ESTRUTURA DA LUZ – Clerk Maxwell,
centralizado nos estudos do eletromagnetismo, previra
que todas as irradiações, inclusive a luz visível, pressionam os demais corpos.
Observações
experimentais com o jato de uma lâmpada sobre um feixe de poeira mostraram que
o feixe se acurvou, como se impelido por leve corrente de força. Semelhante
corrente foi medida, acusando insignificante percentagem de pressão, mas o bastante
para provar que a luz era dotada de inércia.
Os
físicos eram defrontados pelo problema, quando Einstein, estruturando a sua teoria da relatividade, no
princípio do século 20, chegou à conclusão de que a luz, nesse novo aspecto,
possuiria peso específico.
Isso
implicava a existência de massa para a luz. Como conciliar vibração e peso,
onda e massa? Intrigado, o grande cientista voltou às experiências de Planck e
Bohr e deduziu que a luz de uma lâmpada resulta de sucessivos arremessos de
grânulos luminosos, em relâmpagos consecutivos, a se desprenderem dela por todos
os lados.
Pesquisadores
protestaram contra a assertiva, lembrando o enigma das difrações e das
interferências, tentando demonstrar que a luz era constituída de vibrações.
Einstein,
contudo, recorreu ao efeito fotoelétrico – pelo qual a incidência de um
raio luminoso sobre uma película de sódio ou potássio determina a expulsão de
elétrons da mesma película, elétrons cuja velocidade pode ser medida com
exatidão –, e genialmente concebeu os grânulos luminosos ou fótons que, em se arrojando
sobre os elétrons de sódio e potássio, lhes provoca o deslocamento, com tanto
mais violência, quanto mais concentrada for a energia dos fótons.
O aumento
de intensidade da luz, por isso, não acrescenta velocidade aos elétrons
expulsos, o que apenas acontece ante a incidência de uma luz caracterizada por
oscilação mais curta.
“SALTOS QÜÂNTICOS” – A teoria dos
“saltos quânticos” explicou, de certo modo, as oscilações eletromagnéticas que produzem
os raios luminosos.
No átomo excitado, aceleram-se os
movimentos, e os elétrons que lhe correspondem, em se distanciando dos núcleos,
passam a degraus mais altos de energias. Efetuada a alteração, os elétrons se
afastam dos núcleos aos saltos, de acordo com o quadrado dos números cardinais,
isto é, de 1 para 2 no primeiro salto, de 2 para 4 no segundo, de 3 para 9 no
terceiro, de 4 para 16 no quarto, e assim sucessivamente.
Na
temperatura aproximada de 1.000 graus centígrados, os elétrons abandonam as
órbitas que lhes são peculiares, em número sempre crescente, e, se essa
temperatura atingir cerca de 100.000 graus centígrados, os átomos passam a ser
constituídos somente de núcleos despojados de seus elétrons-satélites, vindo a
explodir, por entrechoques, a altíssimas temperaturas.
Reportando-nos,
pois, à escala de excitação dos
sistemas atômicos, vamos encontrar a luz, conhecida na Terra, como
oscilação eletromagnética
em comprimento médio de onda que nasce do campo atômico, quando os elétrons,
erguidos a órbitas ampliadas pelo abastecimento de energia, retornam às suas
órbitas primitivas, veiculando a sua energia de queda.
Se
excitarmos o átomo com escassa energia apenas se altearão aqueles elétrons da
periferia, capazes de superar facilmente a força atrativa do núcleo.
Compreenderemos,
portanto, que, quanto mais distante do núcleo, mais comprido será o salto,
determinando a emissão de onda mais longa e, por esse motivo, identificada por
menor energia.
E quanto
mais para dentro do sistema atômico se verifique o salto, tanto mais curta, e
por isso de maior poder penetrante, a onda exteriorizada.
“EFEITO COMPTON” – Buscando um
exemplo, verificaremos que a estimulação das órbitas eletrônicas externas
produzirá a luz vermelha, formada de ondas longas, enquanto que o mesmo processo
de atrito nas órbitas que se lhe seguem, na direção do núcleo, originará a
irradiação azul, formada de ondas mais curtas, e a excitação nas órbitas mais
íntimas provocará a luz violeta, de ondas ainda mais curtas. Continuando-se a
progressão de fora para dentro, chegaremos aos raios gama, que derivam das
oscilações do núcleo atômico.
Em todos
esses processos de irradiação, o poder do fóton depende do comprimento da onda
em que se manifesta, qual ficou positivado no “efeito Compton”, pelo qual uma colisão
provocada entre fótons e elétrons revela que os fótons, em fazendo ricochete no
entrechoque, descarregam energia, baixando a freqüência da própria onda e
originando, assim, a luz mais avermelhada.
