domingo, 14 de outubro de 2018

NOS PASSOS DO SENHOR


NOS PASSOS DO SENHOR[1]


 “... Estreita é a porta e apertado o caminho que conduz para vida...”
Jesus;
Mateus, 7:4

Nos domínios da alma, não há conquista sem merecimento e não existe merecimento sem trabalho.
O caminho da ilusão é de fácil acesso, mas o que conduz à vida plena constitui permanente desafio e somente conseguem percorrê-lo os que já sabem renunciar.
A porta da felicidade que procuramos Abrir-se-á com a chave do dever cumprido.
Jesus traçou o caminho que precisamos percorrer por nós mesmos, sustentando nos ombros a cruz das provas remissoras.
Ninguém avança sozinho.
Os que seguem à frente nos auxiliam, mas, por nossa vez, devemos socorrer aos companheiros da retaguarda.
Prossigamos nos passos do Senhor e nada nos desnorteará.


[1] Livro: Tende Bom Animo – psicografia de Francisco Cândido Xavier e Carlos Antonio Baccelli, Edit. FEB. Todos os grifos, numeração, coloridos, negritos, sublinhados e itálicos: é de autoria da redação do Jornal A FAGULHA, quanto aos nossos estudos destes artigos.
   Fonte da imagem:  https://www.ideepregaihoje.com.br/2014/12/nos-passos-do-senhor-jesus.html

sábado, 13 de outubro de 2018

SIGAMOS ATÉ LÁ


SIGAMOS ATÉ LÁ[1]

“Se vós estiverdes em mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito.”
Jesus
João, 15:7

Na oração dominical, Jesus ensina aos cooperadores a necessidade de observância plena dos desígnios do Pai.
Sabia o Mestre que a vontade humana é ainda muito frágil e que inúmeras lutas rodeiam a criatura até que aprenda a estabelecer a união com o Divino.
Apesar disso, a lição da prece foi sempre interpretada pela maioria dos crentes como recurso de fácil obtenção do amparo celestial.
Muitos pedem determinados favores e recitam maquinalmente as fórmulas verbais.
Certamente, não podem receber imediata satisfação aos caprichos próprios, porque, no estado de queda ou de ignorância, o espírito necessita, antes de tudo, aprender a submeter-se aos desígnios divinos, a seu respeito.
Alcançaremos, porém, a época das orações integralmente atendidas.
Atingiremos semelhante realização quando estivermos espiritualmente em Cristo. Então, quanto quiser, ser-nos-á feito, porquanto teremos penetrado o justo sentido de cada coisa e a finalidade de cada circunstância.
Estaremos habilitados a querer e a pedir, em Jesus, e a vida se nos apresentará, em suas verdadeiras características de infinito, eternidade, renovação e beleza.
Na condição de encarnados ou desencarnados, ainda estamos caminhando para o Mestre, a fim de que possamos experimentar a união gloriosa com o seu amor. Até lá, trabalhemos e vigiemos para compreender a vontade divina.


[1] Livro: Pão Nosso – Ditado pelo Espírito Emmanuel; psicografia de Francisco Cândido Xavier, Cap. 59 Edit. FEB. Todos os grifos, numeração, coloridos, negritos, sublinhados e itálicos: é de autoria da redação do Jornal A FAGULHA, quanto aos nossos estudos destes artigos.
   Fonte da imagem:  http://devocionaldiario.org/clasicos/clasicos-a-w-tozer-sigamos-en-pos-de-dios-2

sexta-feira, 12 de outubro de 2018

CURA e CARIDADE


CURA e CARIDADE[1]

