sábado, 14 de dezembro de 2019

Conhecer a Mediunidade - FÓTONS E FLUIDO CÓSMICO


FÓTONS E FLUIDO CÓSMICO[1]
ESTRUTURA DA LUZ – Clerk Maxwell, centralizado nos estudos do eletromagnetismo, previra que todas as irradiações, inclusive a luz visível, pressionam os demais corpos.
Observações experimentais com o jato de uma lâmpada sobre um feixe de poeira mostraram que o feixe se acurvou, como se impelido por leve corrente de força. Semelhante corrente foi medida, acusando insignificante percentagem de pressão, mas o bastante para provar que a luz era dotada de inércia.
Os físicos eram defrontados pelo problema, quando Einstein, estruturando a sua teoria da relatividade, no princípio do século 20, chegou à conclusão de que a luz, nesse novo aspecto, possuiria peso específico.
Isso implicava a existência de massa para a luz. Como conciliar vibração e peso, onda e massa? Intrigado, o grande cientista voltou às experiências de Planck e Bohr e deduziu que a luz de uma lâmpada resulta de sucessivos arremessos de grânulos luminosos, em relâmpagos consecutivos, a se desprenderem dela por todos os lados.
Pesquisadores protestaram contra a assertiva, lembrando o enigma das difrações e das interferências, tentando demonstrar que a luz era constituída de vibrações.
Einstein, contudo, recorreu ao efeito fotoelétrico – pelo qual a incidência de um raio luminoso sobre uma película de sódio ou potássio determina a expulsão de elétrons da mesma película, elétrons cuja velocidade pode ser medida com exatidão –, e genialmente concebeu os grânulos luminosos ou fótons que, em se arrojando sobre os elétrons de sódio e potássio, lhes provoca o deslocamento, com tanto mais violência, quanto mais concentrada for a energia dos fótons.
O aumento de intensidade da luz, por isso, não acrescenta velocidade aos elétrons expulsos, o que apenas acontece ante a incidência de uma luz caracterizada por oscilação mais curta.
“SALTOS QÜÂNTICOS” – A teoria dos “saltos quânticos” explicou, de certo modo, as oscilações eletromagnéticas que produzem os raios luminosos.
No átomo excitado, aceleram-se os movimentos, e os elétrons que lhe correspondem, em se distanciando dos núcleos, passam a degraus mais altos de energias. Efetuada a alteração, os elétrons se afastam dos núcleos aos saltos, de acordo com o quadrado dos números cardinais, isto é, de 1 para 2 no primeiro salto, de 2 para 4 no segundo, de 3 para 9 no terceiro, de 4 para 16 no quarto, e assim sucessivamente.
Na temperatura aproximada de 1.000 graus centígrados, os elétrons abandonam as órbitas que lhes são peculiares, em número sempre crescente, e, se essa temperatura atingir cerca de 100.000 graus centígrados, os átomos passam a ser constituídos somente de núcleos despojados de seus elétrons-satélites, vindo a explodir, por entrechoques, a altíssimas temperaturas.
Reportando-nos, pois, à escala de excitação dos sistemas atômicos, vamos encontrar a luz, conhecida na Terra, como oscilação eletromagnética em comprimento médio de onda que nasce do campo atômico, quando os elétrons, erguidos a órbitas ampliadas pelo abastecimento de energia, retornam às suas órbitas primitivas, veiculando a sua energia de queda.
Se excitarmos o átomo com escassa energia apenas se altearão aqueles elétrons da periferia, capazes de superar facilmente a força atrativa do núcleo.
Compreenderemos, portanto, que, quanto mais distante do núcleo, mais comprido será o salto, determinando a emissão de onda mais longa e, por esse motivo, identificada por menor energia.
E quanto mais para dentro do sistema atômico se verifique o salto, tanto mais curta, e por isso de maior poder penetrante, a onda exteriorizada.
“EFEITO COMPTON” – Buscando um exemplo, verificaremos que a estimulação das órbitas eletrônicas externas produzirá a luz vermelha, formada de ondas longas, enquanto que o mesmo processo de atrito nas órbitas que se lhe seguem, na direção do núcleo, originará a irradiação azul, formada de ondas mais curtas, e a excitação nas órbitas mais íntimas provocará a luz violeta, de ondas ainda mais curtas. Continuando-se a progressão de fora para dentro, chegaremos aos raios gama, que derivam das oscilações do núcleo atômico.
Em todos esses processos de irradiação, o poder do fóton depende do comprimento da onda em que se manifesta, qual ficou positivado no “efeito Compton”, pelo qual uma colisão provocada entre fótons e elétrons revela que os fótons, em fazendo ricochete no entrechoque, descarregam energia, baixando a freqüência da própria onda e originando, assim, a luz mais avermelhada.
