quinta-feira, 25 de agosto de 2016

PERANTE NÓS MESMOS

PERANTE NÓS MESMOS
Vigiar as próprias manifestações, não se julgando indispensável e preferindo a autocrítica do autoelogio, recordando que o exemplo da humildade é a maior força para a transformação das criaturas.
Toda presunção evidencia afastamento do Evangelho.
Agir de tal modo a não permitir, mesmo indiretamente, atos que signifiquem profissionalismo religioso, quer no campo da mediunidade, quer na direção de instituições, na redação de livros e periódicos, em traduções e revisões, excursões e visitas, pregações e outras quaisquer tarefas.
A exploração da fé anula os bons sentimentos.
Render culto à amizade e à gentileza, estendendo-as, quanto possível, aos companheiros e às organizações, mas sem escravizar-se ao ponto de contrariar a própria verdade, em matéria de Doutrina, para ser agradável aos outros.
O Espiritismo é caminho libertador.
Recusar várias funções simultâneas nos campos social e doutrinário, para não se ver na contingência de prejudicar a todas, compreendendo, ainda, que um pedido de demissão, em tarefa espírita, quase sempre equivale a ausência lamentável.
O afastamento do dever é deserção.
Efetuar compromissos apenas no limite das próprias possibilidades, buscando solver os encargos assumidos, inclusive os relacionados com as simples contribuições e os auxílios periódicos às instituições fraternais.
Palavra empenhada, lei no coração.
Libertar-se das cadeias mentais oriundas do uso de talismãs e votos, pactos e apostas, artifícios e jogos de qualquer natureza, enganosos e prescindíveis.
O espírita está informado de que o acaso não existe.
Esquivar-se do uso de armas homicidas, bem como do hábito de menosprezar o tempo com defesas pessoais, seja qual for o processo em que se exprimam.
O servidor fiel da Doutrina possui, na consciência tranquila, a fortaleza inatacável.
“Examinai-vos a vós mesmos, se permaneceis na fé; provai-vos a vós mesmos.”
Paulo
II CORÍNTIOS, 13:5



Livro Conduta Espírita cap. 18, Espírito André Luiz, psicografia Francisco C. Xavier, Edit. FEB