Cada vez que nos reportamos aos serviços da cura, é justo pensar nos enfermos, que transcendem o quadro da diagnose comum. 
Enxameiam, aflitos, por toda parte, aguardando medicação.
Há os que cambaleiam de fome, a esmolarem doses de alimentação adequada.
Há os que tremem desnudos, requisitando a internação em roupa conveniente.
Há os que caem desalentados, a esperarem pela injeção de bom ânimo.
Há os que arrojaram nos tormentos da culpa, rogando tranquilizantes do esquecimento. 
Há os que se conturbam nas trevas da obsessão a pedirem palavras de luz por drágeas de amor. 
Há os que choram de saudade nos aposentos do coração, suplicando a bênção do reconforto. 
Há os que foram mentalmente mutilados por desenganos terríveis, a suspirarem por recursos de apoio. 
E há, ainda, aqueles outros que se envenenaram de egoísmo e frieza, desespero e ignorância, exigindo a terapêutica incessante da desculpa incondicional.
x.x.x
Ajuda, sim, aos doentes do corpo, mas não desprezes os doentes da alma, que caminham na Terra, aparentemente robustos, carregando enfermidades imanifestas que lhes consomem o pensamento e desfiguram a vida. 
Todos podemos ser instrumentos do bem, uns para com os outros. 
Não esperes que o companheiro se acame prostrado ou febril para estender-lhe esperança e remédio. 
Auxilia-o, hoje mesmo, sem humilhar ou ferir, de vez que a verdadeira caridade, tanto quanto possível é tratamento indolor da necessidade humana. 
Os emissários do Cristo curam os nossos males em divino silêncio.
 Diante dos outros, procedamos nós igualmente assim. 


[1] Livro: Ideal Espírita – Ditado pelo Espírito André Luiz; psicografia de Francisco Cândido Xavier, Todos os grifos, numeração, coloridos, negritos, sublinhados e itálicos: é de autoria da redação do Jornal A FAGULHA, quanto aos nossos estudos destes artigos.
Fonte de imagem: http://buenasnuevas.blogia.com/2016/octubre.php

MAIORAIS


MAIORAIS[1]


"E ele, assentando-se, chamou os doze e disse-lhes: Se alguém quiser ser o primeiro, será o último de todos e servo de todos."
Marcos, 9:35

Ser dos primeiros na Terra não é problema de solução complicada.
Há maiorais no mundo em todas as situações. A ciência, a filosofia, o sacerdócio, tanto quanto a política, o comércio e as finanças podem exibi-los, facilmente.
Os homens principais da ciência, com legitimas exceções, costumam serem grandes presunçosos; os da filosofia, argutos sofistas do pensamento; os do sacerdócio, fanáticos sem compreensão da verdadeira fé. Em política, muitos dos maiorais são tiranos; no comércio, inúmeros são exploradores e, nas finanças, muitos deles não passam de associados das sombras contra os interesses coletivos.
Ser dos primeiros, no entanto, nas esferas de Jesus sobre a Terra, não é questão de fácil acesso à criatura vulgar.
Nos departamentos do mundo materializado, os principais devem ser os primeiros a serem servidos e contam com a obediência compulsória de todos.
Em Cristianismo puro, os espíritos dominantes são os últimos na recepção dos benefícios, porquanto são servos reais de quantos lhes procuram a colaboração fraterna.
É por isto que em todas as escolas cristãs há numerosos pregadores, muitos mordomos, turbas de operários, cooperadores do culto, polemistas valiosos, doutores da letra, intérpretes competentes, reformistas apaixonados, mas raríssimos apóstolos.
De modo geral, quase todos os crentes se dispõem ao ensino e ao conselho, prontos ao combate espetaculoso e à advertência humilhante ou vaidosa, poucos surgindo com o desejo de servir, em silêncio, convencidos de que toda a glória pertence a Deus.


[1] Livro: Vinha de Luz – Ditado pelo Espírito Emmanuel; psicografia de Francisco Cândido Xavier, Cap. 56, Edit. FEB. Todos os grifos, numeração, coloridos, negritos, sublinhados e itálicos: é de autoria da redação do Jornal A FAGULHA, quanto aos nossos estudos destes artigos.
Fonte de imagem: http://www.nhm.ac.uk/discover/factfile-earth.html

quinta-feira, 11 de outubro de 2018

CONTRIBUIR


CONTRIBUIR[1]

“Cada um contribua, segundo propôs em seu coração; não com tristeza ou por necessidade, porque Deus ama o que dá com alegria.”
Paulo
II Coríntios, 9:7