FÓRMULA DE BROGLIE – A evidência do fóton vinha enriquecer a teoria corpuscular da luz. Entretanto, certos fenômenos se mantinham à margem, somente explicáveis pela teoria ondulatória que a Ciência não aceitara até então.
Foi o estudioso físico francês, Luis De Broglie; que compareceu no cenário das contradições, enunciando o seguinte principio:
– “Compreendendo-se que as ondas da luz, em certas circunstâncias, procedem à feição de corpúsculos, por que motivo os corpúsculos de matéria, em determinadas condições, não se comportarão a maneira de ondas?”
E acrescentava que cada partícula de matéria está acompanhada pela onda que a conduz.
Suportando hostilidades e desafios, devotou-se a minuciosas perquirições e criou a fórmula para definir o comprimento da onda conjugada ao corpúsculo, entendendo-se, desde então, que os elétrons arremessados pela válvula de Roentgen, quando originam oscilações curtas, aproximadamente 10.000 vezes mais reduzidas que as da luz são transportados por ondas tão curtas como os raios X.
MECÂNICA ONDULATÓRIA – Físicos distintos não se sentiam dispostos a concordar com as novas observações de De Broglie, alegando que a teoria se mostrava incompatível com o fenômeno da difração e pediam que o sábio lhes fizesse ver a difração dos elétrons, de vez que não admitiam a existência de corpúsculos desfrutando propriedades que, a seu ver, eram exclusivamente características das ondas.
Pouco tempo decorrido, dois cientistas americanos projetaram um jato de elétrons sobre um cristal de níquel e registraram a existência da difração, de conformidade com os princípios de De Broglie.
Desde então, a mecânica ondulatória instalou-se na Ciência, em definitivo.
Mais da metade do Universo foi reconhecido como um reino de oscilações, restando a parte constituída de matéria igualmente suscetível de converter-se em ondas de energia.
O mundo material como que desapareceu, dando lugar a tecido vasto de corpúsculos em movimento, arrastando turbilhões de ondas em freqüências inumeráveis, cruzando-se em todas as direções, sem se misturarem.
O homem passou a compreender, enfim, que a matéria é simples vestimenta das forças que o servem nas múltiplas faixas da natureza e que todos os domínios da substância palpável podem ser plenamente analisados e explicados em linguagem matemática, embora o plano das causas continue para ele indevassado, tanto quanto para nós, as criaturas terrestres temporariamente apartadas da vida física.
“CAMPO1 DE EINSTEIN”Conhecemos a gama das ondas, sabemos que a luz se desloca em feixes corpusculares que denominamos “fótons”, não ignoramos que o átomo é um remoinho de forças positivas e negativas, cujos potenciais variam com o número de elétrons ou partículas de força em torno do núcleo, informarmo-nos de que a energia, ao condensar-se, surge como massa para transformar-se, depois, em energia; entretanto, o meio sutil em que os sistemas atômicos oscilam não pode ser equacionado com os nossos conhecimentos. Até agora, temos nomeado esse “terreno indefinível”, como sendo o “éter”; contudo, Einstein, quando buscou imaginar-lhe as propriedades indispensáveis para poder transmitir ondas características de bilhões de oscilações, com a velocidade de 300.000 quilômetros por segundo, não conseguiu acomodar as necessárias grandezas matemáticas numa fórmula, porquanto as qualidades de que essa matéria devia estar revestida não são combináveis, e concluiu que ela não existe, propondo abolir-se o conceito de “éter”, substituindo-o pelo conceito de “campo”.
Campo, desse modo, passou a designar o espaço dominado pela influência de uma partícula de massa.
Para guardarmos uma ideia do princípio estabelecido, imaginemos uma chama em atividade. A zona por ela iluminada é-lhe o campo peculiar. A intensidade de sua influência diminui com a distância do seu fulcro, de acordo com certas proporções, isto é, tornando-se 1/2, 1/4, 1/8, 1/16, etc., a revelar valor de fração cada vez menor, sem nunca atingir a zero, porque, em teoria, o campo ou região de influência alcançará o infinito.
A proposição de Einstein, no entanto, não resolve o problema, porque a indagação quanto à matéria de base para o campo continua desafiando o raciocínio, motivo pelo qual, escrevendo da esfera extrafísica, na tentativa de analisar, mais acuradamente, o fenômeno da transmissão mediúnica, definiremos o meio sutil em que o Universo se equilibra como sendo o Fluido Cósmico ou Hálito Divino, a força para nós inabordável que sustenta a Criação.


