TOLERÂNCIA
“Ele, porém, respondeu: senhor,
deixa-a ainda este ano, até que eu escave ao redor dela, e lhe ponha adubo”.
Lucas
Cap. 13, v. 8.
Onde não existe a tolerância,
desaparece por completo a esperança, e a caridade fica impedida de confortar os
corações.
Cada um de nós representa uma
figueira na imensa vinha de Deus, onde temos direitos e deveres. Fomos
plantados no meio cósmico, para crescer e frutificar, pelos nossos próprios
esforços, embora as bênçãos exteriores do agricultor divino nunca faltem.
O dono da vinha criou as leis com
base nas funções da própria vida, e seus filhos maiores inspecionam o plantio
da verdade, em todos os campos de germinação. Trazendo em seus corações a
pureza do amor, em forma de variadas virtudes, os mensageiros divinos
estruturaram, por ordem da Grande Luz, um reino que servisse de sustentáculo
aos homens nas suas fraquezas, nas suas dores, nos seus conflitos. Esse recanto
divino, mesmo no chão do mundo, tem o nome de Evangelho.
As leis representam juízes severos,
mas justiceiros. Os filhos maiores, cheios de tolerância, e amor, imbuídos de
misericórdia e plenos de discernimento, fazem o papel de reguladores de forças.
Dão a cada um a quantidade que ele possa assimilar, sem se perturbar; absorver,
sem se abater: apreender, sem se transtornar. A própria psicologia nos ensina
que é sofrendo que a alma se torna mansa; é a dor que a faz amar com desapego; é
o padecimento que a faz meditar com mais profundidade, na vida que leva e na
morte que vem.
Eis porque, não deixamos de lembrar
aos irmãos estudiosos que, quando a lei do retorno atinge um ser, a misericórdia
não o esquece; a tolerância dos céus aproxima-se do seu coração. Não existe
magia mais poderosa que a dor, para alargar a visão do espírito, possibilitando-lhe
sentir Deus, amar a Deus, e buscar a Deus.
Cristo, regulador da lei do Senhor
na Terra, Mestre por excelência e jardineiro da Divindade, narra a parir bola
da figueira estéril, plantada em uma vinha, cujo dono, não encontrando o fruto
desejado, intentou cortar. Mas o dedicado responsável pela vinha, com os
poderes do amor, revestido da soberania imperturbável da tolerância, faz
cumprir sua augusta missão de controlador da vida, servindo-se da própria
vontade do Criador de todas as coisas.
A lei age sobre todos nós com uma
justiça implacável, mas tolerante. Suponhamos por exemplo que um título por nós
assinado, com data certa de vencimento, não possa ser pago à época aprazada. A
intervenção de alguém que nos ama, e que possui condições para interceder por nós,
conseguindo uma moratória em boas condições, representa a tolerância da vida
para conosco, os filhos de Deus.
Como já dissemos, somos as
figueiras na grande vinha de Deus, o Senhor Justiceiro, que criou a lei dos
reinos todos. E Cristo, o filho maior é o jardineiro compassivo que, ao cuidar
das plantas com toda a dedicação, nota que alguns estão sendo atacados pela própria
natureza; interfere, com seus recursos, solicitando mais tempo e novas
oportunidades para as figueiras humanas, na esperança de que elas possam vir a
dar frutos, nessa mesma existência. Quando não consegue este resultado. plasma,
em sua mais íntima estrutura, o amor, que servirá de alicerce para novas
etapas.
Em todos os bastidores da vida,
Deus estatuiu a lei justiceira. Mas, ao lado dela, com todos os poderes,
colocou os filhos de seu coração, testificando amor e tolerância junto aos
homens, a fim de que eles possam, assim, sentir a bondade do Pai celestial.
Se alguém te ofender, espera um
pouco, e faz algo em beneficio dele que, de algum modo, também poderá ser útil
a outros.
Se alguém só produz frutos
corrompidos, ou está como a figueira estéril, tolera-o, como benfeitor, e aduba
suas qualidades boas, na esperança de que, algum, dia, possa ele se incluir no
grande pomar de Deus.
Se alguém torce a verdade, para que
tu sofras, tolera em silêncio. Espera mais um pouco, e verás que amanhã estará
tudo mudado.
Abençoemos nossos irmãos ignorantes
e cuidemos deles com carinho, imbuídos de tolerância cristã. Se nos faltar
algum ânimo, leiamos novamente esse versículo, que nos alegra, de forma especial:
“Ele, porém, respondeu: Senhor,
deixa-a ainda este ano, até que eu escave ao redor dela, e lhe ponha adubo”.
Livro:
Alguns ângulos dos ensinos do Mestre, psicografia de João Nunes Maia / ditado
pelo Espírito Miramez , Editora O Consolador
Lindo ensinamento! depositemos dentro de nos a tolerância para que possamos ser dignos, do amparo do nosso Mestre Jesus.
ResponderExcluirGrifado, A lei age sobre todos nós com uma justiça implacavel, mas tolerante!
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