sexta-feira, 29 de junho de 2018

SINAIS DE PONTUAÇÃO DA GRAMÁTICA PORTUGUESA





Sinais de pontuação da gramática portuguesa[1] são recursos gráficos próprios da linguagem escrita.
Embora não consigam reproduzir toda a riqueza melódica da linguagem oral, eles estruturam os textos e procuram estabelecer as pausas e as entonações da fala.
Têm como finalidade básica:
1)     Assinalar as pausas e as inflexões de voz (entoação) na leitura;
2)     Separar palavras, expressões e orações que devem ser destacadas;
3)     Esclarecer o sentido da frase, afastando qualquer ambiguidade.
Veja a seguir os sinais de pontuação mais comuns, responsáveis por dar à escrita maior clareza e simplicidade.

Vírgula  ,
A vírgula indica uma pausa pequena, deixando a voz em suspenso à espera da continuação do período. Geralmente é usada:
- Nas datas, para separar o nome da localidade.
Por Exemplo:
São Paulo, 25 de agosto de 2017.
- Após os advérbios "sim" ou "não", usados como resposta, no início da frase.
Por Exemplo:
– Você gostou do vestido?
– Sim, eu adorei!
– Pretende usá-lo hoje?
– Não, no final de semana.
- Após a saudação em correspondência (social e comercial).
Exemplos:
Com muito amor,
Respeitosamente,
- Para separar termos de uma mesma função sintática.
Por Exemplo:
A casa tem três quartos, dois banheiros, três salas e um quintal.
Obs.: a conjunção "e" substitui a vírgula entre o último e o penúltimo termo.
- Para destacar elementos intercalados, como:
a) uma conjunção
Por Exemplo:
Estudamos bastante, logo, merecemos férias!
b) um adjunto adverbial
Por Exemplo:
Estas crianças, com certezaserão aprovadas.
Obs.: a rigor, não é necessário separar por vírgula o advérbio e a locução adverbial, principalmente quando de pequeno corpo, a não ser que a ênfase o exija.
c) um vocativo
Por Exemplo:
Apressemo-nos, Lucas, pois não quero chegar atrasado.
d) um aposto
Por Exemplo:
Juliana, a aluna destaque, passou no vestibular.
e) Uma expressão explicativa (isto é, a saber, por exemplo, ou melhor, ou antes, etc.)
Por Exemplo:
O amor, isto éo mais forte e sublime dos sentimentos humanos, tem seu princípio em Deus.
- Para separar termos deslocados de sua posição normal na frase.
Por Exemplo:
O documento de identidade, você trouxe?
- Para separar elementos paralelos de um provérbio.
Por Exemplo:
Tal pai, tal filho.
- Para destacar os pleonasmos antecipados ao verbo.
Por Exemplo:
As flores, eu as recebi hoje.
- Para indicar a elipse de um termo.
Por Exemplo:
Daniel ficou alegre; eu, triste.
- Para isolar elementos repetidos.
Exemplos:
A casa, a casa está destruída.
Estão todos cansados, cansados de dar dó!
- Para separar orações intercaladas.
Por Exemplo:
O importante, insistiam os paisera a segurança da escola.
- Para separar orações coordenadas assindéticas.
Por Exemplo:
O tempo não para no porto, não apita na curva, não espera ninguém.
- Para separar orações coordenadas adversativas, conclusivas, explicativas e algumas orações alternativas.
Exemplos:
Esforçou-se muito, porém não conseguiu o prêmio.
Vá devagar, que o caminho é perigoso.
Estude muito, pois será recompensado.
As pessoas ora dançavam, ora ouviam música.
ATENÇÃO
Embora a conjunção "e" seja aditiva, há três casos em que se usa a vírgula antes de sua ocorrência:
1) Quando as orações coordenadas tiverem sujeitos diferentes.
Por Exemplo:
O homem vendeu o carro, e a mulher protestou.
Neste caso, "O homem" é sujeito de "vendeu", e "A mulher" é sujeito de "protestou". 