[1] Fonte: Mecanismos da Mediunidade, Ditado pelo Espírito André Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira, Editora FEB, Capitulo III

Conhecer a Mediunidade - CONQUISTAS DA MICROFÍSICA


CONQUISTAS DA MICROFÍSICA[1]

PRIMÓRDIOS DA ELETRÔNICA – Espíritos eminentes, atendendo aos imperativos da investigação científica entre os homens, volvem da Espiritualidade ao Plano Terrestre, incentivando estudos acerca da natureza ondulatória do Universo.
A Eletrônica balbucia as primeiras notas com Tales de Mileto, 600 anos antes do Cristo.
O grande filósofo, que tinha a crença na unidade essencial da Natureza, observa a eletrização no âmbar (“elektron”, em grego).
Seus apontamentos sobre as emanações luminosas são retomados, no curso do tempo, por Herão de Alexandria e outras grandes inteligências, culminando nos raciocínios de Descartes, no século 17, que, inspirado na teoria atômica dos gregos, conclui, trezentos anos antes da descoberta do elétron, que na base do átomo deveria existir uma partícula primitiva, chegando a desenhá-la, com surpreendente rigor de concepção, como sendo um “remoinho” ou imagem aproximada dos recursos energéticos que o constituem.
Logo após, Isaac Newton realiza a decomposição da luz branca, nas sete cores do prisma, apresentando, ainda, a idéia de que os fenômenos luminosos seriam correntes corpusculares, sem excluir a hipótese de ondas vibratórias, a se expandirem no ar.
Huyghens prossegue na experimentação e defende a teoria do éter luminoso ou teoria ondulatória.
Franklin teoriza sobre o fluido elétrico e propõe a hipótese atômica da eletricidade, tentando classificá-la como sendo formada de grânulos sutis, perfeitamente identificáveis aos remoinhos eletrônicos hoje imaginados.
CAMPO ELETROMAGNÉTICO – Nos primórdios do século 19, aparece Tomás Young, examinando as ocorrências da reflexão, interferência e difração da luz, fundamentando-se sobre a ação ondulatória, seguindo-se-lhe Fresnel, a consolidar-lhe as deduções.
Sucedem-se investigadores e pioneiros, até que, em 1869, Maxwell afirma, sem que as suas asserções lograssem despertar maior interesse nos sábios de seu tempo, que as ondulações de luz nasciam de um campo magnético associado a um campo elétrico, anunciando a correlação entre a eletricidade e a luz e assegurando que as linhas de força extravasam dos circuitos, assaltando o espaço ambiente e expandindo-se como pulsações ondulatórias.
Cria ele a notável teoria eletromagnética.
Desde essa época, o conceito de campo eletromagnético assume singular importância no mundo, até que Hertz consegue positivar a existência das ondas elétricas, descobrindo-as e colocando-as a serviço da Humanidade.
Nas vésperas do século 20, a Ciência já considera a Natureza terrestre como percorrida por ondas inumeráveis que cruzam todas as faixas do Planeta, sem jamais se misturarem.
Entretanto, certa indagação se generalizara.
Reconhecido o mundo como vasto magneto, composto de átomos, e sabendo-se que as ondas provinham deles, como poderiam os sistemas atômicos gerá-las, criando, por exemplo, o calor e a luz?
ESTRUTURA DO ÁTOMO – Max Planck, distinto físico alemão, repara, em 1900, que o átomo, em lançando energia, não procede em fluxo contínuo, mas sim por arremessos individuais ou, mais propriamente, através de grânulos de energia, estabelecendo a teoria dos “quanta de energia”.
Foi então que Niels Bohr deduziu que a descoberta de Planck somente se explicaria pelo fato de gravitarem os elétrons, ao redor do núcleo, no sistema atômico, em órbitas seguramente definidas, a exteriorizarem energia, não girando como os planetas em torno do Sol, mas saltando, de inesperado, de uma camada para outra.
E, procedendo mais por intuição que por observação, mentalizou o átomo como sendo um núcleo cercado, no máximo, de sete camadas concêntricas, plenamente isoladas entre si, no seio das quais os elétrons circulam livremente, em todos os sentidos. Os que se localizam nas zonas periféricas são aqueles que mais facilmente se deslocam, patrocinando a projeção de raios luminosos, ao passo que os elétrons aglutinados nas camadas profundas, mais jungidos ao núcleo, quando mudam de órbita deixam escapar raios mais curtos, a se graduarem na série dos raios X.
Aplicada a teoria de Bohr em multifários setores da demonstração objetiva, ela alcançou encorajadoras confirmações, e, com isso, dentro das possíveis definições terrestres, o cientista dinamarquês preparou o caminho mais amplo entendimento da luz.
ESTADO RADIANTE E RAIOS 10º – A Ciência da Terra acreditava antigamente que os átomos fossem corpúsculos eternos e indivisíveis. Elementos conjugados entre si entrelaçavam-se e se separavam, plasmando formas diversas.