FÓRMULA DE BROGLIE – A evidência do
fóton vinha enriquecer a teoria corpuscular da luz. Entretanto, certos
fenômenos se mantinham à margem, somente explicáveis pela teoria ondulatória
que a Ciência não aceitara até então.
Foi o
estudioso físico francês, Luis De Broglie; que compareceu no cenário das contradições,
enunciando o seguinte principio:
–
“Compreendendo-se que as ondas da luz, em certas circunstâncias, procedem à
feição de corpúsculos, por que motivo os corpúsculos de matéria, em
determinadas condições, não se comportarão a maneira de ondas?”
E
acrescentava que cada partícula de matéria está acompanhada pela onda que a
conduz.
Suportando
hostilidades e desafios, devotou-se a minuciosas perquirições e criou a fórmula
para definir o comprimento da onda conjugada ao corpúsculo, entendendo-se, desde
então, que os elétrons arremessados pela válvula de Roentgen, quando originam oscilações
curtas, aproximadamente 10.000 vezes mais reduzidas que as da luz são
transportados por ondas tão curtas como os raios X.
MECÂNICA ONDULATÓRIA – Físicos distintos
não se sentiam dispostos a concordar com as novas observações de De Broglie,
alegando que a teoria se mostrava incompatível com o fenômeno da difração e
pediam que o sábio lhes fizesse ver a difração dos elétrons, de vez que não
admitiam a existência de corpúsculos desfrutando propriedades que, a seu ver,
eram exclusivamente características das ondas.
Pouco
tempo decorrido, dois cientistas americanos projetaram um jato de elétrons
sobre um cristal de níquel e registraram a existência da difração, de conformidade
com os princípios de De Broglie.
Desde
então, a mecânica ondulatória instalou-se na Ciência, em definitivo.
Mais da
metade do Universo foi reconhecido como um reino de oscilações, restando a
parte constituída de matéria igualmente suscetível de converter-se em ondas de
energia.
O mundo
material como que desapareceu, dando lugar a tecido vasto de corpúsculos em
movimento, arrastando turbilhões de ondas em freqüências inumeráveis,
cruzando-se em todas as direções, sem se misturarem.
O homem
passou a compreender, enfim, que a matéria é simples vestimenta das forças que
o servem nas múltiplas faixas da natureza e que todos os domínios da substância
palpável podem ser plenamente analisados e explicados em linguagem matemática, embora
o plano das causas continue para ele indevassado, tanto quanto para nós, as
criaturas terrestres temporariamente apartadas da vida física.
“CAMPO1 DE EINSTEIN” – Conhecemos a gama das ondas, sabemos que a
luz se desloca em feixes corpusculares que denominamos “fótons”, não ignoramos
que o átomo é um remoinho de forças positivas e negativas, cujos potenciais
variam com o número de elétrons ou partículas de força em torno do núcleo,
informarmo-nos de que a energia, ao condensar-se, surge como massa para
transformar-se, depois, em energia; entretanto, o meio sutil em que os sistemas
atômicos oscilam não pode ser equacionado com os nossos conhecimentos. Até
agora, temos nomeado esse “terreno indefinível”, como sendo o “éter”; contudo,
Einstein, quando buscou imaginar-lhe as propriedades indispensáveis para poder
transmitir ondas características de bilhões de oscilações, com a velocidade de
300.000 quilômetros por segundo, não conseguiu acomodar as necessárias
grandezas matemáticas numa fórmula, porquanto as qualidades de que essa matéria
devia estar revestida não são combináveis, e concluiu que ela não existe, propondo
abolir-se o conceito de “éter”, substituindo-o pelo conceito de “campo”.
Campo, desse modo, passou a designar o espaço dominado pela
influência de uma partícula de massa.
Para
guardarmos uma ideia do princípio estabelecido, imaginemos uma chama em
atividade. A zona por ela iluminada é-lhe o campo peculiar. A intensidade de
sua influência diminui com a distância do seu fulcro, de acordo com certas
proporções, isto é, tornando-se 1/2, 1/4, 1/8, 1/16, etc., a revelar valor de
fração cada vez menor, sem nunca atingir a zero, porque, em teoria, o campo ou
região de influência alcançará o infinito.
A
proposição de Einstein, no entanto, não resolve o problema, porque a indagação
quanto à matéria de base para o campo continua desafiando o raciocínio, motivo
pelo qual, escrevendo da esfera
extrafísica, na tentativa de analisar, mais acuradamente, o fenômeno da
transmissão mediúnica, definiremos o meio sutil em que o Universo se equilibra
como sendo o Fluido Cósmico ou Hálito Divino, a força para nós inabordável que
sustenta a Criação.
[1] Fonte: Mecanismos da Mediunidade, Ditado pelo Espírito André Luiz, psicografia
de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira, Editora FEB, Capitulo III