quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

DEVER CUMPRIDO


DEVER CUMPRIDO[1]


Deus consola os humildes e dá força aos aflitos que a suplicam. Seu poder cobre a Terra, e por toda parte, ao lado de cada lágrima, põe o bálsamo que consola.
O devotamento e a abnegação são uma prece contínua e encerram profundo ensinamento: a sabedoria humana reside nessas duas palavras.
Possa todos os Espíritos sofredores compreender esta verdade, em vez de reclamar contra as dores, os sofrimentos morais, que são aqui na Terra o vosso quinhão. Tomai, pois, por divisa, essas duas palavras: devotamento[2] e abnegação[3],  e sereis fortes, porque eles resumem todos os deveres que a caridade e a humildade vos impõem.
O sentimento do dever cumprido vos dará a tranquilidade de espírito e a resignação.
O coração bate melhor, a alma se acalma, e o corpo já não sente desfalecimentos, porque o corpo sofre tanto mais, quanto mais profundamente abalado estiver o espírito.

Espírito da Verdade
Havre, 1861



[1] Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Kardec, Ed, LAKE Cap. 6 ITEM 8.
[2] Dedicação, afeição – Dicionário Escolar da Língua Portuguesa, 9ª edição MEC/FINAME/1975
[3] Desinteresse, renuncia, desprendimento – Dicionário Escolar da Língua Portuguesa, 9ª edição MEC/FINAME/1975

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

ESTADO DA ALMA


ESTADOS DA ALMA 

A Casa do Pai é o Universo. 
As diferentes moradas são os mundos que circulam no espaço infinito, oferecendo aos Espíritos desencarnados estações apropriadas ao seu adiantamento.

Independentemente da diversidade dos mundos, essas palavras podem também ser interpretadas pelo estado feliz ou infeliz dos Espíritos na erraticidade. Conforme for ele mais ou menos puro e liberto das atrações materiais, o meio em que estiver, o aspecto das coisas, as sensações que experimentar, as percepções que possuir, tudo isso varia ao infinito. 

Enquanto uns, por exemplo, não podem afastar-se do meio em que vieram, outros se elevam e percorrem o espaço e os mundos. Enquanto certos Espíritos culpados erram nas trevas, os felizes gozam de uma luz resplandecente e do sublime espetáculo do infinito. 

Enquanto, enfim, o malvado, cheio de remorsos e pesares, frequentemente só, sem consolações, separado dos objetos da sua afeição, geme sob a opressão dos sofrimentos morais, o justo, junto aos que ama, goza de uma indizível felicidade. Essas também são, portanto, diferentes moradas, embora não localizadas nem circunscritas.

Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap 3, item 2, Editora LAKE

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

LEMBRA



LEMBRA[1] 