Seriam como vasto, mas limitado capital da vida de que a Natureza poderia dispor sem qualquer desperdício.
No último quartel do século 19, porém, singulares alterações marcaram os passos da Física.
Retomando experiências iniciadas pelo cientista alemão Hittorf, William Crookes valeu-se de um tubo de vidro fechado, no qual obtinha grande rarefação do ar, fazendo passar, através dele, uma corrente elétrica, oriunda de alto potencial.
Semelhante tubo poderia conter dois ou mais eletrodos (cátodos e ânodos, ou pólos negativos e positivos, respectivamente), formados por fios de platina, e rematados em placas metálicas de substância e molde variáveis.
Efetuada a corrente, o grande físico notou que do cátodo partiam raios que, atingindo a parede oposta do vidro, nela formavam certa luminosidade fluorescente.
Crookes classificou como sendo radiante o estado em que se mostrava o gás contido no recipiente e declarou guardar a impressão de que conseguira reter os corpúsculos que entretecem a base física do Universo.
Mas, depois dele, aparece Roentgen, que lhe retoma as investigações, e, projetando os raios catódicos sobre tela metálica, colocou a própria mão entre o tubo e pequena chapa recamada de substância fluorescente, observando que os ossos se destacavam em cor escura, na carne que se fizera transparente.
Os raios 10º ou raios Roentgen foram, desde então, trazidos à consideração do mundo.
ELETRON E RADIOATIVIDADE – O jovem pesquisador francês Jean Perrin, utilizando a ampola de Crookes e o eletroscópio, conseguiu positivar a existência do elétron, como partícula elétrica, viajando com rapidez vertiginosa.
Pairava no ar a indagação sobre a massa e a expressão elétrica de semelhante partícula.
Surge, todavia, José Thomson, distinto físico inglês, que, estudando-a do ponto de vista de um projétil em movimento, consegue determinar-lhe a massa, que é, aproximadamente, 1.850 vezes menor que a do átomo conhecido por mais leve, o hidrogênio, calculando-lhe, ainda, com relativa segurança, a carga e a velocidade.
Os apontamentos objetivos, em torno do elétron, incentivaram novos estudos do infinitamente pequeno.
Animado pelos êxitos dos raios de Roentgen, Henri Becquerel, com o auxílio de amigos espirituais, porque até então o gênio científico na Terra desconhecia o extenso cabedal radioativo do urânio, escolhe esse elemento para a pesquisa de novas fontes dos raios 10º e surpreende as radiações diferentes que encaminham o casal Curie à descoberta do rádio.
A Ciência percebeu, afinal, que a radioatividade era como que a fala dos átomos, asseverando que eles nasciam e morriam ou apareciam e desapareciam no reservatório da Natureza.
QUIMICA NUCLEAR – O contador de Geiger, emergindo no cenário das experimentações da Microfísica, demonstrou que, em cada segundo, de um grama de rádio se desprendem 36 bilhões de fragmentos radioativos da corrente mais fraca de raios emanantes desse elemento, perfazendo um total de 20.000 quilômetros de irradiação por segundo.
No entanto, há tão grande quantidade de átomos de rádio, em cada grama desse metal, que somente no espaço de 16 séculos é que o seu peso fica reduzido à metade[2].
Apreendendo-se que a radioatividade exprimia a morte dos sistemas atômicos, não seria possível apressar-lhes a desintegração controlada, com vistas ao aproveitamento de seus potenciais energéticos?
Rutherford lembrou que as partículas emanadas do rádio funcionam como projéteis vigorosos, e enchendo um tubo com azoto, nele situou uma parcela de rádio, reparando os pontos de queda dos corpúsculos eletrizados sobre pequena tela fosforescente.
Descobriu, desse modo, que os núcleos do azoto, espancados em cheio pelas partículas radioativas alfa, explodiam, convertendo-se em hidrogênio e num isótopo do oxigênio.
Foi realizada, assim, calculadamente, a primeira transmutação atômica pelo homem, originando-se, desde então, a chamada química nuclear, que culmina hoje com a artilharia atômica do cíclotron, estruturado por Lawrence, à feição de um eletro-imã, onde, acelerados por uma corrente de milhares de volts, em tensão alternada altíssima, projéteis atômicos bombardeiam os elementos a eles expostos, que se transmutam em outros elementos químicos conhecidos, acrescidos dos chamados radioisótopos, que o casal Joliot-Curie obteve pela primeira vez arremessando sobre o alumínio a corrente menos penetrante do rádio, constituída de núcleos do hélio, ou hélions. Surgiram, assim, os fecundos serviços da radioatividade artificial.
Nossos apontamentos sintéticos; objetivam apenas destacar a analogia do que se passa no mundo Intimo das forças corpusculares que entretecem a matéria física e daquelas que estruturam a matéria mental.