Quando se divulgou a afirmativa de Paulo de que Deus ama o que dá com alegria, muita gente apenas lembrou a esmola material.
O louvor, todavia, não se circunscreve às mãos generosas que espalham óbolos de bondade entre os necessitados e sofredores.
Naturalmente, todos os gestos de amor entram em linha de conta no reconhecimento divino, mas devemos considerar que o verbo contribuir, na presente lição, aparece em toda a sua grandiosa excelsitude.
A cooperação no bem é questão palpitante de todo lugar e de todo dia.
Qualquer homem é suscetível de fornecê-la.
Não é somente o mendigo que a espera, mas também o berço de onde se renova a experiência, a família em que acrisolamos as conquistas de virtude, o vizinho, nosso irmão em humanidade, e a oficina de trabalho, que nos assinala o aproveitamento individual, no esforço de cada dia.
Sobrevindo o momento de repouso diuturno, cada coração pode interrogar a si próprio, quanto à qualidade de sua colaboração no serviço, nas palestras, nas relações afetivas, nessa ou naquela preocupação da vida comum.
Tenhamos cuidado contra as tristezas e sombras esterilizadoras.
Má vontade, queixas, insatisfação, leviandades, não integram o quadro dos trabalhos que o Senhor espera de nossas atividades no mundo.
Mobilizemos nossos recursos com otimismo e não nos esqueçamos de que o Pai ama o filho que contribui com alegria.


[1] Livro: Pão Nosso – Ditado pelo Espírito Emmanuel; psicografia de Francisco Cândido Xavier, Cap. 58 Edit. FEB. Todos os grifos, numeração, coloridos, negritos, sublinhados e itálicos: é de autoria da redação do Jornal A FAGULHA, quanto aos nossos estudos destes artigos.
   Fonte da imagem:  
   http://noticias.universia.net.mx/cultura/noticia/2018/05/30/1159895/como-puede-contribuir-tecnologia-trabajo-equipo.html

terça-feira, 9 de outubro de 2018

OS AMADOS


OS AMADOS[1]

“Mas de vós, ó amados, esperamos coisas melhores.”
Paulo
Hebreus, 6:9
Comenta-se com amargura o progresso aparente dos ímpios.
Admira-se o crente da boa posição dos homens que desconhecem o escrúpulo, muita vez altamente colocados na esfera financeira.
Muitos perguntam: “Onde está o Senhor que lhes não viu os processos escusos?”
A interrogação, no entanto, evidencia mais ignorância que sensatez.
Onde a finalidade do tesouro amoedado do homem perverso?
Ainda que experimentasse na Terra inalterável saúde de cem anos, seria compelido a abandonar o patrimônio para recomeçar o aprendizado.
A eternidade confere reduzida importância aos bens exteriores.
Aqueles que exclusivamente acumulam vantagens transitórias, fora de sua alma, plenamente esquecidos da esfera interior, são dignos de piedade. Deixarão tudo, quase sempre, ao sabor da irresponsabilidade.
Isso não acontece, porém, com os donos da riqueza espiritual. Constituindo os amados de Deus, sentem-se identificados com o Pai, em qualquer parte a que sejam conduzidos. Na dificuldade e na tormenta guardam a alegria da herança divina que se lhes entesoura no coração.
Do ímpio, é razoável esperarmos a indiferença, a ambição, a avareza, a preocupação de amontoar irrefletidamente; do ignorante, é natural recebermos perguntas loucas. Entretanto, o apóstolo da gentilidade exclama com razão:
Mas de vós, ó amados, esperamos coisas melhores.”


[1]  Livro: Caminho Verdade e Vida – Ditado pelo Espírito Emmanuel; psicografia de Francisco Cândido Xavier, Cap. 59, Edit. FEB. Todos os grifos, numeração, coloridos, negritos, sublinhados e itálicos: é de autoria da redação do Jornal A FAGULHA, quanto aos nossos estudos destes artigos.
 Fonte de imagem: https://www.psicronos.pt/artigos/resolver-a-dependencia-nas-relacoes-amorosas_50.html

segunda-feira, 8 de outubro de 2018

SOLIDÃO


SOLIDÃO[1]