2) Quando a conjunção "e" vier repetida com a finalidade de dar ênfase (polissíndeto).
Por Exemplo:
E chora, e rie grita, pula de alegria.
3) Quando a conjunção "e" assumir valores distintos que não seja da adição (adversidade, conseqüência, por exemplo)
Por Exemplo:
Coitada! Estudou muitoe ainda assim não foi aprovada.
- Para separar orações subordinadas substantivas e adverbiais (quando estiverem antes da oração principal).
Por Exemplo:
Quem inventou a fofoca, todos queriam descobrir.
Quando voltei, lembrei que precisava estudar para a prova.
- Para isolar as orações subordinadas adjetivas explicativas.
Por Exemplo:
A incrível professora, que ainda estava na faculdadedominava todo o conteúdo.
Ponto e vírgula  ;
O ponto e vírgula indica uma pausa maior que a vírgula e menor que o ponto. Quanto à melodia da frase, indica um tom ligeiramente descendente, mas capaz de assinalar que o período não terminou. Emprega-se nos seguintes casos:
- Para separar orações coordenadas não unidas por conjunção, que guardem relação entre si.
Por Exemplo:
O rio está poluído; os peixes estão mortos.
- Para separar orações coordenadas, quando pelo menos uma delas já possui elementos separados por vírgula.
Por Exemplo:
O resultado final foi o seguinte: dez professores votaram a favor do acordo;nove, contra.
- Para separar itens de uma enumeração.
Por Exemplo:
No parque de diversões, as crianças encontram:
brinquedos;
balões;
pipoca.
- Para alongar a pausa de conjunções adversativas (mas, porém, contudo, todavia, entretanto, etc.), substituindo, assim, a vírgula.
Por Exemplo:
Gostaria de vê-lo hojetodavia, só o verei amanhã.
- Para separar orações coordenadas adversativas quando a conjunção aparecer no meio da oração.
Por Exemplo:
Esperava encontrar todos os produtos no supermercado; obtive, porém, apenas alguns.
Dois-pontos  :
O uso de dois-pontos marca uma sensível suspensão da voz numa frase não concluída. Emprega-se, geralmente:
- Para anunciar a fala de personagens nas histórias de ficção.
Por Exemplo:
"Ouvindo passos no corredor, abaixei a voz:
– Podemos avisar sua tia, não?" (Graciliano Ramos)
- Para anunciar uma citação.
Por Exemplo:
Bem diz o ditado: Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura.
Lembrando um poema de Vinícius de Moraes"Tristeza não tem fim, Felicidade sim."
- Para anunciar uma enumeração.
Por Exemplo:
Os convidados da festa que já chegaram são: Júlia, Renata, Paulo e Marcos.
- Antes de orações apositivas.
Por Exemplo:
Só aceito com uma condiçãoirás ao cinema comigo.
- Para indicar um esclarecimento, resultado ou resumo do que se disse.
Exemplos:
Marcelo era assim mesmo: não tolerava ofensas.
Resultadocorri muito, mas não alcancei o ladrão.
Em resumo: montei um negócio e hoje estou rico.
Obs.: os dois-pontos costumam ser usados na introdução de exemplos, notas ou observações.
Veja:
Parônimos são vocábulos diferentes na significação e parecidos na forma. 
Exemplos:
Ratificar/retificar, censo/senso, etc.
Nota: a preposição "per", considerada arcaica, somente é usada na frase "de per si" (= cada um por sua vez, isoladamente).
Observação: na linguagem coloquial pode-se aplicar o grau diminutivo a alguns advérbios:
Cedinho, melhorzinho, etc.
- Na invocação das correspondências.
Por Exemplo:
Prezados Senhores:
Convidamos todos para a reunião deste mês, que será realizada dia 30 de julho, no auditório da empresa.
Atenciosamente,
A Direção