domingo, 21 de agosto de 2016

BREVE HISTÓRICO SOBRE MAGNETISMO




 BREVE HISTÓRICO SOBRE MAGNETISMO[1] 
Identificar as origens da terapia espírita conhecida como passes é realizar longa viagem aos tempos imemoriais, aos horizontes primitivos da pré-história, porquanto essa técnica de cura está presente em toda a história do homem. "Desde essa época remota, o homem e os animais já conviviam com o acidente e com a doença. Pesquisas destacam que os dinossauros eram afetados' por tumores na sua estrutura óssea; no homem do período paleolítico e da era neolítica há evidência de tuberculose da espinha e de crises epilépticas".
"Herculano Pires diz que o passe nasceu nas civilizações antigas, como um ritual das crenças primitivas. A agilidade das mãos sugeria a existência de poderes misteriosos, praticamente comprovados pelas ações cotidianas da fricção que acalmava a dor. As bênçãos foram às primeiras manifestações típicas dos passes. O selvagem não teorizava, mas experimentava, instintivamente, e aprendia a fazer e a desfazer as ações, com o poder das mãos".
No Antigo Testamento, em II Reis, encontramos a expectativa de Naamá: "pensava eu que ele sairia a ter comigo, por-se-ia de pé, invocaria o nome do Senhor seu Deus, moveria a mão sobre o lugar da lepra, e restauraria o leproso".
Na Caldéia e na Índia, os magos e brâmanes, respectivamente, curavam pela aplicação do olhar, estimulando a letargia e o sono.
No Egito, no templo da deusa Isis, as multidões aí acorriam, procurando o alívio dos sofrimentos junto aos sacerdotes, que lhes aplicavam a imposição das mãos.
Dos egípcios, os gregos aprenderam a arte de curar.
O historiador Heródoto destaca, em suas obras, os santuários que existiam nessa época para a realização das fricções magnéticas.
Em Roma, a saúde era recuperada através de operações magnéticas. Galeno, um dos pais da medicina moderna, devia sua experiência na supressão de certas doenças de seus pacientes à inspiração que recebia durante o sono. Hipócrates também vivenciou esses momentos transcendentais, bem como outros nomes famosos, como Avicena, Paracelso...
Baixos relevos descobertos na Caldéia e no Egito apresentam sacerdotes e crentes em atitudes que sugerem a prática da hipnose nos templos antigos, com finalidades certamente terapêuticas.
Com o passar dos tempos, curandeiros, bruxas, mágicos, faquires e, até mesmo, reis (Eduardo, O Confessor; Olavo, Santo Rei da Noruega e vários outros) utilizavam os toques reais.
Depreendemos, a partir desses breves registros, que a arte de curar através da influência magnética era prática normal desde os tempos antigos, sobretudo no tempo de Jesus, quando os seus seguidores exercitavam a técnica da cura fluídica através das mãos.
Em o Novo Testamento vamos encontrar o momento histórico do próprio Mestre em ação: E Jesus, estendendo a mão, tocou-lhe, dizendo: Quero, fica limpo! E imediatamente ele ficou limpo da lepra.
"Os processos energéticos utilizados pelo Grande Mestre da Galiléia são ainda uma incógnita. O talita kume! ecoando através dos séculos, causa espanto e admiração. A uma ordem do Mestre, levanta-se a menina dada como morta, pranteada por parentes e amigos".
Todos esses fatos longínquos pertencem ao período anterior a Franz Anton Mesmer, nascido a 23.05.1733 em Weil, Áustria. Educado em colégio religioso, estudou Filosofia, Teologia, Direito e Medicina, dedicando-se também à Astrologia.
"No século XVIII, Mesmer, após estudar a cura mineral magnética do astrônomo jesuíta Maximiliano Hell, professor da Universidade de Viena, bem como os trabalhos de cura magnética de J.J. Gassner, divulgou uma série de técnicas relativas à utilização do magnetismo humano, instrumentalizado pela imposição das mãos. Tais estudos levaram-no a elaborar a sua tese de doutorado - De Planetarium Inflexu, em 1766 - de cujos princípios, nunca se afastou. Mais tarde, assumiram destaque as experiências do Barão de Reichenbach e do Coronel Alberto de Rochas".
Mesmer admitia a existência de uma força magnética que se manifestava através da atuação de um "fluido universalmente distribuído, que se insinuava na substância dos nervos e dava, ao corpo humano, propriedades análogas ao do imã. Esse fluido, quando controlado, poderia ser usado como finalidade terapêutica".