Declarar de modo geral que o divórcio é sempre errado é tão incorreto quanto assegurar que está sempre certo.
Sofremos de solidão toda vez que desprezamos as inerentes vocações e naturais tendências de nossa alma.
 Assim que nos distanciamos do que realmente somos, criamos um autodesprezo, passando, a partir daí, a desenvolver um sentimento de soledade; mesmo rodeados das pessoas mais importantes e queridas de nossa vida.
Na auto rejeição, esquecemos-nos de perceber a presença de Deus vibrando em nossa alma; logo, anulamos nossa força interior. É como se esquecêssemos da consciência de nós mesmos.
Para que nossa essência emerja, é preciso abandonar nossa compulsão de fazer-nos seres idealizados, nossa expectativa fantasiosa de perfeição e nosso modelo social de felicidade. Somente assim, exterminamos o clima de pressão, de abandono, de tensão e de solidão que sentimos interiormente, para transportarmo-nos para uma existência de satisfação íntima e para uma indescritível sensação de vitalidade.
A renúncia de nosso eu idealizado nos dará uma sensação de renascimento e uma atmosfera de liberdade como nunca antes havíamos sentido.
O ser idealizado é uma fantasia mental. É uma imitação inflexível, construída artificialmente sobre uma combinação de dois básicos comportamentos neuróticos, a saber: adotar padrões existenciais super-rígidos, impossíveis de serem atingidos, e alimentar o orgulho de acreditar-se onipotente, superior e invulnerável.
A coexistência desses dois modos de pensar ocasiona frequentes estados de solidão, tristeza habitual e sentimentos mútuos de vazio e aborrecimento na vida afetiva de um casal.
O amor e o respeito a nós mesmos cria uma atmosfera propícia para identificarmos nossa verdadeira natureza, isto é, nossa identidade de alma, facilitando nosso crescimento espiritual e, por conseguinte, proporcionando-nos alegria de viver.
Quase todos nós crescemos ansiosamente querendo ser adequados e certos para o mundo, porque acreditamos que não somos suficientemente bons para ser amados pelo que somos. Por isso, procuramos, desesperadamente, igualar-nos a uma imagem que criamos de como deveríamos ser. O esforço metódico para sustentar essa versão idealizada é responsável por grande parte dos nossos problemas de relacionamento conosco e com os outros.
Entre todos os problemas de convivência, o de casais, talvez, seja um dos mais comuns entre as pessoas.
Todavia, todos nós queremos companhia e afeto, mas para desfrutarmos uma união amorosa, madura e equilibrada é preciso, acima de qualquer coisa, respeitar o direito que cada criatura tem de ser ela mesma, sem mudar suas predileções, ideias e ideais.
Os traços de personalidade não são futilidades, teimosia ou manias. Cada parceiro tem seus “direitos individuais” de manter sua parcela de privacidade e preferências.
Para tanto, o diálogo compreensivo, a renúncia aos próprios caprichos, o compromisso de lealdade são fatores imprescindíveis na vida a dois, que não pode permitir a confusão de “direitos individuais” com direitos individualistas, com vulgaridade, com cobrança e com leviandade.
Eis a razão de viver bem consigo mesmo: tudo passa, pois todos somos viajores do Universo, porém só nós viveremos eternamente com nós mesmos.
A complexidade maior das dificuldades nos matrimônios talvez seja a não valorização dos verdadeiros sentimentos, que força um dos parceiros, ou mesmo ambos, a contrariar sua natureza para satisfazer as opressões, intolerâncias e imposições do outro. Ninguém pode ser feliz assim, subordinando-se ao que o cônjuge quer ou decide.
“... a indissolubilidade absoluta do casamento” (...) “É uma lei humana muito contrária à da Natureza. Mas os homens podem modificar suas leis, só as da Natureza são imutáveis.” (25)
Declarar de modo geral que o divórcio é sempre errado é tão incorreto quanto assegurar que está sempre certo. Em algumas circunstâncias, a separação é um subterfúgio para uma saída fácil ou um pretexto com que alguém procura esquivar-se das responsabilidades, unicamente.