[1] Fonte: Mecanismos da Mediunidade, Ditado pelo Espírito André Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira, Editora FEB, Capitulo II
[2] NOTA DA EDITORA, em 1993: Este parágrafo, conforme está escrito, parece dizer que o tempo de meia-vida depende da quantidade de material, ou número de átomos de rádio, o que não condiz com o conhecimento que a Ciência tem do assunto. Lembra Emmanuel, no Prefácio, que André Luiz se serviu, nesta obra, de estudos e conclusões de cientistas da Terra, podendo, então, ter havido, quanto ao assunto em pauta, entendimento imperfeito ou do autor espiritual, ou do médium, ou da fonte científica da qual se originou o parágrafo.


Conhecer a Mediunidade - ONDAS E PERCEPÇÕES



ONDAS E PERCEPÇÕES[1]

AGITAÇÃO E ONDAS – Em seguida a esforços persistentes de muitos Espíritos sábios, encarnados no mundo e patrocinando a evolução, a inteligência do século 20 compreende que a Terra é um magneto de gigantescas proporções, constituído de forças atômicas condicionadas e cercado por essas mesmas forças em combinações multiformes, compondo o chamado campo eletromagnético em que o Planeta, no ritmo de seus próprios movimentos, se tipifica na Imensidade Cósmica.
Nesse reino de energias, em que a matéria concentrada estrutura o Globo de nossa moradia e em que a matéria em expansão lhe forma o clima peculiar, a vida desenvolve agitação.
E toda agitação produz ondas.
Uma frase que emitimos ou um instrumento que vibra criam ondas sonoras.
Liguemos o aquecedor e espalharemos ondas caloríficas.
Acendamos a lâmpada e exteriorizaremos ondas luminosas.
Façamos funcionar o receptor radiofônico e encontraremos ondas elétricas.
Em suma, toda inquietação se propaga em forma de ondas, através dos diferentes corpos da Natureza.
TIPOS E DEFINIÇÕES – As ondas são avaliadas segundo o comprimento em que se expressam, dependendo esse comprimento do emissor em que se verifica a agitação.
Fina vara tangendo as águas de um lago provocará ondas pequenas, ao passo que a tora de madeira, arrojada ao lençol líquido, traçará ondas maiores.
Um contrabaixo lançá-las-á muito longas.
Um flautim desferi-las-á muito curtas.
As ondas ou oscilações eletromagnéticas são sempre da mesma substância, diferenciando-se, porém, na pauta do seu comprimento ou distância que se segue do penacho ou crista de uma onda à crista da onda seguinte, em vibrações mais, ou menos rápidas, conforme as leis de ritmo em que se lhes identifica a freqüência diversa.
Que é, no entanto, uma onda?
À falta de terminologia mais clara, diremos que uma onda é determinada forma de ressurreição da energia, por intermédio do elemento particular que a veicula ou estabelece.
Partindo de semelhante princípio, entenderemos que a fonte primordial de qualquer irradiação é o átomo ou partes dele em agitação, despedindo raios ou ondas que se articulam, de acordo com as oscilações que emite.
HOMEM E ONDAS – Simplificando conceitos em torno da escala das ondas, recordemos que, oscilando de maneira integral, sacudidos simplesmente nos elétrons de suas órbitas ou excitados apenas em seus núcleos, os átomos lançam de si ondas que produzem calor e som, luz e raios gama, através de inumeráveis combinações.
Assim é que entre as ondas da corrente alternada para objetivos industriais, as ondas do rádio, as da luz e dos raios 10º, tanto quanto as que; definem os raios cósmicos e as que se superpõem além deles, não existe qualquer diferença de natureza, mas sim de freqüência, considerado o modo em que se exprimem.
E o homem, colocado nas faixas desse imenso domínio, em que a matéria quanto mais estudada mais se revela qual feixe de forças em temporária associação, somente assinala as ondas que se lhe afinam com o modo de ser.
Temo-lo, dessa maneira, por viajante do Cosmo, respirando num vastíssimo império de ondas que se comportam como massa ou vice-versa, condicionado, nas suas percepções, à escala do progresso que já alcançou progresso esse que se mostra sempre acrescentado pelo patrimônio de experiência em que se gradua no campo mental que lhe é característico, em cujas dimensões revelam o que a vida já lhe deu, ou tempo de evolução; e aquilo que ele próprio já deu à vida, ou tempo de esforço pessoal na construção do destino.
