são ocorrências consideradas admissíveis pela legislação do Criador.
Deus não condena ou castiga ninguém, mas o oposto: instituiu leis harmoniosas e justas que nos conduzirão fatalmente à felicidade plena, apesar de nossas faltas e desacertos.
Por que então usar de rigidez perante os acontecimentos da vida?


Referencias:
39 LE - 713 – Traçou a Natureza limites aos gozos?
“Traçou, para vos indicar o limite do necessário. Mas, pelos vossos excessos, chegais à saciedade e vos punis a vós mesmos.”
40 LE - 762 - A pena de morte, que pode vir a ser banida das sociedades civilizadas, não terá sido de necessidade.
em épocas menos adiantadas?
Necessidade não é o termo. O homem julga necessária uma coisa, sempre que não descobre outra melhor. À proporção que se instrui, vai compreendendo melhormente o que é justo e o que é injusto e repudia os excessos cometidos, nos tempos de ignorância, em nome da justiça.


[1] Livro: As Dores da Alma – Ditado pelo Espírito Hamed; psicografia de Francisco do Espírito Santo Neto, Edit. Boa Nova. Todos os grifos, numeração, coloridos, negritos, sublinhados e itálicos: é de autoria da redação do Jornal A FAGULHA, quanto aos nossos estudos destes artigos.
Fonte da imagem: http://fraterluz.blogspot.com/2015/06/rigidez-hammed.html