Há uniões em que o divórcio é compreensível e razoável, porque a decisão de casar foi tomada sem maturidade, porque são diversos os equívocos e desencontros humanos.
Em outros casos, há anos de atitudes de desrespeito e maus-tratos, há os que impedem o desenvolvimento do outro. São variadas as necessidades da alma humana e, muitas vezes, é melhor que os parceiros se decidam pela separação a permanecerem juntos, fazendo da união conjugal uma hipocrisia. Em todas as atitudes e acontecimentos da vida, somente a própria consciência do indivíduo pode fazer o auto julgamento e decidir sobre suas carências e dificuldades da vida a dois.
Todos os livros sacros da humanidade têm como máxima ou mandamento o amor. A base de todo compromisso é o amor. O amor enriquece mutuamente as pessoas e é responsável pela riqueza do seu mundo interior.
A estrutura do verdadeiro ensino religioso nos deve unir amorosamente uns aos outros e não nos manter unidos pela intimidação, pelo medo do futuro ou pelas convenções sociais.
O ensino espírita, propagado pelo “O Livro dos Espíritos”, nos faz redescobrir o sentimento de religiosidade inato em cada criatura de Deus. Religiosidade é o que possuía Allan Kardec em abundância, pois enxergava os fatos da vida com os olhos da alma, quer dizer, ia além dos recursos físicos, usando os sentidos da transcendência a fim de encontrar a verdade escondida atrás dos aspectos exteriores.
O eminente professor Rivail entendia que o verdadeiro sentido da religião deve consistir na busca da liberdade, no culto da verdade e na clara distinção entre o temporal/passageiro e o real/permanente.
Estar com alguém por temor religioso é diferente de estar com alguém por amor. Somente o amor tem significado perante a Divina Providência.
Lembremo-nos de que a solidão aparece, quando negamos nossos sentimentos e ignoramos nossas experiências interiores. Essa forma comportamental tende a fazer-nos ver as coisas do jeito como queremos ver, ou seja, como nos é conveniente, em vez de vê-las como realmente são. Assim é que distorcemos nossa realidade.
Não rejeitemos o que de fato sentimos. Isso não quer dizer viver com liberdade indiscriminada e sem controle, mas sim reconhecer o devido lugar que corresponda aos nossos sentimentos, sem ignorá-los, nem tampouco deixá-los serem donos de nossa vida.
Devemos permanecer ou não ao lado de alguém, é decisão que se deve tomar com espontaneidade, harmonia e liberdade, sem mesclas de medo ou imposições.
X.X.X
Ouçamos com os ouvidos internos, pois ninguém pode assimilar bem uma experiência que não provenha de sua própria orientação interior.
Segundo Pascal, o grande pensador científico-filosófico do século XVII, “a verdadeira natureza do homem, seu verdadeiro bem, sua verdadeira virtude e a verdadeira religião são coisas cujo conhecimento é inseparável.”
Nem sempre a solidão pode ser encarada como dor ou insânia. É; em muitas ocasiões, períodos de preparação, tempos de crescimento, convites da vida ao amadurecimento.
De acordo com o pensamento de Pascal, o âmago do ser está intimamente ligado ao bem, à virtude e à religião.
É justamente nas “épocas de solidão” que conseguimos a motivação necessária para estabelecer a verdade sobre esse fato.
Na solidão, é que encontramos sanidade para nosso mundo interior, respostas seguras para nossos caminhos incertos e nutrição vitalizante para os labores que enfrentamos em nossa viagem terrena.
Nestes nossos apontamentos sobre a solidão, não estamos nos referindo à “tristeza de estar só”, mas sim, necessariamente, à “quietude íntima”, tão importante e saudável para que façamos um trabalho de autoconsciência, valorizando as nuances de nossa vida interior.
Muitos indivíduos vivem dentro de um ciclo diário estafante. Realizam suas atividades num ambiente de competitividade, agitação, pressa e rivalidade, vivendo em constante tensão psicológica e, por consequência, alterando suas funções fisiológicas. Por viverem num estado de cansaço e desgaste contínuos, não conseguem fazer uma real interação entre o meio ambiente e seu mundo interno, o que ocasiona sérios problemas de convivência e inúmeros conflitos pessoais.