Grande foi à repercussão da Doutrina de Mesmer, desde a publicação, em 1779, das suas proposições: A memória sobre a descoberta do Magnetismo Animal, passando, em seguida, a ser alvo de hostilidades e, em face das surpreendentes experiências práticas de terapia, conseguindo curas consideráveis, na época vistas como maravilhosas, transformar-se em tema de discussões e estudos.
"Em breve, formaram-se dois campos: os que negavam obstinadamente todos os fatos, e os que, pelo contrário, admitiam-nos com fé cega, levada, algumas vezes até à exageração".
Enquanto a Faculdade de Medicina de Paris "proibia qualquer médico declarar-se partidário do Magnetismo Animal, sob a pena de ser excluído do quadro dos doutores da época", um movimento favorável às ideias de Mesmer levava à formação das Sociedades Magnéticas, sob a denominação de Sociedades de Harmonia, que tinham por fim o tratamento das moléstias.
Na França, por toda a parte, curava-se pelo novo método. "Nunca, diria Barão Du Potet; a medicina ordinária ofereceu ao público o exemplo de tantas garantias", em face dos relatórios confirmando as curas, que eram impressos e distribuídos em grande quantidade para esclarecimento do povo.
Como destacamos, o Magnetismo era tema principal de observação e estudos, sendo designadas Comissões para estudar a realidade das técnicas Mesmerianas, atraindo a atenção de leigos e sábios. Em 1831, a Academia de Ciências de Paris, reestudando os fenômenos, reconhece os fluidos magnéticos como realidade científica. Em 1837, porém, retrata-se da decisão anterior, e nega a existência dos fluidos.
Deduz-se que essa atitude dos relatores teria sido provocada pela forma adotada pelos magnetizadores para tornar popular a nova Doutrina: explorando o que se chamou A Magia do Magnetismo, utilizando pacientes sonambúlicos, teatralizando a série de fenômenos que ocorriam durante as sessões, e as encenações ruidosas, que ficaram conhecidas como a Câmara das Crises ou O Inferno das Convulsões, tendo como destaque central a Tina de Mesmer - uma grande caixa redonda feita de carvalho, cheia de água, vidro moído e limalha de ferro, em torno da qual os doentes, em silêncio, davam-se as mãos, e apoiavam as hastes de ferro, que saiam pela tampa perfurada, sobre a parte do corpo que causava a dor. Todos eram rodeados por uma corda comprida que partia do reservatório, formando a corrente magnética.
Todo esse aparato, porém, não era apropriado para convencer os observadores do efeito eficaz e positivo das imposições e dos passes.
Ipso facto, as Comissões se inclinaram pela condenação do Magnetismo, considerando que as virtudes do tratamento ficavam ocultas, enquanto os processos empregados estimulavam desconfiança e descrédito.
Os seguidores de Mesmer, entretanto, continuaram a pesquisar e a experimentar.
"O Marquês de Puységur descobre, à custa de sugestões tranquilizadoras aos magnetizados; o estado sonambúlico do hipnotismo; seguem os seus passos Barão Du Potet e Charles Lafontaine".
No sul da Alemanha, o padre Gassner leva os seus pacientes ao estado cataléptico, usando fórmulas e rituais, admitindo a influência espiritual.
Em 1841, um médico inglês, o Dr.James Braid, de Manchester, surpreendeu-se com a singularidade dos resultados produzidos pelo conhecido magnetizador Lafontaine, assistindo uma de suas sessões públicas, ao agir sobre os seus pacientes, fixando-lhes os olhos e segurando-lhes os polegares.
Braid, em seus trabalhos e escritos científicos, procurou explicar o estado psíquico especial, que era comum nos fenômenos ditos magnéticos, sonambúlicos e sugestivos. Em seus derradeiros trabalhos passou a admitir a hipótese de dois fenômenos de efeitos semelhantes: um hipnótico, normal, devido a causas conhecidas e um magnético, paranormal, a exemplo da visão a distância e a previsão do futuro.
Outros pesquisadores seguiram-no: Charcot, Janet, Myers, Ochorowicz, Binet dentre outros.
Em 1875, Charles Richet, então ainda estudante, busca provar a autenticidade científica do estado hipnótico, que segundo ele, mais não era que um estado fisiológico normal, no qual a inteligência se encontrava, apenas, exaltada.