Ponto Final  .
O ponto final representa a pausa máxima da voz. A melodia da frase indica que o tom é descendente. Emprega-se, principalmente:
- Para fechar o período de frases declarativas e imperativas.
Exemplos:
Contei ao meu namorado o que eu estava sentindo
Façam o favor de prestar atenção naquilo que irei falar.
- Nas abreviaturas.
Exemplos:
Sr. (Senhor)
Cia. (Companhia)
Ponto de Interrogação  ?
O ponto de interrogação é usado ao final de qualquer interrogação direta, ainda que a pergunta não exija resposta. A entoação ocorre de forma ascendente.
Exemplos:
Onde você comprou este computador?
Quais seriam as causas de tantas discussões?
Por que não me avisaram?
Obs.: não se usa ponto interrogativo nas perguntas indiretas.
Por Exemplo:
Perguntei quem era aquela criança.
Note que:
1) O ponto de interrogação pode aparecer ao final de uma pergunta intercalada, entre parênteses.
Por Exemplo:
Trabalhar em equipe (quem o contesta?) é a melhor forma para atingir os resultados esperados.
2) O ponto de interrogação pode realizar combinação com o ponto admirativo.
Por Exemplo:
Eu?! Que idéia!
Ponto de Exclamação  !
O ponto de exclamação é utilizado após as interjeições, frases exclamativas e imperativas. Pode exprimir surpresa, espanto, susto, indignação, piedade, ordem, súplica, etc. Possui entoação descendente.
Exemplos:
Como as mulheres são lindas!
Pare, por favor!
AhQue pena que ele não veio...
Obs.: o ponto de exclamação substitui o uso da vírgula de um vocativo enfático.
Por Exemplo:
Ana! Venha até aqui!
Reticências  ...
As reticências marcam uma suspensão da frase, devido, muitas vezes a elementos de natureza emocional. Empregam-se:
- Para indicar continuidade de uma ação ou fato Por Exemplo:
O tempo passa...
- Para indicar suspensão ou interrupção do pensamento. Por Exemplo:
Vim até aqui achando que...
- Para representar, na escrita, hesitações comuns na língua falada.
Exemplos:
"Vamos jantar amanhã?
– Vamos...Não...Pois vamos."
Não quero sobremesa...porque...porque não estou com vontade.
- Para realçar uma palavra ou expressão. Por Exemplo:
Não há motivo para tanto... Mistério.
- Para realizar citações incompletas.
Por Exemplo:
O professor pediu que considerássemos esta passagem do hino brasileiro:
"Deitado eternamente em berço esplêndido...
- Para deixar o sentido da frase em aberto, permitindo uma interpretação pessoal do leitor.
Por Exemplo:
"Estou certo, disse ele, piscando o olho, que dentro de um ano a vocação eclesiástica do nosso Bentinho se manifesta clara e decisiva. Há de dar um padre de mão-cheia. Também, se não vier em um ano..." (Machado de Assis)
Saiba que
As reticências e o ponto de exclamação, sinais gráficos subjetivos de grande poder de sugestão e ricos em matizes melódicos, são ótimos auxiliares da linguagem afetiva e poética. Seu uso, porém, é antes arbitrário, pois depende do estado emotivo do escritor.
Parênteses  ( )
Os parênteses têm a função de intercalar no texto qualquer indicação que, embora não pertença propriamente ao discurso, possa esclarecer o assunto. Empregam-se:
- Para separar qualquer indicação de ordem explicativa, comentário ou reflexão.
Por Exemplo:
Zeugma é uma figura de linguagem que consiste na omissão de um termo (geralmente um verboque já apareceu anteriormente na frase.
- Para incluir dados informativos sobre bibliografia (autor, ano de publicação, página etc.)
Por Exemplo:
" O homem nasceu livre, e em toda parte se encontra sob ferros" (Jean- Jacques Rousseau, Do Contrato Social e outros escritos. São Paulo, Cultrix, 1968.)
- Para isolar orações intercaladas com verbos declarativos, em substituição à vírgula e aos travessões.
Por Exemplo:
Afirma-se (não se prova) que é muito comum o recebimento de propina para que os carros apreendidos sejam liberados sem o recolhimento das multas.
- Para delimitar o período de vida de uma pessoa.
Por Exemplo:
Carlos Drummond de Andrade (1902 – 1987).
- Para indicar possibilidades alternativas de leitura.
Por Exemplo:
Prezado(a) usuário(a).
- Para indicar marcações cênicas numa peça de teatro.
Por Exemplo:
Abelardo I - Que fim levou o americano?
João - Decerto caiu no copo de uísque!
Abelardo I - Vou salvá-lo. Até já!
(sai pela direita)
(Oswald de Andrade)
Obs.: num texto, havendo necessidade de utilizar alíneas, estas podem ser ordenadas alfabeticamente por letras minúsculas, seguidas de parênteses (Note que neste caso as alíneas, exceto a última, terminam com ponto e vírgula).
Por Exemplo:
No Brasil existem mulheres:
a) morenas;
b) loiras;
c) ruivas.
Os Parênteses e a Pontuação
Veja estas observações:
1) As frases contidas dentro dos parênteses não costumam ser muito longas, mas devem manter pontuação própria, além da pontuação normal do texto.
2) O sinal de pontuação pode ficar interno aos parênteses ou externo, conforme o caso. Fica interno quando há uma frase completa contida nos parênteses.
Exemplos:
É importante ter atenção ao uso dos parênteses. (Eles exigem um cuidado especial!)
Vamos confiar (Por que não?) que cumpriremos a meta.
Se o enunciado contido entre parênteses não for uma frase completa, o sinal de pontuação ficará externo.
Por Exemplo:
O rali começou em Lisboa (Portugal) e terminou em Dacar (Senegal).
3) Antes do parêntese não se utilizam sinais de pontuação, exceto o ponto. Quando qualquer sinal de pontuação coincidir com o parêntese de abertura, deve-se optar por colocá-lo após o parêntese de fecho.
Travessão  –
O travessão é um traço maior que o hífen e costuma ser empregado:
- No discurso direto, para indicar a fala da personagem ou a mudança de interlocutor nos diálogos.
Por Exemplo:
 O que é isso, mãe?
 É o seu presente de aniversário, minha filha.
- Para separar expressões ou frases explicativas, intercaladas.
Por Exemplo:
"E logo me apresentou à mulher,  uma estimável senhora  e à filha." (Machado de Assis)
- Para destacar algum elemento no interior da frase, servindo muitas vezes para realçar o aposto.
Por Exemplo:
"Junto do leito meus poetas dormem
 O Dante, a Bíblia, Shakespeare e Byro
Na mesa confundidos." (Álvares de Azevedo)
- Para substituir o uso de parênteses, vírgulas e dois-pontos, em alguns casos.
Por Exemplo:
"Cruel, obscena, egoísta, imoral, indômita, eternamente selvagem, a arte é a superioridade humana  acima dos preceitos que se combatem, acima das religiões que passam, acima da ciência que se corrige; embriaga como a orgia e como o êxtase." (Raul Pompéia)
Aspas  " "
As aspas têm como função destacar uma parte do texto. São empregadas:
- Antes e depois de citações ou transcrições textuais.
Por Exemplo:
Como disse Machado de Assis: "A melhor definição do amor não vale um beijo de moça namorada."
- Para representar nomes de livros ou legendas.
Por Exemplo:
Camões escreveu "Os Lusíadasno século XVI.
Obs.: para realçar títulos de livros, revistas, jornais, filmes, etc. também podemos grifar as palavras, conforme o exemplo:
Ontem assisti ao filme Central do Brasil.
- Para assinalar estrangeirismos, neologismos, gírias, expressões populares, ironia.
Exemplos:
O "lobby" para que se mantenha a autorização de importação de pneus usados no Brasil está cada vez mais descarado. (Veja)
Com a chegada da polícia, os três suspeitos "se mandaram” rapidamente.
Que "maravilha": Felipe tirou zero na prova!
- Para realçar uma palavra ou expressão.
Exemplos:
Mariana reagiu impulsivamente e lhe deu um "não".
Quem foi o "inteligente" que fez isso?
Obs.: em trechos que já estiverem entre aspas, se necessário usá-las novamente, empregam-se aspas simples.
Por Exemplo: "Tinha-me lembrado da definição que José Dias dera deles, 'olhos de cigana oblíqua e dissimulada'. Eu não sabia o que era oblíqua, mas dissimulada sabia, e queria ver se podiam chamar assim. Capitu deixou-se fitar e examinar." (Machado de Assis)
Colchetes  [ ]
Os colchetes têm a mesma finalidade que os parênteses; todavia, seu uso se restringe aos escritos de cunho didático, filológico, científico. Pode ser empregado:
- Em definições do dicionário, para fazer referência à etimologia da palavra.
Por Exemplo:
amor- (ô). [Do lat. amore.] 1. Sentimento que predispõe alguém a desejar o bem de outrem, ou de alguma coisa: amor ao próximo; amor ao patrimônio artístico de sua terra. (Novo Dicionário Aurélio)
- Para intercalar palavras ou símbolos não pertencentes ao texto.
Por Exemplo: Em Aruba se fala o espanhol, o inglês, o holandês e o papiamento. Aqui estão algumas palavras de papiamento que você, com certeza, vai usar:
1- Bo ta bon? [Você está bem?]
2- Dios no ta di Brazil. [Deus não é brasileiro.]
- Para inserir comentários e observações em textos já publicados.
Por Exemplo:
Machado de Assis escreveu muitas cartas a Sílvio Dinarte. [pseudônimo de Visconde de Taunay, autor de "Inocência"]
- Para indicar omissões de partes na transcrição de um texto.
Por Exemplo:
"É homem de sessenta anos feitos [...corpo antes cheio que magro ameno e risonho" (Machado de Assis)
Asterisco  *
O asterisco, sinal gráfico em forma de estrela, costuma ser empregado:
- Nas remissões a notas ou explicações contidas em pé de páginas ou ao  final de capítulos.
Por Exemplo:
Ao analisarmos as palavras sorveteria, sapataria, confeitaria, leiteria e muitas outras que contêm o morfema preso-aria e seu alomorfe -eria, chegamos à conclusão de que este afixo está ligado a estabelecimento comercial. Em alguns contextos pode indicar atividades, como em: bruxaria, gritaria, patifaria, etc.
* É o morfema que não possui significação autônoma e sempre aparece ligado a outras palavras.
- Nas substituições de nomes próprios não mencionados.
Por Exemplo:
O Dr.* conversou durante toda a palestra. 
O jornal*** não quis participar da campanha.
Parágrafo  §
O símbolo para parágrafo, representado por §, equivale a dois esses (S) entrelaçados, iniciais das palavras latinas Signum sectionis, que significam sinal de secção, de corte. Num ditado, quando queremos dizer  que o período seguinte deve começar em outra linha, falamos parágrafo ou alínea. A palavra alínea (vem do latim a + lines) e significa distanciado da linha, isto é, fora da margem em que começam as linhas do texto.
O uso de parágrafos é muito comum nos códigos de leis.
Por Exemplo:
§ 7º Lei federal disporá sobre as normas gerais a serem obedecidas na efetivação do disposto no § 4º.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)




