PRIMÓRDIOS
DA ELETRÔNICA
– Espíritos eminentes, atendendo aos imperativos da investigação científica
entre os homens, volvem da Espiritualidade ao Plano Terrestre, incentivando
estudos acerca da natureza ondulatória do Universo.
A
Eletrônica balbucia as primeiras notas com Tales de Mileto, 600 anos antes do
Cristo.
O grande
filósofo, que tinha a crença na unidade essencial da Natureza, observa a
eletrização no âmbar (“elektron”, em grego).
Seus
apontamentos sobre as emanações luminosas são retomados, no curso do tempo, por
Herão de Alexandria e outras grandes inteligências, culminando nos raciocínios
de Descartes, no século 17, que, inspirado na teoria atômica dos gregos,
conclui, trezentos anos antes da descoberta do elétron, que na base do átomo
deveria existir uma partícula primitiva, chegando a desenhá-la, com
surpreendente rigor de concepção, como sendo um “remoinho” ou imagem aproximada
dos recursos energéticos que o constituem.
Logo
após, Isaac Newton realiza a decomposição da luz branca, nas sete cores do
prisma, apresentando, ainda, a idéia de que os fenômenos luminosos seriam
correntes corpusculares, sem excluir a hipótese de ondas vibratórias, a se
expandirem no ar.
Huyghens
prossegue na experimentação e defende a teoria do éter luminoso ou teoria
ondulatória.
Franklin
teoriza sobre o fluido elétrico e propõe a hipótese atômica da eletricidade,
tentando classificá-la como sendo formada de grânulos sutis, perfeitamente
identificáveis aos remoinhos eletrônicos hoje imaginados.
CAMPO
ELETROMAGNÉTICO
– Nos primórdios do século 19, aparece Tomás Young, examinando as ocorrências
da reflexão, interferência e difração da luz, fundamentando-se sobre a ação
ondulatória, seguindo-se-lhe Fresnel, a consolidar-lhe as deduções.
Sucedem-se
investigadores e pioneiros, até que, em 1869, Maxwell afirma, sem que as suas
asserções lograssem despertar maior interesse nos sábios de seu tempo, que as
ondulações de luz nasciam de um campo magnético associado a um campo elétrico, anunciando
a correlação entre a eletricidade e a luz e assegurando que as linhas de força
extravasam dos circuitos, assaltando o espaço ambiente e expandindo-se como
pulsações ondulatórias.
Cria ele
a notável teoria eletromagnética.
Desde
essa época, o conceito de campo eletromagnético assume singular importância no
mundo, até que Hertz consegue positivar a existência das ondas elétricas,
descobrindo-as e colocando-as a serviço da Humanidade.
Nas
vésperas do século 20, a Ciência já considera a Natureza terrestre como
percorrida por ondas inumeráveis que cruzam todas as faixas do Planeta, sem
jamais se misturarem.
Entretanto,
certa indagação se generalizara.
Reconhecido
o mundo como vasto magneto, composto de átomos, e sabendo-se que as ondas
provinham deles, como poderiam os sistemas atômicos gerá-las, criando, por
exemplo, o calor e a luz?
ESTRUTURA
DO ÁTOMO
– Max Planck, distinto físico alemão, repara, em 1900, que o átomo, em lançando
energia, não procede em fluxo contínuo, mas sim por arremessos individuais ou,
mais propriamente, através de grânulos de energia, estabelecendo a teoria dos
“quanta de energia”.
Foi então
que Niels Bohr deduziu que a descoberta de Planck somente se explicaria pelo
fato de gravitarem os elétrons, ao redor do núcleo, no sistema atômico, em
órbitas seguramente definidas, a exteriorizarem energia, não girando como os
planetas em torno do Sol, mas saltando, de inesperado, de uma camada para
outra.
E,
procedendo mais por intuição que por observação, mentalizou o átomo como sendo um núcleo cercado, no máximo, de sete camadas
concêntricas, plenamente isoladas entre si, no seio das quais os elétrons
circulam livremente, em todos os sentidos. Os que se localizam nas
zonas periféricas são aqueles que mais facilmente se deslocam, patrocinando a
projeção de raios luminosos, ao passo que os elétrons aglutinados nas camadas
profundas, mais jungidos ao núcleo, quando mudam de órbita deixam escapar raios
mais curtos, a se graduarem na série dos raios X.
Aplicada
a teoria de Bohr em multifários setores da demonstração objetiva, ela alcançou
encorajadoras confirmações, e, com isso, dentro das possíveis definições
terrestres, o cientista dinamarquês preparou o caminho mais amplo entendimento
da luz.
ESTADO
RADIANTE E RAIOS 10º – A Ciência da Terra acreditava antigamente que os
átomos fossem corpúsculos eternos e indivisíveis. Elementos conjugados entre si
entrelaçavam-se e se separavam, plasmando formas diversas.
Seriam
como vasto, mas limitado capital da vida de que a Natureza poderia dispor sem
qualquer desperdício.
No último
quartel do século 19, porém, singulares alterações marcaram os passos da
Física.
Retomando
experiências iniciadas pelo cientista alemão Hittorf, William Crookes valeu-se
de um tubo de vidro fechado, no qual obtinha grande rarefação do ar, fazendo
passar, através dele, uma corrente elétrica, oriunda de alto potencial.
