MECANISMO DA PSICOMETRIA – Expondo algumas
anotações em torno da psicometria, considerada nos círculos medianímicos por
faculdade de perceber o lado oculto do ambiente e de ler impressões e
lembranças, ao contacto de objetos e documentos, nos domínios da sensação a
distância, não é demais traçar sintéticas observações acerca do pensamento, que
varia de criatura para criatura, tanto quanto a expressão fisionômica e as
marcas digitais.
Destacaremos,
assim, que, em certos indivíduos, a onda mental a expandir-se, quando em regime
de “circuito fechado”, na atenção profunda, carreia consigo agentes de
percepção avançada, com capacidade de transportar os sentidos vulgares para
além do corpo físico, no estado natural de vigília.
O fluido nervoso ou força psíquica, a
desarticular-se dos centros vitais, incorpora-se aos raios de energia mental
exteriorizados, neles configurando o campo de percepção que se deseje plasmar,
segundo a dileção da vontade, conferindo ao Espírito novos poderes sensoriais.
Ainda
aqui, o fenômeno pode ser apreendido, guardando-se por base de observação as
experiências do hipnotismo comum, nas quais o sensitivo – muitas vezes pessoa
em que a força nervosa está mais fracamente aderida ao carro fisiológico –
deixa escapar com facilidade essa mesma força, que passa de pronto, ao impacto
espiritual do magnetizador.
O
hipnotizado, na profundez da hipnose, pode, então, libertar a sensibilidade e a
motricidade, transpondo as limitações conhecidas no cosmo físico.
Nestas
ocorrências, sob a sugestão do magnetizador, o “sujet”, com a energia mental de
que dispõe, desassocia o fluido nervoso de certas regiões do veículo carnal,
passando a registrar sensações fora do corpo denso, em local sugerido pelo
hipnotizador, ou impede que a mesma força circule em certo membro – um dos
braços, por exemplo –, que se faz praticamente insensível enquanto perdure a
experiência, até que, ao toque positivo da vontade do magnetizador, ele mesmo
reconduza o próprio pensamento revitalizante para o braço inerte,
restituindo-lhe a energia psíquica temporariamente subtraída.
PSICOMETRIA E REFLEXO CONDICIONADO – Nas pessoas dotadas
de forte sensibilidade, basta o reflexo condicionado, por intermédio da oração
ou da centralização de energia mental, para que, por si mesmas, desloquem
mecanicamente a força nervosa correspondente a esse ou àquele centro vital do
organismo fisiopsicossomático, entrando em relação com outros impérios vibratórios,
dos quais extraem o material de suas
observações psicrométricas.
Aliás, é
imperioso ponderar que semelhantes faculdades, plenamente evidenciadas nos
portadores de sensibilidade mais extensamente extroversível, esboçam-se, de
modo potencial, em todas as criaturas, através das sensações instintivas de
simpatia ou antipatia com que se acolhem ou se repelem umas às outras, na permuta
incessante de radiações.
Pela
reflexão, cada Inteligência pressente, diante de outra, se está sendo
defrontada por alguém favorável ou não à direção nobre ou deprimente que
escolheu para a própria vida.
FUNÇÃO DO PSICOMETRA – Clareando o
assunto quanto possível, vamos encontrar no médium de psicometria
a individualidade que consegue desarticular, de maneira automática, a força nervosa
de certos núcleos, como, por exemplo, os da visão e da audição,
transferindo-lhes a potencialidade para as próprias oscilações mentais.
Efetuada
a transposição, temos a idéia de que o medianeiro possui olhos e ouvidos a
distância do envoltório denso, acrescendo, muitas vezes, a circunstância de que
tal sensitivo, por auto decisão, não apenas desassocia os agentes psíquicos dos
núcleos aludidos, mas também opera o desdobramento do corpo espiritual, em
processo rápido, acompanhando o mapa que se lhe traça às ações no espaço e no
tempo, com o que obtém, sem maiores embaraços, o
montante de impressões e informações para os fins que se tenha em vista.
INTERDEPENDÊNCIA DO MÉDIUM – Como em qualquer atividade
coletiva entre os homens, é forçoso convir que médium algum possa agir a sós,
no plano complexo da
psicometria.
Igualmente,
aí, o sensitivo está como peça interdependente no mecanismo da ação.