Antes, porém, em Paris, o Magnetismo também atraia à atenção do pedagogo, homem de ciências, Professor Hippolyte Léon Denizard Rivail. Consoante o Prof. Canuto Abreu, em sua célebre obra O Livro dos Espíritos e sua Tradição Histórica e Lendária, Rivail integrava o grupo de pesquisadores formado pelo Barão Du Potet (1796-1881), adepto de Mesmer, editor do Journal du Magnétisme e dirigente da Sociedade Mesmeriana. À página 139 dessa elucidativa obra, depreende-se que o Prof. Rivail frequentava, até 1850, sessões sonambúlicas, onde buscava solução para os casos de enfermidades a ele confiados, embora se considerasse modesto magnetizador.
Os vínculos, do futuro Codificador da Doutrina Espírita, com o Magnetismo, ficam evidenciados nas suas anotações intimas constantes de Obras Póstumas, relatando a sua iniciação no Espiritismo, quando em 1854 interessa-se pelas informações que lhe são transmitidas pelo magnetizador Fortier, sobre as mesas girantes, que lhe diz: "parece que já não são somente as pessoas que se podem magnetizar"..., sentindo-se à vontade nesse diálogo com o então pedagogista Rivail. São dois magnetizadores,, que se encontram e abordam questões do seu íntimo e imediato interesse.
Mais tarde, ao escrever a edição de março de 1858 da Revista Espírita, quase um ano após o lançamento de O Livro dos Espíritos em 18.04.1857, Kardec destacaria: “O Magnetismo preparou o caminho do Espiritismo (...). Dos fenômenos magnéticos, do sonambulismo e do êxtase às manifestações espíritas (...) sua conexão é tal que, por assim dizer, é impossível falar de um sem falar de outro". E conclui, no seu artigo: “Devíamos aos nossos leitores esta profissão de fé, que terminamos com uma justa homenagem aos homens de convicção que, enfrentando o ridículo, o sarcasmo e os dissabores, dedicaram-se corajosamente à defesa de uma causa tão humanitária”.
É o depoimento inconteste do valor e da profunda importância da terapia através do “passe” magnetismo, e, mais tarde, em 1868, ao escrever a quinta e última obra da Codificação, A Gênese, abordaria ele a "momentosa questão das curas através da ação fluídica", destacando que; todas as curas desse gênero são variedades do Magnetismo, diferindo apenas pela potência e rapidez da ação. O princípio é sempre o mesmo: é o fluido que desempenha o papel de agente terapêutico, e o efeito está subordinado à sua qualidade e circunstâncias especiais.
O “passe” vem percorrendo um longo caminho desde as origens da humanidade, como prática terapêutica eficiente, e, modernamente, está inserido no universo das chamadas Terapêuticas Espiritualistas. Em muitos casos, a sua aplicação no tratamento das perturbações mentais e de origem patológica obtém êxito. Praticado, estudado, observado sob as mais variadas nomenclaturas, (ex.: magnoterapia, fluidoterapia, bioenergia, imposição das mãos, transfusão de energia-psi, o passe) evidencia-se que o tratamento magnético vem notabilizando a sua qualidade terapêutica, destacando-se seus desdobramentos, em excelente terapia praticada largamente nas Instituições Espíritas, curando psíquico e fisiologicamente àqueles que buscam pautando-se na fé.
Amparado por um suporte científico, graças, sobretudo, às experiências da Kirliangrafia ou efeito Kirlian, de que se têm ocupado investigadores da área da Parapsicologia, e às novas descobertas da Física no campo da energia, vem obtendo a aceitação e a prescrição de vários profissionais dos quadros da Medicina, sobretudo da psicologia e da psiquiátrica, confirmando a excelência do Espiritismo e o Magnetismo, que explica a etiologia das enfermidades mentais e/ou físicas, oferecendo amplas possibilidades de cura desses distúrbios, ampliando a ação terapêutica médica moderna.
BIBLIOGRAFIA
1.             O Túnel e a Luz, Carlos Bernardo Loureiro
2.             A Gênese, Allan Kardec
3.             Obras Póstumas, Allan Kardec
4.             As Mesas Girantes e o Espiritismo, Zeus Wantuil
5.             O Espiritismo Perante a Ciência, Gabriel Delanne
6.             Parapsicologia Didática, Raul Marinuzzi
7.             Curas Espirituais, George W. Meek
8.             Magnetismo Curativo, Alphonse Bué
9.             Boletim Médico Espírita, AME/SP - 1985
10.          O Passe, Jacob Melo
11.          Do Sistema Nervoso à Mediunidade, Ary Lex
12.          Diretrizes de Segurança, Divaldo P. Franco e J. Raul Teixeira
13.          À Luz do Espiritismo, Vianna de Carvalho/Divaldo P. Franco.
14.          Entre a Matéria e O Espírito, Augusto César Perri de Carvalho e Osvaldo Magno Filho.
15.          Terapia pelos Passes – Projeto Manoel P. Miranda – Editora Leal