Nem sempre é possível abandonarmos a vida alvoroçada, os ruídos e as músicas estridentes, talvez seja até mesmo inviável; mas é perfeitamente realizável dedicarmos algum tempo à solidão, retirando-nos para momentos de reflexão.
Nos instantes de silêncio, exercitamos o aprendizado que nos levará a abrir um canal receptivo à Consciência Divina. É nesse momento que ficamos cientes de que realmente não estamos sozinhos e que podemos entrar em contato com a voz da consciência. A voz de Deus, por assim dizer, começará a “falar em nós”.
Inúmeras criaturas criam uma mente agitada por temerem que estejam vazias, pensam não haver nada dentro delas que lhes dê proteção, apoio e segurança. Acreditam que é uma casca que precisa exclusivamente de sustentação exterior; por isso, continuam ocupando a casa mental ansiosamente, obstruindo seu acesso à luz espiritual.
A mente pode ser uma ajuda efetiva, ou mesmo um obstáculo ferrenho na escolha da melhor direção para atingimos o amadurecimento íntimo. A crença em nossa limitação é que faz com que restrinjamos nossa mente. Isso se agrava quando envolvemo-la no burburinho de vozes, no tumulto e na agitação do cotidiano, passando assim a não avaliarmos corretamente seu verdadeiro potencial.
São muitos os caminhos de Deus, e a solidão pode ser um deles. “E saindo, foi, como costumava, para o Monte das Oliveiras; e também os seus discípulos o seguiram.” (26)
Jesus Cristo, constantemente, se retirava para a intimidade que o silêncio proporciona, pois entendia que a elevação de alma somente é possível na “privacidade da solidão”.
O Cristo Amoroso sabia que, quando houvesse silêncio no coração e no intelecto, se estabeleceriam as bases seguras da relação entre a criatura e o Criador, proporcionando a percepção de que somos unos com a Vida e unos com todos os seres.
“... buscam no retiro a tranquilidade que certos trabalhos reclamam. (...) Isso não é retraimento absoluto do egoísta. Esses não se insulam da sociedade, porquanto para ela trabalham.” (27)
A Espiritualidade Maior entende que, nos retiros de tranquilidade, criamos uma sustentação interior, que nos permite sintonizar com as leis divinas e com os valores reais da consciência cristã.
Ouçamos com os ouvidos internos, pois ninguém pode assimilar bem uma experiência que não provenha de sua própria orientação interior.
Ninguém é capaz de seguir sua verdadeira estrada existencial, se não refletir sobre sua essência. Não encontraremos o caminho de que verdadeiramente necessitamos, se nós mesmos não o buscarmos, usando nossos inerentes recursos da alma para perceber as inarticuladas orientações divinas em nós.
Somente cada um pode interpretar as razões da Vida em si mesmo.
Adotemos o aprendizado com o Senhor Jesus, exemplificado no Horto das Oliveiras: retiremo-nos para um lugar à parte e cultivemos os interesses de nossa alma.
Se não encontrarmos um recanto externo que facilite a meditação, nem alguma paisagem mais afastada junto à Natureza, onde possamos repousar da inquietação da multidão, mesmo assim poderemos penetrar o nosso santuário íntimo.
Sigamos o Mestre, recolhendo-nos na solidão e no silêncio do templo da alma, onde exclusivamente encontraremos as reais concepções do amor e da justiça, da felicidade e da paz, de que todos temos direito por Paternidade Divina.


  


Referencias:
25 LE - 697 – Está na lei da Natureza, ou somente na lei humana, a indissolubilidade absoluta do casamento?
“É uma lei humana muito contrária à da Natureza. Mas os homens podem modificar suas leis; só as da Natureza são imutáveis.”
26 Lucas 22:39
27 LE - 771 – Que pensar dos que fogem do mundo para se votarem ao mister de socorrer os desgraçados?




[1] Livro: As Dores da Alma – Ditado pelo Espírito Hamed; psicografia de Francisco do Espírito Santo Neto, Edit. Boa Nova. Todos os grifos, numeração, coloridos, negritos, sublinhados e itálicos: é de autoria da redação do Jornal A FAGULHA, quanto aos nossos estudos destes artigos.
Fonte da imagem: https://www.amorc.org.br/cura-para-a-solidao/