A PERGUNTA DO GUIA[1]
Irmão José
D. Maria Rita era médium de incorporação.
Embora os achaques constantes, era devotada ao
serviço.
Trabalhava com afinco, organizando a
sopa que o Centro Espírita oferecia aos mais carentes.
Confeccionava enxovais para os
recém-nascidos.
Aplicava passes aos enfermos.
Orientava os jovens.
No entanto, estava sempre atormentada por muitas
dores. Distúrbios estomacais, cefaleias, reumatismo...
Um dia, logo após deitar-se, saiu de forma consciente
do corpo, encontrando-se com Logogrifo, o vigilante guia espiritual que lhe
orientava as atividades da terra.
Bondoso amigo – principiou por dizer a serva do bem – Tenho
feito o que posso...
Luto comigo mesma para perseverar na tarefa, mas o meu
fardo pesa muito...
Peço-lhe
que interceda por minha saúde, pois estou cansada de médicos e remédios...
E meio sem jeito, arrematou: Será que já não tenho merecimento suficiente
para me livrar de vez dos males que me atormentam?!
Fitando-a, sorridente e afável, o protetor
simplesmente indaga:
Minha irmã, e se você se liberasse dessas pequeninas
indisposições orgânicas que a mantêm vinculada à fé, distanciando-se do caminho
em que vem cumprindo com fidelidade os deveres que competem?!
D. Maria Rita nada respondeu, contudo dali para
frente, o seu semblante, antes carregado e taciturno, iluminou-se de uma nova
alegria.
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