[1] https://www.soportugues.com.br/secoes/fono/fono30.php   - Todos os grifos, numeração, coloridos, negritos, sublinhados e itálicos: é de autoria da redação do Jornal A FAGULHA, quanto aos nossos estudos destes artigos.

quinta-feira, 28 de junho de 2018

MULHER ESPECIAL


MULHER ESPECIAL[1]

Há mulheres que são especiais.
Em dadas circunstâncias, parecem princesas ou mesmo rainhas, pois encantam, fascinam e mostram ter poderes de tal modo expressivos, diante dos quais dobramos a cerviz.
Há ocasiões em que são como administradoras ou economistas, quando se põem a organizar a vida do lar, seus movimentos e despesas, tudo aquilo que se compra e o que se põe na mesa, para a fruição de todos.
Conseguem, muitas vezes, ajuntar alguma quantia que sobra para momentos mais difíceis.
Quantas vezes se mostram como agentes de disciplina? Alteiam a voz, como quem dá voz de comando, ordenam, impactam com o tipo de inflexão que utilizam, e põem, dessa maneira, tudo e todos em seus devidos lugares, dentro de casa.
São quais colegas, quais colegiais, variadas vezes. Envolvem-se com os petizes, brincam, jogam com eles; riem-se deles e com eles, até o momento justo de estancar a brincadeira.
Mulheres há que se tornam médicas ou enfermeiras, diante das necessidades dos seus filhos. Acolhem-nos, preparam-lhes poções e chás diversos, e, muitas vezes contrariando as instruções formais, dão-lhes xaropes e pastilhas. Se enfermos, banham-nos, põem-nos em seus leitos, recobrem-nos, acalentam e vigiam, dias ou noites, dias e noites, até que retornem à saúde.
Mas, dentre essas mulheres incríveis, especiais de verdade, temos aquelas que reúnem todas essas habilidades: são mestras, são agentes disciplinares; são administradoras e economistas, enfermeiras, psicólogas, são médicas. São cozinheiras, lavadeiras, artesãs e fiandeiras. Conseguem ser governantas, serviçais e chegam a ser santas.
Essas almas geniais de mulher são alimentadas pelo estranho ideal de sempre entender, de atender e de sempre servir. São companheiras próximas dos anjos, são servidoras de Deus e mensageiras da vida. São nossas fãs, amigas extremadas para quem nunca há nada impossível, quando se trata de atender-nos, de alegrar-nos, de ajudar-nos.
São mulheres sem igual. Perfuma como flores, são ardentes como a chama e brilham como estrelas.
Nada obstante todos os encômios que lhes possamos dirigir, o que é mais tocante, mais comovente, é saber que uma dessas mulheres, incumbidas por Deus para mudar o mundo, ajudando-o a ser melhor, a ser um campo bom de viver, tem uma missão particular.
Há uma mulher para quem o Criador entregou a missão de cuidar-me, de fazer-me estudar para entender, de ensinar-me a orar e a crescer, a respeitar a todos e a servir para o bem. Essa mulher é um encanto em minha vida, e não há ninguém que se lhe assemelhe. Ao vê-la, marejam-se-me os olhos e bate forte o meu coração.
Ela é tal qual amálgama de ouro e brilhante.
Ela é, por fim, a luz que torna meu caminho cintilante.
É aquela a quem chamo de MINHA MÃE.