Amados
Quem decreta a inoperância se autodesconhece.
Quem decreta a ociosidade se autodesconsidera.
Quem é convocado ao crescimento deve autoflorir.
Lembra o cacto do solo árido e estéril onde se encontra, consegue produzir as mais belas e exóticas flores.
Lembra que do lodo fétido, o lírio tira a sua beleza representada pela sua alvura.
Lembra que a rosa extrai da terra, com ou sem adubo, o perfume impar de cada espécie.
Lembra que Jesus chamou doze homens do povo, mas usou um que transformou de perseguidor a divulgador, a partir de uma singela ação na estrada deserta de Damasco.
Lembra que todos estão aquinhoados com recursos que merecem para as possibilidades que lhe são uteis.
Lembra que se a ave tentar o voo pensando na queda ficará imóvel.
Lembra que do excesso do alimento, advém os danos aos órgãos pela gordura.
Lembra que deve movimentar o interesse que lhe eleva para o alto.
Lembra que és o solo que recebeu a semente de Jesus para produzir frutos e sombras aos demais caminheiros.
Lembra de não ficar a satisfazer seus instintos com coisas efêmeras.
Lembra que os prazeres da carne não produzem frutos para alimentar o espírito.
Lembra que não existe santificação para a setaria[2] .
Lembra que as flores e perfumes, na natureza, são produtos de muito trabalho das plantas.
Lembra do sublime convite que lhe chega aos ouvidos em forma de lembranças.
Lembra do que lhe está sendo ofertado pelos espíritos de cá, para ser feito e produzir ai.
Lembra de que não deve se recalcitrar na inoperância e improdutividade.
Lembra de não anular o apelo com considerações de auto incapacidade.
Lembra de não permanecer longo tempo na condução das tentativas.
Lembra de não morrer sem produzir.
Lembra de ser tolerante, perder e doar, sofrer e desculpar.
Lembra que cada um só dá o que tem, e só se ora como pode, sente e vibra.
Lembra de ofertar-se ao senhor, conservando a paz,
Lembra de ser o afligido sem afligir.
Lembra do casulo donde surgirá uma linda borboleta.
Lembra que sua convocação continua no casulo de sua consciência sem perspectiva de rompimento para sua obra.
Lembra que és pedagogo para os outros aprendizes.
Lembra de ir aos que não podem vir até você.
Lembra quem tem inimigos, não ignoras as leis da natureza.
Lembra que os chamados devem recomeçar donde se autoabandonaram, na estrada evolutiva.
Lembra de prosseguir como o menor dos ramos, aparente seco, fazendo nascer o broto da planta, garantindo a continuidade da espécie.
Lembra de trilhar as correntes do trabalho digno
Lembra que:
            Perdendo tudo, e tendo tudo.
            Perseguido, mas com todos.
            Ofendido, porém jubiloso.
            Incriminado, porém inocente.
Cansado, porém de pé.
Caindo para reunir forças para seguir.
Linguagem no bem é vibração
Não lamente e nem se arrependa.
Lembra de examinar a convocação e prossegue sob a inspiração do bem.
Lembra de aproveitar o momento com os raios solar que ainda podes ver e sentir.
Lembra que é inadiável a sua necessidade de frutificar.
Lembra que foste convocado para auxiliar, não deixe a carne sofrer e nem sobrepor-se ao espírito.
Lembra do esforço de alguns para que alcance a realização que prometeu-se ao Senhor da Vida.
Lembra que o muito que lhe está sendo dado, obrigatoriamente deve ser devolvido em ações de graças.
Lembra que a bolota do carvalho esforça-se em elevar a planta às alturas, mas concomitantemente desce suas raízes às profundezes do solo, para garantir o equilíbrio.
Lembra que Jesus é para nós Jesus o Cristo de Deus, por ter descido aos nossos ambientes terrenos.
Lembra que amigos espirituais não atenderão aos pedidos e apelações para solucionar problemas que deves resolver mera condição de competências.
Lembra que compromisso espiritual é ligação com deveres maiores.
Lembra que toda ajuda que necessitas advém de sua renuncia.
Lembra que muitos estão te auxiliando na realização do projeto que adotaste como meta de resgate de endividamento para passos na caminhada evolutiva.
Lembra de renunciar a se mesmo, para ser próprio.
Lembra que o cacto no deserto armazena água suficiente para período longo de estiagem, que no final louva a natureza pela beleza de sua flor impar.
Lembra que o grão do trigo ficará sob o solo até que surja a condição propicia a germinação.
Lembra que a convocação a um trabalho espiritual não deve ser mesclado de outros interesses ou objetivos.
Lembra que roseiras não produzirão violetas.
Lembra que nosso Mestre e Guia nos ensinou sem se envolver com nossos gostos e problemas, a verdade pela sua pureza não se mescla ou se ajusta.
Lembra de conhecer e conhecer; o esforço, o amor e a renuncia, é o solo sendo arado para que a semente que és, produza a germinação para cima e para baixo sorrateiramente.
Lembra que a natureza com sua vegetação surge e se mantém apesar da falta de água ou com excesso de calor ou pela falta dele.
Lembra que se dando e doando-se, é que se eleva perante as leis divinas.
Lembra de deixar sua luz brilhar.
Lembra que nem todos os frutos darão sementes para a reprodução da espécie.
Lembra que amor é academia milenar que exige muita renuncia.
Lembra que Deus nos abençoa e Jesus nos inspira, guia e fortalece, daí sermos as plantas que Ele as jardeneias.
Lembra que amigos estão sempre juntos, independente do plano que estejam.
Lembra que carinho é o que sempre darei a você em forma das minhas humildes orientações.
Deus nos abençoe
Jesus nos ampare e fortaleça.
Irmã Marilia


[1] Psicografia por Alonso Lacerda, durante o Evangelho no Lar do dia 07.02.2016.
[2] Setaria é uma espécie de planta com flor pertencente à família Poaceae.