Semelhante
tubo poderia conter dois ou mais eletrodos (cátodos e ânodos, ou pólos negativos e
positivos, respectivamente), formados por fios de platina, e rematados em placas
metálicas de substância e molde variáveis.
Efetuada
a corrente, o grande físico notou que do cátodo partiam raios que, atingindo a
parede oposta do vidro, nela formavam certa luminosidade fluorescente.
Crookes
classificou como sendo radiante o estado em que se mostrava o gás contido no
recipiente e declarou guardar a impressão de que conseguira reter os
corpúsculos que entretecem a base física do Universo.
Mas,
depois dele, aparece Roentgen, que lhe retoma as investigações, e, projetando
os raios catódicos sobre tela metálica, colocou a própria mão entre o tubo e
pequena chapa recamada de substância fluorescente, observando que os ossos se destacavam
em cor escura, na carne que se fizera transparente.
Os raios
10º ou raios Roentgen foram, desde então, trazidos à consideração do mundo.
ELETRON
E RADIOATIVIDADE
– O jovem pesquisador francês Jean Perrin, utilizando a ampola de Crookes e o
eletroscópio, conseguiu positivar a existência do elétron, como partícula elétrica,
viajando com rapidez vertiginosa.
Pairava
no ar a indagação sobre a massa e a expressão elétrica de semelhante partícula.
Surge,
todavia, José Thomson, distinto físico inglês, que, estudando-a do ponto de
vista de um projétil em movimento, consegue determinar-lhe a massa, que é,
aproximadamente, 1.850 vezes menor que a do átomo conhecido por mais leve, o
hidrogênio, calculando-lhe, ainda, com relativa segurança, a carga e a
velocidade.
Os
apontamentos objetivos, em torno do elétron, incentivaram novos estudos do
infinitamente pequeno.
Animado
pelos êxitos dos raios de Roentgen, Henri Becquerel, com o auxílio de amigos
espirituais, porque até então o gênio científico na Terra desconhecia o extenso
cabedal radioativo do urânio, escolhe esse elemento para a pesquisa de novas
fontes dos raios 10º e surpreende as radiações diferentes que encaminham o casal
Curie à descoberta do rádio.
A Ciência
percebeu, afinal, que a radioatividade era como que a fala dos átomos,
asseverando que eles nasciam e morriam ou apareciam e desapareciam no
reservatório da Natureza.
QUIMICA
NUCLEAR
– O contador de Geiger, emergindo no cenário das experimentações da
Microfísica, demonstrou que, em cada segundo, de um grama de rádio se
desprendem 36 bilhões de fragmentos radioativos da corrente mais fraca de raios
emanantes desse elemento, perfazendo um total de 20.000
quilômetros de irradiação por segundo.
No
entanto, há tão grande quantidade de átomos de rádio, em cada grama desse
metal, que somente no espaço de 16 séculos é que o seu peso fica reduzido à
metade[2].
Apreendendo-se
que a radioatividade exprimia a morte dos sistemas atômicos, não seria possível
apressar-lhes a desintegração controlada, com vistas ao aproveitamento de seus
potenciais energéticos?
Rutherford
lembrou que as partículas emanadas do rádio funcionam como projéteis vigorosos,
e enchendo um tubo com azoto, nele situou uma parcela de rádio, reparando os
pontos de queda dos corpúsculos eletrizados sobre pequena tela fosforescente.
Descobriu,
desse modo, que os núcleos do azoto, espancados em cheio pelas partículas
radioativas alfa, explodiam, convertendo-se em hidrogênio e num isótopo do
oxigênio.
Foi
realizada, assim, calculadamente, a primeira transmutação atômica pelo homem,
originando-se, desde então, a chamada química nuclear, que culmina hoje
com a artilharia atômica do cíclotron, estruturado por Lawrence, à feição de um
eletro-imã, onde, acelerados por uma corrente de milhares de volts, em tensão alternada
altíssima, projéteis atômicos bombardeiam os elementos a eles expostos, que se
transmutam em outros elementos químicos conhecidos, acrescidos dos chamados
radioisótopos, que o casal Joliot-Curie obteve pela primeira vez arremessando
sobre o alumínio a corrente menos penetrante do rádio, constituída de núcleos do
hélio, ou hélions. Surgiram, assim, os fecundos serviços da radioatividade
artificial.
Nossos apontamentos sintéticos; objetivam apenas destacar a analogia
do que se passa no mundo Intimo das forças corpusculares que entretecem a
matéria física e daquelas que estruturam a matéria mental.
[1] Fonte: Mecanismos da Mediunidade, Ditado pelo Espírito André Luiz, psicografia
de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira, Editora FEB, Capitulo II
[2] NOTA DA EDITORA, em 1993:
Este parágrafo, conforme está escrito, parece dizer que o tempo de meia-vida
depende da quantidade de material, ou número de átomos de rádio, o que não
condiz com o conhecimento que a Ciência tem do assunto. Lembra Emmanuel, no
Prefácio, que André Luiz se serviu, nesta obra, de estudos e conclusões de
cientistas da Terra, podendo, então, ter havido, quanto ao assunto em pauta,
entendimento imperfeito ou do autor espiritual, ou do médium, ou da fonte
científica da qual se originou o parágrafo.