quinta-feira, 4 de abril de 2019

AMOR E VIDA


AMOR E VIDA[1]

Quanto mais amor se dá, mais amor se possui para doar.
O amor é o sentimento fundamental para o estabelecimento da felicidade humana, sem o qual a vida perde o total sentido e significado de que se re-veste.
Um indivíduo rico de amor transforma-se em precioso celeiro, onde todos se podem repletar de alimento vivo.
Iniciando o seu périplo no imo de alguém que se engrandece com a sua presença, expande-se amplamente, alcançando a tudo e a todos que se lhe encontrem no raio de abrangência e conquista.
Desejando-se um mundo sem angústias nem problemas sociais, livre das misérias econômicas e guerreiras, apele-se para o amor, que possui os recursos hábeis para a conciliação, o perdão, a transformação moral dos indivíduos, fomentando o progresso e dirigindo-o no rumo da harmonia geral.
Por isso, o amor é vida que gera e impulsiona outras vidas, a fim de que alcancem as metas que lhes estão destinadas e podem ser conseguidas se houver empenho e dedicação sob a sua invulgar inspiração.
Quanto mais amor se dá, mais amor se possui para doar, porque é de natureza inesgotável.
Pensa-se que o amor restringe-se ao reduzido grupo da família, dos amigos selecionados, dos participantes das atividades afins. Certamente, esse movimento tem a presença do amor que se está instalando no âmago do ser, mas que deverá percorrer um largo caminho de experiências e amadurecimento.
Outras vezes, acredita-se que o amor se manifesta através dos gestos grandiloqüentes, das ações exponenciais, das renúncias gloriosas, dos sacrifícios e martírios que comovem o mundo e o deslumbram, demonstrando a grandeza da alma humana...
Realmente, esses são momentos culminantes do amor, que se inicia e se engrandece a partir de insignificantes oferendas, desde um sorriso gentil a uma palavra calorosa e esclarecedora, de uma dádiva espontânea a um ato de compreensão diante de uma circunstância perturbadora...
Da mesma forma, o não julgamento apressado a respeito de uma ocorrência infeliz, o auxílio de contemporização ante litigantes, o silêncio oportuno que evita a dissensão, constituem manifestações do amor na vida, contribuindo em favor da plenitude de todas as vidas existentes e por existirem.
A renúncia a pequenas satisfações pessoais, que se transformam em benefício para outras pessoas, um pensamento ungido de compaixão, são portadores da presença do amor em movimento.
Desejando-se amor, é imprescindível amar, não com o caráter retributivo, mas com objetivo enriquecedor e feliz.
À medida que se instala no coração, modifica para melhor o comporta-mento da pessoa, enseja claridade emocional na sombra dos conflitos, dá cor e encanto à paisagem dos sentimentos, mesmo quando ainda dominados pelas torpezas e pela treva da ignorância, auxiliando na inevitável transformação para ter condições de receber as sementes da verdade e do conhecimento.
O amor é inexcedível!
Não se preocupa na forma como será recebido, mas na maneira como se expressa, irradiando-se sobranceiro.
Santo Agostinho, fascinado com os milagres que o amor opera, declarou enfático: “Eu sou apaixonado pelo amor.”
Essa paixão que tinha pelo amor fez que o dilatasse em favor da Humanidade, tornando-o iluminado, em razão do autoconhecimento a que se entregou, ampliando-o pela esteira dos séculos em benefício de todas as criaturas.
São Francisco de Assis, de tal maneira se embriagou com o elixir do amor e o viveu tão intensamente que a sua mensagem afetuosa e simples mudou os rumos da História, tornando-se, em conseqüência, o pai da Ecologia, o pioneiro do Renascimento, o perfeito imitador de Jesus, a Quem seguiu com entrega total e paixão imorredoura.
Homens e mulheres que se propuseram a amar tornaram-se modelos de vida e de plenitude, totalmente integrados no espírito de doação, que é a característica fundamental e inapelável do amor.
O mundo atual estertora, porque há carência de amor em toda parte. Fala-se muito no amor, comenta-se sobre a sua finalidade, estabelecem-se regras e critérios, no entanto, não se o introjeta no coração, a fim de que se externe em palavras e ações, alterando a marcha dos acontecimentos.
Por isso, o ser humano enferma, porque se nega à vacinação preventiva do amor, ou quando se encontra afetado por alguma doença, recusa-se à amorterapia, que o libertaria da injunção afligente.
Encontram-se equivocados a seu respeito todos aqueles que aspiram a recebê-lo sem a consciência de oferecê-lo, aspirando a receber sem dar, a fruir sem sensibilidade para deixar-se impregnar pelos seus fluidos transcendentes.
O amor nunca se sacrifica, conforme se pensa equivocadamente, porque tudo quanto realiza, mesmo a peso de muito testemunho e doação, é espontâneo, não lhe constituindo martírio, antes representando um imenso prazer a bênção que persegue e se transforma em alegria de oferecer sem qualquer restrição.
Pais, irmãos, afetos diversos asseveram que, se necessário, são capazes de oferecer a vida pela de outrem, desde que seja alguém desses a quem se afeiçoam com ternura e devotamento no lar. É, sem dúvida, um gesto heróico e grandioso, entretanto, na desnecessidade de assim proceder, estão convidados a compreender e tolerar, a perseverar ao seu lado nas horas difíceis, a assistir com delicadeza e discrição, passando despercebidos e sem a presença dos holofotes da exibição ou os louros da retribuição.
O amor, portanto, é um gigante que se faz pigmeu quando necessário, e é quase um nada que se avoluma conforme o momento e as circunstâncias que lhe imponham essa modificação de estrutura.
Quando alguém oferece amor a outrem, ele se vai agigantando e abraçando outros que encontra pela frente, porque faz que se desenvolva o seu germe que permanece aguardando os estímulos para desenvolver-se, terminando por abarcar todo o mundo.
A religião mais eficiente é aquela, portanto, que se fundamenta no amor real, essência da vida legítima.
Presente em toda a Natureza, porque procedente de Deus, da criatura humana se irradia abrangendo tudo e voltando na direção a Deus.
Cultiva o amor no pensamento, externa-o nas palavras e vive-o nas ações, sem preocupação de haveres ou não alcançado o seu sublime clímax.
Começa-o agora e segue-lhe a trilha infinita, cada vez amando mais.
Habituar-te-ás ao amor de tal forma, que nunca mais poderás viver sem ele no coração.


[1] Livro: Garimpo de amor – Ditado pelo Espírito Joana de Angelis, psicografia de Divaldo P. Franco, Edit. LEAL. Todos os grifos, numeração, coloridos, negritos, sublinhados e itálicos: é de autoria da redação do Jornal A FAGULHA, quanto aos nossos estudos destes artigos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigada por compartilhar conosco seu ponto de vista,seja sempre bem vindo ao nosso cantinho!