quarta-feira, 27 de junho de 2018

PROCURANDO UMA IGREJA


PROCURANDO: UMA IGREJA[1],
UMA PARÓQUIA, OU UMA COMUNIDADE; QUE SEJA PERFEITA. Resolvi ligar para o Apostolo Paulo.
- Alô!  É o Apostolo Paulo?
- Sim é ele!
- A paz do Senhor Jesus!
- Amém, irmão!
- Desculpe o incômodo Apóstolo, mas estou precisando da sua ajuda. É que ando decepcionado com muitas coisas que estão acontecendo na igreja que pertenço; estou à procura de uma Igreja sem problemas. Estou pensando em participar em Corinto. Ela é uma igreja ideal?
- Olha, a Igreja de Corinto tem grupinhos (1Cor 1, 12), tem inveja, contendas (1Cor 3, 3), brigas que vão parar nos tribunais de justiça comum (1Cor 6, 11), e tem até alguns fornicadores (1Cor 5, 1).
- E a Igreja de Éfeso?
- É uma Igreja alicerçada na Palavra (At 20, 27), mas, ultimamente, tem muita gente sem amor por lá (Ap 2, 4).
- Então, penso em ir para Tessalônica.
Lá tem alguns que andam desordenadamente e não gostam de trabalhar (2Ts 3, 11).
- Hum ta difícil, heim, apóstolo?!  E se eu for para a igreja de Filipos?
- Filipos até que é uma igreja boa, mas tem duas irmãs lá que se chamam Evódia e Síntique que se desentenderam e estão sem conversar uma com a outra (Fp 4, 2).
- Então, acho que vou mudar para Colossos e começar a participar lá.
- Olha, em Colossos tem uns hereges que estão tumultuando o ambiente. Tem um grupo lá que está até cultuando a anjos (Cl 2, 18).
- Que coisa! E se eu for para a igreja dos Gálatas?
 - Bem, lá tem alguns cristãos se mordendo e devorando uns aos outros (Gl 5, 15).
 - Não sabia que era tão difícil achar uma igreja perfeita.
Entrei em contato com o Apóstolo João para saber se a igreja de Tiatira seria ideal
- Ele me disse que os irmãos lá têm tolerado uma mulher que se diz profetisa e que tem fomentado a prostituição e a idolatria (Ap 2, 20).
- Pensei, então, na possibilidade de ir para Laodiceia, mas João me disse que seus membros estão muito longe da perfeição, pois são orgulhosos, materialistas e mornos espiritualmente (Ap 3, 16).
- Perguntei sobre Pérgamo, e João me disse que lá tem alguns que seguem as doutrinas dos Nicolaítas e de Balaão (Ap 2, 14-15).
Sabe irmão Paulo, já pensei em ir para onde a Igreja começou... Em Jerusalém, mas ouvi dizer que tem muita gente preconceituosa lá (Gl 2, 12-13), além de murmuradores  (At 6,1) e alguns se mantém nos ministérios  buscando destaque na comunidade (At 5,1-11). Em Roma a igreja é perseguida pelos pagãos... E tem a tentação do poder e da idolatria...
 - E agora, como faço irmão Paulo?
- Você precisa entender que não existe igreja perfeita, por ser composta por seres humanos.
o    Há joio no meio do trigo e muitos fiéis genuínos que estão em processo de aperfeiçoamento, alguns mais maduros e outros ainda muito imaturos.
o    Em breve estaremos na Igreja perfeita, a Igreja dos primogênitos, assembléia dos santos de Deus, que estão inscritos nos céus (Hb 12, 23).
o    Meu conselho é que desista de procurar uma Igreja perfeita, e seja você a igreja perfeita e santa; e assim passe a procurar uma igreja com líderes sinceros e que estejam bem firmados na sã doutrina. Não deixe de congregar (Hb 10, 25).
o    Coloque-se à disposição de Deus para se tornar um membro saudável na edificação do Corpo de Cristo para a salvação de muitos e para a glória de Deus (Ef 4, 1-16).
Quando for à comunidade religiosa, não vá pensando que os irmãos irão agradar ou não; mas vá à comunidade,
ofereça você UM CULTO AGRADÁVEL À JESUS CRISTO...

 



 (1)  http://escatologiacrista.blogspot.com/2017/12/estava-procurando-uma-igreja-perfeita-e.html 
  Todos os grifos, numeração, coloridos, negritos, sublinhados e itálicos: é de autoria da redação do Jornal A FAGULHA, quanto aos nossos estudos destes artigos. 


