Amor e Jesus são termos da mesma realidade.
Em pleno tresvariar da ética, dominada pelo poder da força, no
auge dos preconceitos e da hegemonia dos ambiciosos conquistadores terrenos, Jesus,
o Pacificador, revolucionou o pensamento vigente e propôs com estoicismo
invulgar: — “Amai-vos uns aos outros como eu vos tenho amado.”
Ninguém antes d’Ele se atrevera a um desafio de tal natureza,
porque todos sempre se colocaram sob as asas do desamor que comandava as mentes
e os corações.
Ele, porém, não. Pairando, sobranceiro, acima das disputas e
chacinas guerreiras, dos interesses mesquinhos e enlouquecedores, das situações
de brilho fugaz, dedicou-se a amar todas as criaturas, indistintamente, vivendo
com simplicidade e harmonia, a fim de demonstrar que somente o amor pode
conduzi-las com segurança ao porto da felicidade.
Nunca relatou qualquer problema, nem apresentou acusação de
natureza alguma, considerando que os seres humanos ainda se encontravam – e se encontram
de certo modo – em estado de infância espiritual, cujo amadure-cimento depende
exclusivamente do amor, a fim de crescerem com segurança, distantes dos perigos
de degeneração ou de recuo ao primarismo de onde procedem.
Estabeleceram, nesse amor, os princípios básicos para a sua
vigência e prosseguimento: a simplicidade, o respeito pelo próximo, a bondade
para com ele, o desinteresse pessoal ante a necessidade do outro, a compaixão,
a perseverança nos propósitos delineados...
À semelhança do Sol generoso que dá vida aos bons e aos maus, aos
nobres e aos plebeus, aos ricos e aos pobres, aos simples e aos fátuos, sem
qualquer distinção, o Seu é o amor que não seleciona, espraiando-se como
claridade diamantina para que dilua toda sombra em predomínio.
Jamais alguém se propusera a essa empresa incomum. Certamente que,
antes d’Ele, diversos missionários viveram em consonância com o amor, mergulhando
na meditação para vivenciá-lo, conduzindo as massas pela montanha da sublimação
acima. A Sua invitação ao amor revestiu-se do Seu próprio exemplo, mesmo antes
de poder demonstrá-lo mediante o testemunho in-comum a que se permitiu pela via
dolorosa até a cruz, a fim de que todos tivessem a demonstração da grandeza do
seu conteúdo.
A
revolução do amor com Ele começou em novas bases e nunca cessará, porque em
cada época da humanidade e em cada estágio da evolução humana, ele se
apresentará mais transcendente e profundo, arrastando as vidas que se lhe
entregarão confiantes e em regime de totalidade.
Por
enquanto, não obstante as formidandas conquistas da inteligência e da
tecnologia, da ciência e da razão, o amor não conseguiu atingir o estágio que
seria ideal, influenciando o comportamento geral para melhor, assim impulsionando
a sociedade para alcançar mais elevado patamar de plenitude.
De alguma
forma, no entanto, vem erguendo a ética dos direitos humanos a uma posição de
destaque entre os códigos estabelecidos, engrandecendo o sentido de respeito
pelas minorias de todos os segmentos sociais, ampliando a visão em torno do
significado existencial, embora ainda defrontando um longo trecho que deverá
percorrer até o momento de dominar as criaturas, qual Ele o fez.
Amor e
Jesus são termos da mesma realidade.
Amando
sempre, jamais escolheu a quem direcionar o Seu sentimento.
Nicodemos
era príncipe, e buscou-O. Ele o atendeu sem qualquer deferência, inundado de
ternura.
Simão, o
leproso, era detestado, mas convidando-O a ir à sua casa, Ele aceitou a
gentileza, e ali ofereceu extraordinária lição de amor, referindo-se à mulher
que embora fosse portadora de conduta irregular, lavou-Lhe os pés com
perfume...
Lázaro e
suas irmãs receberam-nO no lar, e Ele enriqueceu a família com incomuns
demonstrações de amor.
Um
sacerdote vão e simulador, tentando perturbá-lO, interrogou-O a respeito de
quem seria o seu próximo, e Ele, compadecido quão amoroso, narrou a mais
notável parábola do Evangelho, a do bom samaritano.
Diante de
uma mulher surpreendida em adultério; que era conduzida à lapidação por homens
perversos e pervertidos também, consultado quanto a pena a ser-lhe aplicada, se
a proposta por Moisés ou a que Ele ensinava, foi peremptório em relação ao
amor, esclarecendo: Quem estiver isento de pecados, atire-lhe a primeira pedra.
E todos se afastaram cabisbaixos...
Um jovem
que O chamara de Bom Mestre, aparentemente desejando segui-Lo, recebeu a
orientação a respeito de que Bom somente é o Pai, embora Ele fosse Mestre, e,
dominado pelo amor, elucidou como deveria ser feito, a fim de acompanhá-Lo...
Conhecendo
a fragilidade de Pedro, anunciou-lhe a defecção sem o censurar, porque o amava.
Sabendo
dos propósitos de Judas, que era perturbado por Forças Impiedosas do Mais Além,
tomado de infinita compaixão de amor, estimulou-o a que fizesse o que deveria
fazer, e, após o seu suicídio infeliz, foi buscá-lo nas Regiões Inferiores...
Atordoada
mulher samaritana, detestada pela raça a que pertencia e pela conduta a que se
entregara, d’Ele recebeu incomum lição de vida, porque muito a amou.
Compadecido
da multidão que estava esfaimada, e mesmo assim seguia-O, multiplicou os pães e
os peixes, a todos alimentando, em nome do amor.
Por amor,
repreendeu os hipócritas que O tentavam, os vendilhões que enxovalhavam o
Templo, que deveria ser dedicado a outros misteres, os sacerdotes venais, os
herodianos vulgares, os fariseus pusilânimes...
Ante
Caifás, Anás, Herodes e Pilatos; manteve-se em silêncio hercúleo por amá-los e
identificar o estágio espiritual inferior em que se encontravam; incapazes de O
entender. Apenas uma vez respondeu a um deles, certamente não havendo sido
penetrado no conteúdo do que informara.
Mesmo
depois de morto, José de Arimatéia, que pertencia ao Sinédrio, ofereceu-Lhe o
seu túmulo novo, que foi aceito, embora Ele não pudesse ou devesse falar
naquele momento.
... E
mesmo quando estava considerado morto e vencido, por amor retornou ao convívio
dos amigos temerosos, da mãe ansiosa, de viandantes preocupados, da multidão que
se reuniu na Betânia, a fim de escutar João falar sobre Ele, para, somente
então, ascender aos paramos imortais...
Ninguém
jamais amou, conforme Jesus o fez.
Dividiu a
História da Humanidade, mais pelo
amor do que pelas palavras e pelos feitos.
Ele é o
símbolo do amor, porquanto, não amado, continuou amando, e prosseguirá até o
fim dos evos...
Nunca
será esquecido!
Na aridez
do solo da humanidade, a charrua que o pode sulcar, a fim de que se renove e se
arrebente em verdor, em florescência, em frutos incomparáveis, é o amor.
O amor,
que procede de Deus, a Deus retorna, construindo a felicidade onde se apresente
jamais vencido, sempre triunfador.
Nunca te
esqueças, em qualquer situação, a mais penosa que se te apresente, que o amor
possui a solução para todas as dificuldades.
Ama, pois,
sempre!
Final
do livro
[1] Fonte: Livro – Garimpo de Amor – ditado do
Espírito Joana de Ângelis, psicografia
de Divaldo Pereira Franco, Ed LEAL,
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