* * *
O passe magnético[2] é categorizado como uma forma de magnetização, desenvolvido por movimentos com as mãos, feitos por um magnetizador, nos indivíduos com desequilíbrio psicossomático ou apenas desejosos de uma ação fluídica benéfica.
Podem e devem ser desenvolvidos, de diversas maneiras, naturalmente em conformidade com os conceitos do Mesmerismo, caracterizando-se por duas ações gerais autônomas:
1.      Insônomas (aplicação da mão direita do lado esquerdo do corpo do paciente)
2.     Heterônomas (aplicação da mão direita do lado direito do corpo do paciente)
Ou simplesmente, ainda de acordo com a necessidade orgânica do paciente visualizada por meio do "tato magnético" e a orientação dos "plexos" através das técnicas especificas, com metodologia própria: 
·         Transversais
·         Longitudinais
·         Circulares 
·         Perpendicular
Insuflação
·         Imantação

A fonte do fluido magnético


Gravura sobre o "Passe magnético"
No “Passe Magnético” o fluido utilizado emana exclusivamente do próprio magnetizador.
A qualidade do fluido magnético depende muito da moral do magnetizador, pois é ele que dá qualidade ao fluido aplicado. Para tanto o magnetizador deve está bem fisicamente e sua moral deve ser a melhor possível para que o fluido emitido seja de boa qualidade, ao contrario poderá fazer mal ao assistido.

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Algumas referencias na internet sobre este assunto:
8.     https://vimeo.com/69781516     (um vídeo)
9.     https://youtu.be/FVWYg7zndv8   (um vídeo)
10.  https://youtu.be/fzExA9z0Jww   (um vídeo)

domingo, 14 de agosto de 2016

ÍNCUBOS & SÚCUBOS

  
ÍNCUBOS & SÚCUBOS
Em algumas partes dos Evangelhos de Jesus, encontramos algumas das palavras abaixo; hoje no estudo evangélico, (Cap. I, item 11 – Nota) pela manhã, encontrei estas palavras, que despertou-me o interesse em procurar os respectivos significados, apesar de já ter lidos elas algumas vezes na minha caminha espírita.
ÍNCUBOS
(em latim incubus, de incubare) é um demônio na forma masculina que se encontra com mulheres dormindo, a fim de ter uma relação sexual com elas. O íncubo drena a energia da mulher para se alimentar, e na maioria das vezes deixa-a viva, mas em condições muito frágeis. https://pt.wikipedia.org/wiki/Íncubo
SÚCUBO
(em latim succubus, de succubare) é um demônio com aparência feminina que invade o sonho dos homens a fim de ter uma relação sexual com eles para lhes roubar a energia vital. O súcubo se alimenta da energia sexual dos homens e coleta seu esperma para engravidar a si mesma ou a outros súcubos, e quando invade o sonho de uma pessoa ele toma a aparência do seu desejo sexual e suga a energia proveniente do prazer do atacado. As succubas tendem a ficar mais fortes e mais frequentes em épocas de transição de lua cheia, com isso ficando mais descontroladas e mais sedentas. Estão associados a casos de doenças e tormentos psicológicos de origem sexual, pois após os ataques se seguiam pesadelos e poluções noturnas nas vítimas. De acordo com a mitologia, são seres que podem viver aproximadamente 750 anos. A contraparte masculina desse demônio é chamada de íncubo. https://pt.wikipedia.org/wiki/súcubo
ANÁTEMA
No catolicismo, é a maior e a pior sentença de excomunhão da Igreja, onde o anátemo, além de ser expulso da igreja com todos seus ritos eucarísticos e todas as atividades voltadas ao fiéis, ainda é considerado como amaldiçoado pelo sacerdote. Os anátemas acontecem em celebrações públicas e são feitas por pontífices maiores, como bispos e cardeais. Em algumas tradições cristãs existem ritos específicos para o anátema. O anátema é o mais severo caso de excomunhão, ocorrendo somente nos piores casos possíveis de heresia contra a fé. O célebre caso bíblico é o de Saul que invade os amalequitas, mas acaba (com o apoio do povo ou sob a pressão deste) poupando a vida de Agag e da melhor parte do gado dos amalequistas, ato que Deus condena e informa a Samuel que informa ao rei Saul (uma vez que ele mente dizendo que iria sacrificá-los para Deus), sendo rejeitado como rei e abrindo portas para David assumir o Reino. https://pt.wikipedia.org/wiki/anátema
ANTÍPODAS
O termo antípoda designa tradicionalmente na Europa as regiões situadas do outro lado da Terra, como a Oceania e vem do plural Antípodas. Este termo veio de uma expressão grega significando literalmente "pés opostos" (as pessoas que habitariam nos antípodas caminhariam "ao contrário").Antípoda é um abuso de linguagem, já que o singular de antipodes é, em grego, antipous. https://pt.wikipedia.org/wiki/antípoda