terça-feira, 26 de junho de 2018

0 CEGO DE JERICÓ


0 CEGO DE JERICÓ[1]


“Dizendo: Que queres que te faça? E ele respondeu: — Senhor, que eu veja.”
LUCAS, 18:41
O cego de Jericó é das grandes figuras dos ensinamentos evangélicos.
Informa-nos a narrativa de Lucas que o infeliz andava pelo caminho, mendigando... Sentindo a aproximação do Mestre, põe-se a gritar, implorando misericórdia.
Irritam-se os populares, em face de tão insistentes rogativas. Tentam impedi-lo, recomendando-lhe calar as solicitações. Jesus, contudo, ouve-lhe a súplica, aproxima-se dele e interroga com amor:
— Que queres que te faça?
Á frente do magnânimo dispensador dos bens divinos, recebendo liberdade tão ampla, o pedinte sincero responde apenas isto:
— Senhor, que eu veja!
O propósito desse cego honesto e humilde deveria ser o nosso em todas as circunstâncias da vida.
Mergulhados na carne ou fora dela, somos, às vezes, esse mendigo de Jericó, esmolando às margens da estrada comum. Chama-nos a vida, o trabalho apela para nós, abençoa-nos a luz do conhecimento, mas permanecemos indecisos, sem coragem de marchar para a realização elevada que nos compete atingir. E, quando surge a oportunidade de nosso encontro espiritual com o Cristo, além de sentirmos que o mundo se volta contra nós, induzindo-nos à indiferença, é muito raro sabermos pedir sensatamente.
Por isso mesmo, é muito valiosa a recordação do pobrezinho mencionado no versículo de Lucas, porquanto não é preciso compareçamos diante do Mestre com volumosa bagagem de rogativas. Basta lhe peçamos o dom de ver, com a exata compreensão das particularidades do caminho evolutivo. Que o Senhor, portanto, nos faça enxergar todos os fenômenos e situações, pessoas e coisas, com amor e justiça, e possuiremos o necessário à nossa alegria imortal.


[1] Livro: Caminho Verdade e Vida – Ditado pelo Espírito Emmanuel; psicografia de Francisco Cândido Xavier, Cap. 44, Edit. FEB. Todos os grifos, numeração, coloridos, negritos, sublinhados e itálicos: é de autoria da redação do Jornal A FAGULHA, quanto aos nossos estudos destes artigos.

LINGUAGEM


LINGUAGEM[1]

“Linguagem sã e irrepreensível para que o adversário se envergonhe, não tendo nenhum mal que dizer de nós.”
Paulo
Tito, 2 :8

Através da linguagem, o homem ajuda-se ou se desajuda.
Ainda mesmo que o nosso íntimo permaneça nevoado de problemas, não é aconselhável que a nossa palavra se faça turva ou desequilibrada para os outros.
Cada qual tem o seu enigma, a sua necessidade e a sua dor e não é justo aumentar as aflições do vizinho com a carga de nossas inquietações.
A exteriorização da queixa desencoraja o verbo da aspereza vergasta, a observação do maldizente confunde...
Pela nossa manifestação mal conduzi da para com os erros dos outros, afastamos a verdade de nós.
Pela nossa expressão verbalista menos enobrecida, repetimos a bênção do amor que nos encheria do contentamento de viver.
Tenhamos a precisa coragem de eliminar, por nós mesmos, os raios de nossos sentimentos e desejos descontrolados.
A palavra é canal do "eu".
Pela válvula da língua, nossas paixões explodem ou nossas virtudes se estendem.
Cada vez que arrojamos para fora de nós o vocabulário que nos é próprio, emitimos forças que destroem ou edificam que solapam ou restauram, que ferem ou balsamizam.
Linguagem, a nosso entender, se constitui de três elementos essenciais: expressão, maneira e voz.
Se não aclaramos a frase, se não apuramos o modo e se não educamos a voz, de acordo com as situações, somos suscetíveis de perder as nossas melhores oportunidades de melhoria, entendimento e elevação.
Paulo de Tarso fornece a receita adequada aos aprendizes do Evangelho.
Nem linguagem doce demais, nem amarga em excesso. Nem branda em demasia, afugentando a confiança, nem áspera ou contundente, quebrando a simpatia, mas sim "linguagem sã e irrepreensível para que o adversário se envergonhe, não tendo nenhum mal que dizer de nós".


[1] Livro: Fonte Viva – Ditado pelo Espírito Emmanuel; psicografia de Francisco Cândido Xavier, Cap. 43, Edit. FEB - Todos os grifos, numeração, coloridos, negritos, sublinhados e itálicos: é de autoria da redação do Jornal A FAGULHA, quanto aos nossos estudos destes artigos.