Para a valorização e enriquecimento do caminho que lhe compete percorrer, recebe dessa mesma vida, que o acalenta e a que deve servir o tesouro do cérebro, por intermédio do qual exterioriza as ondas que lhe marcam a individualidade, no concerto das forças universais, e absorve aquelas com as quais pode entrar em sintonia, ampliando, os recursos do seu cabedal de conhecimento, e das quais se deve aproveitar, no aprimoramento intensivo de si mesmo, no trabalho da própria sublimação.
CONTINENTE DO “INFRA-SOM” – Ajustam-se ouvidos e olhos humanos a balizas naturais de percepção, circunscritos aos implementos da própria estrutura.
Abaixo de 35 a 40 vibrações por segundo, a criatura encarnada, ou que ainda se mostre fora do corpo físico em condições análogas, movimenta-se no império dos “infra-sons”[2], porquanto os sons continuam existindo, sem que disponha de recursos para assinalá-los.
A ponte pressionada por grande veículo ou a locomotiva que avança sobre trilhos agita a porta de residência não distante, porta essa cuja inquietação se comunica a outras portas mais afastadas, em regime de transmissão “infra-som”.
Nesse domínio das correntes imperceptíveis, identificaremos as ondas eletromagnéticas de Hertz a se exteriorizarem da antena alimentada pela energia elétrica e que, apresentando freqüência aumentada, com o emprego dos chamados “circuitos oscilantes”, constituídos com o auxílio de condensadores, produzem as ondas da telegrafia sem fio e do rádio comum, começando pelas ondas longas, até aproximadamente mil metros, na medida equivalente à freqüência de 300.000 vibrações por segundo ou 300 quilociclos, e avançando pelas ondas curtas, além das quais se localizam as ondas métricas ou decimétricas, disciplinadas em serviço do radar e da televisão.
Em semelhantes faixas da vida, que a ciência terrestre assinala como o continente do “infra-soma”, circula forças complexas; contudo, para o Espírito encarnado ou ainda condicionado às sensações do Plano Físico, não existe nessas províncias da Natureza senão silêncio.
SONS PERCEPTIVEIS – Aumente-se a freqüência das ondas, nascidas do movimento incessante do Universo, e o homem alcançará a escala dos sons perceptíveis, mais exatamente qualificáveis nas cordas graves do piano.
Nesse ponto, penetraremos a esfera das percepções sensoriais da criatura terrestre, porquanto, nesse grau vibratório, as ondas se transubstanciam em fontes sonoras que afetam o tímpano, gerando os “tons de Tartini” ou “tons de combinação”, com efeitos psíquicos, segundo as disposições mentais de cada indivíduo.
Eleva-se o diapasão.
Sons médios, mais altos, agudos, superagudos.
Na fronteira aproximada de pouco além de 15.000 vibrações por segundo, não raro, o ouvido vulgar atinge a zona-limite[3].
Há pessoas, contudo, que, depois desses marcos, ouvem ainda.
Animais diversos, quais os cães, portadores de profunda acuidade auditiva, escutam ruídos no “ultra-som”, para além das 40.000 vibrações por segundo.
Prossegue a escala ascendente em recursos e proporções inimagináveis aos sentidos vinculados ao mundo físico.
OUTROS REINOS ONDULATÓRIOS – Salientando-se no oceano da Vida Infinita, outros reinos ondulatórios se espraiam, ofertando novos campos de evolução ao Espírito, que a mente ajustada às peculiaridades do Planeta não consegue perceber.
Sigamos através das oscilações mais curtas e seremos defrontados pelas ondas do infravermelho.
Começam a luz e as cores visíveis ao olhar humano.
As micro-ondas, em manifestação ascendente, determinam nas fibras intra-retinianas, segundo os potenciais elétricos que lhes são próprios, as imagens das sete cores fundamentais, facilmente descortináveis na luz branca que as sintetiza, por intermédio do prisma comum, criando igualmente efeitos psíquicos, em cada criatura, conforme os estados mentais que a identifiquem.
Alteia-se a ordem das ondas e surgem, depois do vermelho, o alaranjado, o amarelo, o verde, o azul, o anilado e o violeta.
No comprimento de onda em que se localiza o violeta, em 4/10.000 de milímetro, os olhos humanos cessam de enxergar; todavia, a série das oscilações continua em progressão constante e a chapa fotográfica, situada na vizinhança do espectro, revela a ação fotoquímica do ultravioleta e, ultrapassando-o, aparecem as ondas imensamente curtas dos raios 10º, dos raios gama, dirigindo-se para os raios cósmicos, a cruzarem por todos os departamentos do Globo.
Semelhantes notas oferecem ligeira idéia da transcendência das ondas nos reinos do Espírito, com base nas forças do pensamento.