NOTA (Evangelho Segundo o Espiritismo / Allan Kardec, cap. 1, tem 11)
Santo Agostinho vem, por acaso, modificar aquilo que ensinou? Não, seguramente, mas como tantos outros, ele vê com os olhos do espírito o que não podia ver como homem. Sua alma liberta percebe claridades novas, e compreende-o que antes não compreendia. Novas ideias lhe revelaram o verdadeiro sentido de certas palavras. Quando na terra, julgava as coisas segundo os conhecimentos que possuía; mas, quando uma nova luz se fez para ele, pode julgá-las com maior clareza. É assim que ele deve revisar sua crença referente aos espíritos íncubos súcubos, bem como o anátema que havia lançado contra a teoria dos antípodas. Agora, que o Cristianismo lhe aparece em toda a sua pureza, ele pode, sobre certos pontos, pensar de maneira diversa de quando vivia, sem deixar de ser o apóstolo: cristão. Pode, sem renegar a sua fé, fazer-se o propagador do Espiritismo, porque nele vê o cumprimento das predições. Ao proclamá-lo, hoje, nada mais faz do que conduzir-nos a uma interpretação mais sã e mais lógica dos textos. Assim também acontece com outros Espíritos, que se encontram numa posição semelhante.



Evangelho Segundo o Espiritismo / Allan Kardec, nota do item 11 do cap.1)

