O amor é o feliz responsável
pelos pensamentos humano superiores, aqueles que iluminam a criatura,
dignificam a sociedade, fomentam o progresso; porque sem condenar, não
limita o seu raio de ação, antes o amplia, envolvendo todos os seres sencientes
em um só sentimento de fraternidade, sem olvidar as forças da Natureza.
Na cultura do desamor, da
futilidade, do egoísmo, a criatura vale o que se atribui; o que possui, o que projeta
despreocupada em ser melhor, mais tranquila, mais espiritual.
A sua é uma
produtividade externa que afadiga; que estressa que mata. A
preocupação pelo trabalho, pela produção em massa ou em qualidade, torna-se
meta existencial, e a pessoa não dispõe, seja de tempo físico ou mental, para a
sua realidade, Espírito que é, necessitado de nutrir-se de meditação, de
momentos de solidão, de prece.
Quem se não utiliza desses incomparáveis recursos de alimentação
da alma, aturde-se e mergulha no oceano dos conflitos, dos desajustes emocionais,
das fugas da realidade, procurando soluções que, de maneira alguma, alcançam a
finalidade a que se destinam.
Momentos de oração e de meditação diariamente, em especial pela manhã
antes de iniciar-se a faina cotidiana, contribuem com segurança para os
enfrentamentos que surgem durante as horas subseqüentes.
O mergulho nas atividades
volumosas, desde os noticiários perturbadores em torno dos acontecimentos
mundiais até o tumultuado trânsito, que conduz aos destinos escolares, de
trabalho e mesmo de espairecimento, intoxica e desarmonizam as disposições
internas, armando de mau humor as suas vítimas, que estorcegam em
comportamentos ainda mais afligentes.
No trabalho, as
lutas dos diversos grupos que disputam destaque e superação, uns com os outros,
tornam o ambiente irrespirável, dando surgimento a condutas externas, hipócritas,
destituídas de sentimentos de amor e de respeito.
Nas atividades educacionais, as
reclamações salariais e as frustrações afetivas que descompensam, geram
antipatias e animosidades que dividem as pessoas e as asfixiam nos
comportamentos extravagantes ou destituídos de lealdade a que se entregam.
Raramente
os triunfadores do mundo
apresentam-se calmos, seguros de si mesmos, sofrendo a competição desenfreada,
o medo de perderem o lugar no pódio, o culto da vaidade que se permitem.
Irritadiços, desequilibram-se com facilidade, estereótipos programados, vivendo sem naturalidade e quase
destituídos da própria identidade, porque se adaptaram aos padrões que
facultam lucro e produtividade exterior, sem benefícios de natureza íntima.
Apresentam-se
portadores de relacionamentos afetivos difíceis, e porque
acostumados à bajulação, às mesuras, não experimentam a vibração da sinceridade
que deflui da afeição espontânea e leal.
Quando retornam aos lares, mergulham nas
leituras de periódicos que mais os deprimem ou se fixam a programas televisivos
traumatizantes, ou fogem para os clubes e os bares onde encontram semelhantes
inquietos que se estão escondendo no álcool, nas drogas químicas, na luxúria...
A produtividade de fora sem amor torna-se
apenas cansaço e satisfação egóica.
O amor
real
produz empatia de alta significação em quem o conduz, assim como naquele para
quem se dirige.
Conscientiza
o ser a respeito das suas responsabilidades reais perante a vida, convidando ao
mergulho no mundo íntimo, onde se refaz das refregas e recupera as energias
gastas nas inevitáveis batalhas da evolução.
Fortalecido pelo tônico da
afetividade,
o indivíduo movimenta-se no trabalho, sem contaminar-se do morbo presente, com
saúde e disposição de crescimento, sem pisotear outrem ou submeter-se aos seus
caprichos danosos, por havê-los superado espontaneamente.
Não
desejando a felicidade por meio da ruína daqueles que tombam na rampa do
insucesso, vive em harmonia consigo mesmo e com o ambiente no qual se encontra.
O amor produz amor, mesmo quando não é percebido.
Ninguém, no entanto, permanece
imunizado contra o amor.
Partindo
do centro, em ondas concêntricas, o amor faz-se cada vez mais abrangente,
captando forças cósmicas que se lhe incorporam, por emanarem da Divina
Providência.
Nesse
ministério de crescimento e de produtividade superiores, brinda segurança
interna e confiança irrestrita nos bons resultados de todos os empreendimentos,
porque se
assentam nas bases do dever e do respeito pelas demais criaturas que fazem
parte da sua grande família.
Diluente
do medo é portador do vigoroso tônico da coragem e da resistência ao mal que,
no seu terreno, não encontra área para medrar.
Qual a produtividade do amor?
Vitória, sem dúvida, sobre o
ego escravocrata, estímulos para repetir mil vezes qualquer experiência não
exitosa com o entusiasmo da primeira tentativa, harmonia interior, alegria de
viver, prazer de servir, trabalho sem enfado nem cansaço...
Aquilo que o desamor carrega na
condição de fardo,
que o utilitarismo ambiciona com sofreguidão, que o mau humor desenvolve com
marasmo e desencanto, que a perversidade desdobra, a fim de comprazer-se na
desdita alheia que produz, o
amor transforma em página viva de entusiasmo, nunca permitindo a vigência
desses fatores dissolventes nos seus quadros.
Graças ao
amor de Deus os campos revestem-se de cor e de vida, o Sol irisa a Terra, as
águas vitalizam, o ar sustenta as existências, tudo se renova se modifica sem cessar.
Através
do amor das criaturas, as paisagens são transformadas em jardins, pomares,
áreas alimentícias.
O
agricultor, que saúda o amanhecer e dirige-se à terra que o aguarda, a fim de
semear o pão, é co-criador com a Divindade que o gerou e o mantém destinado à
glória e à plenitude.
Onde
viceja o amor, a vida se multiplica ditosa, a produtividade do bem é imbatível,
a alegria é insuperável.
Há, portanto, produtividade sem amor, como dever cansativo, que exaure, e é de superfície, e a do amor em
profundidade, na infinita vertical da vida, gerando para a eternidade.
Por muito amardes – ensinou Jesus – todos os vossos
pecados vos serão perdoados.
O amor produz perdão e paz inabalável,
porque ajuda a recompor o que antes se encontrava destroçado, trabalhando em
sublimidade a terra do coração.
[1] Fonte: Livro – Garimpo de Amor – ditado do
Espírito Joana de Ângelis, psicografia
de Divaldo Pereira Franco, Ed LEAL,
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigada por compartilhar conosco seu ponto de vista,seja sempre bem vindo ao nosso cantinho!