[1] Fonte: Mecanismos da Mediunidade, Ditado pelo Espírito André Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira, Editora FEB, Capitulo I
[2] Outros Autores admitem que estes Infra-sons começam abaixo de 18 vibrações por segundo. (Nota do Autor espiritual.)
[3] A escala de percepção é extremamente variável. (Nota do Autor espiritual).

segunda-feira, 8 de julho de 2019

O EDUCADOR CONTURBADO


O EDUCADOR CONTURBADO[1]

Comentava André, o apóstolo prestativo, as dificuldades para afeiçoar-se às verdades novas, quando Jesus narrou para a edificação de todos:
— Um homem, singularmente forte, que se especializara em variados serviços de reparação e reajustamento, foi convidado por um anjo a consertar um aleijado que aspirava ao ingresso no paraíso e aceitou a tarefa.
Avizinhou-se do enfermo, de martelo em punho, e, não obstante os gritos e lágrimas que a sua obra arrancava do infeliz, aprimorando-o, dia a dia, cumpriu o prometido.
O mensageiro divino, satisfeito, rogou-lhe a contribuição no aperfeiçoamento de uma velha coxa que desejava ardentemente a entrada na Corte Celeste.
O trabalhador robusto, indiferente aos gemidos da anciã, impôs-lhe a disciplina curativa e, gradativamente, colocou-a em condições de subir às Esferas Sublimes.
O ministro do Alto, jubiloso, solicitou-lhe o concurso no refazimento de um homem chagado e aflito que anelava a beatitude edênica.
O consertador não hesitou.
Absolutamente inacessível aos petitórios do infortunado, queimou-lhe as úlceras com atenção e rigor, pondo-o em posição de elevar-se.
Terminada a tarefa, o anjo retornou e requisitou-lhe a cooperação em benefício de um jovem perdido em maus costumes.
O restaurador tomou o rapaz à sua conta e deu-lhe trabalho e contenção, com tamanho tirocínio, que, em tempo breve, a tarefa se fazia completa.
E, assim, o emissário de Cima pediu-lhe colaboração em diversos casos complexos de reestruturação física e moral, até que, um dia, o emérito educador, entediado da existência imperfeita na Terra, implorou ao administrador angélico a necessária permissão para seguir em companhia dele, na direção do Céu.
O embaixador sublime revistou-o, minuciosamente, e informou que também ele devia preparar-se com vistas ao grande cometimento; mostrou-lhe os pés irregulares, os braços deficientes e os olhos defeituosos e rogou dessa vez, o reajustasse a si mesmo, a fim de elevar-se.
O disciplinador começou a obra de autoaprimoramento, esperançoso e otimista, entretanto, o seu antigo martelo lhe feria agora tão rudemente a própria carne que ele, ao invés de consertar os pés, os braços e os olhos, caiu a contorcer-se no chão, desditoso e revoltado, proferindo blasfêmias e vomitando injúrias contra Deus e o mundo, quase paralítico e quase cego.
Ele mesmo não suportara o regime de salvação que aplicara aos outros e o próprio anjo amigo, ao reencontrá-lo, com extrema dificuldade o identificou, tão diferente se achava.
Findo o longo exame a que submeteu o infortunado, o mensageiro do Eterno não teve outro recurso senão confiá-lo a outros educadores para que o reajustamento necessário se fizesse, com o mesmo rigor salutar com que funcionara para os outros, a fim de que o notável consertador se aperfeiçoasse, convenientemente, para, então, ingressar no Paraíso.
Diante da estranheza que senhoreara o ânimo dos presentes, o Senhor concluiu:
Usemos de paciência e amor em todas as obras de corrigenda e aprendamos a suportar as medidas com que buscamos melhorar a posição daqueles que nos cercam, porque para cada espírito chega sempre um momento em que deve ser burilado, com eficiência e segurança, para a Luz Divina.