terça-feira, 9 de agosto de 2016

O TESTEMUNHO A TOMÉ


O TESTEMUNHO A TOMÉ

Conta a narrativa de Marcos que, voltando Jesus de uma das suas excursões, se encaminhou para o território de Dalmanuta, onde vários fariseus se puseram a discutir com ele, para experimentá-la. Entremostrando a dor que lhe causava a incompreensão ambiente, o Mestre exclamou com a sua energia serena: – “Porque pede esta geração um sinal do céu?”.
Era frequente buscarem o Messias com a preocupação exclusiva do maravilhoso.
Alguns exigiam os milagres mais extravagantes, no ar, no firmamento, nas águas, Jesus não afirmava ser o Filho de Deus?!... No exercício do seu ministério, não expulsara espíritos malignos, não curara paralíticos e leprosos?
Os fariseus principalmente eram os que desejavam crer nos ensinamentos novos, mas, dentro das normas do velho egoísmo humano, reclamavam prévias compensações do sobrenatural ao apoio do dia seguinte.
De todos os discípulos, era Tomé o que mais se preocupava com a dilatarão, que lhe parecia necessária, da zona de influenciarão do Senhor junto dos homens considerados os mais importantes e os mais ricos. Não raro, insistia com Jesus para que atendesse às exigências dos fariseus bem aquinhoados de autoridade e de riqueza.
Naquele dia de breve repouso em Dalmanuta, o Mestre descansava na choupana de um velho pescador por nome Zacarias, quando o discípulo surgiu inesperadamente, reclamando-lhe a atenção nestes termos:
– Senhor, numerosos homens de importância estão na localidade e desejam o sinal de vossa missão divina.
Reparando que Jesus guardara silêncio, Tomé continuou a falar, desejoso de acender entusiasmo em torno do seu alvitre.
– São altos funcionários de Herodes, em companhia de doutores de Jerusalém, que excursionam por estas paragens... Além disso, estão acompanhados de patrícios romanos, interessados em conhecer o lago e as suas aldeias mais influentes. Esses viajantes ilustres fizeram-me portador de um. convite atencioso e amável, pois vos esperam em casa do centurião Cornélio Cimbro!...
Jesus, entretanto, depois de longo silêncio, no qual pareceu examinar detidamente a atitude mental do interlocutor, perguntou com serenidade, mas em tom algo doloroso:
– Que desejam de mim?
– Querem conhecer-vos, Mestre! – Replicou o apóstolo, mais confortado.
Não é necessário que me vejam a mim; mas, que sintam a verdade que trago de Nosso Pai.
– Redarguiu Jesus, com tranquila firmeza.
Deixando transparecer o desgosto que aquela resposta lhe causava, Tomé insistiu:
– Mestre, Mestre, atendei-os!... Que será do Evangelho do Reino e de nós mesmos, sem o apoio dos influentes e prestigiosos? Acreditais na vitória sem o amparo das energias que dominam o mundo? Mostrai-vos a esses homens, revelai-lhes o vosso poder divino, pois ao demais, eles apenas desejam conhecer-vos de perto!...
– Tomé – exclamou o Senhor, com energia – Deus não exige que os homens o conheçam, senão no santuário do perfeito conhecimento de si mesmos. Eu venho de meu Pai e tenho de ensinar as suas verdades divinas. Nunca reclamei dos meus discípulos as suas homenagens pessoais, apenas tenho recomendado a todos que se amem, reciprocamente, através da vida!
E, desfazendo as ponderações descabidas do discípulo, continuou:
– Julga, então, que o Evangelho do Reino seja uma causa dos homens perecíveis? Se assim fosse, as nossas verdades seriam tão mesquinhas como as edificações precárias do mundo, destinadas à renovação pela morte, nos eternos caminhos do Tempo. Os patrícios romanos e os doutores de Jerusalém não terão de entregar a alma a Deus, algum dia? Quem será, desse modo, o mais forte e poderoso: Deus, que é o Pai de sabedoria infinita, na eternidade de sua glória, ou um César romano, que terá de rolar do seu trono enfeitado de púrpura, para o pó tenebroso da sepultura?!
Tomé escutava-o, surpreso e entristecido; todavia, com o propósito de se justificar, acrescentou comovido:
– Mestre; compreendo as vossas observações divinas; no entanto, esses forasteiros desejavam apenas um sinal de Deus nos céus.
– Mas, se são incapazes de perceber a presença do Nosso Pai, como poderão reconhecer-lhe um simples sinal? – perguntou Jesus, com todo vigor da sua convicção – Os pais humanos sabem que sem o seu esforço, ou sem a generosa cooperação de alguém que os substitua, à frente da família, não será possível o desenvolvimento de seus filhos, no que se refere à assistência material; contudo, os homens do mundo encontram a casa edificada da natureza, com a exatidão de suas leis, e timbram sempre ir negar a assistência da Providência
Divina. Vai, Tomé, e dize-lhes que o Evangelho do Reino não se destina aos que se encontrem satisfeitos e confortados na Terra; destina-se justamente aos corações que aspiram a uma vida melhor!
Ante a firmeza, das elucidações, o apóstolo não mais insistiu. Ainda, porém, interrogou hesitante:
– Mestre, qual será então a nossa senha?
Como provar às criaturas que o nosso esforço está com Deus?
– Uma só lágrima, que console e esclareça um coração atormentado – explicou Jesus.
