O amor é um privilégio que deve ser conseguido com
esforço e dedicação.
Para onde se dirija o olhar percuciente e a atenção se fixe,
perceberão a presença do amor, mesmo que sem denominação convencional.
O amor esplende em a Natureza, convidando à reflexão e ao trabalho
como recursos preciosos de elevação e de felicidade.
Os percalços existenciais, os desafios e sofrimentos são conseqüências
do não-amor, que geraram, no passado da criatura em processo de evolução, esses
efeitos perturbadores, por meio dos quais se podem recuperar, volvendo ao
equilíbrio e dando prosseguimento aos compromissos dignificadores.
Quem ama estua de
felicidade, porque se encontra pleno de ternura e de compaixão, de
fraternidade e de perdão.
Não espera fruir de imediato quaisquer resultados, apenas se
coloca em posição de oferecer e de ajudar os outros no seu desempenho moral.
Enquanto se espera receber, trabalhando o programa evolutivo na
base do auxílio que deve proceder de outrem, permanece-se em infância psicológica,
em dependência lamentável.
Um coração rico de alegria de viver e uma estação mental que
irradia beleza e paz, são as mais elevadas expressões do amor embutido no ser
que se auto conquistou e expande-se na direção das demais criaturas.
O amor é um privilégio que deve ser conseguido com esforço e
dedicação, porquanto a sua é uma resposta de incomparável bem-estar e de
satisfação íntima incomum.
Somente pode entender-lhe todo o
poder e sentir-lhe toda a grandeza aquele que se permitiu impregnar pela sua
essência.
As pessoas lutam pela aquisição de coisas, pelas projeções
sociais, pelo poder temporal, pela beleza física, pelas situações invejáveis,
pensando que encontrarão a felicidade nesse ufanismo hedonista, para logo
despertarem vazias de sentimentos, tediosas e amarguradas, solitárias e
sofridas.
Os valores realmente positivos
são aqueles que não pesam nem ocupam espaços materiais, mas que se restringem
às dimensões emocionais livres de posse e de paixão.
São eles que trabalham em favor da felicidade real do indivíduo,
porque nunca se perdem, jamais são roubados ou sofrem envelhecimento. Sempre
atuais, são grandiosos, porque iluminam a vida.
Indague-se
às pessoas que usam os favores existenciais, os que desfrutam dos bens
terrenos, da alucinação do sexo, que têm atendidos os desejos de todo tipo, se
estão felizes, e responderão que se encontram cansadas, entediadas, ansiosas
por novas formas de prazeres.
O jogo dos interesses imediatistas que trabalham em favor do egoísmo
e da vaidade, somente oferece desencanto, porque conduz a novas formulações de
ansiedade e de desespero.
Quem nada tem atormenta-se pela
falta, encarcerando-se na ambição da posse.
Quem muito tem inquieta-se pela
abundância,
aprisionando-se no medo da perda dos haveres. Outrossim; aflige-se para atingir
o topo entre aqueles que lhe compartem as posições da fortuna, destacados nas revistas
especializadas e invejados pela sociedade sofredora.
São os felizes na aparência e infelizes na
realidade.
Se alguns
tivessem coragem trocariam a situação de quase-miséria pela conquista da paz,
amando. No entanto, preferem a amargura da situação desditosa, ambicionando o
que talvez nunca venham a possuir.
Os
outros, aqueles que possuem muito, se tivessem valor moral e força espiritual,
permutariam, conforme às vezes pensam a abundância vazia pela lealdade do amor
de alguém, da confiança irrestrita em outrem, do apoio emocional em algum
coração desinteressado dos seus tesouros.
Só o amor consegue milagres desta natureza:
enriquecer o pobre de dinheiro com alegria de viver e empobrecer o rico de
moedas, tornando-o feliz com a paz de ser livre da prisão tormentosa.
Certamente
essa é uma tarefa muito difícil de ser
realizada, especialmente tendo-se em vista a cultura do poder terreno,
da apresentação bem-cuidada de fora, das possibilidades de mando e de destaque
que tanto deslumbram e desequilibram. Mas não é impossível, porque não são;
poucos também aqueles que renunciaram a tudo ter, a fim de cada qual tornar-se
uma pessoa integral.
Quando
Francisco de Assis saiu a pregar a humildade, a renúncia, o amor; foram muitos
os nobres, os ricos, os poderosos que abandonaram tudo e se lhe renderam
emocionados, seguindo-lhe as pegadas por dedicação a Jesus e ao Seu Evangelho.
Clara,
fascinada pelo verbo cândido do Pobrezinho de Assis, deixou o mundo de mentiras
onde vivia e partiu na sua direção, pouco antes do matrimônio com um rico
negociante, para vincular-se à Dama pobreza.
Outros há
como Léon Tolstoi, que abdicou da fortuna para dar oportunidade aos seus irmãos
camponeses que estorcegavam na miséria.
Luísa de
Marillac, igualmente comovida com os exemplos de São Vicente de Paulo,
libertou-se da abundância, para poder melhor servir a miséria, tocada
profundamente pela palavra do apóstolo que apresentava Jesus nos seus atos.
Ainda
hoje há muitos indivíduos que compreendem ser a felicidade algo conquistável
por meio do amor e empenham-se pelo entregar-se-lhe totalmente.
Conveniente
não confundir prazer e felicidade, gozo e plenitude.
Há
prazeres saudáveis e singelos que abrem espaços para os gozos espirituais,
pórtico de entrada da futura plenitude que se experimentará.
Os
pequenos prazeres que não afadigam; que não perturba que somente propiciam
bem-estar a quem os busca, como também aos outros, são os sinais da posterior
felicidade que tomará conta do ser em caráter de totalidade.
Tudo,
porém, sob a égide do amor.
[1] Fonte: Livro – Garimpo de Amor – ditado do
Espírito Joana de Ângelis, psicografia
de Divaldo Pereira Franco, Ed LEAL,
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