[1] Livro: Jesus no Lar – Ditado pelo Espírito Neio Lucio; psicografia de Francisco Candido Xavier 47 Edit. FEB. Todos os grifos, numeração, coloridos, negritos, sublinhados e itálicos: é de autoria da redação do Jornal A FAGULHA, quanto aos nossos estudos destes artigos.
   Fonte da imagem:  Google

domingo, 9 de junho de 2019

SEGUNDO A CARNE

SEGUNDO A CARNE[1]

“Porque, se viverdes segundo a carne, morrereis.”
Paulo
Romanos, 8:13

Para quem vive segundo a carne, isto é, de conformidade com os impulsos inferiores, a estação de luta terrestre não é mais que uma série de acontecimentos vazios.
Em todos os momentos, a limitação ser-lhe-á fantasma incessante.
Cérebro esmagado pelas noções negativas encontrar-se-á com a morte, a cada passo.
Para a consciência que teve a infelicidade de esposar concepções tão escuras não passará a existência humana de comédia infeliz.
No sofrimento, identifica uma casa adequada ao desespero.
No trabalho destinado à purificação espiritual, sente o clima da revolta.
Não pode contar com a bênção do amor, porquanto, em face da apreciação que lhe é própria, os laços afetivos são meros acidentes no mecanismo dos desejos eventuais.
A dor, benfeitora e conservadora do mundo, é-lhe intolerável, a disciplina; constituí-lhe angustioso cárcere e o serviço aos semelhantes representa pesada humilhação.
Nunca perdoa, não sabe renunciar, dói-lhe ceder em favor de alguém e, quando ajuda, exige do beneficiado a subserviência do escravo.
Desditoso o homem que vive, respira e age, segundo a carne! Os conflitos da posse atormentam-lhe o coração, por tempo indeterminado, com o mesmo calor da vida selvagem.
Ai dele, todavia, porque a hora renovadora soará sempre!
E, se fugiu à atmosfera da imortalidade, se asfixiou as melhores aspirações da própria alma, se escapou ao exercício salutar do sofrimento, se fez questão de aumentar apetites e prazeres pela absoluta integração com o “lado inferior da vida”, que poderá esperar do fim do corpo, senão sepulcro, sombra e impossibilidade, dentro da noite cruel?


[1] Livro: Pão Nosso – Ditado pelo Espírito Emmanuel; psicografia de Francisco Cândido Xavier, Cap. 78 Edit. FEB. Todos os grifos, numeração, coloridos, negritos, sublinhados e itálicos: é de autoria da redação do Jornal A FAGULHA, quanto aos nossos estudos destes artigos.
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segunda-feira, 20 de maio de 2019

PAI NOSSO


PAI NOSSO[1]
“Pai Nosso...”
Jesus
Mateus, 6:9

A grandeza da prece dominical nunca será devidamente compreendida por nós que lhe recebemos as lições divinas.
Cada palavra, dentro dela, tem a fulguração de sublime luz.
De início, o Mestre Divino lança-lhe os fundamentos em Deus, ensinando que o Supremo Doador da Vida deve constituir, para nós todos, o princípio e a finalidade de nossas tarefas.
É necessário começar e continuar em Deus, associando nossos impulsos ao plano divino, a fim de que nosso trabalho não se perca no movimento ruinoso ou inútil.
O Espírito Universal do Pai há de presidirmos o mais humilde esforço, na ação de pensar e falar, ensinar e fazer.
Em seguida, com um simples pronome possessivo, o Mestre exalta a comunidade.
Depois de Deus, a Humanidade será o tema fundamental de nossas vidas.
Compreenderemos as necessidades e as aflições, os males e as lutas de todos os que nos cercam ou estaremos segregados no egoísmo primitivista.
Todos os triunfos e fracassos que iluminam e obscurecem a Terra pertencem-nos, de algum modo.
Os soluços de um hemisfério repercutem no outro.
A dor do vizinho é uma advertência para a nossa casa.
O erro de um irmão, examinado nos fundamentos, é igualmente nosso, porque somos componentes imperfeitos de uma sociedade menos perfeita, gerando causas perigosas e, por isso, tragédias e falhas dos outros afetam-nos por dentro.
Quando entendemos semelhante realidade o "império do eu" passa a incorporar-se por célula bendita à vida santificante.
Sem amor a Deus e à Humanidade, não estamos suficientemente seguros na oração.
“Pai nosso...” — disse Jesus para começar.
Pai do Universo... Nosso mundo...
Sem nos associarmos aos propósitos do Pai, na pequenina tarefa que nos foi permitido executar, nossa prece será, muitas vezes, simples repetição do “eu quero”, invariavelmente cheio de desejos, mas quase sempre vazio de sensatez e de amor.


[1] Livro: Fonte Viva – Ditado pelo Espírito Emmanuel; psicografia de Francisco Cândido Xavier, Cap. 77 Edit. FEB. Todos os grifos, numeração, coloridos, negritos, sublinhados e itálicos: é de autoria da redação do Jornal A FAGULHA, quanto aos nossos estudos destes artigos.