E como é
fartamente compreensível, se os companheiros desencarnados ou encarnados da
operação a realizar não guardam entre si os ascendentes da harmonização
necessária, claro está que; a onda mental do instrumento mediúnico somente em
circunstâncias muito especiais não se deixará influenciar pelos elementos discordantes,
invalidando-se, desse modo, qualquer possibilidade de êxito nos tentames
empreendidos.
Nesse
campo, as formas-pensamentos
adquirem fundamental importância, porque todo objeto deliberadamente
psicometrado já foi alvo de particularizada atenção.
Quem
apresenta ao psicômetra um pertence de antepassados, na maioria das vezes já
lhe invocou a memória e, com isso, quando não tenha atraído para o objeto o
interesse afetivo, no Plano Espiritual, terá desenhado mentalmente os seus
traços ou quadros alusivos às reminiscências de que disponha, estabelecendo,
assim, recursos de indução para que as percepções ultra-sensoriais do médium se
lhe coloquem no campo vibratório correspondente.
CASO DE DESAPARECIMENTO – Noutro aspecto,
imaginemos que determinado objeto seja conduzido ao sensitivo para ser
psicometrado, com vistas a certos objetivos.
Para
clarear a asserção, suponhamos que uma pessoa acaba de desaparecer do quadro
doméstico, sem deixar vestígio.
Buscas
minuciosas são empreendidas sem resultado.
Lembra-se
alguém de tomar-lhe um dos pertences de uso pessoal.
Um lenço
por exemplo.
A
recordação é submetida a exame de um médium que reside à longa distância, sem
que informe algum lhe seja prestado.
O médium recolhe-se e, a breve tempo,
voltando da profunda introspecção a que se entregou, descreve, com minúcias, a
fisionomia e o caráter do proprietário, reporta-se ao desaparecimento dele,
explana sobre pequeninos incidentes em torno do caso em lide, esclarece que o
dono desencarnou, de repente, e informa o local em que o cadáver permanece.
Verifica-se
a exatidão de todas as notas e, comumente, atribui-se ao psicômetra a autoria
integral da descoberta.
Entretanto,
analisado o episódio do Plano Espiritual, outras facetas ele revela à visão do
observador.
Desencarnado
o amigo a que aludimos, afeição que ele possua na esfera extrafísica
interessa-se em ajudá-lo, auxílio esse que se estende, naturalmente, à sua
equipe doméstica. Pensamentos agoniados daqueles que ficaram e pensamentos
ansiosos dos que residem na vanguarda do Espírito entrecruzam-se na procura movimentada.
Alguém
sugere a remessa do lenço para investigações psicrométricas e a solução aparece
coroada de êxito.
Os
encarnados vêem habitualmente apenas o sensitivo que entrou em função, mas se esquecem, não raro, das inteligências
desencarnadas que se lhe incorporam à onda mental, fornecendo-lhe todos os avisos
e instruções, atinentes ao feito.
AGENTES INDUZIDOS – Todos os objetos e
ambientes psicometrados são, quase sempre, francos mediadores entre a esfera física
e a esfera extrafísica, à maneira de agentes fortemente induzidos,
estabelecendo fatores de telementação entre os dois planos.
Nada
difícil, portanto, entender que, ainda aí prevalece o problema do
merecimento e da companhia.
Se
o consulente e o experimentador não se revestem de qualidades morais
respeitáveis para o encontro do melhor a obter, podem carrear à presença do
sensitivo, elementos desencarnados menos afins com a tarefa superior a que se
propõem, e, se o intermediário humano não está espiritualmente seguro, a
consulta ou a experiência resulta em fracasso perfeitamente compreensível.
Nossas
anotações, demonstrando o extenso campo da influenciação dos desencarnados, em
todas as ocorrências da psicometria, não excluem, como é natural, o
reconhecimento de que a matéria assinala sistemas de vibrações, criados pelos
contactos com os homens e com os seres inferiores da Natureza, possibilitando
as observações inabituais das pessoas dotadas de poderes sensoriais mais
profundos, como por exemplo, na visão, através de corpos opacos, na
clarividência e na clariaudiência telementadas, na apreensão críptica[2]
da sensibilidade e nos diversos recursos radiestésicos que se filiam
notadamente aos chamados fenômenos de telestesia.
[1] Fonte: Mecanismos da Mediunidade, Ditado pelo Espírito André Luiz, psicografia
de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira, Editora FEB, Capitulo XX
[2]
O mesmo que: oculta, cifrada, escondida, hermética,
misteriosa. Que habita cavernas... https://www.dicio.com.br/pesquisa.php?q=cr%C3%ADptica