– vale mais do que um sinal imenso no céu, destinado tão somente a impressionar os miseráveis sentidos da criatura. A nossa senha, Tomé, é a nossa própria exemplificação, na humildade e no trabalho. Quando quiseres esclarecer o espírito de alguém, nunca lhe mostres que sabes alguma coisa; sofre, porém, com as suas dores e colherás resultado. A redenção consiste em amar intensamente. Se te interessas por um amigo, suporta os seus infortúnios e imperfeições, anda em sua companhia nos dias amargos e dolorosos! O nosso sinal é o do amor que eleva e santifica, porque só ele tem a luz que atravessa os grandes abismos. Vai e não descreias, porque não triunfaremos no mundo somente pelo que fizermos, mas também pelo que deixarmos de fazer, no âmbito das suas falsas grandezas!...
***
Desde esse dia, o apóstolo Tomé reformou a sua concepção sobre as mensagens do céu, no capítulo dos milagres ; entretanto, não conseguia escapar a pequeninas indecisões, em matéria ele fé. Não podia excluir de sua imaginação o desejo de uma vitória ampla e fácil do Evangelho, pela renovação imediata do mundo.
Dentro em pouco, porém, a onda das perseguições vinha desfazer a suave e divina ventura. O Mestre fora preso. Com exceção de João, que se conservaram junto de sua mãe, todos os discípulos se afastou espavoridos.
Também ele não resistiu às grandes vacilações do triste momento. Debandara.
Todavia, depois, sentira o coração pungido de remorsos acerbos. Almejava contemplar o Mestre querido, ouvir se possível, pela última vez, uma palavra de exprobração dos seus lábios divinos. Disfarçando-se, então, de maneira a tornar-se irreconhecível, a fim de se livrar das iras da multidão, incorporou-se, nas ruas movimentadas, ao ruidoso cortejo. Seu coração batia acelerado. Rompeu a massa popular e aproximou-se do Messias, que caminhava sob a cruz a passos vacilantes, seguido de perto pelos soldados que o protegiam contra os ataques da plebe. Sentiu que uma grande angústia lhe dilacerava as fibras mais delicadas da alma.
Contudo, seguiu sempre, até que o madeiro se ergueu exibindo o sentenciado sob os raios do Sol claro, no topo de uma colina, como para apresentar o espetáculo às vistas do mundo inteiro.
Tomé contemplou fixamente o Mestre e notou que o espírito se lhe mantinha firme.
Sua fisionomia serena, não obstante o martírio daquela hora, não refletia senão o amor profundo que lhe conhecera nos dias mais lindos e mais tranquilos. Seus pés, que tanto haviam caminhado para a semeadura do bem, estavam ensanguentados. Suas mãos generosas e acariciadoras eram duas rosas vermelhas, gotejando o sangue do suplício. Sua fronte, em que se haviam abrigado os pensamentos mais puros do murado, se mostrava aureolada de espinhos.
Tomé se pôs a chorar discretamente; logo, porém, como se o olhar do Mestre o buscasse, entre os milhares de criaturas reunidas, observou que Jesus o fitara e, magnetizado pela sua feição divina, avançou hesitante. Desejava escutar daqueles lábios adorados a reprovação franca e sincera que merecia o seu condenável procedimento, fugindo ao testemunho da hora extrema. Aproximou-se ofegante da cruz e, deixando perceber que apenas cedia a uma necessidade espiritual naquele instante supremo, ouviu Jesus dizer-lhe em voz quase imperceptível: Tomé, no Evangelho do Reino, o sinal do céu tem de ser o completo sacrifício de nós mesmos!...
O apóstolo compreendeu-lhe as palavras e chorou amargamente.
***
Não obstante a advertência do Messias, feita do cimo da cruz da humilhação e do sofrimento, o discípulo continuava naquela atitude que se caracterizava por dúvidas quase invencíveis. Considerava o Cristo a mais alta figura da humanidade, em se tratando do amor que ilumina as estradas escabrosas da vida material; mas, no que se referia ao raciocínio, Tomé mantinha certas restrições. Sua alma se deixava empolgar por inúmeras indecisões, quando a notícia fulgurante da ressurreição estalou em Jerusalém, por entre vivas manifestações de alegria.
Maria de Magdala, Pedro, João, bem como outros companheiros, tinham visto o Senhor, tinham-lhe escutado a palavra consoladora e divina. Incerto de si mesmo, quase vencido na sua escassa fé, o discípulo procurou os amigos diletos, ansiando pela manifestação do Mestre adorado. Reunida a pequena comunidade, depois das preces habituais, Jesus penetrou na sala humilde com sereno sorriso, desejando aos companheiros paz e bom ânimo, como nos dias venturosos e risonhos da Galiléia. Tomé, sentindo o coração bater-lhe precipitado, ergueu os olhos. O Senhor, percebendo-lhe os pensamentos mais ocultos, aproximou-se do discípulo de fé vacilante e o convidou a tocar-lhe as chagas.
Depois de pronunciar as palavras que as narrativas apostólicas registraram, acrescentou bondosamente: – “Tomé, põe a tua mão nas minhas chagas e não te esqueças de que é o sinal!...”
Então, a razão fria do apóstolo notou que um clarão novo o invadia e lhe penetrava a alma. Compreendeu finamente que o martírio do coração que ama se reveste de misterioso poder. Tocado pela humildade do Mestre redivivo, prosternou-se e chorou. Suas lágrimas eram de ventura e lhe proporcionavam ao espírito um júbilo para cujo preço todos os tronos da Terra eram miseráveis e pequeninos. Sua alma acabava de vencer uma grande batalha. O coração triunfara do cérebro, o sentimento lhe acrisolara a fé.



Livro: Boa Nova, Psicografia Francisco C. Xavier, ditado pelo Espírito Irmão X (Humberto de Campos) , Ed FEB.