Escutamos freqüentemente frases que constituem atestados de
incompatibilidade ou admiração instantânea em relacionamentos, emitidas
rotineiramente nas diversas rodas de convivência, definindo alguns sentimentos
que temos pelo outro como se fossem predestinados e definitivos.
Convivemos, comumente, “ao sabor” daquilo que sentimos espontaneamente
por alguém.
Consideremos nesse tema que o Amor não é um automatismo do sentir no
aprendizado das relações humanas, como se houvessem fatores predisponentes e
inderrogáveis para gostar ou não gostar dessa ou daquela criatura.
Amar é uma
aprendizagem.
Conviver é uma
construção.
Não existe Amor ou desamor à
primeira vista, e sim simpatia ou
antipatia.
Amor não pode ser confundido com um sentimento ocasional e especialmente
dirigido a alguém. Devemos entendê-lo como O Sentimento Divino que alcançamos a
partir da conscientização de nossa condição de operários na obra universal, um “estado
afetivo de plenitude”, incondicional, imparcial e crescente.
Ninguém ama só de sentir.
Amor verdadeiro é vivido. O atestado de Amor verdadeiro é lavrado nas atitudes
de cada dia.
Sentir é o passo primeiro, mas se a seguir não vêm às
ações transformadoras, então nosso Amor pode estar sendo confundido com fugazes
momentos de felicidade interior, ou com os tenros embriões dos novos desejos no
bem que começamos a acalentar recentemente.
O Amor é crescente no tempo e uniforme no íntimo, não tem hiatos.
Mesmo entre aqueles que a simpatia brota instantaneamente, Amor e
convivência sadia serão obras do tempo no esforço diário do entendimento e do
compartilhamento mútuo do desejo de manter essa simpatia do primeiro contato,
amadurecendo-a com o progresso dos elos entre ambos.
Sabendo disso, evitemos frases definitivas que declarem desânimo ou
precipitação em razão do que sentimos por alguém. Relações exigem cuidados para
serem edificadas no Amor, e esse aprendizado exige os testes de aferição no
transcorrer dos tempos.
Se nos guardamos na retaguarda moral e afetiva, esperando que os outros
melhorem e se adaptem às nossas expectativas para com eles, a fim de
permitirmo-nos amá-los, então, certamente, a noção de gostar, que acalentamos é
aquela na qual ainda acreditamos que Deus faculta isso como Dom Divino e natural
em nossos corações conforme a sua Vontade.
Encontrando-nos nesse patamar de evolução, nada mais fazemos que transfira
para o Pai a responsabilidade pessoal do testemunho sacrifical, na criação de
elos de libertação junto a quantos esposam nossos caminhos nas refregas da
vida.
Amor não é empréstimo Divino para o homem e sim aquisição de cada dia na aprendizagem intensiva de construir
relacionamentos propiciadores de felicidade e paz.
Espíritas que somos temos bons motivos para crer na força do Amor,
enquanto a falta de razões convincentes tem induzido multidões de distraídos
aos precipícios da dor, porque palmilham em decidida queda para as furnas do desrespeito,
da lascividade, da infidelidade, da vingança e da injustiça, em decrépitas
formas de desamor.
A terapêutica do Amor é, sem
dúvida, a melhor e mais profilática medicação do Pai para seus filhos na criação.
Compete-nos, aos que nos encontramos à míngua de paz, experimentá-la em
nossos dias, gerando fatos abundantes de Amor, vibrando em uníssono com as
sábias determinações cósmicas estatuídas para a felicidade do ser na aquisição
do glorioso e definitivo título de Filhos de Deus.
E se esse sentimento sublime carece aprendizagem, somente um recurso
poderá promover semelhante conquista: a
educação.
[1] Livro: Laços de Afeto – psicografia de Wanderley S. de
Oliveira, pelo Espírito Ermance Dufaux Edit. Ermance Dufaux, 1ª parte, Cap. 02. Todos os grifos, numeração, coloridos, negritos, sublinhados
e itálicos: é de autoria da redação do Jornal A FAGULHA, quanto aos nossos
estudos destes artigos.
Fonte da imagem: http://www.grupomensageirosdeluz.com.br/aprendendo-a-amar/
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